O que Deus tem em mente?
1. Quem tinha a resposta de peso à pergunta: “Quem sabe o que Deus tem em mente?” e que resposta deu?
QUANDO falamos com pessoas a respeito dos propósitos de Deus para com a humanidade, ouvimos amiúde a pergunta: “Quem sabe?” Esta mesma pergunta foi feita por famoso homem, há dezenove séculos atrás. Perguntou: “Quem veio a conhecer a mente de Jeová?” (1 Cor. 2:16) Este homem, porém, tinha a resposta de peso para tal pergunta. Estava habilitado para respondê-la por motivo de dois importantes fatos: (1) Era conhecedor cabal de todas as Escrituras Hebraicas, e perito na lei de Deus, dada a Israel. (2) Tinha posição de intimidade para coro Deus como poucos haviam gozado, a saber, a de ser um dos doze apóstolos do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ao passo que mostrou que ninguém pode conhecer tudo que Jeová tenha em mente, respondeu à pergunta nas seguintes palavras: ‘O olho não tem visto e o ouvido não tem ouvido, nem foram concebidas no coração do homem as coisas que Deus tem preparado para os que o amam.’ Porque é a nós que Deus as tem revelado por intermédio de seu espírito, pois o espírito pesquisa todas as coisas, até mesmo as coisas porfundas de Deus.” — 1 Cor. 2:9, 10.
2. (a) Quão interessado está Jeová em se comunicar com as criaturas humanas? (b) Que conselho deu Jesus quanto a entendermos a mente de Deus, e como seguimos esse conselho, e com que resultado?
2 Jeová, o Deus da Bíblia, o Deus da nação de Israel, e o Deus de Jesus Cristo e seus seguidores, é Deus comunicativo. Tão interessado estava em comunicar-se com a raça humana que enviou seu próprio Filho, seu Filho mais íntimo, do céu para a terra, para revelar os propósitos de Deus à humanidade. É por isso que o apóstolo acima-mencionado também disse aos concristãos: “Nós temos a mente de Cristo.” (1 Cor. 2:16) É por meio da Palavra de Jeová, registro de sua comunicação com a nação de Israel e de suas comunicações desde então, por meio de Jesus Cristo, que podemos discernir o que Deus tem em mente. Ordena-nos Deus: “Perguntai-me as cousas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos.” (Isa. 45:11, Al) Aconselha Jesus: “Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis; persisti em bater, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe, e todo o que busca, acha, e a todo o que bater, abrir-se-á.” (Mat. 7:7, 8) Isto significa perscrutar a Palavra de Deus e procurar os motivos das coisas que Deus diz e faz. Não é Deus arredio, Deus ausente, nem espera que ajamos sem conhecimento de sua mente sobre os assuntos. E, uma descoberta muitíssimo encorajadora e animadora, ao examinarmos a mente de Jeová, conforme a revela em sua Palavra, é que sua inclinação mental para conosco é boa e inteiramente para o nosso bem-estar:
3. Como é que a profecia dada por Deus mediante Isaías nos ajuda a obter a resposta quanto ao que Deus tem em mente?
3 Um excelente esboço para que consideremos no exame da pergunta: ‘O que Deus tem em mente’ foi dado no oitavo século A. E. C. por Deus, falando por meio do seu profeta Isaías. Ao examinarmos tal profecia, saberemos as razões e os propósitos para as ações de Jeová, revelando-nos sua mente com tal clareza que não nos deixará nenhuma dúvida quanto ao proceder correto a seguir.
POR QUE ELE FALA DE ANTEMÃO
4. (a) Qual é a situação de Israel na ocasião da profecia de Isaías? (b) O que Jeová lhes diz em Isaías 48:1-13?
