Desarmamento universal pelo Reino dos céus
“Nem aprenderão mais a guerra.” — Isa. 2:4.
1. Por que se aproxima agora o desarmamento universal, e quem o usufruirá?
Aproxima-se o desarmamento universal. Muito antes deste século vinte já se deu uma visão disso. Há mais de vinte e cinco séculos foi predito em palavras que ficaram registradas e preservadas até agora. Nós somos hoje a geração favorecida da humanidade, que viverá para ver a realização disso. Nós, os que hoje estamos sobrecarregados com a maior e mais dispendiosa quantidade de armamentos da história da nações, somos os que também sentirão o maior alívio. Nós, os que hoje estamos sendo torturados pelo medo, em vista dos mais terríveis meios de destruição em massa, somos os que hão de ser acalmados com a introdução duma paz inquebrantável. Nós, os que hoje nos defrontamos com a maior perda de vida humana e a mais ampla desolação de nosso lar terrestre, somos também os que hão de entrar num tempo em que a morte cederá lugar à vida em perfeita saúde e beleza, numa terra florescente, tão bela como o primeiro paraíso do homem. Este desarmamento universal será realizado em nossos dias, de modo bem notável. Já se acham presentes os poderes irresistíveis que hão de desarmar todas as nações, e eles realizarão em nossos tempos um desarmamento verdadeiro e duradouro.
2. A quem atribuem os homens a honra de sua realização, e que promessa está contida nas palavras proféticas que mandaram gravar numa parede?
2 Quem terá a honra de realizar o desarmamento universal? Os homens deste mundo olham para homens e atribuiriam esta honra a homens ou a uma organização humana. Por exemplo, mandaram gravar numa parede de pedra que ladeia a Praça das Nações Unidas, no coração da cidade de Nova Iorque, as seguintes palavras proféticas: “E forjarão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.”a Estas palavras contêm a promessa de desarmamento internacional, a ser seguido por uma era de paz e fraternidade humana, junto com o cultivo frutífero da terra.
3. Para fazer das Nações Unidas tal organização honrada, que Comissão foi estabelecida, e com que resultados?
3 O homem ou a organização que pudesse dar cumprimento a estas palavras emocionantes gozaria realmente de honra e mereceria corretamente os agradecimentos de todos os que amam a vida em paz e fraternidade internacional. Decididas a fazer que as Nações Unidas sejam tal organização honrada, e em harmonia com a sua Carta, as Nações Unidas estabeleceram uma comissão de desarmamento. Ela trabalhou durante doze anos, mas não produziu nada. Finalmente, sob a pressão dum forte membro de seu Conselho de Segurança, as verdadeiras conversações sobre desarmamento foram transferidas da Comissão de Desarmamento das Nações Unidas para uma comissão de dez nações fora daquela organização internacional.
4. Quando houve um dia incomum nas Nações Unidas? E, até então, quais tinham sido as mais novas consecuções dos homens?
4 Depois veio um dia incomum para as Nações Unidas, na sexta-feira, 18 de setembro de 1959. Naquela ocasião, os projéteis balísticos intercontinentais, capazes de carregar nas suas ogivas bombas atômicas ou de hidrogênio por cima dum oceano até um país inimigo, já eram uma dura realidade. Não somente se falava duma guerra atômica e se faziam preparativos para ela, mas também se preparava a guerra química e biológica. Luas artificiais, alto no espaço, giravam em volta da terra, colocadas em órbita por foguetes de tremendo empuxo. Até havia planetas artificiais em órbita em volta do sol; e apenas no domingo anterior, um globo de cerca de 387 quilos, lançado por meio de foguetes desde o território soviético comunista, tinha caído na lua, na vizinhança dos Mares da Serenidade e da Tranqüilidade.
5. O que aconteceu na ONU, naquela tarde de sexta-feira, e quais haviam de ser os resultados do plano proposto ali?
5 Por isso era eletrizante a tarde de sexta-feira quando, pela primeira vez na história, o chefe da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ocupou a tribuna do edifício da Assembléia Geral das Nações Unidas para falar aos representantes desta organização de oitenta e dois membros. Seu discurso tocou em muitos assuntos de importância mundial, antes de ele revelar o seu novo plano sobre a questão primária dos nossos tempos. Sua proposta, uma nova para ele, era de um “desarmamento geral e completo” de todas as nações deste mundo. Dentro de quatro anos, todas as nações deviam eliminar todas as armas e forças armadas, e voltar-se para a competição amistosa nos ofícios da paz. Já a mera posse das armas modernas constituía um perigo. Uma “única faísca” era, portanto, tudo o que se precisava para iniciar uma guerra nuclear. No entanto, com o “desarmamento geral e completo” que ele então propôs, “não restaria aos estados nenhuma outra possibilidade material senão a de seguir uma orientação pacífica”. Por isso se deviam reter apenas as forças necessárias para preservar a segurança interna.
6. Por que não ficou a Assembléia abismada com esta mais nova proposta russa, e que ação pediu depois a União Soviética da parte da Assembléia?
6 Esta última proposta russa, feita pelo próprio primeiro-ministro soviético, não deixou abismada a Assembléia Geral da ONU. Apenas no dia anterior, um pouco do efeito do discurso programado do primeiro-ministro tinha sido eliminado quando o secretário de estado norte-americano e o ministro britânico de negócios exteriores apresentaram à Assembléia Geral o plano ocidental. Este estipulava um desarmamento equilibrado em três etapas, conduzindo ao desarmamento total proposto mais tarde pelo primeiro-ministro soviético. Além disso, cada passo em direção a este alvo devia ficar sujeito a controles eficientes. Encarando também o problema espinhoso da inspeção e do controle, o primeiro-ministro soviético propôs que, para garantir que “ninguém viole as suas obrigações, propomos o estabelecimento duma agência internacional de controle, composta de todos os estados”. Esta proposta de grande alcance, de tal “desarmamento geral e completo”, foi recebida com muitas dúvidas da parte de alguns. Contudo, havia os que recomendavam que se tomasse a sério a proposta russa e que fosse cabalmente estudada quanto ao seu valor, para se ver quão prática era e como podia ser realizada. Pouco depois, a União Soviética pediu que a Assembléia Geral da ONU considerasse a proposta de “desarmamento geral e completo”, feita pelo seu primeiro-ministro, como “assunto importante e urgente”.
7, 8. (a) Em vista do Impasse de doze anos, que perguntas fazemos agora a nós mesmos? (b) Que rejeição anterior de tal plano torna também agora improvável o seu cumprimento?
