Capítulo 19
Namoro e cortejo
1-4. (a) Quão recentemente tornou-se o namoro uma prática comum? (b) Onde o namoro não é costumeiro, como se providenciam os casamentos? (c) No fim das contas, o que decide quão bons ou quão ruins são estes costumes?
TODA pessoa normal deseja ter alegria real na vida. A Bíblia mostra que isto é correto, alistando a alegria como um dos “frutos” do espírito de Deus. (Gálatas 5:22) Muitos jovens, especialmente nos países ocidentais, consideram o namoro como meio principal para ter prazer. Amiúde providenciam passar tempo com alguém do sexo oposto, sem outra companhia. O que se pode dizer sobre isso?
2 Talvez presuma que namorar seja um costume normal e esperado, visto que é tão habitual em muitos lugares. Todavia, nem sempre foi assim, conforme explica o livro A Família no Contexto Social (em inglês): “Os encontros entre os do sexo oposto como os conhecemos surgiram provavelmente depois da Primeira Guerra Mundial.” Em muitos países, porém, o namoro nunca se tornou costume. De fato, a prospectiva noiva e o noivo talvez só se encontrem no dia do casamento. Os arranjos para seu casamento são feitos pelos respectivos pais, ou talvez por um “casamenteiro” ou “intermediário”.
3 Naturalmente, se você vive num lugar onde o namoro e o cortejo são aceitos como normais, a ausência desses costumes em outros países talvez seja difícil de entender. Mas os que moram naqueles países talvez fiquem igualmente intrigados com os costumes do lugar onde você vive. Talvez encarem o namoro e o cortejo como não sendo sábios, ou mesmo um pouco ofensivos. Certa moça da Índia explicou a um bem conhecido conselheiro matrimonial, ocidental: “Como é que poderíamos julgar o caráter dum rapaz que conhecemos ou com quem travamos amizade? Somos jovens e inexperientes. Nossos pais são mais velhos e mais sábios, e não se deixam enganar tão facilmente como nós. . . . É muito importante que o homem com quem eu me casar seja o certo. Eu poderia facilmente cometer um engano, se tivesse de procurá-lo sozinha.”
4 Assim, em vez de adotar o conceito e o modo de pensar restrito, de que a única maneira de fazer as coisas é o modo em que são feitas aí onde você mora, é melhor ampliar seu modo de pensar. No fim das contas, é o resultado final que determina quão bons ou quão maus são certos costumes. Lemos na Bíblia, em Eclesiastes 7:8: “Melhor é o fim posterior dum assunto do que o seu princípio.” E temos de admitir que, em muitos países, onde o namoro e o cortejo são costumeiros, grande porcentagem dos casamentos não são bem sucedidos, mas acabam em divórcio.
QUE DIZER, ENTÃO, DO NAMORO?
5-8. (a) Como nos ajuda aquilo que se diz em Eclesiastes 11:9, 10, a adotar um conceito de longo prazo sobre a nossa conduta? (b) Por que querem muitos jovens namorar?
5 Se você crer em calcular bem as coisas, desejará considerar não apenas os efeitos a curto prazo do namoro, mas também os resultados a longo prazo. Nosso Criador nos ajuda a encarar os assuntos deste ponto de vista a longo prazo. Quer para nós o que dê verdadeira e duradoura felicidade. Por isso exorta na sua Palavra: “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e faça-te bem o teu coração nos dias da tua idade viril, e anda nos caminhos de teu coração e nas coisas vistas pelos teus olhos. Mas sabe que por todos estes o verdadeiro Deus te levará a juízo. Portanto, remove de teu coração o vexame e afasta de tua carne a calamidade; pois a juventude e o primor da mocidade são vaidade.” (Eclesiastes 11:9, 10) O que significa isso?
