De Que Deus é Testemunha?
“‘Portanto, vós sois as minhas testemunhas’, é o proferimento de Jeová, ‘e eu sou Deus’.” — Isa. 43:12.
1. (a) Que deve poder fazer um Deus real? (b) Que atitude tem o ateu para com Deus, conforme evidenciado por certo despacho da “Associated Press”?
QUALQUER Deus que fôr um Deus real deve mostrar provas de que é Deus. Deve ter, pelo menos, duas ou três testemunhas de que é Deus, ou mesmo o único Deus que há. Hoje em dia, o ateu se retrai à própria sugestão de que há deus, e exclama com orgulho: “Sou testemunha de que não há deus algum!” Um despacho da “Associated Press” de Seattle, de 6 de maio do ano passado, dizia: “O Major Gherman S. Titov, astronauta soviético, proclamou hoje sua descrença em Deus. Disse que não viu ‘nem Deus nem anjos’, durante suas dezessete órbitas ao redor da terra. ‘Até nossa primeira viagem orbital, feita por Yuri Gagarin, Deus algum nos ajudou a construir nosso foguete’, disse êle. ‘O foguete foi feito pelo nosso povo. Não creio em Deus. Creio no homem, em sua fôrça, em suas possibilidades e em seu raciocínio.’ O Major Titov expôs sua fé materialista depois que êle e a espôsa gastaram quase duas horas visitando a exposição científica dos Estados Unidos, na Feira Mundial de Seattle.” — Times de Nova Iorque, de 7 de maio de 1962.
2, 3. (a) O que pode ser dito da crença em Deus na antiguidade? (b) O que se nos diz dos deuses, na filosofia hindu?
2 O ateu hodierno, quer seja comunista, quer seja de outra fé política, pensa que é antiquado crer num deus invisível, nesta era moderna, nuclear e espacial. Na antiguidade, crer em um só Deus, ou em muitos deuses, fazia parte da vida cotidiana do povo em geral. Talvez houvesse até mesmo uma troca de deuses. Diz um escritor bastante lido, do sétimo século antes de nossa Era Comum: “Troca uma nação seus deuses? (E entretanto êsses aí não são deuses).” “Onde estão os deuses que havias feito? Que surjam, se podem salvar-te no dia da desgraça. Pois que tens tantos deuses como cidades, ó Judá.” (Jer. 2:11, 28, Maredsous) Mais tarde, no primeiro século de nossa Era Comum, houve um romano proeminente, chamado Petrônio Arbiter, que era um dos favoritos do Imperador Nero e autoridade absoluta em questões de gôsto, em relação à ciência da vida luxuosa. Em sua obra, intitulada “Sátiras”, capítulo 17, Petrônio se refere à religião estatal romana e diz: “Nosso país é tão povoado de divindades que se pode achar um deus mais fàcilmente do que um homem.” Naturalmente, o imperador romano era tratado como divindade.
3 Foi com correção que outro escritor, do mesmo primeiro século, e que é muito lido hoje em dia, disse que havia: “Os que se chamem ‘deuses’, quer no céu quer na terra, assim como há, muitos ‘deuses’ e muitos ‘senhores’.” (1 Cor. 8:5) Desde o tempo desse escritor, os deuses dos povos têm aumentado em número. Diz The Encyclopedia Americana, Volume 14 (edição de 1929), página 196b, sôbre o desenvolvimento da filosofia hindu, na Índia:
O resultado foi a criação de um inteiro panteão de deuses. Deixou-se que a imaginação se tornasse fértil e desempenhasse um papel tumultuoso. Deuses e deusas, com fartura, povoaram o firmamento, embora apenas um punhado dêles fossem deificados, no sentido de se tornarem objetos de adoração. Novos mundos foram criados, e Indra se tornou dominadora de 330.000.000 de divinidades. A trindade do hinduísmo veio a ser de Brama, o criador, Vixenu, o preservador, e Siva, o destruidor.
De acordo com The Americana Annual, de 1963, página 321, a Índia atual tem a população de 439.235.082 pessoas, das quais 84,99 por cento são hindus. Isto significaria um deus para cada hindu e meio.