7 Durante doze anos, até então tinha continuado o impasse sobre a questão do desarmamento, e a Comissão de Desarmamento da ONU não conseguiu nada. Devemos esperar agora, sob o estímulo da proposta do primeiro-ministro russo, que os oitenta e dois membros das Nações Unidas penetrem sinceramente até o âmago do assunto? Considerarão agora os interesses de toda a humanidade e decidirão finalmente a questão, antes que a temida “única faísca” dê de algum modo início a uma guerra atômica mundial? Mesmo em face da proposta do primeiro-ministro e do reconhecimento da necessidade urgente, crêem as nações agora sinceramente num desarmamento geral e completo?
8 As Nações Unidas são sucessor e herdeiro da Liga das Nações, estabelecida depois da Primeira Guerra Mundial. Em 1927, perante a Conferência de Desarmamento da Liga, o representante da Rússia comunista propôs o desarmamento total das nações. Naquele tempo, a União Soviética era um jovem governo revolucionário que lutava para se manter e para se restabelecer dos efeitos da Primeira Guerra Mundial. Os críticos acreditavam que o representante comunista tinha feito a proposta de desarmamento total a fim de enfraquecer as nações mais fortes, porque o próprio governo soviético comunista era fraco. Passaram-se cerca de cinco anos, e em 2 de fevereiro de 1932, a Conferência de Desarmamento, sob os auspícios da Liga das Nações, reuniu-se em Genebra, na Suíça, havendo presentes delegados de sessenta e quatro nações. Máximo Litvinov, da Rússia soviética, propôs novamente o desarmamento universal. Este foi rejeitado pelas nações coligadas, e a Conferência foi encerrada sem conseguir realmente nada para o nosso alívio.
9. (a) Por que não se pode fazer agora a mesma crítica ao objetivo do plano como em 1927? (b) Que proclamação feita em 1928 coloca agora todas as nações sob a suspeita quanto ao desarmamento?
9 Em 1959, quando falou perante a Assembléia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro soviético lembrou isso aos seus ouvintes visíveis e invisíveis. Mas, em vista da atual força da Rússia comunista na arte da guerra, seria “absurdo” se os críticos atribuíssem a sua proposta dum “desarmamento geral e completo” à fraqueza militar, política e econômica de seu país. Não obstante, os que duvidavam dos motivos honestos da proposta do primeiro-ministro lembravam-se de que o verdadeiro objetivo da proposta de desarmamento de Litvinov, em 1927, foi revelado no ano seguinte pelo Congresso da Internacional Comunista. Ali foi proclamado que a proposta de desarmamento feita por Litvinov fora apresentada não porque os soviéticos acreditassem nela, mas apenas para obrigar os chamados capitalistas a se revelarem, pois forçosamente iam rejeitar tal proposta. Isto coloca agora sob suspeita todas as nações, capitalistas ou comunistas, nesta era de projéteis e do espaço: Acreditam realmente num desarmamento total?
OBSTÁCULOS INTRANSPONÍVEIS
10, 11. (a) Não importa em que as nações creiam, que obstáculo permanece ainda ao desarmamento? (b) Por que é para o nosso proveito não rejeitar este fato como pura imaginação?
10 Queremos nós, em ignorância de certos fatores determinantes, olhar para uma falsa esperança e ficar desapontados, sofrendo as conseqüências? Não! Encaremos então os fatos e decidamos o que é melhor fazer. Quer as nações, sob a tremenda tensão atual, creiam no desarmamento total, quer não, há certos obstáculos sobre-humanos a tal desarmamento. Um de tais obstáculos, que está além do domínio de todas as nações do mundo, é a potência invisível atrás de todas as nações dominando todas as nações. Qual é? O domínio invisível do principal inimigo da humanidade, o assassino de toda a humanidade, Satanás, o Diabo.
11 Não sejamos como as nações ímpias, rejeitando este fato como pura imaginação, como infantil demais para esta moderna era científica. O Deus universal dos céus não o rejeita como imaginação tradicional. Seu Filho do céu, Jesus Cristo, não desprezou isso como imaginação religiosa, há dezenove séculos. Tanto o Deus Todo-poderoso dos céus como seu Filho, Jesus Cristo, encaram-no como fato. Por isso avisam toda a humanidade sobre isso no livro de que foi tirada a citação inscrita na parede da Praça das Nações Unidas, a saber, da Bíblia Sagrada de santos escritos.b Quer sejamos cristãos ou judeus, quer não, ser avisado pelo Deus Todo-poderoso e seu Filho celestial significa estar prevenido.
12. Que não hesitaria em fazer agora o inimigo invisível da humanidade, e que razão temos para pensar assim?
12 O inimigo invisível que se tornou o homicida de toda a humanidade foi quem causou também a morte do Salvador de toda a humanidade, Jesus Cristo, há dezenove séculos. ele não hesitaria, portanto, em causar a destruição literal de toda a humanidade na guerra universal que há de assinalar os nossos próprios dias. Ele não quer que alguém da terra se salve para aquele grandioso tempo quando a morte cederá o lugar à vida eterna numa terra paradísica.
13. Como avisou Jesus que este era o dominador do mundo, e de que modo o identificou como sendo homicida mentiroso?
13 Nosso Salvador advertiu que Satanás, o Diabo, era o governante iníquo, invisível deste mundo. Na noite antes de Jesus ser morto fora da cidade de Jerusalém, ele disse aos onze fiéis seguidores seus-: “Já não falarei muito convosco, porque vem o dominador do mundo. Contudo, não tem nenhum poder sobre mim.” “O dominador deste mundo já está julgado.” (João 14:30; 16:11, NM) Numa ocasião anterior, Jesus dissera aos que ameaçavam a sua vida em Jerusalém: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão. Vós fazeis as obras de vosso pai. . . . Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8:39-44, ARA) Com estas palavras Jesus assinalou Satanás, o Diabo, como o homicida ou assassino, cuja mentira resultou na condição de morte para toda a humanidade.
14, 15. (a) Que mais foi induzido por, Satanás, e que passo inicial deu ele nesta direção? (b) Então, como se tornou ele realmente o homicida de toda a humanidade?
14 Satanás induziu também o primeiro homicídio violento na terra. De que modo? O homem iniciou a sua existência na terra há cerca de seis mil anos. Não precisou de armamento, nem mesmo contra os animais de todas as espécies que o cercaram no seu belo lar ao ar livre, o jardim do Éden. Deus, o Criador, dissera a este primeiro homem, Adão, que podia evitar a morte para sempre se obedecesse perfeitamente ao mandamento de seu Pai celestial, Deus. Todos os animais inferiores estavam reproduzindo a sua espécie de família. Assim, para que o primeiro homem, Adão, pudesse encher a terra com a raça humana, à imagem e semelhança de Deus, Deus criou a mulher e a deu a Adão como esposa. Eles levavam juntos uma vida pacífica, cultivando o seu lar paradísico e cuidando dele. Surgiu então um opositor e caluniador de seu divino Pai celestial, de modo invisível, para iniciar uma guerra contra Deus, o Criador, e subjugar a humanidade a si próprio. Para levar a humanidade cativa, ele chamou Deus de mentiroso e induziu a esposa de Adão, Eva, a crer nisso e a violar a lei de Deus com respeito ao jardim do Éden.
