Habitando juntos em honra
“Quão bom e quão agradável é que irmãos habitem juntos em união!” — Sal. 133:1, NM.
1. A quem se deve toda a honra, e por quê?
A JEOVÁ se deve toda a honra, louvor e glória. Cabem-lhe em razão de sua onipotência e porque nesta posição mantém a perfeita integridade. Seus princípios são retos, assim como suas leis e seus juízos, e ele os guarda zelosamente, nunca se desviando nem no mínimo na sua lealdade a eles. Ele lhes dá tanto valor, que não somente ele mesmo se apega a eles, mas também exige que suas hostes angélicas e seus fiéis servos na terra se conformem a estes princípios.
2. O que se exige dos que habitam no domínio celestial, e o que aconteceu aos que se desviaram disso?
2 Assim como se exige uma boa reputação dos que habitam juntos em honra na presença de Jeová, no domínio celestial, assim, também, impõe uma responsabilidade similar às suas criaturas na terra. Houve um desvio da integridade nos céus quando aquele que se tornou Satanás se rebelou contra este ambiente honroso em que habitava esta hoste celestial. Em resultado disto, ele foi removido no tempo devido. Leva agora um nome de má fama. — Apo. 12:9.
3. (a) Por que se deve prezar um bom nome? (b) Quais são as qualidades daquele que tem um bom nome?
3 A boa reputação deve também ser prezada entre os homens e deve ser buscada, pois é um dos requisitos estabelecidos na Palavra de Deus. Em Provérbios 22:1 (NM margem) declara-se: “Um bom nome deve ser escolhido em vez de riquezas abundantes.” Vemos assim que Jeová tem muita consideração para com um bom nome. Adquire-se tal nome por um proceder exemplar, pois a pessoa de retidão é honrosa e se apega aos princípios corretos. Portanto é evidente que o dono dum bom nome é fidedigno, leal, fiel, constante — fato que mostra que tal pessoa é digna de louvor perante Jeová.
4. (a) Que normas seguirá o homem de boa reputação? (b) Quais são as conseqüências para o violador delas e para o corpo cristão?
4 O ministro cristão mantém as normas honrosas em todas as rodas da vida. Tais normas são praticadas na congregação cristã, na relação matrimonial, nos negócios comerciais e nos tratos com os outros na sociedade do Novo Mundo; e, quanto a isso, também perante os do mundo. Em outras palavras, ele é homem de boa reputação em todas as suas relações. Quando não se seguem os princípios honrosos ou há violações deles, surgem logo dificuldades; e quando estas continuam, trazem resultados desastrosos. Quando ocorrem violações, tais como adultério, perversões, práticas fraudulentas nos negócios, mentiras e injúrias, as conseqüências são calamitosas. O desrespeito da lei de Jeová e a prática de coisas vis são violações das normas de Deus. Quem faz tais coisas traz desonra a Jeová Deus, à congregação cristã com que se associa, aos seus amigos e a si próprio, resultando na sua remoção da congregação. Por isso não só se exige que os que servem a Jeová com devoção exclusiva vivam juntos em harmonia, união e honra, mas eles também prezam isso.
5. (a) Que relação deve existir entre os da congregação? (b) Como se manteve Cristo Jesus em união com seu Pai?
5 Quando um grupo de fiéis ministros cristãos se reúne numa congregação, a relação mútua entre eles é um quadro verdadeiro de cooperação. Pode ser comparado a um corpo, composto de muitos membros. Quando os membros funcionam conforme orientados pela cabeça, podem-se esperar maravilhosas realizações, porque todos trabalham para o mesmo fim. O esforço cooperativo da parte de todos os membros pode ser mantido com o pleno e total respeito para com a posição do outro. A coisa importante é seguir a liderança da cabeça. Como se honra a cabeça foi bem ilustrado por Cristo Jesus quando, em João 5:30, ele declarou relativo à posição que ocupava perante Jeová Deus, a quem sempre reconhecia como sua cabeça: “Eu não posso fazer nem uma única coisa de minha própria iniciativa; como ouço, assim julgo, e o juízo que pronuncio é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (NM) E, em João 8:29: “Eu faço sempre as cousas que são do seu agrado.” Portanto, no caso de Cristo Jesus, não houve absolutamente nenhuma exceção em estar ele em completa união com seu Pai; e, deveras, se pode dizer que ‘habitavam juntos em união e honra’.