4. Que fatos temos sôbre deuses no Japão, na Rússia e na cristandade?
4 Até 1946, sustentava-se que o imperador japonês era divino, à base do ensino religioso de que a linhagem imperial descendia, sem interrupções, do tempo em que Jimmu, bisneto de Amaterasu, deusa do sol, estabeleceu o trono japonês, em 660 A. C. Foi sòmente sensato que, em 31 de dezembro de 1945, o Imperador Hiroíto proclamasse honestamente que não era deus. Foi apenas em 1953, ano da morte do ditador russo Stálin, que o culto de Stálin foi parcialmente destruído através do mundo comunista. Mas, o que dizer da cristandade? Ela, por certo, adora a sua própria Santíssima Trindade de Pai, Filho e Espírito Santo. Porém, o que mais?
5, 6. (a) Como é considerado o papa da Igreja Católica Romana, segundo delineado pelo Ecclesiastical Dictionary? (b) Que outros comentários são feitos sôbre êste líder eclesiástico?
5 Da autoridade padrão católico-romana, o Ecclesiastical Dictionary,a de Lúcio Ferraris, professor de direito canônico do século dezoito, da Ordem de São Francisco, de monges, citamos parte do que diz, sob a palavra papa:
O papa tem tal dignidade e magnitude que não é simplesmente homem, mas é como se fòsse Deus, e o vigário de Deus. . . . É por isso que o papa é coroado com a tríplice coroa, como rei do céu, da terra e do inferno. . . . O papa é como se fôsse Deus na terra, o único príncipe dos fiéis de Cristo, o maior rei dentre os reis, possuidor da plenitude de poder, a quem é confiado o govêrno do reino terrestre e celestial. . . . O papa tem tão grande autoridade e poder que pode modificar, declarar ou interpretar a lei divina. . . . O papa pode, às vezes, contrapor-se à lei divina, por limitá-la, explicá-la”, etc.
6 O papa Nicolau I, de 858-867 E. C., cognominado o Grande, “por motivo da obra estupenda que fêz a favor do estabelecimento do papado de Roma como poder secular e soberano, supremo a todos os outros”b, disse o seguinte: “O Imperador Constantino conferiu a denominação de Deus ao papa; o qual, por conseguinte, sendo Deus, não pode ser julgado pelo homem.” O papa posterior, Inocêncio III, de 1198-1216 E. C., disse: “O papa ocupa o lugar do verdadeiro Deus.” A lei canônica católico-romana, em seu glossário, denomina o papa de “nosso Senhor Deus”. Não é sem significado, então, que na posse de um novo papa, na parte da cerimônia chamada A Adoração, seja cantado o que é chamado de Te Deum (que significa, Nós Te Louvamos, ó Deus).c
DESAFIO AOS “DEUSES”
7. Que desafio nos confronta agora? Que perguntas sobre o assunto exigem resposta?
7 Hoje em dia, todo adorador que pretenda ter um deus é desafiado a agir qual testemunha de seu deus. Em realidade, todos os deuses, isto é, todos os que são chamados “deuses” e adorados como deuses, são desafiados a produzirem suas testemunhas para provar que são deuses ou que são o único Deus vivo e verdadeiro. Atualmente, portanto, perante a face de todo adorador se apresenta a questão: De que Deus é testemunha? Qual testemunha, que pode dizer e que evidência apresenta para provar que seu deus, a quem descreve como objeto de sua adoração, seja real, deus verdadeiro, vivo, histórico e ativo, que mereça adoração? Que sabe sôbre seu deus? Pode provar de modo satisfatório, até a si mesmo, que êle é Deus ou um deus? Ou se envergonha de ser testemunha de seu Deus?
8. (a) Por que é fútil adorar e servir a um deus falso? (b) Quais são os dois meios pelos quais é possível provar quem é o verdadeiro Deus?
8 Tôda pessoa razoável concordará que de nada vale adorar e servir a um deus falso. Nenhum bem duradouro será obtido de se adorar um deus que não exista. Tal adorador estará apenas enganando-se ou se deixando enganar por outros religiosos fanáticos, e, no fim, só terá desapontamentos. Não nos devemos querer deixar levar pela emoção e pelo sentimentalismo religioso. Devemos agir quais pessoas sensatas, no assunto de religião, bem como em assuntos seculares. Nenhum bem resulta de esconder de nós mesmos a evidência de um Deus que seja realidade verídica, viva e poderosa. Se os deuses, quer os nossos quer os dos outros, forem falsos, então, devemos querer saber disso. Se, entre os incontáveis deuses que são adorados hoje em dia, estiver o Deus vivo e verdadeiro, então, devemos procurar a evidência e considerá-la com seriedade. Pela sua própria evidência, e pela evidência apresentada pelas suas testemunhas sôbre a terra, o verdadeiro Deus deve poder provar, diante do tribunal do universo, que é o Deus, o Ser divino, digno da adoração de todos.