15 Por meio de Eva, Satanás exerceu então pressão sobre Adão, para que se tornasse rebelde contra Deus e lhe desobedecesse. Adão e Eva começaram a ter imediatamente dores de consciência e começaram a temer. Perderam a sua paz com Deus, e o invisível Satanás, o Diabo, foi a causa que levou a isso. Deus pôs então Adão e Eva em juízo, junto com Satanás, o Diabo. Deus sentenciou então o recém-surgido opositor e caluniador à destruição, que seria executada só muito mais tarde. Também os primeiros pais da humanidade foram condenados à morte, por Deus. Visto que foi Satanás, o Diabo, quem trouxe esta condenação sobre a humanidade, ele se tornou o primeiro homicida, o assassino de toda a humanidade. — Gên. 2:7-3:24.
16. Que predisse também Deus, ao mesmo tempo, quanto a Satanás?
16 Na mesma ocasião, o Senhor Deus predisse a guerra com Satanás, o Diabo, indicando quem libertaria a raça humana do domínio invisível de Satanás. Como se Satanás fosse apenas uma serpente no chão, Deus disse-lhe: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente. Ele te ferirá na cabeça e tu o ferirás no calcanhar.” (Gên. 3:15, NM) Segundo isso, a semente da “mulher” de Deus sofreria o que seria como ferimento no calcanhar, mas se restabeleceria e destruiria a Satanás, o Diabo, como se esmaga a cabeça duma serpente.
17. De que modo explica certo escritor bíblico que aquele que esmagará a Serpente é Jesus Cristo?
17 Identificando aquele que faria isso como sendo Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se tornou homem na terra por trinta e três anos e meio, o escritor bíblico diz: “Contemplamos Jesus, que tem sido feito um pouco menor do que os anjos, coroado de glória e de honra, por ter padecido a morte, para que pudesse, pela benignidade imerecida de Deus, provar a morte por todo homem. Por conseguinte, visto que os ‘filhos jovens’ são participantes de sangue e carne, ele participou também similarmente das mesmas coisas, para que, pela sua morte, pudesse destruir aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo, e emancipasse a todos aqueles que, com medo da morte, estavam sujeitos à escravidão durante toda a sua vida.” (Heb. 2:9, 14, 15, NM) Satanás, o Diabo, que hoje tem os meios de causar a morte à humanidade por meio duma guerra atômica, química e biológica, será assim destruído por alguém maior do que as Nações Unidas, a saber, pela Semente da mulher, Jesus Cristo.
18, 19. (a) Quem se tornou o primeiro homicida violento na terra, e por quê? (b) Filho de quem se mostrou assim, conforme explicado por João?
18 Nossos primeiros pais, Adão e Eva, por violarem a lei de Deus e se colocarem do lado de Satanás, o Diabo, foram expulsos do seu lar paradísico para a parte não cultivada da terra, para morrerem ali como pecadores condenados. O primeiro filho que lhes nasceu sob a condenação da morte chamava-se Caim. O filho seguinte foi chamado Abel. Caim cresceu, evidentemente pensando que ele, como primogênito, fosse a semente da mulher para esmagar a cabeça da grande Serpente. Ele tentou mostrar que era o filho prometido de Deus por realizar uma forma de adoração para com Deus. Mas Deus favoreceu a forma de adoração usada pelo jovem Abel. Deus disse a Caim que devia voltar-se para fazer o bem; que devia dominar o pecado. Mas Caim não obedeceu às instruções de Deus. Caim, em ódio ciumento, tratou Abel como se Abel fosse a semente da Serpente. Caim matou Abel, tornando-se assim o primeiro homicida violento na terra. (Gên. 4:1-12) Ao fazer isso, Caim mostrou que não era filho de Deus, mas, sim, filho do Diabo, pois o Diabo estava atrás dele. Com respeito a este fato escreveu João, discípulo de Jesus Cristo:
19 “Os filhos de Deus e os filhos do Diabo nisto são manifestos: . . . Pois a mensagem que tendes ouvido desde o principio é esta, que nos amemos uns aos outros. Não sejamos, pois, como Caim que era do Maligno e matou a seu irmão; e porque o matou? porque as suas obras eram más, e as de seu irmão justas.” — 1 João 3:10-12.
20. O espírito violento de quem foi expresso por Lamec, e o espírito de quem foi expresso por Noé, com que conseqüências para cada um?
20 Lamec, quinto descendente na linhagem do homicida Caim, expressou o mesmo espírito de violência de seu bisavô, dizendo às suas duas espôsas: “Matarei a um homem por me ferir, sim, a um jovem, por me dar uma pancada. Se Caim há de ser vingado sete vezes, então Lamec setenta vezes e sete.” (Gên. 4:17-24, NM) Não é de admirar-se que, com o tempo, a terra ficou “cheia de violência”. Por esta razão, Deus achou bom trazer um dilúvio global sobre aquela geração violenta e sem fé. Noé e sua família, que não eram descendentes de Caim, não tomaram parte naquela violência e em arruinar a terra. O registro bíblico diz: “Noé andou com Deus.” Este proceder pacífico foi recompensado. Noé e sua família foram avisados de antemão sobre o dilúvio desastroso e foi-lhes dito como podiam sobreviver. Toda a descendência do homicida Caim foi eliminada. (Gên. 6:9 a 9:2) No entanto, hoje em dia há um grande número de homens que têm o espírito de Caim. É por isso que a terra está agora cheia de violência.
NEMROD, O PODEROSO CAÇADOR
21. Quem foi suscitado como ‘filho do Diabo’ pouco depois do Dilúvio? Por que chegou a Assíria a ser conhecida como a terra dele?