6. (a) Que principio honroso é mantido dentro da organização teocrática? (b) Que conselho deu Paulo aos da congregação e aos superintendentes neste respeito?
6 O mesmo princípio é reconhecido na organização teocrática, quando se mostra o devido respeito e honra à autoridade. A congregação não é de modo algum um arranjo democrático, mas ela é inteiramente teocrática, pois os servos ministeriais dela são nomeados para os cargos de serviço por meio do espírito de Jeová, através de Sua organização. O apóstolo Paulo deu conselho quanto a como os na congregação se devem harmonizar aos princípios piedosos da superintendência. Ele pediu que tivessem “consideração para com aqueles que trabalham arduamente entre vós e presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam, e que lhes deis mais do que a extraordinária consideração em amor, por causa da sua obra”. Não por causa da pessoa que ocupa determinado cargo, mas por causa do próprio cargo. Os verdadeiros ministros cristãos ocupam os cargos na devida honra e respeito. Paulo deu conselho adicional a favor dos superintendentes quando declarou: “Sede obedientes aos que vos governam e sede submissos, porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas, para que o façam com alegria e não gemendo porque isso vos seria prejudicial.” Ao cuidar devidamente do seu cargo de supervisão, o superintendente de congregação não está transmitindo as suas próprias expressões ou instruções, mas apenas cumpre as da Palavra de Jeová, a Bíblia, e também conforme é dirigido pela organização de Deus que o governa. Em todos os respeitos, em honra, ele cuida das pessoas como expressão de amor que tem para com seus irmãos. Trata-se também duma expressão altruísta de amor, visto que o faz alegremente, não como se fosse um fardo para ele. — 1 Tes. 5:12, 13; Heb. 13:17; 1 Ped. 5:2, NM.
FRATERNIDADE
7. Qual é o sentimento correto que os ministros cristãos devem ter entre si na congregação?
7 Os ministros cristãos não só aceitarão devidamente as instruções dadas pelos superintendentes, mas terão também amor, respeito e consideração para com seus irmãos com quem se associam constantemente na congregação. Com que ênfase declarou o salmista: “Vê! Quão bom e quão agradável é que irmãos habitem juntos em união!” (Sal. 133:1, NM) É bem próprio que mostrem entre si respeito e consideração. O ditado, “a familiaridade encurta o respeito”, não tem lugar na organização de Jeová. Realmente, o conhecimento íntimo deve unir ainda mais os cristãos e fazê-los mais tolerantes entre si no que se refere a desconsiderar as faltas e desculpar as características menores inerentes que cada um tem na sua imperfeição. — Col. 3:13.
8. (a) Como devem ser resolvidas as divergências que surgirem entre os na congregação? (b) Que ilustração estabelece uma boa norma? Explique.
8 Quando surgem dissensões entre irmãos, estas são resolvidas num ambiente de tolerância e de deferência para com os envolvidos. Assim se evitam situações ou circunstâncias mais sérias. Como exemplo da atitude correta nesta questão, tomemos o caso de Abraão e Lot. Conforme peregrinavam juntos no seu novo território, surgiu uma disputa entre os pastores de Abraão e os pastores de Lot. Tornou-se necessário que se separassem e cada um escolhesse uma parte diferente do país. Veja que solução generosa Abraão propôs a Lot. Ele disse: “Por favor, não continue mais a disputa entre mim e ti, e entre meus pastores e teus pastores, pois nós homens somos irmãos. Não tens todo o país disponível? Por favor, separa-te de mim. Se fores para a esquerda, então eu irei para a direita; mas, se fores para a direita, então eu irei para a esquerda.” “Assim, Lot levantou os olhos e viu todo o distrito do Jordão, que todo ele estava bem regado, antes de Jeová destruir Sodoma e Gomorra, igual ao jardim de Jeová, igual à terra do Egito, até Zoar. Lot escolheu então para si todo o distrito do Jordão, e Lot mudou seu acampamento para o leste. Assim se separaram um do outro. Abrão habitou na terra de Canaã, mas Lot habitou entre as cidades do Distrito [Baixo Jordão].” (Gên. 13:8-12, NM) Isto mostra que Abraão não procurou em primeiro lugar os seus próprios interesses egoístas, mas queria decidir as coisas amigavelmente. Quando é preciso resolver desacordos ou disputas entre irmãos, é bom que pensem nesta ilustração. Evitar dissensões e ressentimentos na congregação é vital para a saúde e o crescimento da congregação.