9. Por que é o tempo atual o apropriado para que o Deus verdadeiro demonstre sua Divindade?
9 Os tempos atuais permitem a maior oportunidade para que o verdadeiro Deus demonstre sua Divindade. Apesar dos progressos científicos, o mundo da humanidade se encontra em seu estado mais deplorável, afligido não só de males mentais e físicos, com crescente fome devida à crescente população mundial, mas também de ascendentes perturbações políticas, raciais e religiosas, encimadas pelo que parece matemàticamente certo, a saber, uma terceira guerra mundial, na era do espaço, nuclear. Endireitar a situação mundial está além do poder e engenho simplesmente humanos; exige ação da parte de um poder super-humano inteligente. Portanto, agora, como nunca antes, é o tempo de os adoradores religiosos olharem para seus deuses. Se o profeta Jeremias, de vinte e seis séculos atrás, estivesse aqui, repetiria seu desafio ao povo angustiado: “Onde estão os deuses que havias feito? Que surjam, se podem salvar-te no dia da desgraça. Pois que tens tantos deuses como cidades.” — Jer. 2:28, Maredsous.
10. O que se pode perguntar a todos que pretendam a Divindade?
10 Não, não há falta de deuses quando tôdas as religiões populares se combinam, mas, que podem fazer todos êsses deuses, quer só, quer combinados, para evitar que a situação mundial piore? Como a explicam? Que antevisão, que predição, que profecia fazem sôbre o que acontecerá? Que profecia fazem quanto ao futuro da humanidade? Que prova podem dar-nos, pelo que já fizeram no passado, que podem tornar verdadeira a sua profecia do futuro, de modo que possamos assim crer que sejam verídicos e fidedignos, podendo cumprir sua promessa? Que digam de antemão o que acontecerá e façam com que isto se realize, ou, então, admitam que são deuses falsos e que a sua adoração não traz bem algum.
11. (a) Há qualquer Deus que tenha direito a desafiar todos os demais deuses? Por quê? (b) Tem êle muitos adeptos na terra?
11 Hoje em dia, há um só Deus que lança tal desafio a todos os outros que são chamados de deuses e que são adorados quais deuses. Que direito tem êle de desafiar a todos os demais? Tem o direito porque, no primeiro século de nossa Era Comum, e até mesmo antes, predisse a própria situação mundial da atualidade e explicou seu significado e suas causas, e também predisse seu resultado, e o futuro maravilhoso diante da humanidade, depois disso tudo. Dentre todos os que são adorados quais deuses, hoje em dia, êle é o Único que fêz esta coisa notável. Naturalmente, pelo seu desafio, suscitaria ressentimento e antagonismo da parte dos adoradores de todos os outros chamados de deuses. De modo que, na atualidade, assim como no passado, êle é o Deus de uma minoria perseguida, um pequeno grupo, sem dúvida, quando comparado com o total dos adoradores religiosos. Não, esta minoria não é a dos judeus naturais, que totalizam 12.792.800 pessoas atualmente na terra. É um grupo bem menor, que leva agora o nome de seu Deus. Herdaram a fé do povo verdadeiro e escolhido de Deus, de dezenove séculos atrás, ou do primeiro século da E. C. Por tal razão, são chamados pelos mesmos nomes que se aplicavam lá atrás.
12, 13. Como é que tal Deus conforta seus adoradores? Que nome tem êle?
12 Antes de lançar seu desafio aos deuses de todos os demais grupos religiosos, seu Deus fala profèticamente, através de seu profeta Isaías, e conforta a minoria perseguida, e, ao assim fazer, o seu Deus revela o seu próprio nome. Em Isaías 43:1-4 lemos suas palavras:
13 “E agora, isto é o que Jeová diz, teu Criador, ó Jacó, e teu Formador, ó Israel: ‘Não receies, pois te tenho comprado de nôvo. Chamo-te pelo teu nome. És meu. No caso de passares pelas águas, estarei contigo; e através dos rios, não te inundarão. No caso de andares pelo fogo, não te queimarás, nem a própria chama te chamuscará. Pois, eu sou Jeová, teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador. Dei o Egito como teu resgate, a Etiópia e Sabá em teu lugar. Tendo em vista o fato de que tens sido precioso aos meus olhos, fôste considerado honroso, e eu mesmo te amo. Darei homens em teu lugar, e grupos nacionais em lugar de tua alma.’“