21 Depois do grande dilúvio, Satanás, o Diabo, não demorou muito em suscitar outro ‘filho do Diabo’, na pessoa de Nemrod, rei de Babel ou Babilônia. Nemrod recorreu a armas, não apenas contra os animais selvagens, mas também contra os homens. Não é sem razão que os caçadores hoje em dia estão sendo chamados de nemrodes. O primeiro Nemrod foi bisneto de Noé. O registro bíblico diz a respeito deste Nemrod ambicioso e agressivo: “Ele deu início a tornar-se poderoso na terra. Ele mostrou-se poderoso caçador em oposição a Jeová [Deus]. É por isso que há um dito: ‘Igual a Nemrod, poderoso caçador em oposição a Jeová.’ E o princípio do seu reino veio a ser Babel, e Erec, e Acad, e Calné, na terra de Senaar. Saiu daquela terra para a Assíria e pôs-se a construir Nínive.” (Gên. 10:8-11, NM) A terra da Assíria veio a ser conhecida como “a terra de Nimrod”. Tratava-se duma nação muito guerreira que veio a ser a segunda potência mundial na história bíblica, eliminando o Egito do seu lugar de predomínio. (Miq. 5:5, 6) A Assíria ameaçou até a santa cidade de Jerusalém nos dias do fiel Rei Ezequias e do profeta Isaías. Por esta razão, a potência mundial assíria sofreu milagrosamente um desastre militar das mãos de Jeová, Deus de Ezequias e Isaías. — Isa. 36:1 a 37:38.
22. A quem copiaram até agora as nações mundanas? Por quem têm sido dominadas conforme mostra o seu proceder?
22 Até o ano presente, as nações, e especialmente as potências mundiais que seguiram na sucessão desde a Assíria, têm copiado o exemplo de Nemrod. Recorreram ao poderio militar; acumularam armamentos. Isto prova que foram influenciados e dominados por aquele invisível a quem Jesus Cristo chamou de “dominador do mundo”. Quando Jesus, o Filho de Deus, estava aqui na terra, há dezenove séculos, ofereceu-se-lhe a oportunidade de assumir o domínio sobre a sexta potência mundial da história bíblica, o Império Romano, militarista, bem como de todas as outras nações e reinos deste mundo.
23. Como se ofereceu a Jesus a oportunidade de assumir o domínio do mundo, mas que escolha fez ele?
23 Quem ofereceu a Jesus esta oportunidade do domínio mundial? O invisível “dominador do mundo”, Satanás, o Diabo, durante a tentação de Jesus no deserto, antes de Jesus iniciar a sua obra de pregação e de cura. Depois de Satanás lhe mostrar “num momento todos os reinos da terra habitada”, ele disse a Jesus: “Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória deles, porque me foi entregue e a dou a quem eu quero. Se tu, pois, praticares um ato de adoração perante mim, tudo será teu.” Jesus não negou que Satanás pudesse dar-lhe tal autoridade e glória mundanas, mas ele ordenou que Satanás se afastasse porque escolheu continuar e adorar e servir a Jeová Deus. (Luc. 4:5-8, NM) Jesus negou-se a se associar com qualquer das potências mundiais de Satanás.
24, 25. (a) Como se declarou definidamente até o fim do primeiro século que Satanás ainda dominava sobre as nações? (b) Em prova disso, que declaração se faz na descrição da guerra no céu e do seu resultado?
24 Desde os dias em que Jesus esteve na terra até agora, Satanás, o Diabo, não cessou de ser a potência invisível atrás das nações mundanas, cegando-as. Mais de vinte anos depois da tentação de Jesus, Paulo, o apóstolo cristão, escreveu: “Se, agora, as boas novas que declaramos estão de fato veladas, estão veladas entre os que perecem, entre os quais o deus deste sistema de coisas tem cegado as mentes dos descrentes, para que a iluminação das gloriosas boas novas acerca do Cristo, que é a imagem de Deus, não possa penetrar.” (2 Cor. 4:3, 4, NM) Muito mais tarde, ou perto do fim do primeiro século, por volta de 96 E. C., João disse que Satanás, o Diabo, ainda dominava sobre as nações: “Aquele que é nascido de Deus o guarda, e o iníquo não lhe toca. Sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” (1 João 5:18, 19, NM) Aproximadamente ao mesmo tempo João teve também uma visão profética de nosso século vinte, em que se travaria uma batalha no céu entre o “deus deste sistema de coisas” e a prometida Semente da mulher de Deus. Descrevendo esta batalha no século vinte e o seu resultado, João escreveu:
25 “Assim foi precipitado o grande dragão, a serpente original, aquele que se chama Diabo e Satanás, que engana a inteira terra habitada; foi precipitado na terra, e seus anjos foram precipitados com ele. E ouvi uma grande voz do céu dizer: ‘Agora se realizaram a salvação, e o poder, e o reino de nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, porque foi lançado para baixo o acusador de nossos irmãos, . . . Ai da terra e do mar, porque o Diabo desceu a vós, tendo grande ira, sabendo que lhe resta um curto período de tempo.” — Apo. 12:7-12, NM.
26. Que se apresenta, portanto, como obstáculo sobre-humano ao desarmamento completo das nações?
26 Temos tido ais na terra e no mar, desde que findou a Primeira Guerra Mundial em 1918? Temos informação bíblica para saber quem é responsável por isso. Desde que o enfurecido dominador do mundo sabe que tem apenas um curto período de tempo antes que seu Vencedor o fira na cabeça, temos agora razões para crer que ele permita que haja um desarmamento universal para a salvação, paz e prosperidade dos homens? Não; nem mesmo se as nações tentarem dar ouvidos à convocação dum estadista norte-americano para um “esforço incessante para se alcançar o desarmamento universal”. (Times de Nova Iorque, 23 de setembro de 1959) Nenhuma Comissão de Desarmamento das Nações Unidas poderá remover este obstáculo sobre-humano ao desarmamento geral e completamente controlado das nações, a saber, Satanás, o Diabo.
FALTA A MOTIVAÇÃO CORRETA
27. Que outro obstáculo há, e como expressou o Secretário de Estado norte-americano o seu temor da falta da coisa necessária?
27 Outro obstáculo ao bom êxito dos esforços internacionais em prol do desarmamento total é a motivação errada que impele as nações. Sua motivação é o temor egoísta, não o amor da justiça. Elas não têm a correta apreciação moral. O temor de que houvesse falta da orientação moral correta foi expresso pelo Secretário de Estado norte-americano, num discurso proferido durante um banquete, quatro dias depois do discurso do primeiro-ministro soviético sobre o desarmamento perante a Assembléia Geral da ONU. Ele disse: “Este assunto do controle exigirá um estudo bem cuidadoso. O segundo assunto que vai exigir um estudo bem cuidadoso, um que não foi absolutamente mencionado no seu discurso, é o seguinte: presumindo-se que se possa alcançar em todas as nações do mundo a condição indicada por ele, a saber, a de haver apenas níveis de forças e de armamentos tais como são necessários para a segurança interna. Então que força, se é que existe, além da força moral, haverá para manter a paz entre as nações que insistem em guerrear entre si, mesmo com facas?” — Times de Nova Iorque, 23 de setembro de 1959.