9. Que conselho deu Paulo quando encontrou dissensões em Corinto? E em Roma?
9 Em certa ocasião, o apóstolo Paulo foi a Corinto e encontrou ali uma situação desagradável, havendo divisão entre alguns na congregação. Uns afirmavam que pertenciam a Paulo, outros diziam que eram de Apolo, e ainda outros, de Cefas, e alguns diziam que pertenciam a Cristo. Paulo disse: “Foi-me revelado a respeito de vós, meus irmãos, pelos da casa de Cloe, que há dissensões entre vós.” “Ora, exorto-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos vós faleis de acordo e que não haja divisões entre vós, mas que estejais adequadamente unidos na mesma mente e na mesma linha de pensamento.” (1 Cor. 1:10, 11, NM) Quando surgem divergências, deve-se procurar saber a causa da dificuldade, para que possa ser eliminada; e Paulo aconselhou os romanos: “A ninguém torneis mal por mal. Providenciai as coisas corretas perante todos os homens. Se for possível, tanto quanto depender de vós, sede pacíficos para com todos os homens.” E, como advertência adicional, Paulo disse: “Observai aqueles que criam divisões e causas para tropeço, contrário ao ensino que aprendestes, e evitai-os. Porque homens dessa espécie são escravos, não de nosso Senhor Cristo, mas de suas próprias barrigas, e por meio de conversa suave e linguagem lisonjeira seduzem os corações dos incautos.” Este é um bom conselho de precaução. Esteja atento e elimine as dificuldades, para manter a união da congregação. — Rom. 12:17, 18; 16:17, 18, NM.
RESOLVENDO AS DIVERGÊNCIAS
10. Se um ministro cristão tiver uma queixa contra seu irmão, que deve fazer?
10 Quando há uma divergência entre irmãos, ou quando um foi injusto com outro, ou quando um irmão observa que um cristão, seu próximo, está pecando, ou tem uma queixa contra ele, deve dirigir-se àquele que está pessoalmente envolvido e considerar a questão com ele. Isto é inteiramente bíblico, pois somos aconselhados: “Se teu irmão cometer um pecado, vai e expõe-lhe a falta entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão.” Que maneira ajuizada e lógica de se resolver uma disputa! Ocorre com demasiada freqüência que, quando houve um agravo entre duas pessoas, um deles vai falar disso com muitos outros. Esta não é a maneira cristã de agir. Mesmo que se dirija à pessoa e esta não lhe dê ouvidos, ainda seria impróprio falar sobre o assunto com outros que não estão envolvidos. A coisa correta sob tais circunstâncias seria a de ‘levar consigo mais um ou dois [dos irmãos maduros], para que pela boca de duas ou três testemunhas se decida toda questão’. Se este método falhar, então leve o assunto à congregação. — Mat. 18:15-17, NM.
11. Quando se pede perdão, como deve o ofendido tratar o ofensor, mesmo que se repita o caso?
11 O verdadeiro cristão verá a sua falta e pedirá o perdão da pessoa ofendida. O que deve fazer o membro da congregação quando é novamente ofendido pela mesma pessoa. Então deve haver uma repetição do mesmo proceder, e o ofensor pode novamente pedir perdão. Pode ele continuar a pedir perdão, depois de praticar nova ofensa, talvez sem querer? Pode um irmão ser perdoado ou desculpado mais de uma vez pelo seu companheiro cristão? Decididamente que sim! Se reconhecer que também é pecador e faz erros, então pergunte a si próprio: Quero eu ser perdoado apenas uma vez? É nesta luz que o ofendido aceitará as desculpas do transgressor. Sobre este mesmo ponto perguntou o apóstolo Pedro: “Mestre, quantas vezes pecará contra mim o meu irmão e eu lhe hei de perdoar? Até sete vezes?” “Jesus lhe disse ‘Eu te digo, não: Até sete vezes, mas: Até setenta e sete vezes.’” — Mat. 18:21, 22, NM.
