Capítulo 12
A glorificação do Messias
1. O que inspirou Jeová o profeta Isaías (Isa. 53:7-12) a dizer a respeito do que precederia à glorificação do Messias?
ANTES da glorificação, precisa haver sofrimento. Devia ser assim com o “servo” messiânico de Deus. Predizendo que este era o propósito divino para com o Messias, Deus inspirou seu profeta Isaías, do oitavo século antes de nossa Era Comum, a dizer:
“Ele foi oprimido, contudo humilhou-se a si mesmo, e não abriu a boca. Como o cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda diante dos que a tosquiam; assim não abriu ele a boca. . . . Por isso lhe darei a sua parte com os grandes, e com os fortes ele partilhará os despojos; porque derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores. Contudo levou sobre si os pecados de muitos, e intercedeu pelos transgressores.” — Isaías 53:7-12, Brasileira; Atos 8:32-35.
2. Ao saber do encarceramento de João, com que mensagem prosseguiu Jesus?
2 Até mesmo o precursor do Messias foi obrigado a sofrer pela sua fidelidade à lei de Deus. Depois de ter encaminhado a Jesus muitos discípulos batizados, foi encarcerado pelo governante distrital da Galiléia, Herodes Ântipas, filho de Herodes, o Grande, e mais tarde, durante a celebração do aniversário natalício de Herodes, foi decapitado. (Mateus 14:1-12) Depois que Jesus soube da detenção e prisão de João, ele prosseguiu com a mensagem de João. “Daquele tempo em diante, Jesus principiou a pregar e a dizer: ‘Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.”’ — Mateus 4:12-17.
3. Moisés sofreu por preferir o quê? E como devia corresponder a isso aquilo por que Jesus passou?
3 Igual a João Batista, Jesus não pregava o reino terrestre dos macabeus, que muitos judeus queriam restabelecer. Pregava o “reino dos céus”, o reino de Deus, que tinha relação com o Rei Davi da antiguidade. No seu sofrimento, ele não era dessemelhante do profeta Moisés. Quanto à forte fé que Moisés tinha, escreveu-se em Hebreus 11:25, 26: “Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter o usufruto temporário do pecado, porque estimava o vitupério de Cristo como riqueza maior do que os tesouros do Egito, pois olhava atentamente para o pagamento da recompensa.” Visto que o Messias havia de ser profeta semelhante a Moisés, e Moisés sofreu antes e depois de ser nomeado (ungido) profeta de Jeová, era somente correto que o Messias Jesus também sofresse. De fato, seus sofrimentos deviam ser maiores do que os de Moisés. — Deuteronômio 18:15.
4. Em nome de quem veio Moisés ao seu povo e como corresponde isso ao caso de Jesus Cristo?
4 Foi no nome do Deus Todo poderoso, Jeová, que Moisés foi enviado de volta ao Egito para tirar seu povo da escravidão ali. (Êxodo 3:13-15; 5:22, 23) Assim como Moisés teve de enfrentar oposição, assim se deu com seu equivalente do primeiro século. Aos que não tinham fé nele como o Messias enviado por Deus, Jesus disse:
“Vim em nome de meu Pai, mas não me recebestes: se algum outro chegasse no seu próprio nome, a este receberíeis. Como podeis crer, quando aceitais glória um do outro e não buscais a glória que é do único Deus? Não penseis que vos hei de acusar perante o Pai; há um que vos acusa, Moisés, em quem depositastes a vossa esperança. De fato, se acreditásseis em Moisés, teríeis acreditado em mim, porque este escreveu a meu respeito. Mas, se não acreditais nos escritos desse como acreditareis nas minhas declarações?” — João 5:43-47.
5. Por que deviam os judeus ter crido que Jesus veio no nome de seu Pai celestial, e quando foi tal crença expressa por uma multidão?