28. Que falta de apreciação moral é demonstrada até pela cristandade, e a que processo recorreu ela para induzir á violação do sexto mandamento?
28 Tem de haver uma “força moral” apoiada pelo reconhecimento de ser erro e pecado matar e assassinar o próximo. Somente esta força moral teria bastante vigor para manter a paz mesmo entre nações que renunciaram às armas atômicas, químicas e biológicas, e a outras armas costumeiras, exceto facas. Nenhuma nação, nem mesmo as da cristandade, tem esta apreciação moral em harmonia com a lei de Deus, o Criador. Nem mesmo as nações da cristandade vivem de acordo como sexto dos Dez Mandamentos dados por Deus: “Não mataras”; ou “Não assassinarás.” (Êxo. 20:13; NM) Até mesmo a cristandade tem usado o processo descrito no número de 21 de setembro de 1959 do semanário I. F. Stone’s Weekly de Washington (D. C.): “O homem, apesar de todo o seu amor, à guerra, reluta em matar o seu irmão. Antes de cada guerra é necessário imaginar o inimigo como inumano. O inimigo precisa ser imaginado tanto sub-humano, para que não seja pecado matá-lo, como sobre-humano, para que matá-lo seja pura auto-preservação.” — Página 4, § 2.
29. O que indica isso, segundo Paulo, em Romanos, capítulo treze?
29 O que indica isso? Paulo, o apóstolo cristão, diz que indica falta de amor ao próximo e falta de amor ao Dador dos Dez Mandamentos. As seguintes são as palavras de Paulo: “Aquele que ama ao seu próximo, tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e se algum outro mandamento ha, nestas palavras se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal algum ao próximo; o amor é, pois, o cumprimento da lei.” — Rom. 13:8-10.
30. Por que é errado o motivo das nações de se refrearem duma terceira guerra mundial?
30 Hoje em dia, as nações refreiam-se duma terceira guerra mundial, não por amor a Deus e ao próximo, nem por temor do Dador dos Dez Mandamentos, mas pela ameaça das horríveis armas de destruição de cada uma. Temem as terríveis conseqüências duma guerra atômica mundial. A presente paz mundial, tal como existe, é uma paz do medo, não uma paz devida à apreciação moral da justeza da lei de Deus sobre a destruição da vida humana. Por isso está errada a motivação que propõe o desarmamento geral e completo das nações. O motivo não é o amor a Deus, quer da parte das nações religiosas da cristandade, quer da parte das nações ateístas do comunismo. O motivo não é o desejo sincero de guardar os mandamentos do grande Dador da vida, mas é o medo atormentador das possibilidades catastróficas duma guerra na era do espaço. Este medo foi também revelado no discurso do primeiro ministro soviético, ateu, quando fez a sua proposta do desarmamento geral e completo.
31. Que descrença da sua parte é também bastante provável hoje em dia, e o que se apresenta assim como impedimento ao verdadeiro desarmamento?
31 Além disso, é bastante provável, assim como admitiu o Congresso da Internacional Comunista em 1928, que nenhuma das nações atuais, quer capitalista quer comunista, creia realmente no desarmamento universal. Não acham que seja viável, possível e prático. Não confiam uma na outra em tal coisa compreensível como esta. Por isso argumentam com suspeita a favor dum sistema de controle e inspeção. Ainda admitem guerras pequenas em regiões limitadas da terra. Conseqüentemente, a falta duma correta motivação essencial apresenta-se como impedimento ao verdadeiro desarmamento.
32. (a) O que enfrentariam ainda as nações mesmo que se desarmassem ao ponto de poder clamar: “Paz e segurança”? (b) O que precisam fazer as nações, mas que oração terá de se cumprir neles?
32 Suponhamos, porém, que as nações, em vista da urgência dos tempos, reduzissem realmente os seus armamentos a apenas uma força policial doméstica, necessária para manter a segurança interna, ou que adotassem uma força policial internacional, para que as nações pudessem clamar: “Paz e segurança!” O que aconteceria então? Não ficariam com isso a salvo do desastre mais terrível em toda a história humana. Por que não? Porque as nações não se teriam desarmado no sentido mais vital! Por esta razão continuarão a enfrentar o pior desastre de todos — não uma guerra atômica mundial, mas a guerra universal do Deus Todo-poderoso dos céus. O que as nações precisam estudar seriamente e empreender é o desarmamento total para com Deus, a quem elas têm desconsiderado e cujos propósitos revelados e declarados têm tratado com desprezo, sob a influência cegante do governante invisível do mundo, Satanás, o Diabo. Por causa disso será respondida com certeza a oração profética do salmista inspirado: “Cobre-lhes o rosto de confusão, de sorte que busquem o teu nome, ó Jehovah. Sejam envergonhados e conturbados para sempre. Sejam confundidos e pereçam, para que saibam que só tu, cujo nome é Jehovah, és o Altíssimo sobre toda a terra.” — Sal. 83:16-18; também Almeida.
33. O que devem as nações cessar de fazer, e isto em harmonia com o conselho jurídico de Gamaliel?
33 Além de cessarem de lutar entre si, as nações deviam também cessar de lutar contra Jeová Deus e seu reino celestial, que está sendo pregado em toda a terra habitada, pelas suas hodiernas testemunhas. Esta pregação se dá em cumprimento da profecia de Jesus sobre o “tempo do fim” deste velho mundo: “Será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mat. 24:14) As nações precisam por isso seguir o conselho jurídico dum juiz de supremo tribunal, o fariseu judaico Gamaliel, que disse aos judeus que se opunham aos apóstolos de Jesus Cristo e os perseguiam: “Agora vos digo: Não vos metais com esses homens, mas deixai-os; porque se este conselho ou esta obra for de homens, se desfará; mas se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não sejais, porventura, achados até pelejando contra Deus.” — Atos 5:38, 39.
34. O que não permitirá Satanás que as nações façam? Portanto, o que lhes sobrevirá?
34 Contudo, as profecias bíblicas nos avisam que o deus iníquo deste mundo, Satanás, o Diabo, nunca deixará as suas nações na terra adotar o desarmamento e as relações pacíficas para com Jeová Deus. Por isso é certo que virá calamidade sobre este mundo violento, assim como nos dias de Noé.
O VERDADEIRO INSTRUMENTO PARA O DESARMAMENTO REAL
35. Por que estão os esforços humanos condenados ao fracasso, mas que informação alegre dissipa o desespero?
35 Os obstáculos mais sérios ao desarmamento total são humanamente irremovíveis. Todos os esforços internacionais, com ou sem as Nações Unidas, estão, portanto, condenados ao fracasso. Felizmente, porém, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, não nos deixa sem esperança. Esclarece-nos, alegra-nos e orienta-nos com a seguinte informação fidedigna: O desarmamento universal, seguido por um novo mundo de justiça, sem guerra, virá por meio do reino dos céus, o reino do Deus dos céus.