12. (a) Por que seria errado que o ofendido continue a recriminar o irmão que pediu desculpas ou fez a devida compensação? (b) Por que é necessário considerar o caso encerrado?
12 É assim evidente que é mandatório para o ofendido aceitar a desculpa do ofensor e encerrar com isso o assunto. Se não fizer isso, então não estará vivendo em união com seu irmão. Caso ele continue a recriminar o seu irmão ou não aceite as desculpas, ou a solução da situação, e persista em falar aos outros sobre como foi ofendido, então ele mesmo se torna violador dos princípios justos de Deus. Somos informados: “Onde não há lenha, o fogo se apaga, e onde não há caluniador, cessa a luta.” (Pro. 26:20, NM) Isto indica que, quando um assunto foi devidamente resolvido, a questão deve ficar encerrada. Se as chamas do fogo forem continuamente atiçadas, resultarão em mais contendas e embaraços, violando os princípios, divinos da união e de se habitar junto em honra, porque “como o carvão é para as brasas e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender uma rixa”. (Pro. 26:21, NM) Tal pessoa, embora tenha sido a originalmente ofendida, seria classificada como caluniador; e a Bíblia declara explicitamente: “As palavras dum caluniador são como coisas a serem engolidas àvidamente, que descem até o âmago da barriga. Como um caco de louça revestido de prata assim são os lábios fervorosos junto com um mau coração.” (Pro. 26:22, 23, NM) Visto que a aparência externa dum homem não revela o que ele é no íntimo, poderá haver um mau coração debaixo dum exterior de aparência inocente. É coisa honrosa deixar de lado as contendas, quando se busca o devido perdão, quando se faz justiça ao prejudicado e quando o assunto é encerrado. Assim é possível vivermos juntos honrosamente.
INTROMETER-SE NOS NEGÓCIOS DOS OUTROS
13. Por que é uma virtude cuidar de seus próprios negócios, em vez de se meter nos dos outros?
13 Cuidar de seus próprios negócios é uma virtude entre os ministros cristãos. Mostre respeito e amor mútuo e promova a união dentro da organização. “Honroso é para o homem o desviar-se de questões, finas todo o tolo se entremete.” Cerca de mil anos depois desta declaração deu-se conselho similar aos cristãos em Tessalônica: “Estamos informados de que entre vós há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem na vida alheia.” Intrometer-se nos negócios dos outros aborrece. Sim, e geralmente não pára com isso; e quando não pára, causa contendas. — Pro. 20:3, Al; 2 Tes. 3:11, ARA.
14. O que pode acontecer quando os ministros não usam seu tempo para cuidar corretamente dos seus deveres ministeriais, e que conselho ofereceram Paulo e Pedro?
14 Isto ocorre, freqüentemente, quando as pessoas não têm bastante para fazer ou não se ocupam na obra ministerial ao ponto que seu tempo seja bem aproveitado. Quando se dá que pessoas têm tempo sobrando, podem surgir dificuldades. Por causa deste mesmo perigo na primitiva congregação cristã, Paulo escreveu: “Ao mesmo tempo, [as viúvas jovens] aprendem também a ficar desocupadas, andando ociosamente pelas casas, sim, não somente desocupadas, mas também tagarelas e intrometidas nos negócios de outras pessoas, falando das coisas de que não deviam.” Podemos ver novamente como a desunião pode penetrar numa congregação e a contenda pode surgir entre os membros da mesma, quando alguém fala de coisas de que não devia falar, metendo-se nos negócios alheios e tagarelando. Em vista disso, tomemos todos a peito o conselho sadio de Pedro. “Que nenhum de vós sofra . . . como quem se intromete nos negócios de outras pessoas.” Temos uma abundância de conselho para ilustrar a prudência de nos mantermos ocupados em nosso trabalho ministerial; senão, é possível que nos empenhemos nas próprias coisas contra que se nos avisou, e assim poderemos pôr em perigo a harmonia e união da organização de Jeová. — 1 Tim. 5:13; 1 Ped. 4:15; 2 Tes. 3:11, NM.