6 Significa que o Criador quer que você usufrua a sua juventude, mas, ao mesmo tempo, que não se empenhe em conduta que tenha efeito adverso sobre a sua vida mais adiante. Infelizmente isto ocorre amiúde, assim como observou certo escritor dos tempos modernos: “A maior parte da humanidade usa seus primeiros anos para tornar miseráveis os seus últimos.” Você não quer que isso lhe aconteça, não é verdade? Deus tampouco o quer. No entanto, a Bíblia mostra também, em Eclesiastes, que Deus considera os jovens responsáveis pelo que fazem. A juventude deles não os desculpa de enfrentar as conseqüências do proceder que adotam.
7 Tudo isso tem relação direta com o assunto do namoro. De que modo? Ora, pergunte-se: “Por que quero namorar? O que estou procurando que não posso usufruir, por exemplo, como parte dum grupo? Por que quero estar sozinho com alguém do sexo oposto?” Não é o motivo básico a crescente atração que sente para com os do sexo oposto? Isto se vê no fato de que a atração física costuma ter muito que ver com alguém ser desejável para “namorar”.
8 Muitos jovens que namoram, na ocasião, não pensam seriamente no casamento, nem necessariamente em querer a pessoa que namoram como cônjuge. Na maioria dos lugares onde o namoro é considerado costumeiro, é encarado apenas como forma de recreação, como um modo de passar uma noitinha ou um fim de semana. E alguns, não querendo ser encarados como “diferentes”, namoram porque outros de sua idade o fazem. Contudo, não há dúvida de que o namoro pode levar a “vexame” e até mesmo a uma “calamidade”. Vejamos por quê.
OS EFEITOS DO CONTATO FÍSICO
9-11. (a) Que contato físico costuma estar envolvido no namoro? Por que existe a inclinação natural de se entregar a intimidadas cada vez maiores? (b) Por que pode resultar isso em tensão nervosa para os solteiros? (c) Caso o contato físico leve à fornicação, como pode esta resultar em muitas espécies de calamidade?
9 Na maioria das vezes, o namoro envolve algum contato físico — segurar as mãos, beijar ou algo mais além. No princípio, apenas tocar na mão da outra pessoa pode ser muito agradável, dando a sensação de excitação. Mas, depois de algum tempo, perde seu atrativo e talvez não tenha mais o mesmo efeito. Algo mais, tal como o beijo, pode tornar-se atraente. Mas isso também se pode tornar corriqueiro, até mesmo um pouco ultrapassado. Por quê?
10 Porque quando se trata da paixão sexual, tudo faz parte duma cadeia de eventos destinados a levar a um resultado específico. O primeiro elo é o primeiro contato. O último elo são as relações sexuais, as quais são reservadas aos cônjuges, conforme a Palavra de Deus. Tudo o que houver no ínterim pode levar àquele último elo da cadeia. Portanto, se você não estiver casado, será que é sábio começar com o primeiro elo ou com qualquer dos outros? Fazer isso provavelmente resulte em “vexame”. Por quê? Porque seu corpo se aprontará para algo que não deve ter então, aquele último elo. Estimular o desejo de relações sexuais, mas não satisfazer tal desejo, pode levar a frustração e a tensão nervosa.
11 A fornicação não acabará com o “vexame”. Antes, pode levar à “calamidade”. Como? De vários modos. Pode resultar numa doença venérea. A moça pode ficar grávida, e isto pode pressionar o casal a um matrimônio para o qual realmente não estão preparados, afetando adversamente sua felicidade futura. Ou o jovem talvez se recuse a casar-se com a moça, e ela se verá então obrigada a criar o filho sozinha, sem marido. Ou talvez seja tentada a ter um aborto, o qual, segundo a Bíblia, é uma forma de assassinato. Isto não é “calamidade”? Talvez você esteja decidido a que o namoro não tenha tais conseqüências no seu caso. Muitos, porém, igualmente decididos como você, acabaram enfrentando essas dificuldades. Na realidade, pois, a pergunta volta a ser novamente se você está pronto para o casamento ou não.
SEU DESENVOLVIMENTO PESSOAL
12, 13. Como pode o namoro estorvar o desenvolvimento da pessoa? Portanto, que espécie de relação pode ser mais proveitosa?