36. A quem pertence o reino dos céus, segundo Jesus, e como revelaram ele e seus discípulos as obras dele?
36 Seu Filho, Jesus Cristo, disse no seu Sermão do Monte, há dezenove séculos: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” (Mat. 5:3, 9, 10) Depois de Jesus ter rejeitado a oferta de Satanás quanto aos reinos do mundo e da sua glória, então, citando-se a Bíblia, “andava Jesus por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.” Ele enviou também os seus doze apóstolos a pregar, dizendo-lhes: “Pondo-vos a caminho, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai os enfermos, resuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mat. 4:23; 10:7, 8) Jesus e seus discípulos demonstraram a obra do reino dos céus.
37. Por que era o antigo Israel uma nação armada? Mas, por que não tem a cristandade á ajuda que o antigo Israel teve?
37 É verdade que Jesus e seus apóstolos pertenciam à nação judaica que usara forças militares nos tempos antigos. Mas, então foi Jeová Deus quem usou a sua nação escolhida de Israel como suas forças executoras para destruir os seus inimigos terrestres. Por esta razão diz o registro bíblico: “Jehovah, Deus de Israel, pelejou por Israel.” (Jos. 10:14, 42; 23:3; 2 Crô. 20:29) Mas, desde os dias de Jesus na terra, Jeová Deus nunca mais lutou pelo Israel terrestre. Nem lutou Jeová Deus pela cristandade, e ele não está lutando hoje pela cristandade contra o ímpio comunismo. Por que não? Porque a cristandade não é a organização visível de Jeová Deus, embora assuma o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e afirme estar no novo pacto com Jeová Deus. Os fatos mostram que ela está em pacto com as Nações Unidas, que ainda debatem a questão premente do desarmamento geral e completo. Embora a cristandade tenha ajudado a estabelecer a República de Israel, ela mesma não pertence ao Israel espiritual de Deus. — Gál. 6:16.
38. De que nação se tornou Jesus Cristo o Chefe, e como praticou ele o que ensinou no Sermão do Monte?
38 Jesus Cristo, ao morrer e ser enterrado, deixou de ser judeu ou israelita segundo a carne. No terceiro dia da sua morte, Jeová Deus o ressuscitou para a vida imortal nos céus. Jesus Cristo tornou-se então o Chefe e Líder dó Israel espiritual. A cristandade nunca praticou o desarmamento, mas Jesus Cristo desarmou o Israel espiritual composto apenas de seus verdadeiros seguidores. Na ocasião em que foi traído aos seus inimigos, seu apóstolo Pedro puxou da espada e decepou a orelha dum judeu; mas Jesus mandou que Pedro embainhasse a espada e curou a orelha do homem. (Mat. 26:51-56; João 18:10, 11) Jesus praticou os princípios que ensinara aos seus apóstolos no seu Sermão do Monte. — Mat. 5:9, 21-48; Luc. 6:27-36.
39. Que conselho escrito sobre o assunto deu Pedro posteriormente?
39 Depois disso, Pedro nunca mais pegou numa espada. Em vez disso, Pedro escreveu dizendo que Jesus sofreu injustamente, dando aos seus seguidores um exemplo a seguir quando sofressem injustamente. Pedro acrescentou, por isso: “Nenhum de vós, porém, padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios alheios; mas se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome.” — 1 Ped. 2:21-25; 4:15, 16.
40. (a) Que disse Paulo sobre a guerra travada por ele e Timóteo? (b) Como descreveu ele a guerra aos cristãos efésios, e que armadura é necessária para ela?
40 Saulo de Tarso, fariseu judeu, tinha tomado parte em matar cristãos. Mas depois que foi corrigido e se tornou o apóstolo Paulo, ele cessou de matar. Ele disse ao jovem Timóteo: “Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus.” (2 Tim. 2:3) Como bons soldados de Jesus Cristo, Paulo e Timóteo disseram aos cristãos santos em Corinto: “Pois, vivendo na carne, não militamos segundo a carne (porque as armas da nossa milícia [do nosso combate, Ne] não são carnais, mas poderosas em Deus para demolição de fortalezas), derrubando raciocínios e toda a altura que se levanta contra a ciência de Deus, e levando a cativeiro todo o pensamento para a obediência a Cristo.” (2 Cor. 1:1; 10:3-5) Aos cristãos em Éfeso, Paulo descreveu a espécie de guerra que haviam de travar e as armas para tal guerra, dizendo: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do Diabo; pois não temos que lutar contra carne e sangue, mas contra principados, contra os poderes, contra os governadores do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes. Portanto tomai toda a armadura de Deus.” De que consiste a armadura? Do cinto da verdade, da “couraça da justiça”, dos calçados da “preparação do Evangelho da paz”, do “escudo da fé”, do “capacete da salvação, e a espada do espírito, que é a palavra de Deus, com toda a oração”. (Efé. 6:11-18) Com tais armas espirituais podiam lutar contra o deus falso deste mundo e seus demônios sobre-humanos.
41. Em que funções eclesiásticas atuais não serviram Pedro e Paulo? Que arma usaram?
41 Em harmonia com isto, os apóstolos Pedro e Paulo nunca serviram como capelães nas forças armadas deste mundo. Nunca benzeram nem aspergiram com “água benta” as armas ou as forças armadas deste mundo. Pedro e Paulo usaram a Palavra escrita de Deus, que é “mais cortante que qualquer espada de dois gumes”. (Heb. 4:12) Eles são os nossos bons exemplos.
GOG DE MAGOG CONTRA O DESARMAMENTO
42. A quem imitam hoje os verdadeiros cristãos, e como virá, então, o desarmamento universal?
42 Deveras, os cristãos obedientes cumprem hoje a ordem de Jesus em Mateus 24:14 e pregam as boas novas do reino de Deus em testemunho a todas as nações. Imitam a Pedro e Paulo e lutam apenas com armas espirituais. Como virá, então, o desarmamento universal pelo reino dos céus, que é o reino de Deus? Virá, não pela conversão dos governos nacionais ao ponto de imitarem Pedro e Paulo, mas quando esse reino travar a guerra universal, a guerra contra Gog de Magog, predita na profecia do profeta de Jeová, Ezequiel, capítulos trinta e oito e trinta e nove. Segundo esta profecia, Gog de Magog é contra o desarmamento das nações do mundo e as chefiará na sua luta final contra Jeová Deus e seu reino estabelecido. A Encyclopædia Britannica (11.a edição, de 1910-1911, Tomo 12, página 190) diz a respeito de Gog: “Um nome hebraico encontrado em Ezequiel 38-39, e em Apocalipse 20, indicando um poder antiteocrático que se há de manifestar no mundo imediatamente antes da dispensação final. . . . Magog é talvez a forma contrata de Mat-gog, mat sendo a palavra assíria comum para ‘terra’.”