14. A quem se aplicava primeiro Isaías 43:1-4, e como?
14 Tal declaração não se aplica atualmente à República de Israel, estabelecida na chamada Terra Santa em 1948, muito embora remonte a sua descendência natural ao patriarca hebraico, Jacó, há trinta e sete séculos. Nos dias do profeta Isaías, aquelas palavras de Jeová Deus se aplicavam, em sentido literal, aos descendentes naturais de Jacó, e as palavras foram cumpridas nêles, no seguinte sexto século A. C. Como? Bem, o restante sobrevivente dos descendentes naturais de Jacó, ou israelitas, foi liberto de seu longo cativeiro na terra de Babilônia. Jeová, seu Deus, os comprou de nôvo, e o modo pelo qual fêz isto teve efeitos políticos posteriores sôbre o Egito, a Etiópia, e Sabá, às mãos do nôvo Império Persa, estabelecido por Ciro, o Grande. Então, Jeová, como seu Salvador, trouxe o fiel restante de seu povo de volta para sua terra natal da Palestina, embora tivesse de trazê-lo como que no meio de fogo e água, ou através de rios e do deserto abrasador.
15. (a) Que mudança Jesus mostrou que se deu nos seus dias? Como foi vigorosamente ilustrada? (b) Depois disso, a quem se aplicam as palavras proféticas de Isaías? Por que a êles?
15 Entretanto, no primeiro século da E. C., o grande profeta de Jeová, Jesus Cristo, indicou que Jeová, que havia sido até então o Deus dêles, rejeitava os descendentes naturais de Jacó, os israelitas, por causa de desobedecerem-no e de rejeitarem seus profetas. Tal rejeição daqueles israelitas naturais foi vigorosamente expressa ao permitir que a cidade sagrada dêles, Jerusalém, fôsse destruída no ano 70 e por permitir que os sobreviventes fossem espalhados pelos confins da terra. Ao mesmo tempo, Jesus Cristo deixou claro que a aplicação das palavras proféticas de Isaías foram transferidas para seus próprios seguidores fiéis, de modo a terem cumprimento mais elevado, mais completo e espiritual. Ao se exprimir sôbre essa transferência, Jesus Cristo disse aos infiéis e desobedientes israelitas, ou judeus: “O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.” (Mat. 21:43) Os fiéis e dedicados seguidores de Jesus Cristo são aquêles que constituem a nova nação, à qual é dado o reino de Deus. Produzem seu fruto, pelo tipo de vida espiritual que levam e em sua pregação mundial das boas novas do reino de Deus, com suas bênçãos para tôdas as famílias da terra.
16. Na relação de Deus com seu povo, quem é o criador de quem, provando o quê?
16 Como no caso da antiga nação de Jacó ou Israel, antes de Jeová Deus a rejeitar, assim se dá com esta nova nação, à qual êle dá o reino de Deus, para que reinem com Jesus Cristo nos céus, quais abençoadores de tôda a humanidade que ficará sôbre a terra. Não criaram Jeová em suas mentes, como seu Deus, mas, êle os criou nação espiritual, Israel ou Jacó espiritual. Não o formaram, nem modelaram estátuas imaginárias dêle, mas Jeová Deus os formou qual nação espiritual, junto com Jesus Cristo, como o Rei dos reis. Por conseguinte, Jeová não é nenhum deus falso, nenhum deus feito pelo homem, mas, como Deus e Criador, êle os fez.
NECESSÁRIO O REAJUNTAMENTO
17. Por que era necessário o reajuntamento dos que criam no verdadeiro Deus? Mas, que’ interrupção impediu isso por certo tempo?