5 Notamos como Jesus respondeu aos que não o aceitavam como o Messias e que lhe disseram: “Quanto tempo hás de manter as nossas almas na expectativa? Se tu és o Cristo [Mashíahh], dize-nos francamente.” Jesus pediu que deixassem que as suas obras messiânicas falassem por ele, dizendo: “Eu vos disse, e ainda assim não acreditais. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim. Mas, vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. Minhas ovelhas escutam a minha voz e eu as conheço, e elas me seguem.” (João 10:24-27) Mas havia alguns judeus que acreditavam que Jesus veio no nome de seu Pai celestial. Por isso, cinco dias antes da Páscoa de 33 E. C., quando Jesus, montado num jumento, entrou em Jerusalém, em cumprimento da profecia de Zacarias 9:9, uma multidão deles o aclamou e gritou: “Salva, rogamos-te! Bendito aquele que vem em nome de Jeová, sim, o rei de Israel!” — João 12:1, 12, 13; Mateus 21:4-9; Marcos 11:7-11; Lucas 19:35-38; Salmo 118:26.
6. Em nome de quem vigiou Jesus sobre os seus apóstolos fiéis?
6 Finalmente, na noite da Páscoa, depois de celebrá-la com seus discípulos ou apóstolos fiéis, Jesus orou a Jeová e disse:
“Tenho feito manifesto o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus e tu mos deste, e eles têm observado a tua palavra. . . . Santo Pai, vigia sobre eles por causa do teu próprio nome que me deste, para que sejam um, assim como nós somos. Quando eu estava com eles, costumava vigiar sobre eles por causa do teu próprio nome que me deste; e tenho-os guardado.” — João 17:6, 11, 12.
Portanto, ao vir em nome de Jeová, Jesus era profeta semelhante a Moisés.
IDENTIFICADO TAMBÉM POR MILAGRES E PROFECIAS
7. Por que realizou Moisés sinais perante os egípcios e perante os israelitas, e como se comparam seus sinais em número aos do Messias?
7 O profeta Moisés provou por meio de muitos milagres, tanto aos israelitas como aos egípcios, que ele veio no nome do único Deus vivente e verdadeiro. Tratava-se de “sinais” dados por Deus, em prova de que Jeová enviara Moisés. (Êxodo 4:1-30; 7:1-3; 8:22, 23; 10:1, 2; Deuteronômio 34:10, 11) Os antigos israelitas não exigiram de Moisés um “sinal do céu”, e, portanto, os israelitas do primeiro século E. C. estavam fora de propósito ao pedirem tal sinal de Jesus. (Mateus 16:1-4) Não é para seu demérito dizer que os sinais milagrosos realizados por Moisés foram ultrapassados muito em número pelos realizados por Jesus, em prova de seu Messiado.
8. Com que iniciou Jesus os seus “sinais” e que efeito tiveram os “sinais” sobre seus discípulos e sobre Nicodemos?
8 Jesus não fez como Moisés, transformando água em sangue, mas ele transformou água no melhor dos vinhos, quando o estoque se esgotou numa festa de casamento em Caná da Galiléia. Este foi apenas o começo, segundo o que está escrito em João 2:11: “Jesus realizou isso em Caná da Galiléia, como princípio dos seus sinais, e tornou manifesta a sua glória; e seus discípulos depositaram nele a sua fé.” Com respeito à Páscoa de 30 E. C., o registro nos diz: “Quando ele estava em Jerusalém, na páscoa, na sua festividade, muitas pessoas depositaram sua fé no nome dele, observando os sinais que realizava.” (João 2:23) Por exemplo, o fariseu Nicodemos, governante dos judeus e membro do Sinédrio de Jerusalém, visitou Jesus de noite e disse: “Rabi, sabemos que tu, como instrutor, tens vindo de Deus; pois, ninguém pode realizar esses sinais que tu realizas, a menos que Deus esteja com ele.” — João 3:1, 2; 7:50, 51; 19:39, 40.
9. Que comparação há entre os milagres de Jesus e os de Moisés quanto à espécie deles?
9 Moisés curou a lepra? Jesus curou muitos leprosos na terra de Israel. Moisés partiu as águas do Mar Vermelho para salvar seu povo? Jesus andou sobre as águas do Mar da Galiléia e acalmou-as durante uma tempestade perigosa. Os israelitas viveram durante quarenta anos com maná do céu, no ermo, e depois morreram. Jesus proveu maná do céu no sacrifício de sua própria humanidade perfeita, a fim de que todos os que comessem dele em fé vivessem para sempre. (João 6:48-51) Moisés nunca curou todos os casos de doença e enfermidade que Jesus curou. Moisés nunca ressuscitou a ninguém dentre os mortos. Jesus ressuscitou mais pessoas dentre os mortos do que os profetas Elias e Eliseu, uma delas sendo Lázaro, de Betânia, que havia estado morto e enterrado por quatro dias. (João 11:1-45; 12:1-9) Até mesmo os inimigos de Jesus tiveram de admitir que ele realizava muitos sinais, pois disseram: “Que devemos fazer, visto que este homem realiza muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação.” — João 11:46-48; 12:37.