HONRA DENTRO DA FAMÍLIA
15, 16. (a) Que posição ocupa o marido e pai no lar cristão? (b) Qual é a posição correta da esposa na família?
15 Nos tempos passados, o governo patriarcal fora orientado por Jeová. Debaixo deste arranjo, o marido (e pai) estava obrigado a instruir a família inteira segundo a lei de Deus. Enquanto todos os membros da família observassem obedientemente as instruções e as seguissem, a família seria uma unidade harmoniosa. A família pode ser neste respeito comparada a uma pequena organização. — Heb. 7:4; Atos 7:8; 2:29.
16 Dentro do arranjo da família, também a esposa ocupa uma posição muito respeitada. As santas mulheres da antiguidade ilustram isto, e esta informação é chamada à nossa atenção em 1 Pedro 3:5, 6: “Pois assim, também, anteriormente, as mulheres santas que esperavam em Deus costumavam adornar-se, sujeitando-se aos seus próprios maridos, assim como Sara costumava obedecer a Abraão, chamando-o de ‘senhor’. E vós vos tornastes seus filhos, desde que continueis a fazer o bem.” (NM) O papel desempenhado pela mulher como ajudadora também é honroso, segundo é confirmado pelo escritor de Provérbios: “O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa.” — Pro. 31:11, 12, 26, 27, ALA.
17. Que circunstâncias devem existir na família?
17 Quando os pais exercem a devida autoridade e os filhos lhe obedecem, a reconhecem e se conformam a ela, então se vê um grupo familiar assim como Jeová o propôs. Também se praticará o comportamento honroso para com os de fora da organização de Jeová. Todos terão cuidado em não trazer vitupério sobre as elevadas normas e princípios da Palavra de Jeová. — Efé. 6:1-3.
18. (a) De que modo poria em perigo a unidade da família deixar os filhos sem disciplinar? (b) Até que ponto devem os pais cuidar das atividades dos seus filhos?
18 Se não se tomarem as medidas disciplinares com os filhos quando é necessário, os pais estarão negligenciando seus deveres teocráticos, como também prejudicarão por fim o bem-estar cristão de seu filho. “A vara e a reprehensão dão sabedoria, mas a creança, deixada a si, envergonha a sua mãe.” (Pro. 29:15) A falta de aplicação da disciplina pode pôr em perigo a unidade da família. Os pais devem observar que seus filhos cuidem devidamente de seus deveres ministeriais, assistindo às reuniões para obter a correta instrução, realizando um estudo bíblico no lar para o progresso espiritual da família, bem como supervisionando a recreação dos filhos. Quando os filhos estão ocupados, não é provável que entrem em dificuldades. O tempo da recreação exige a mesma supervisão por parte dos pais que as outras atividades. É também preciso cuidar das associações dos filhos. Todos, jovens ou idosos, podem ficar grandemente afetados pelas pessoas e coisas com que se associam. Há um ditado entre os homens: ‘Mostra-me com quem andas, e eu te direi quem és.’ Se os filhos mantêm associação com os cujos hábitos não são compatíveis com as elevadas normas da sociedade do Novo Mundo, adotarão em pouco tempo os maus costumes e más idéias. Aceitemos este forte conselho: “Não vos enganeis. Más associações corrompem hábitos úteis.” De modo inverso, podemos dizer que hábitos úteis conduzem à salvação da família. Se alguém ficou enfraquecido pelas más associações, devem-se tomar imediatamente medidas para o restabelecimento do errante, conforme mostram as seguintes palavras: “Acordai para a sobriedade de modo justo e não pratiqueis o pecado, pois alguns não têm conhecimento de Deus. Falo para mover-vos à vergonha.” Visto que é realmente profético quanto a que acontecerá se se tolerarem más associações, os pais devem retirar tais pedras de tropeço do caminho de vida dos seus filhos. Este proceder correto aumentará as bênçãos da família. — 1 Cor. 15:33, 34, NM.