4 Na ocasião da profecia ser dita, Israel vive na Terra Prometida. Babilônia ainda não é a Terceira Potência Mundial. Não constitui ainda séria ameaça à posição dominante da Assíria. Deus, porém, predissera que, por causa dos pecados de Israel, permitiria que fossem para o cativeiro em Babilônia. Muito antes de irem para o cativeiro, ele os incentiva, em Isaías 48, versículos 1 a 13, lembrando-lhes de que é o Criador do céu e da terra, o mesmo Deus desde o princípio ao fim, e que não esqueceu seu povo. Diz-lhes que, para o próprio bem deles, agirá contra Babilônia para libertá-los. Não permitirá deixar-se profanar, por não realizar o que promete, nem dará sua glória a qualquer deus falso. Afirma:
5. O que quer dizer Jeová pelas suas palavras em Isaías 48:14, 15?
5 “Ajuntai-vos todos vós, e ouvi: Quem, dentre eles tem anunciado estas cousas? O Senhor [Jeová] o amou, e executará a sua vontade contra Babilônia, e o seu braço será contra os caldeus. Eu, eu o tenho dito; também já o chamei, e o farei vir, e farei próspero o seu caminho.” (Isa. 48:14, 15, Al). O que Jeová quer dizer com tais palavras? Com efeito, afirma: ‘Quem, dentre os deuses falsos do mundo pagão, predisse tais coisas a respeito da queda de Babilônia e da libertação de meu povo por meio de Ciro, o Persa? É a Ciro que tenho amado, por causa da obra contra Babilônia que eu propus para ele. Fará o que é do meu deleite contra aquela cidade iníqua. Seu braço estará sobre os caldeus, com força que não poderão resistir.’
6. (a) Por que fala Jeová de antemão, conforme se expressa em Isaías 48:16? (b) Como é que Jeová faz um apelo a Israel em Isaías 48:17-19?
6 Ciro não saberia disso até que capturasse Babilônia e Daniel pudesse mostrar-lhe a profecia de Isaías, que foi usado por Jeová para capturar Babilônia e subjugar os caldeus. Que o próprio Deus é quem predisse tal coisa, diz: “Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez eu estava ali.” (Isa. 48:16, Al) Jeová não receia profetizar isto de antemão. Não o prediz secretamente, de forma que ninguém mais tarde possa provar que ele verdadeiramente o predisse. Sabe o que fará e prediz isto de antemão, de modo que seu povo, naquele tempo, e também nós, neste tempo, possamos assegurar-nos de que é o verdadeiro Deus, e possamos confiar nele quanto à execução de seus propósitos declarados. A seguir diz a Israel:
O QUE PROPÕE PARA SEU POVO
7. (a) Como é que Jeová mostra o que realmente propõe e deseja para seu povo, em Isaías 48:17-19? (b) O que diz a seguir a seu povo, a fim de que não percam a esperança enquanto cativos na Babilônia?
“Assim diz o Senhor [Jeová], o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor [Jeová], o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar. Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar. Também a tua descendência seria como a areia, e os que procedem das tuas entranhas como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado, nem destruído da minha face.” — Isa. 48:17-19, Al.
7 Com isto, os israelitas podem ver que Deus vai libertá-los de Babilônia. Chama a si mesmo de seu Redentor. Sabendo disto adrede, Jeová mostra que o desejo de seu coração é que os israelitas evitem o cativeiro e a deportação de sua terra natal por prestarem atenção aos seus mandamentos. Então, ao invés de sofrerem a calamidade da parte de Babilônia, podem ter paz e prosperidade tão cabal, profunda e abundante como um rio. Seus feitos de justiça podem ser inumeráveis como as ondas do mar. Jeová prometera a seu antepassado Abraão tornar a descendência dele tão incontável quanto os grãos de areia da praia do mar. Quão imenso é seu amor a eles e quão bom é seu propósito para com eles. Apela ao amor deles Aquele realmente interessado por eles, ensinando-lhes como tirar proveito, conduzindo-os amorosamente pelo caminho que devem andar. Quem dera que escutassem! Não deseja que sejam exterminados ou aniquilados de diante dele. Mas, ele prevê que são rebeldes e não seguirão seu ensino e orientação e terão de ser disciplinados. Mesmo assim, Jeová tem coração tão bondoso para com eles que não pode abandoná-los completamente. Suas palavras seguintes provarão ser raios de esperança durante seu cativeiro:
“Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de júbilo; fazei ouvir isso, e levai-o até ao fim da terra; dizei: O Senhor [Jeová] remiu a seu servo Jacó. E não tinham sede, quando os levara pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha, fendendo ele as rochas, as águas manavam delas.” — Isa. 48:20, 21, Al.