10. Como atestou Pedro os milagres de Jesus tanto perante judeus em Pentecostes, em Jerusalém, como perante gentios, em Cesaréia?
10 Sem exagero, pois, o apóstolo Pedro podia dizer a milhares de judeus na festividade de Savuote (Semanas) de 33 E. C.: “Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus, o nazareno, homem publicamente mostrado a vós por Deus, por intermédio de poderosas obras, e portentos, e sinais, que Deus fez por intermédio dele no vosso meio, conforme vós mesmos sabeis.” (Atos 2:22) Alguns anos depois, este mesmo Pedro, em Cesaréia, declarando os fatos do caso a alguns gentios interessados, favoráveis aos judeus, disse:
“Sabeis de que assunto se falava em toda a Judéia, principiando da Galiléia, depois do batismo pregado por João, a saber, Jesus, que era de Nazaré, como Deus o ungiu com espírito santo e poder, e ele percorria o país, fazendo o bem e sarando a todos os oprimidos pelo Diabo; porque Deus estava com ele. E nós somos testemunhas de todas as coisas que ele fez tanto no país dos judeus como em Jerusalém.” — Atos 10:37-39.
11, 12. (a) Que semelhança há entre Jesus e Moisés quanto a ser profeta? (b) Que se pode dizer sobre o cumprimento da profecia mais extensa de Jesus?
11 Foi Moisés profeta? Sim, foi! E assim foi também o Messias Jesus. Proferiu muitas parábolas ou ilustrações proféticas. Predisse que seria traído pelo seu próprio apóstolo Judas, a maneira em que se daria a sua própria morte e por meio de quem, e que também seria ressuscitado da sepultura, no terceiro dia de sua morte. Predisse a destruição de Jerusalém, que havia de ocorrer às mãos dos romanos, em 70 E. C. Sua profecia mais extensa é a registrada nos relatos preservados em Mateus, capítulos vinte e quatro e vinte e cinco, Marcos, capítulo treze, e Lucas, capítulo vinte e um. Esta profecia foi dada em resposta à pergunta de seus discípulos sobre quando ocorreria a destruição de Jerusalém, com o seu templo, e qual seria o “sinal” de sua volta e “presença” (parousia) messiânica, e da “terminação do sistema de coisas”.
12 Em testemunho da exatidão desta profecia, particularidades dela foram cumpridas durante aquela geração do primeiro século, e, de maneira ainda mais notável, particularidades correspondentes e outros pormenores cumpriram-se na nossa própria geração, desde 1914 E. C., sendo que desde aquele ano temos tido guerras, escassez de víveres, terremotos, pestilências, perseguição dos seguidores dele, angústia mundial, e temos uma “grande tribulação” sem igual ainda à frente. — Mateus 24:21.
13. Que comparação há entre Jesus e Moisés quanto a profecias que o predisseram e depois se cumpriram nele?
13 O profeta Moisés não tinha nenhuma profecia que o predissesse e se cumprisse nele. Mas, em todas as Escrituras Hebraicas, de Gênesis a Malaquias, há centenas de profecias cumpridas em Jesus, desde o seu nascimento até a sua morte e ressurreição, para provar que ele deveras era o Messias, o “descendente” cujo “calcanhar” havia de ser machucado pela Grande Serpente, Satanás, o Diabo. Ele mesmo trouxe isto à atenção de seus discípulos, depois de Deus o ter levantado dentre os mortos. O registro de Lucas 24:25-48 nos diz:
“Disse-lhes assim: ‘Ó insensatos e vagarosos de coração no que se refere a crer em todas as coisas faladas pelos profetas! Não era necessário que o Cristo [Mashíahh] sofresse estas coisas e que entrasse na sua glória?’ E, principiando por Moisés e por todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras as coisas referentes a si mesmo. . . .