17 Após a morte de Jesus Cristo e seus doze apóstolos, seus seguidores fiéis foram espalhados, pela perseguição e pelos opressores religiosos. Na última metade do século dezenove, o fiel restante dos seguidores dedicados e batizados de Cristo fêz esfôrço de se unir, de tôdas as partes da terra. Mas, em 1914, veio a Primeira Guerra Mundial, e o clero religioso da cristandade se aproveitou das paixões patrióticas e nacionalistas, das ambições e dos arranjos de emergência de tempo de guerra, a fim de oprimir e espalhar, senão exterminar, êstes cristãos que adoravam a Jeová como o único Deus vivo e verdadeiro. Todavia, milhares de anos antes, Êle prometera reajuntar seus adoradores e usá-los de modo especial para a sua glória. No mesmo capítulo de Isaías, continuou a dizer:
18. Fêz o verdadeiro Deus qualquer declaração sôbre o reajuntamento dos seus, que estavam espalhados?
18 “Não receies, pois estou contigo. Desde o nascer do sol trarei tua descendência, e do pôr do sol te reunirei. Direi ao norte: ‘Cede!’ e ao sul: ‘Não retenhas. Traze meus filhos dos lugares longínquos, e minhas filhas da extremidade da terra, todo que fôr chamado pelo meu nome e que tenho criado para a minha própria glória, que formo, sim, que formo.’” — Isa. 43:5-7.
19. Como mostrou Jesus que sabia da realização dêste reajuntamento?
19 Jesus Cristo predisse êste mesmo reajuntamento, na sua profecia sôbre o fim dêste sistema mundano de coisas. Aplicou-o, não ao reajuntamento dos judeus sionistas na Palestina, e nem ao estabelecimento da República de Israel, mas aos do restante fiel dentre seus próprios seguidores dedicados. Disse: “Os podêres dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e tôdas as tribos da terra se baterão então em lamentação, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e êles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade dêles.” — Mat. 24:3, 29-31.
20. De que modo mostrou Jeová que era o Deus de sua promessa quanto ao reajuntamento dos da sua nação”?
20 Assim, no oitavo século A. C., pelo seu profeta Isaías, Jeová Deus predisse o reajuntamento de seus adoradores cristãos, e destacou isto pela profecia do seu próprio Filho, Jesus Cristo, há dezenove séculos. Será que Jeová Deus cumpriu a profecia? Provou que é Deus da profecia verdadeira? Provou que é Deus fiel, todo-poderoso, que se apega à sua promessa e que cumpre sua palavra prometida? Sim! Contrário ao que o clero da cristandade esperava, e aumentando a sua vergonha e irritação, Jeová livrou seu fiel restante de adoradores do cativeiro babilônico e o ajuntou de nôvo em unidade mundial, mais forte e mais extensa do que nunca antes. Até mesmo os mais proeminentes dentre o restante, que haviam sido feito prisioneiros durante a Primeira Guerra Mundial, foram libertos da prisão e exonerados de tôdas as acusações falsas que foram usadas para metê-los na cadeia.
21. Que avaliação de Jeová tinham agora os reajuntados? A que compreensão chegaram?
21 Por meio de sua Palavra escrita, sôbre a qual estava brilhando a luz das profecias cumpridas, Jeová levou o restante a avaliar melhor a importância e preciosidade do seu nome. Vieram a avaliar que eram um povo, não para o nome de Jesus, mas, para o nome de Jeová, como até o discípulo cristão, Tiago, indicou há muito tempo, quando aplicou a profecia de Jeová em Amós 9:11, 12. (Atos 15:13-19)d Com a revelação do significado das Escrituras Sagradas, tornaram-se mais e mais impressionados com a realidade de que tinham de servir quais testemunhas cristãs de Jeová. Por meio de seu espírito santo, êle os tinha criado para a Sua glória, pois êle os gerou para serem seus filhos espirituais e os ungiu com seu espírito para pregarem e serem os co-herdeiros de Jesus cristo em seu reino celestial. Jeová os formou qual nação espiritual, por trazê-los ao Seu nôvo pacto, através do Mediador, Jesus Cristo. Jeová os tornou sua organização visível na terra, uma organização teocrática. Agora, por libertá-los em 1919 e reorganizá-los para seu serviço adiante, provou que para êles era um Deus vivo.
22, 23. (a) Que falha da parte dêles, Jeová lhes trouxe à atenção? (b) Quais foram algumas das acusações contra êles? O que teriam de encarar?