8. Será que Jeová lhes dá esta profecia de esperança a fim de incitá-los a revoltar-se contra Babilônia, durante seu cativeiro?
8 Portanto, a tais descendentes de seu servo querido, Jacó, não deixa em desespero completo. Naturalmente, Babilônia não vai abrir voluntariamente sua prisão e deixar que os israelitas fujam, e não é a vontade de Jeová que eles façam um motim para tentar sair de Babilônia antes que ela caia. Mediante seu profeta Jeremias (25:11-14), mais tare lhes dirá que não podem retornar à terra natal antes que fique desolada por setenta anos. De modo que terão de esperar em Jeová, mediante Ciro, a quem ele amou, como libertador deles.
9. (a) Como é que Jeová profetizar de antemão resulta em magnificar o seu nome? (b) Como é que Jeová demonstrou seu grande amor aos que testemunharam seus atos poderosos e que estavam em paz com ele? (c) Qual foi sua atitude para com os desobedientes e, especialmente, para com Babilônia?
9 Predizer ele isto resultará na exaltação de seu nome, pois, quando Babilônia realmente caiu, as notícias de sua queda foram divulgadas por todo o Império Medo-Persa, e os israelitas puderam dizer isso aos outros e explicar por que caiu Babilônia e assim não permitir que o povo desse todo o crédito a um homem por sua derrubada. Assim, além de sua Palavra, tinha suas testemunhas dos seus atos e propósitos, assim como tem atualmente na terra. Seu amor aos que tiraram proveito da libertação foi demonstrado por levá-los de volta por território devastado, contudo, cuidou deles, trazendo-lhes água duma rocha, e verificando que pudessem voltar com segurança a Jerusalém. A bondade de Jeová para com seu povo foi deveras inigualável. Mas, não podia ter paz com os que, dentre eles, violaram seus mandamentos, e especialmente não a podia ter com a iníqua Babilônia. — Isa. 48:22.
10. (a) Será que os que permaneceram em Babilônia eram necessariamente iníquos? Dêem exemplo. (b) O que poderiam fazer, os que não podiam voltar a Jerusalém, a favor da restauração do templo?
10 Quando veio a queda de Babilônia, alguns israelitas não viajaram a Jerusalém, mas estes não foram necessariamente considerados iníquos, por exemplo, o idoso Daniel. Se não era agradável que alguns partissem de Babilônia, poderiam agir à base da sugestão do decreto de Ciro e contribuir ouro, prata, bens e animais domésticos aos que realmente retornavam e poderiam também enviar uma oferta voluntária para a casa do verdadeiro Deus, que estava em Jerusalém. — Esd. 1:2-4.
POR QUE PERMITIU QUE SEU POVO SOFRESSE
11. (a) Até que ponto tinha aumentado a iniqüidade de Jerusalém por volta do tempo de sua queda diante de Babilônia, em 607 A. E. C.? (b) Como é que Jeová descreve a ação disciplinar que tomaria contra Jerusalém, em Isaías 51:17-20?
11 Jerusalém representava o nome de Deus, mas, nos dias de Isaías, demonstravam-se rebeldes. Por volta do tempo da queda diante de Babilônia, em 607 A. E. C., sua iniqüidade, sabia Deus, aumentaria ao ponto de esgotar a paciência de Jeová para com eles e eles teriam de ser disciplinados. Avisa:
“Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do Senhor [Jeová] o cálice de seu furor; bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação. De todos os filhos que teve nenhum há que a guie mansamente, e de todos os filhos que criou nenhum que a tome pela mão. Estas duas cousas te aconteceram; quem terá compaixão de ti? a assolação, e o quebrantamento, e a fome, e a espada! como te consolarei? Já os teus filhos desmaiaram, jazem nas entradas de todos os caminhos, como o antílope na rêde; cheios estão do furor do Senhor e da repreensão do teu Deus.” — Isa. 51:17-20, Al.
12. (a) Por que nenhum dos filhos de Jerusalém poderia mantê-la de pé? (b) Quais foram as “duas coisas” que Jerusalém teve de beber? (c) A quem ela apelou erroneamente, com que resultado? (d) Em Isaías 51:21-23, o que disse Jeová a respeito da mudança de administrar-lhe seu cálice de ira?