12 Mesmo quando o namoro não leva diretamente a uma “calamidade”, pode ter outras desvantagens. Uma delas é a tendência de reduzir seu interesse cedo demais a uma só pessoa. Você está numa fase em que, para o desenvolvimento de sua própria madureza emocional, pode tirar o melhor proveito da associação com uma variedade de pessoas. Se for rapaz, por que não se concentra primeiro em se tornar verdadeiro homem, por ter suas principais amizades com outros homens que demonstram consideração pelo que é direito? Pode aprender deles muitas aptidões e modos varonis. Se for moça, por que não se interessa primeiro em desenvolver-se em pessoa adulta, tirando proveito da associação com aquelas que já as são ou que podem ajudá-la a desenvolver boas aptidões e modos femininos? O namoro realmente interrompe e atrasa tal desenvolvimento.
13 Antes de o namoro se tornar costume popular, os jovens achavam bastantes coisas para fazer, a fim de dar-lhes alegria. Você pode fazer o mesmo. Pode ter verdadeira alegria em conversar, aprender, criar habilidades, trabalhar em projetos, participar em jogos, visitar lugares e ver coisas. Poderá ter muito prazer em fazer essas coisas com alguém de seu próprio sexo ou com um grupo. Muitas vezes, verificará que, quanto mais amplo o tipo de pessoas no grupo — algumas de sua própria idade, algumas mais velhas, outras mais jovens — tanto mais prazer terá.
QUANDO DEVE CASAR-SE?
14, 15. (a) Quão aconselhável, acha, são os casamentos entre adolescentes? (b) Que responsabilidade recai sobre os pais com relação ao desejo de seus filhos de se casar?
14 Chegou o tempo, porém, quando é normal que uma pessoa jovem queira casar-se. Qual é o melhor tempo para isso — quando você ainda é adolescente? Em geral não, porque os fatos duros mostram que a maioria dos casamentos entre adolescentes simplesmente não têm o mesmo êxito dos casamentos em que um ou ambos já atingiram uma idade mais madura. Certo sociólogo comentou: “As pesquisas mostraram que, em geral, os casamentos entre adolescentes se caraterizam pelo elevado número de divórcios ou a alta proporção de infelicidade, em comparação com os casamentos numa idade posterior.”
15 Por outro lado, não há base bíblica para se excluir rigidamente todos os casamentos entre tais pessoas mais jovens. Em geral, as leis do país concedem aos progenitores o direito de exercer seu juízo maduro para decidir o que acham ser nos melhores interesses de seus filhos e resultar em maior felicidade e benefício deles. Podem decidir permitir ou não permitir o casamento de seus filhos ou de suas filhas sob a sua jurisdição. Certamente, os muitos problemas dos nossos tempos e a grande porcentagem dos casamentos fracassados devem induzi-los a ter cautela. E devem também induzir os jovens a ter cautela — em vez de ‘casar-se às pressas e arrepender-se com vagar’. É tolo correr apressado através duma porta só porque ela está aberta, quando você nem sabe o que há do outro lado.
A ESCOLHA DUM CÔNJUGE
16-19. (a) Nos lugares onde é permitido o cortejo, como será proveitoso aplicar o princípio de Gálatas 5:13? (b) Qual deve ser o objetivo do cortejo? Portanto, para que devem estar prontos os que se entregam a ele? (c) Por que é de sua vantagem chegar a conhecer alguém do sexo oposto como parte dum grupo, em vez de se isolarem?
16 Em alguns lugares, permite-se que o jovem esteja com uma moça só quando pelo menos um dos progenitores ou outra pessoa mais idosa esteja presente. Em muitos países ocidentais, porém, tais jovens muitas vezes podem estar juntos sem acompanhante. A questão é, portanto, o que pode fazer a pessoa jovem, nos lugares onde se permite maior liberdade, para assegurar que o cortejo leve por fim a um casamento realmente feliz e bem sucedido?