MORALIDADE
19. (a) Como pode ficar estragado o bom registro dum cristão? (b) Que exigências se aplicam aos solteiros, não importa quanto tempo gastem no ministério?
19 O cristão talvez siga um proceder honroso por muitos anos, vivendo inteiramente segundo os elevados princípios de Jeová. Daí, por um só ato de imoralidade, ele pode anular todo o seu bom registro e pôr em perigo seu lugar na sociedade do Novo Mundo e até a sua vida. Não nos deixemos enganar para adotar este proceder tolo. Um ato de fornicação ou adultério viola a integridade do cristão e seus votos de dedicação a seu Deus. Levemos vidas limpas, acima de vitupério, livres dos envolvimentos para a gratificação dos próprios desejos e para a vida desenfreada, tão livremente praticadas neste século vinte. Neste respeito, a Bíblia fala elogiosamente de se permanecer solteiro e ela o considera o melhor proceder, porque a pessoa solteira não está dividida na sua servidão a Jeová. Isto, porém, não garante que não adote um proceder que conduz à imoralidade. Precisa cuidar de perto como anda, para não se empenhar em conduta desenfreada: “Se [os solteiros] não têm autocontrole, casem-se, pois é melhor casar-se do que ficar inflamado de paixão.” No entanto, nem todos são capazes deste dom de se manter solteiros na vida. É verdade que o solteiro pode devotar mais tempo e energia ao ministério, mas, não importa quanto do seu tempo possa oferecer, não valerá nada se não se puder refrear dum proceder impuro. A fornicação da parte duma pessoa solteira não pode ser tolerada, não importa qual a sua posição ou quanto tempo devotou ao ministério, conforme é claramente demonstrado pela Palavra de Deus. “Devido à prevalência da fornicação, tenha cada homem a sua própria esposa e cada mulher o seu próprio marido.” — 1 Cor. 7:2, 9, NM.
20. Qual é a norma a ser cumprida pelos casados?
20 O contrato matrimonial entre homem e mulher é estabelecido por Jeová. Ele estabeleceu a norma de que o contrato matrimonial não pode ser profanado. Em apoio disto, declara-se em Hebreus 13:4: “Seja honrado o matrimonio por todos, e seja o leito sem macula; pois aos fornicarios e adulteros, Deus os julgará.” — 1 Tes. 4:3; 1 Cor. 6:15-18.
21. O que constitui elegibilidade para o casamento entre os cristãos dedicados?
21 Habitar juntos em honra inclui também as estipulações de Jeová quanto à elegibilidade para o casamento do cristão dedicado. Assim como se nos admoesta fortemente a nos mantermos separados do mundo, assim se dá também na relação marital, visto que devem casar-se “somente no Senhor”. Isto estabelece uma exigência para a testemunha cristã que pensa em casar-se. Se o homem vai casar-se com certa mulher, esta deve, portanto, estar qualificada para ser esposa dedicada. A mulher dedicada deve certificar-se de que o seu pretenso marido seja elegível nas mesmas bases. Isto mostra o devido respeito por Jeová, o autor do matrimônio. Para que o casamento seja inteiramente honroso, ambos os partícipes devem ser pessoas dedicadas. O caso, porém, não termina com isso, visto que o bom comportamento na relação marital precisa continuar a dar honra ao seu autor, Jeová.
RELAÇÕES COMERCIAIS
22, 23. Qual deve ser a atitude do empregado para com o empregador? Qual deve ser a atitude do empregador para com o empregado?