22 Antes disso, não avaliavam tão plena e claramente que êle era seu Deus. A respeito disto, tinham ficado cegos e surdos espiritualmente, como a cristandade, que adora o que chama de “Deus trino”, a trindade de três pessoas coiguais e coeternas, tôdas elas, segundo se diz, contidas em um só Deus. A vagarosidade com que viram e ouviram foi devida, em grande parte, à influência da cristandade, com a qual estavam associados há tanto tempo e que os havia oprimido e mantido cativos. Deixaram de agir como o “servo de Jeová”. No capítulo anterior de Isaías (42:18-25, ALA), Jeová trouxe isto à sua atenção, e às suas dolorosas conseqüências, dizendo-lhes:
23 “Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver. Quem é cego, como o meu servo, ou surdo, como o meu mensageiro, a quem envio? Quem é cego como o meu amigo, e cego como o servo do SENHOR [Jeová]? Tu vês muitas cousas, mas não as observas; ainda que tens os ouvidos abertos, nada ouves. Foi do agrado do SENHOR [Jeová], por amor da sua própria justiça, engrandecer o seu povo pela lei, e fazê-lo glorioso. Não obstante é um povo roubado e saqueado; todos estão enlaçados em cavernas, e escondidos em cárceres; são postos como prêsa, e ninguém há que os livre; por despôjo, e ninguém diz: Restitui. Quem há entre vós. que ouça isto? que atenda e ouça o que há de ser depois? Quem entregou Jacó por despôjo, e Israel aos roubadores? Acaso não foi o SENHOR [Jeová], aquêle contra quem pecaram, e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei? Pelo que [Jeová] derramou sôbre êles [de Jacó] o furor da sua ira, e a violência da guerra; isto lhes ateou [a Jacó] fogo ao redor, contudo não o entenderam; e os queimou, mas não fizeram caso.”
A CONVOCAÇÃO DE SEREM TESTEMUNHAS
24. (a) Como poderiam alguns considerar a permissão do povo de Jeová ser roubado? (b) O que, então, era necessário?
24 Devido a ter permitido que seu povo fosse saqueado e roubado, por falhar em ver e ouvir e em obedecer a seu Deus, Jeová permitiu transparecer que o Deus dêles não era Deus coisa nenhuma, ou que era um Deus fraco, de modo que os deuses de seus perseguidores, roubadores e saqueadores eram mais fortes que Jeová. Agora, chegara o tempo para inverter a impressão errada que se permitira criar. Havia chegado então o tempo de a disputa sôbre a verdadeira Divindade ser resolvida e de serem silenciados todos os deuses falsos. Que seja feito um julgamento! Que sejam chamadas as testemunhas, e que todo o universo assista à audiência, especialmente tôdas as nações da terra! Ao invés de pedir a unificação de todos os deuses e a combinação da adoração dêles em uma só religião que inclua a todos, Jeová desafia a todos os que são adorados quais deuses, por parte das nações, para que se provem deuses.
25, 26. O que fêz então Jeová a favor do seu povo? Como falou disto, de modo profético?
25 Para que seu povo dedicado sirva como representantes seus neste tribunal universal, Jeová abre-lhes os olhos e os ouvidos, de modo espiritual, por trazê-los para fora de seu cativeiro na organização mundial babilônica, no ano de 1919, ano em que realizaram a primeira assembléia geral, que marcou época, dos estudantes cristãos internacionais da Bíblia, depois da Primeira Guerra Mundial. Tendo agora os seus próprios representantes livres, Jeová Deus convoca tôdas as nações da terra a se apresentarem perante o tribunal. Seu povo, antes cego e surdo, tem de enfrentar tôdas as nações do mundo na controvérsia da Divindade.
26 Expedindo profèticamente a ordem de convocação dêste tribunal, neste século vinte, Jeová continuou a dizer, por meio de seu profeta Isaías, há vinte e sete séculos atrás: “Traze o povo que, ainda que tem olhos, é cego, e surdo, ainda que tem ouvidos. Tôdas as nações se congreguem, e os povos se reúnam; quem dentre êles pode anunciar isto, e fazer-nos ouvir as predições antigas? Apresentem as suas testemunhas, e por elas se justifiquem, e para que se ouça, e se diga: Verdade é.” — Isa. 43:8, 9, ALA.
[Nota(s) de rodapé]
a Lúcio Ferraris é o autor da chamada “Prompta Bibliotheca canônica, jurídica, moral, teológica, também ascética, polêmica, rubricista, histórica”, verdadeira enciclopédia de conhecimento religioso.
b Veja-se a Cyclopcedia de M’Clintock e Strong, Volume 7, página 63b.
c Vejam-se as páginas 310, 311, 316 do livro The Time Is at Hand, de C. T. Russel, e com direitos autorais registrados em 1889.
d Veja-se The Watch Tower (A Tôrre de Vigia) de 15 de janeiro de 1928, páginas 19-25.
[Foto na página 489]
Indra, um daqueles ‘chamados de deus’.