12 Deus usou a Babilônia para ministrar a disciplina. Jerusalém vacilava por ter bebido do cálice de seu furor e nenhum dos seus habitantes poderia ajudála a andar em linha reta. Até os poucos justos dentre ela, como Ezequiel, Daniel e seus três companheiros íntimos hebreus, não podiam impedi-la de vacilar nem ajudá-la a ficar ereta. As duas coisas que Jerusalém tinha de beber, do cálice do furor de Jeová eram em par: (1) A assolação e o quebrantamento, (2) a fome e a espada. Durante o cerco de dezoito meses, feito por Nabucodonosor, ela sofreu extrema fome, a espada da guerra babilônica, o quebrantamento de seu governo e de sua defesa, e a assolação feita pelos conquistadores pagãos. O Egito, a quem apelara, não pôde ajudá-la, e os que estavam dentro dela desmaiaram de fraqueza e exaustão. Mas, encorajadoramente, Jeová prediz o fim de sua experiência tonteante:
“Pelo que agora ouve isto, ó opressa, e embriagada, mas não de vinho. Assim diz o teu Senhor, JEOVÁ, e teu Deus, que pleiteará a causa do seu povo: Eis que eu tomo da tua mão o cálice da vacilação, as fezes do cálice do meu furor; nunca mais dêle beberás. Mas pô-lo-ei nas mãos dos que te entristeceram, que dizem à tua alma: Abaixa-te, para que passemos sobre ti: e tu puseste as tuas costas como chão, e como caminho, aos viandantes.” — Isa. 51:21-23, Al.
13. (a) Como é que Isaías 51:21-23 explica por que Jeová permitiu que seu povo sofresse? (b) Quão rebaixada foi Jerusalém pela Babilônia, em sentido figurado?
13 Isto explica por que Jeová permitiu que ela fosse para o cativeiro. Foi porque ela, como capital do seu povo, tomou a liderança em contender contra ele ao invés de concordar com ele e obedecer a ele amorosa e confiantemente. Mas, sua disciplina teria fim e sua ira se desviaria de Jerusalém e seria dirigida contra Babilônia e seus aliados, que irritaram e humilharam Jerusalém ao ponto de fazer que ela, por assim dizer, ficasse com o rosto em terra e se achatasse como o chão, para que pudessem andar pesadamente sobre ela como sobre uma rua da cidade. Quando isto ocorreu em 607 A. E. C., Jerusalém começou a ser pisada pelos gentios. Ali começaram os sete tempos dos gentios, que continuariam até 1914 E. C. — Luc. 21:24; Dan. 4:16, 23, 25, 32.a
14. Quando foi o cálice da ira retirado das mãos de Jerusalém, e que ordem começou então a aplicar-se a ela?
14 O cálice do furor da ira de Jeová foi tirado das mãos de Jerusalém e colocado nas mãos de Babilônia em 539 A. E. C. Dois anos depois, em 537 A. E. C., Ciro anunciou seu decreto libertando os israelitas. Naquele tempo começou a se aplicar a profecia inspirada por Jeová com duzentos anos de antecedência: “Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião: veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode o pó, levanta-te, e assenta-te, ó Jerusalém: solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião.” — Isa. 52:1, 2, Al.
15. (a) Em que condição preservaria Deus a Sião, depois da restauração dela? (b) Será que a dinastia da linhagem de reis davídicos foi então restaurada ao trono, ou o que aconteceu? (c) Em vista de que os romanos destruíram Jerusalém em 70 E. C., como se pode dizer, todavia, que a profecia de Isaías se cumpriu?