22 Outra circunstância em que o comportamento precisa ser honroso é na relação entre empregador e empregado, e especialmente entre os que são servos dedicados de Jeová. Esta relação precisa ser justa, cada um mostrando uma conduta digna dum fiel cristão. Ser de confiança nas relações comerciais é uma virtude. No entanto, esta relação pode ficar prejudicada, e isto se dá freqüentemente, quando um se aproveita do outro simplesmente porque ambos estão relacionados na fé. Às vezes acontece que um cristão diz: ‘Eu trabalho para alguém que é testemunha de Jeová, portanto posso estar mais à vontade. Não é necessário que trabalhe tão àrduamente, e, sempre que eu queira, posso sair.’ Deve este ser o pensamento correto da parte dum empregado? Certamente que não, porque o empregador tem direito a um pleno dia de trabalho, e tanto mais se o empregado estiver em relação pactuada com Jeová. De fato, o empregado dedicado que trabalha para tal pessoa deve cuidar que faça para seu irmão o pleno trabalho pelo qual é pago.
23 O inverso também é verdade, de que o empregador não se deve aproveitar do empregado simplesmente porque o empregado é servo de Jeová e seu companheiro como testemunha de Jeová. Paulo falou da relação correta. “Vós, senhores, continuai a conceder o que é justo e eqüitativo aos vossos escravos, . . . vós, também, tendes um Senhor.” Isto é também enfatizado na lei de Moisés, onde se declara: “Não deves defraudar o trabalhador assalariado . . . , quer dos teus irmãos, quer dos teus residentes temporários . . . No seu dia deves dar-lhe o seu salário.” Portanto, os verdadeiros cristãos seguem a orientação da eqüidade que precisa ser praticada na relação entre empregador e empregado. — Col. 4:1; Deu. 24:14, 15, NM.
24, 25. (a) Por que princípios deve o cristão guiar-se nos seus tratos comerciais? (b) O que deve ser evitado, e por quê?
24 Nas outras relações comerciais, sem estarem necessariamente envolvidos empregador e empregado, há certas diretrizes corretas que os cristãos seguem em todas as ocasiões, a fim de evitar pôr em perigo a posição honrosa perante Deus e os homens. Isto se aplica nos negócios, em vender artigos e nos outros tratos. Nas vendas, exige-se que se dê plena medida, assim como a lei mandou que os israelitas fizessem: “Não terás na tua bolsa pesos diversos, um grande e um pequeno. Não terás em tua casa duas ephahs, uma grande e uma pequena. Terás um peso inteiro e justo; terás uma ephah inteira e justa; para que se prolonguem os teus dias na terra que Jehovah teu Deus te está dando. Pois todo o que faz taes cousas, a saber, todo o que faz a injustiça é abominavel a Jehovah teu Deus.” (Deu. 25:13-16) Portanto, as práticas do cristão nos negócios precisam ser honrosas, não só entre os da mesma fé preciosa, mas em todas as associações. Este ponto é especificado em Miquéias 6:11, 13, 16 (ALA): “Poderei eu inocentar balanças falsas? e bolsas de pesos enganosos? Assim também passarei eu a ferir-te e te deixarei desolada por causa dos teus pecados . . . para que eu faça de ti uma desolação, e dos habitantes da tua cidade, um alvo de vaias; assim trareis sobre vós o opróbrio dos povos.”
25 Práticas que não são éticas são abominadas por Jeová; e se alguém dentro da estrutura da organização teocrática se tornar culpado de tais práticas, será necessário tomar medidas disciplinares, na esperança de que a punição chame a atenção do transgressor ao seu proceder errado e que tal disciplina salve aquele que praticou a fraude. Por outro lado, se não mostrar arrependimento e se o mal tiver sido fomentado, o culpado pode ser removido da sociedade do Novo Mundo. A reputação dos cristãos nas relações comerciais, portanto, precisa ser completamente fidedigna, para que nunca surja razão para se duvidar da integridade dos que lealmente aderem à Palavra de Deus.
26. Como considera a sociedade do Novo Mundo os princípios de Jeová nos seus tratos, e por que razão?
26 A sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová, em todas as suas relações comerciais, vive de acordo com as normas de Jeová e as guarda zelosamente, para que nada possa refletir mal sobre ela e trazer desonra. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados demonstra continuamente um comportamento exemplar para com todos, resultando numa reputação muito boa nas relações comerciais com este mundo. A mesma norma elevada deve ser praticada pelos que compõem a sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová, para que não se lance vitupério sobre a organização pura de Jeová e sobre eles mesmos, individualmente. As infrações disso trariam desonra ao cristão individual e à sociedade do Novo Mundo como um todo.