17 A liberdade sempre traz consigo responsabilidade. Portanto, se você estiver confrontado com essa questão agora, fará bem em lembrar-se do princípio excelente apresentado na Bíblia em Gálatas 5:13. Naturalmente, o apóstolo Paulo falou ali sobre a liberdade espiritual que o cristianismo trouxe aos que o adotaram. Mas o princípio se aplica a qualquer espécie de liberdade, especialmente se quisermos usar dela para dar bons resultados e obter o favor de Deus. O apóstolo escreveu: “Fostes, naturalmente, chamados à liberdade, irmãos; apenas não useis esta liberdade como induzimento para a carne, mas, por intermédio do amor, trabalhai como escravos uns para os outros.” O amor genuíno a Deus e ao nosso próximo, inclusive à pessoa que talvez cortejemos — nos ajudará a evitar que usemos a liberdade de modo egoísta e prejudicial.
18 O cortejo deve ser feito corretamente com o casamento por alvo. Portanto, não deve começar antes de a pessoa estar pronta para assumir responsabilidades matrimoniais. Naturalmente, você não pode saber logo de início se quer casar com determinada pessoa ou não. Por isso é de bom senso não se apressar em fixar a atenção em apenas determinada pessoa. Mas, isto não é motivo para fazer o tipo de “cortejo” que não seja mais do que um mero namorico ou uma série de namoros.
19 Mesmo que esteja “interessado” em alguém, será sábio tentar manter por um tempo sua associação com essa pessoa apenas como parte dum grupo, em atividades de grupo. Por quê? Porque nessas circunstâncias amiúde pode obter uma idéia melhor de que espécie de pessoa se trata. Isto se dá porque todos estamos inclinados a ser mais “naturais” quando não estamos sob a pressão de sentir que alguém nos dá atenção especial. Mas, quando um par se separa do grupo, a tendência natural, daí em diante, é ser aquilo que a outra pessoa quer que seja, até mesmo imitando os gostos ou as aversões dele ou dela. E às vezes isto pode camuflar a verdadeira personalidade da pessoa. Estando sozinhos, os dois podem também prontamente ficar envolvidos de modo emocional, ao ponto de acharem “tudo azul” entre eles. Se eles se casarem sob a onda de tal emoção, amiúde terão um despertar duro.
20-22. (a) Por que é importante encarar o cortejo de modo sincero e altruísta? (b) O que pode aprender sobre o prospectivo cônjuge durante o cortejo? Quais são as qualidades que deseja em especial que seu cônjuge tenha?
20 Em geral, é o homem que começa o cortejo, expressando interesse na moça. Se for honesto e sério neste respeito, ela terá o direito de acreditar que ele pelo menos está pensando no casamento. E daí? Pois bem, ela tem então a responsabilidade de se perguntar se acha que pode pensar em se casar com ele. Se tiver bastante certeza de não considerá-lo como marido prospectivo, então será muito cruel da sua parte se permitir que ele crie profundo interesse nela. Algumas moças têm estado dispostas a deixar-se cortejar, só para melhorar sua aparente popularidade ou elegibilidade, esperando que outros rapazes as notem por isso. Alguns rapazes têm feito a mesma coisa, pensando que podem “explorar o campo”, divertir-se e depois eximir-se antes de as coisas ficarem muito sérias. Mas esse uso egoísta da liberdade pode causar verdadeiro dano, sérias feridas que podem levar meses e até anos para sarar.