15 Sião seria reconstruída em bela cidade, não mais sendo escrava imprestável de Babilônia, mas seria belamente adornada e fortalecida para a adoração de Jeová. Sendo mais uma vez “a cidade do grandioso Rei”, ou “a cidade do grande Rei”, conforme Jesus a chamou, ela poria suas belas vestes da realeza. (Sal. 48:2; Mat. 5:35) Seria cidade santa, por conseguinte, era incorreto entrarem nela os incircuncisos e os imundos. Enquanto permanecesse fiel a Deus e mantivesse sua santidade, nenhum conquistador gentio incircunciso a sobrepujaria e nem a reduziria de novo a pó. Ao passo que os reis da linhagem de Davi não foram restaurados nesta ocasião e sucessivas potências mundiais dominaram sobre ela, todavia, permaneceu intacta como cidade santa, o centro da adoração do povo escolhido de Jeová, até que, por fim, por causa de rebeldia, foi destruída por Roma no ano 70 E. C. A profecia de Isaías cumpriu-se porque Isaías, capítulo 52, tem cumprimento em sentido real e completo, na organização celeste de Deus, a Sião celestial, pois é a livre “Jerusalém lá de cima” e foi prefigurada pela terrestre Sião ou Jerusalém. Pois, trinta e sete anos antes da destruição de Jerusalém, em 70 E. C., Jeová tornou o templo espiritual, a congregação cristã, o seu centro de adoração. — Gál. 4:26.
16. Que mudança de posição tinha de fazer Sião, e que relação gozaria para com Jeová?
16 Enquanto escrava de Babilônia, Jerusalém podia ser chamada de “cativa filha de Sião”, mas, então, não mais devia sentar-se no chão e chorar, mas tinha de assumir um lugar elevado, soltando as ataduras do seu pescoço. Deveria exercer a liberdade de servir a Jeová como sua cidade-templo. Ali, Jeová residiria nela, conforme profetiza Zacarias 2:7, 10 (CBC): “‘Salva-te, filha de Sião, tu que habitas no meio da filha de Babel! Solta gritos de alegria, regozija-te, filha de Sião. Eis que venho residir no meio de ti,’ oráculo [declaração] do Senhor [Jeová].”
COMO FOI VENDIDO E RESGATADO O POVO DE DEUS
17. (a) A troco do que fora Sião vendida à Babilônia? (b) De que modo, então haveria resgate?
17 Jeová vendera ou entregara Sião a Babilônia a troco de nada, por causa da rebeldia dela. Por conseguinte, Babilônia não devia achar, como achou, que tinha direito perpétuo a Sião. Explica Jeová: “Vós fostes vendidos grátis e sereis resgatados sem pagamento.” (Isa. 52:3, CBC) Assim, Deus não teria de pagar nada como preço de resgate para a libertação de Sião. Não custou nada a Jeová libertá-la. No entanto, houve o resgate de Sião, pois o Rei Ciro libertou voluntariamente a Sião, e reconheceu a Jeová, e, por sua vez Jeová deu a Ciro, o Persa, os países que este conquistou em sua marcha triunfal sobre Babilônia e depois deu a terra do Egito à Pérsia, nos dias do filho de Ciro, Câmbises. (Isa. 43:3, 4) Todos eram países pagãos. Ao deixar que os israelitas retornassem para reconstruir o templo em Jerusalém, o Rei Ciro devolveu-lhes os vasos que o Rei Nabucodonosor roubara do templo de Jeová, e não pediu nenhuma compensação.
18. Que avisos da parte de Jeová e do registro histórico foram ignorados por Babilônia?
18 Babilônia não tinha direito nenhum ao povo de Deus e, assim, foi destruída por tê-lo oprimido. Deus relembra os casos anteriores de opressão, em Isaías 52:4 (CBC), quando recorda: “Meu povo desceu outrora do Egito para aí habitar, depois a Assíria o oprimiu sem motivo.” Babilônia não aprendeu a lição do registro das ações de Deus ao libertar a Israel dos egípcios. Ela ignorou o fato histórico da matança feita por Deus de 185.000 tropas assírias que ameaçavam Jerusalém, e de Sua derrubada da Assíria diante dos medos e dos caldeus, por volta de 633 A. E. C., depois de a Assíria ter, sem causa, derrubado o reino de dez tribos de Israel, desarraigado o povo e colonizado de novo o país com pagãos de outros países.
JEOVÁ EXIGE RESPEITO AO SEU NOME
19. (a) Visto que a Babilônia era tão iníqua, por que Jeová se interessava por ela, e que situação procurava nela? (b) O que deveria Babilônia temer, mas, contrário a isso, o que fez?