27. De que conceito gozava Ananias em Damasco, e por que era tanto mais meritório?
27 Alguns belos exemplos de cristãos que gozavam de excelente reputação acham-se registrados na Bíblia, e estão ali para a nossa observação. Fala-se-nos a respeito de “um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam”. Isto era tanto mais meritório quando se toma em consideração que ele era cristão e que quem falava dele bem eram judeus. — Atos 22:12, ARA.
28. De que reputação gozava Cornélio, não só em Cesaréia, mas entre toda a população do país?
28 Cornélio, ao buscar a verdade da Palavra de Deus, também era um homem altamente respeitado na comunidade onde morava. “O centurião Cornélio [NM: oficial de exército, no comando de 100 soldados], homem justo e temente a Deus, que goza de bom conceito entre toda a população judaica.” É certamente aparente de tal boa reputação que estava acima de vitupério, pois ele, embora soldado romano, gozava de tal bom conceito entre os próprios judeus. — Atos 10:22, LEB.
29. Como sabemos que Daniel foi um homem honroso?
29 A conduta do profeta Daniel foi de uma ética exemplar. Os homens declaravam acerca dele que era impossível achar qualquer coisa contra ele que desse causa para se fazer valer uma lei justa que o mandasse à prisão. “Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus.” A fim de “apanhá-lo”, era necessário que esses homens maus forjassem a maldade por meio duma lei, fazendo que o Rei Dario assinasse um edito escrito segundo o qual as orações e súplicas de Daniel a Jeová seriam uma violação da lei dos medos e dos persas. — Dan. 6:5-9, Al.
30. Segundo Pedro, como precisa o cristão comportar-se entre os do mundo, e por que são proibidos os desvios?
30 Do mesmo modo também os cristãos manterão uma reputação honrosa, mesmo entre as nações, ao ponto de que não se possa falar contra eles neste respeito. “Mantende correta a vossa conduta entre as nações, a fim de que, naquilo em que falam de vós como de malfeitores, possam, em resultado das vossas obras corretas, das quais são testemunhas, glorificar a Deus no dia da sua inspeção.” Se for necessário que soframos pela causa da justiça e as obras corretas, suportaremos isso e não transigiremos para ganhar os aplausos dos homens. Isto seria conduta desonrosa e traria o desfavor de Jeová e o desrespeito de pessoas que observassem tal proceder. — 1 Ped. 2:12, NM.
LEVAR UMA VIDA HONESTA
31. Visto que as testemunhas de Jeová se acham constantemente sob escrutínio, que cuidado precisam exercer quanto à sua conduta?
31 Certamente é honroso manter uma boa reputação dentro da congregação de Deus. No entanto, ainda mais do que isso é desejável, porque o cristão deve gozar de bom conceito também entre os de fora. Isto está demonstrado nas palavras de Paulo a Timóteo, em 1 Timóteo 3:7, onde se declara que o superintendente deve ter também testemunho favorável das pessoas de fora, de modo que não caia em vitupério e no laço do Diabo. Isto, com certeza, seria evidente aos de fora, que constantemente examinam a conduta das testemunhas de Jeová. Observariam que se trata de homens e mulheres de integridade, que vivem realmente segundo princípios piedosos. Paulo reconheceu prontamente esta qualidade importante, conforme mostram as suas palavras dirigidas aos hebreus: “Prossegui a orar por nós, pois confiamos de que temos uma consciência honesta, visto que queremos portar-nos honestamente em todas as coisas.” — Heb. 13:18, NM.
32. Que forte conselho deu Paulo quanto á conduta dos cristãos?
32 Não seria então sábio que todos nós provemos ter gravado profundamente no coração e na mente as palavras de Paulo, conforme registradas em Filipenses 4:8, 9? “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há, e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (ARA) Portanto, faça isso cada membro da sociedade do Novo Mundo e habitemos assim todos juntos em honra.