43. Quem é Gog de Magog, segundo foi provado por investigações recentes? Como traz ele uma aflição final sobre a terra e o mar?
43 No entanto, recentes investigações bíblicas provaram que Gog de Magog é um símbolo profético do deus falso deste mundo, Satanás, o Diabo, quando ele faz o seu ataque final contra as testemunhas cristãs do reino dos céus, de Deus. Este simbólico Gog de Magog tem sido agora lançado fora do céu, desde o nascimento do reino de Deus ali,c e traz agora ais sobre a terra e o mar. A aflição final que ele traz sobre as nações vem por ele as chefiar num ataque total contra o reino dos céus, o reino de Deus por Cristo, rejeitado continuamente pelas nações desde 1914 E. C. Fizeram isso com o furor de duas guerras mundiais e a perseguição dos cristãos que obedeceram à ordem de Jesus, de pregar as boas novas do reino em testemunho a todas as nações, tanto comunistas como não-comunistas. (Apo. 11:15-18) Estas testemunhas do Reino são lògicamente os contra quem é lançado o ataque dos adoradores das armas carnais ou do militarismo. A profecia de Daniel a respeito do mesmo tempo mostra que os simbólicos rei do norte e rei do sul se destacarão neste ataque. — Dan. 11:36 a 12:1.
44. Quem assumiu o papel de rei do norte e de rei do sul?
44 Recentes investigações bíblicas, à luz da história do século vinte, têm mostrado que a dupla potência mundial anglo-americana está ocupando o lugar do simbólico “rei do sul”, ao passo que, desde a queda do líder nazista, Adolfo Hitler, e suas Potências do Eixo, em 1945, a potência política comunista russa está ocupando o lugar do “rei do norte”. Os dois rivais políticos, econômicos e militares, o rei do norte e o rei do sul, podem travar entre si uma guerra fria, durante uma coexistência pacífica, mas eles estão unidos debaixo de Gog de Magog contra o reino dominante dos céus, o reino de Deus.
45. Em vista de Daniel 11:37-39, por que não pode significar um desarmamento total a proposta de desarmamento feita pelo rei do norte?
45 A respeito do militarismo e do programa armamentista do simbólico “rei do norte”, Daniel 11:37-39 diz profèticamente: “Sobre tudo se engrandecerá. Mas no seu lugar honrará ao deus de fortalezas; e a um deus que seus pais não conheceram, ele o honrará com ouro, e prata, e pedras preciosas, e cousas agradáveis. Com o auxílio dum deus estranho tratará das mais poderosas fortalezas.” Em vista desta descrição do hodierno “rei do norte”, sua proposta dum desarmamento geral e completo de todas as nações nunca poderia significar o desarmamento total diante de Jeová Deus, Jesus Cristo e o Israel espiritual. Por isso ele se junta ao ataque de Gog.
46. Contra que povo e que terra se dirigirá o ataque de Gog, segundo diz Ezequiel?
46 A profecia de Ezequiel revela que este ataque sob a chefia de Gog de Magog .será um ataque internacional unido contra o povo restaurado de Jeová Deus. Por isso diz Jeová a Gog de Magog, por meio de seu profeta Ezequiel: “Nos últimos anos virás á terra que foi retirada da espada, e que foi congregada dentre muitos povos sobre os montes de Israel, . . . subirás contra o meu povo de Israel, como uma nuvem para cobrir a terra. Nos últimos dias te trarei contra a minha terra, para que me conheçam as nações, quando eu for santificado em ti, ó Gog, diante dos seus olhos. Naquele dia quando Gog vier contra a terra de Israel, diz o Senhor Jehovah, a minha indignação subirá ás minhas narinas.” (Eze. 38:8, 16, 18; 39:1, 2) Refere-se isso, então, aos judeus ou israelitas que voltaram à Palestina e estabeleceram a República de Israel? Absolutamente não! Por que não?
47, 48. Por que não se refere Ezequiel aos judeus ou israelitas que estabeleceram a República de Israel para si mesmos?
47 Porque o povo da República de Israel não é o Israel espiritual, do qual o Filho de Deus, Jesus Cristo, é o Chefe e Rei. A República de Israel é membro das Nações Unidas que não reconhece o reino dos céus. Além disso, a descrição que Jeová Deus fez de seu povo “nos últimos anos”, por meio de Ezequiel, não se ajusta à República de Israel. A descrição de Deus diz: “Ella foi tirada dentre os povos, e os seus moradores estarão todos seguros.” Este fato leva Gog a dizer: “Subirei á terra de aldeias sem muros; irei contra os que estão em repouso, que habitam seguros, habitando. todos sem terem muros, e não tendo nem ferrolhos nem portas.” (Eze. 38:8, 11) Tal descrição dum povo pacífico, desarmado, que confia em Jeová, não se harmoniza com a república militarista de Israel, desde 1948 até o dia de hoje: Todos os historiadores sabem que a República de Israel lutou com armas militares modernas para se estabelecer e manter; que os seus soldados ocuparam a península de Sinai, durante a crise do Canal de Suez, de 1956, e que até o dia de hoje mantém uma vigilância fortemente armada contra os seus inimigos vizinhos e entrou até em contrato com a Alemanha Ocidental para vender munições de guerra fabricadas em Israel.
48 Igual à cristandade, a República de Israel tampouco se acha no novo pacto prometido por Jeová Deus e validado pelo sangue sacrificial de Jesus Cristo. Israel está no pacto das Nações Unidas que recorrem à força policial militar. — Jer. 31:31-34; Mat. 26:26-29; Luc. 22:14-20; Heb. 8:6-13; 13:20.
A LIBERTAÇÃO DO ISRAEL ESPIRITUAL DESARMADO
49. A quem, então, se aplica a profecia sobre o ataque de Gog? Concordemente, o que é a atacada “terra de Israel”?
49 Um exame das organizações religiosas de toda a terra revela que aqueles a quem se aplica a profecia do ataque de Gog são os cristãos plenamente dedicados e batizados que são israelitas espirituais, levando o santo nome de Deus como testemunhas de Jeová. Assim como Jesus Cristo predisse a respeito do “tempo do fim” deste velho mundo, estas testemunhas de Jeová estão sendo odiadas em todas as nações e sofrem ali perseguição, mesmo nas nações religiosas da cristandade. Concordemente, aquilo que a profecia de Jeová chama de “montes de Israel”, “terra de Israel”, não é a região pequena do Oriente Médio que é ocupada pela República de Israel. É a atual situação teocrática ocupada pelas testemunhas de Jeová na terra. Para esta situação foram ajuntadas dentre todas as nações, línguas, cores e culturas. Adoram ali a Jeová segundo o seu novo pacto e servem como súditos e testemunhas do reino dos céus, o reino de Deus por Cristo.