19 Tendo tais coisas em vista, que interesse teria Jeová em Babilônia? Responde ele: “E agora que faço eu aqui, diz o Senhor [Jeová], já que meu povo foi levado gratuitamente? Seus opressores soltam brados de triunfo, diz o Senhor, e meu nome é ultrajado todo o dia, sem cessar. Por isso meu povo vai. saber meu nome: naquele dia compreenderá que sou eu quem diz: ‘Eis-me aqui!”‘ (Isa. 52:5, 6, CBC) Assim, Jeová tinha presente achar situação similar em Babilônia, que achara antes no antigo Egito e na Assíria. A jactância e gabação de Babilônia contra Jerusalém, especialmente como isso se refletia em seu nome, não lhe passaria desapercebida, e tinha de replicá-la, pois os babilônios não temiam que eles também pudessem ofender seriamente o Deus verdadeiro, até mesmo mais seriamente que Seu povo tinha ofendido, ao qual Deus vendera na mão deles gratuitamente, e aumentar ainda mais seu pecado de idolatria, já existente.
20. (a) Que lição aprenderam muitos israelitas na Babilônia? (b) O que tiveram de ouvir e suportar enquanto ali, mas, por que isso não poderia prosseguir assim para sempre?
20 Os israelitas deveriam ter aprendido uma lição desta disciplina dada por Jeová. Muitos deles aprenderam. Tinham trazido grande ultraje ao nome de Jeová, como disse Paulo, o apóstolo cristão, aos judeus naturais dos seus dias, por volta de 56 E. C.: “Pois ‘o nome de Deus está sendo blasfemado entre as nações por causa de vós’; assim como está escrito.” (Rom. 2:24) Durante setenta anos, tinham que suportar este desrespeito, que naturalmente trouxe muita zombaria sobre eles. Ouviram o Seu nome ser difamado, execrado, blasfemado, tomado de forma indigna, mas Jeová não permitiria que isso prosseguisse para sempre. Ele tem respeito demais ao seu próprio nome e à sua posição como Soberano Universal. Garantiu que vindicaria seu nome e o colocaria no seu devido lugar santificado perante todas as nações, pois, como diz: “Sou eu quem diz: ‘Eis-me aqui!’”
A ESPÉCIE DE ADORAÇÃO QUE JEOVÁ QUER
21. (a) Como é que Jeová se sentia para com seu povo, mas, o que exige deles? (b) Por que devemos estudar a sua Palavra? (c) Por que não é interesse egoísta o ciúme que Jeová tem ao seu nome?
21 Por esta experiência passada com Israel, pode-se ver que Jeová tem grande amor a todas as suas criaturas e trata a todas com justiça e misericórdia. Particularmente, devota amor ao seu povo, àqueles que assumem seu nome. Mas, também cuida que seu nome seja respeitado devidamente entre eles. Não deseja simples serviço de lábios. Deseja amorosa obediência, como um filho fiel obedeceria ao pai. Aqueles, portanto, que assumem o nome de Deus, não podem colocar a sua religião como sendo algo à parte de sua vida, mas têm de governar sua vida pela adoração de Jeová e pela obediência aos Seus mandamentos. Ele, não a própria pessoa, estabelece o padrão do que é a verdadeira adoração prestada a Ele. Sua boa vontade é para com todos os que seguem este proceder e tem presente bênçãos além do que qualquer mente humana possa conceber por si mesma, como disse o apóstolo: “O olho não tem visto e o ouvido não tem ouvido, nem foram concebidas no coração do homem as coisas que Deus tem preparado para os que o amam.” (1 Cor. 2:9) Por isso é que devemos estudar a Sua Palavra. Até ser ele ciumento do seu nome não é por interesse egoísta. Por que não? Porque a santificação do seu nome, feita pelo reino do Ciro Maior, Jesus Cristo, obrará a favor dos interesses de todo o universo e trará paz infindável à terra, junto com a vida eterna e todas as bênçãos acompanhantes, as coisas ainda não ouvidas que ele, o amoroso Criador, tem em mente conceder aos que obedecem a ele.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja-se A Sentinela de 15 de junho de 1965, página 375, e o livro “Caiu Babilônia, a Grande!” O Reino de Deus Já Domina!, capítulo 10, publicado em inglês pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados dos E. U. A.