21 Só quando for usada altruistamente pode a liberdade do cortejo trazer benefícios. Pode oferecer a oportunidade de conhecer melhor a pessoa com quem pensa passar o resto da sua vida. Dependendo de quão honesto cada um é com o outro, pode aprender os gostos e as aversões um do outro, normas, hábitos e perspectivas, sim, e o gênio, a disposição de ânimo e a reação um do outro diante de problemas ou de dificuldades. Pode corretamente querer saber coisas tais como: É ele ou ela bondoso, generoso e cortês para com os outros? Que dizer do respeito para com os pais e os mais velhos? Há boa evidência de modéstia e humildade, ou é a pessoa jactanciosa e obstinada? Observo haver autodomínio e equilíbrio, ou, antes, fraqueza e infantilismo, talvez amuo ou mesmo acessos de ira? Visto que uma grande parte da vida é trabalho, que dizer de indícios de preguiça, irresponsabilidade ou uma atitude de desperdício para com o dinheiro? Que dizer dos planos para o futuro? Deseja-se ter filhos ou há interesse em alguma vocação especial? Num artigo intitulado “Sinais de Perigo na Corte”, um escritor declarou: “Nosso estudo de noivos e de pessoas casadas de modo feliz e infeliz verificou que os casados de modo infeliz já tinham antes pouca concordância entre si sobre os objetivos e os valores da vida.”
22 Acima de tudo, deve querer saber até que ponto os propósitos de Deus estão incluídos nos interesses e nos planos do outro. Sim, quando se preenchem todos os pormenores, quão bem adaptados estão vocês um para o outro? Se houver sérias diferenças, não se engane em pensar que o casamento automaticamente as resolverá. Poderá fazer apenas com que as fricções que causam sejam sentidas mais vividamente.
CONDUTA HONROSA NO CORTEJO
23-26. (a) O que pensa sobre segurar as mãos, beijar e abraçar por parte de um par que planeja casar-se? (b) Como poderá alguém tornar-se culpado de “conduta desenfreada” e “impureza”? Por que é importante evitar tais coisas? (Gálatas 5:19, 21)
23 Nos países onde os progenitores permitem a associação sem acompanhante, os dois que se cortejam amiúde se empenham em expressões de afeto, tais como segurar as mãos, beijar e até mesmo abraçar-se. Os pais, naturalmente, têm a obrigação de instruir seus filhos e suas filhas sobre as normas segundo as quais querem que se comportem. Os anciãos na congregação cristã podem trazer à atenção dos jovens os princípios orientadores, sadios, encontrados na Palavra de Deus, e todo aquele que honestamente quer seguir um proceder sábio na vida acatará voluntariamente e de bom grado tal conselho.
24 A Bíblia não só exclui definitivamente a fornicação, a qual é a relação sexual entre os que não estão casados, inclusive noivos, mas também avisa contra a imoralidade e a “impureza”, que podem ocorrer durante o cortejo. (Gálatas 5:19-21) O par que acata estas advertências poupar-se-á a muito pesar e não correrá o risco de ter lembranças de má conduta que voltem a atribulá-los. Mas, o que constitui conduta impura segundo as normas da Bíblia? O que está incluído nelas?
25 Segurar as mãos pode ser uma expressão limpa de afeto entre os que pretendem casar-se. É verdade que tem um efeito estimulante, mas é natural e não necessariamente mau. Ora, simplesmente ver aquele ou aquela com quem se pretende casar também pode ser estimulante, ‘fazendo o coração palpitar’. (Cântico de Salomão 4:9) Não obstante, precisamos lembrar-nos de que, em vista da natureza humana, o contato físico deveras aumenta a “força” da atração sexual. Por isso, reconhecendo as possíveis conseqüências a que isso pode levar, alguns preferem limitar-se estritamente quanto ao contato físico que mantêm durante o cortejo. E ninguém deve zombar deles ou fazer pouco de sua atitude conscienciosa.
26 O beijo também pode ser uma expressão limpa de afeto entre os que pretendem casar-se — ou pode não ser. Na realidade, a questão é: Até que ponto entra nisso a paixão? Os beijos podem ser dados dum modo a incitar a paixão ao ponto em que os dois são profundamente estimulados em sentido sexual. O estímulo sexual prepara os dois para as relações sexuais, mas este privilégio, segundo a lei de Deus, é reservado apenas aos casados. Se os dois violarem propositalmente a lei de Deus por deliberada e flagrantemente se empenharem em conduta que estimula a paixão, quer por carícias mútuas nos órgãos sexuais, quer de outro modo, são culpados de “impureza” e de “conduta desenfreada”.