50. Em quem confia este povo para a sua proteção, e como se tornaram agora um exemplo prático do desarmamento total?
50 Apesar de viverem odiadas no meio dum mundo hostil, estas testemunhas de Jeová se desarmaram literalmente e confiam em seu Deus Jeová para dar-lhes proteção. Não esperaram pela organização internacional, as Nações Unidas, para cumprir as palavras inscritas na parede de sua Praça na cidade de Nova Iorque, citadas de Isaías, o profeta de Jeová, capítulo dois, versículo quatro: “E forjarão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” Desde a Primeira Guerra Mundial, as testemunhas de Jeová têm praticado entre si estas palavras do profeta de Jeová. Viram que o cumprimento destas palavras inspiradas se aplica a elas, não depois do ataque internacional lançado contra elas sob a chefia de Gog de Magog, mas agora, desde o estabelecimento do reino dos céus em 1914, sim, agora, neste “tempo do fim” deste mundo, quando as nações dele estão armadas da maneira mais moderna. Por isso, em 1958, na assembléia internacional na cidade de Nova Iorque e em assembléias gerais em outras noventa cidades fora dós Estados Unidos, centenas de milhares de testemunhas de Jeová adotaram publicamente uma Resolução, comprometendo-se perante Deus e os homens a agir de acordo com a profecia de Isaías, mencionada acima. Além disso, distribuíram mais de setenta e dois milhões de exemplares impressos desta Resolução em cinqüenta e três idiomas, em todo o mundo. Elas são um exemplo prático de desarmamento total agora!
51. Debaixo deste ataque, de quem esperam que lute pelo Israel espiritual, e como realizará então o reino dos céus o desarmamento universal?
51 As testemunhas de Jeová estão agora alertas e aguardam o ataque de Gog de Magog com suas forças demoníacas e humanas. Esperam que Jeová Deus e Jesus Cristo lutem pelo Israel espiritual. “Chamarei a espada contra [Gog] para que venha sobre todos os meus montes, diz o Senhor Jehovah; a espada de cada um se voltará contra o seu irmão. Contenderei com ele pela peste e pelo sangue; farei chover sobre ele, sobre as suas tropas e sobre os muitos povos que estão com ele, uma chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre. Eu me engrandecerei, e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou Jehovah.” “Tirarei o teu arco da tua mão esquerda, e farei cair as tuas frechas da tua mão direita. . . . Darei ali a Gogue um lugar de sepultura em Israel.” (Eze. 38:21-23; 39:3, 11, Al) O reino dos céus efetuará assim o desarmamento universal para a glória de Jeová.
52. Que palavras de Jesus a Pedro se cumprirão então? Portanto, quem sobreviverá?
52 Naquela guerra universal cumprirse-ão as palavras de Jesus ao apóstolo Pedro: “Todos os que tomam a espada, morrerão á espada.” (Mat. 26:52) Mas, os que agem segundo as palavras de Isaías 2:4, e que serão atacados por Gog de Magog, sobreviverão à guerra universal, assim como Noé e sua família sobreviveu ao dilúvio global.
53. O que farão os sobreviventes com os restos das armas militares? O que indica a duração do tempo em que se ocupam assim?
53 Tudo o que sobrar dos atuais armamentos militares será destruído por estes israelitas espirituais que Jeová Deus preserva através da guerra universal. Ele diz a respeito das atividades do após-guerra, na terra: “Os habitantes das cidades de Israel [o Israel espiritual que sobrevive] sairão, e totalmente queimarão as armas, e os escudos e as rodelas, com os arcos, e com as frechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e farão fogo com tudo isso por sete anos. E não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram, e despojarão aos que os despojaram, diz o Senhor JEOVÁ.” (Eze. 39:3, 9, 10, Al) Segundo o tempo necessário para queimar todas as armas, deve ser terrivelmente grande a quantidade de armas militares das nações chefiadas por Gog de Magog. Mas as suas armas de nada valerão contra o Deus Todo-poderoso, Jeová dos exércitos; e seu Cristo.
54. Por que não ressoará mais na terra uma guerra internacional? Por que cessará até o medo de animais ferozes?
54 Que regozijo haverá então com a vitória de Jeová dos exércitos sobre o poderio armado deste velho mundo! Nunca mais ouvirá esta bela terra o trovejar duma guerra internacional daqueles que violam os Seus Dez Mandamentos. O novo mundo de Jeová começará apenas com aqueles habitantes da terra que já tiverem empreendido o desarmamento total, em temor a Jeová e em imitação de Jesus Cristo. A necessidade de temer as nações brutais será coisa do passado. Até mesmo o medo de ser ferido por feras literais terá desaparecido, pois Jeová Deus diz, por meio do seu profeta Isaías, a respeito do domínio terrestre do reino dos céus: “Não farão dano nem destruirão em todo o meu santo monte, porque a terra será cheia do conhecimento de Jehovah, assim como as águas cobrem o mar.” (Isa. 11:6-11) Não haverá mais nemrodes na terra.
55. Que influência em prol do armamento perderá a sua posição de deus, e qual será o motivo que induzirá a humanidade ao desarmamento perpétuo?
55 Nem mais será Satanás, o Diabo, aquela Serpente e Dragão simbólicos, o deus falso que domina sobre esta terra, invisivelmente, promovendo os armamentos. A humanidade obediente andará no temor do único Deus verdadeiro e vivo, Jeová. Seu Filho Jesus Cristo será o seu Rei celestial, a Semente da mulher de Deus, que esmaga a cabeça da Serpente. O amor a Deus e o amor ao próximo serão a motivação sincera que induzirá a todos os que hão de ganhar a vida eterna na terra, sob o reino dos céus, a se apegarem ao desarmamento universal, vivendo juntos em paz, num paraíso terrestre que dura eternamente.
[Nota(s) de rodapé]
a Citado da Versão Rei Jaime ou Versão Autorizada da Bíblia Sagrada em inglês, da profecia de Isaías, capítulo dois, versículo quatro.
b Veja-se a página 228, parágrafo 2 e sua nota marginal.
c Veja-se a página 234, parágrafos 24, 25.