27-30. Que bons motivos há para se evitar antes do casamento a conduta que estimula a paixão?
27 Devemos ser sinceros com nós mesmos. Se soubermos que não temos forte autodomínio nestas coisas, não devemos pôr em perigo nosso futuro, nem o da outra pessoa, por correr riscos. Dirigiria um carro por uma descida tortuosa, se soubesse que os freios são defeituosos? O tempo de se resolver e decidir no coração assuntos assim é antes de começar, não depois. Uma vez que os desejos físicos começam a se manifestar, em geral é muito difícil impedir que aumentem. Aqueles que permitem que a paixão aumente neles ao ponto de desejarem ter relações sexuais — quando não têm direito a elas pelo casamento — sujeitam-se a tensão e frustração. É como ler um livro emocionante — apenas para se descobrir depois que o último capítulo foi arrancado.
28 Os que mantêm sua relação num alto nível, no cortejo, terão um início muito melhor no casamento do que aqueles que se entregam a intimidades que aumentam constantemente em freqüência e intensidade. Quanto respeito pode a moça ter por alguém que ela ‘tem de repelir constantemente’? Mas o jovem que mostra restrição respeitosa e força de vontade merece respeito. O mesmo se dá com a moça. E especialmente ela precisa dar-se conta de que, embora seus sentimentos talvez exijam tempo para serem estimulados, isto raras vezes acontece com o homem. Ele pode ficar sexualmente estimulado com facilidade e rapidez.
29 Entregar-se freqüentemente e cada vez mais a expressões apaixonadas pode levar a um casamento prematuro. O livro Adolescência e Juventude (em inglês) diz: “Os primeiros estágios da corte amiúde são impassivelmente românticos. O casamento, neste tempo, poderá levar a pessoa a esperar mais do matrimônio do que qualquer matrimônio possa dar. A corte prolongada costuma dar um entendimento mais razoável da outra pessoa, de modo que possa resultar num casamento compreensivo.” Em tal cortejo mais prolongado é preciso saber refrear-se — senão, o poder do impulso sexual pode aumentar tão cedo, que se torna verdadeiro perigo.
30 Sérias dúvidas e suspeitas podem surgir também depois do casamento, caso se permita que a paixão distorça muito as coisas durante o período do cortejo. O casal pode começar a perguntar-se: Casamo-nos realmente por amor? Ou fomos apenas apanhados pela paixão? Foi uma escolha sábia? A moça poderá também estar inclinada a duvidar da genuinidade do amor de seu marido, perguntando-se se ele não se casou com ela apenas pelo seu corpo e não pelo que ela é como pessoa.
31, 32. O que pode ajudar a um par a evitar conduta estimulante da paixão, que prejudicaria o seu cortejo?
31 Portanto, a fim de proteger a si mesmo e sua felicidade futura, evite situações que possam produzir paixão. Lugares solitários e escuridão não lhe ajudarão a manter o cortejo honroso. Tampouco ajudarão as situações quando sobra muito tempo e não parece haver nada mais a fazer, exceto entregar-se a tais expressões de afeto. No entanto, pode-se ter muito prazer limpo com atividades tais como a patinação, jogar tênis ou empenhar-se em outros esportes similares, tomar uma refeição juntos num restaurante ou visitar um museu ou outro lugar de interesse e beleza. Embora se usufrua assim a sensação de isolamento, por não estarem perto de conhecidos, ainda terão a proteção de não estar completamente isolados de outras pessoas.
32 Também, em vez de pensar apenas no que está “perdendo” por se refrear, pense no que está preparando para o futuro. Daí, em todos os anos futuros, poderá olhar para trás, para o seu cortejo, não com desagrado ou lástima, mas com prazer e satisfação.
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Se o cortejo for uma série de expressões de paixão com cada vez menos recato, como afetará isso a perspectiva dum casamento bem sucedido?
[Foto na página 155]
Há muita diversão sadia em que os jovens podem participar.