“Disse-lhes então: ‘Estas são as minhas palavras que vos falei enquanto ainda estava convosco, que todas as coisas escritas na lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos, a respeito de mim, têm de se cumprir.’ Abriu-lhes então plenamente as mentes para que compreendessem o significado das Escrituras e disse-lhes: ‘Assim está escrito que o Cristo [Mashíahh] havia de sofrer e de ser levantado dentre os mortos no terceiro dia, e que, à base do seu nome, se havia de pregar arrependimento para o perdão de pecados, em todas as nações — principiando por Jerusalém, haveis de ser testemunhas destas coisas.’”
14. O que escreveu Moisés a respeito de maldições sobre Israel e a respeito de se fazer de um criminoso algo amaldiçoado para Deus, visando a quem?
14 Em Levítico, capítulo vinte e seis, e em Deuteronômio 28:15-68, o profeta Moisés escreveu todas as invocações do mal e maldições que sobreviriam à nação de Israel se não cumprisse seu pacto da Lei com Jeová Deus. Moisés escreveu também:
“E caso venha a haver num homem um pecado que mereça a sentença de morte, e ele tenha sido morto e tu o tenhas pendurado num madeiro, seu cadáver não deve ficar toda a noite no madeiro; mas deves terminantemente enterrá-lo naquele dia, pois o pendurado é algo amaldiçoado por Deus; e não deves aviltar teu solo que Jeová, teu Deus, te dá por herança.” — Deuteronômio 21:22, 23.
Evidentemente, esta lei foi dada por Deus pensando no seu Messias. Por quê? A fim de que a nação de Israel fosse poupada à maldição que lhe sobreviria pela violação de seu pacto da Lei com Deus, o Messias tinha de morrer numa estaca, como amaldiçoado, em lugar de Israel.
MORTE E GLORIFICAÇÃO
15. No dia de Pentecostes de 33 E. C., o que se fez para que o Cordeiro de Deus fosse executado por não-judeus?
15 Em 14 de nisã, dia da Páscoa, do ano de 33 E. C., o cordeiro pascoal foi morto e preparado para ser consumido, até mesmo pelos próprios apóstolos de Jesus. (Mateus 26:1-30; Marcos 14:1-26; Lucas 22:1-39) Mas, que dizer daquele a quem João Batista chamou de “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”? (João 1:29, 36) Tarde da noite, após a ceia pascoal, ele foi traído pelo apóstolo Judas Iscariotes e levado preso por um grupo armado, que o levou e entregou aos líderes religiosos de Jerusalém. Foi levado a julgamento pelo Sinédrio judiciário e sentenciado à morte, segundo a interpretação deles da Lei. Em vista de suas limitações para executar a sentença de morte, aquele corpo judiciário entregou o condenado Jesus ao governador gentio, Pôncio Pilatos, como perturbador da paz e sedicioso criminoso. Seus acusadores insistiram em que fosse pendurado numa estaca para morrer.
16. O que disse Jesus perante Pilatos a respeito do reino e da verdade?
16 Quando em julgamento perante Pôncios Pilatos, Jesus salientou que seu reino messiânico seria celestial, não terreno, em Jerusalém do Oriente Médio. Quando Pilatos lhe perguntou: “És tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Meu reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino fizesse parte deste mundo, meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, assim como é, o meu reino não é desta fonte. “Diante desta resposta, Pilatos perguntou: “Pois bem, és tu rei?” Jesus respondeu: “Tu mesmo estás dizendo que eu sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que está do lado da verdade escuta a minha voz.” — João 18:33-37.
17. Como foi Jesus então “contado com os transgressores”, e que esperança deu ele a um dos transgressores?
17 Pilatos, de má vontade, cedeu às demandas dos acusadores de Jesus, para que fosse pendurado numa estaca. O lugar da execução veio a ser Gólgota (“Lugar da Caveira”) ou Calvário, fora da muralha de Jerusalém. Foi pendurado entre dois malfeitores criminosos, “transgressores”. Os versados na Lei de Moisés consideravam Jesus, na estaca, como “algo amaldiçoado por Deus”. Embora fosse assim “contado com os transgressores”, Jesus ainda pensava na esperança do Paraíso terrestre para a humanidade, sob o seu futuro governo messiânico. Por isso, quando um dos transgressores, que passou a dar-se conta de que Jesus era homem inocente e bode expiatório para pecadores disse-lhe: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”, Jesus respondeu: “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” — Lucas 23:39-43; 22:37.
18. Como fez Jesus a sua sepultura com os iníquos e com os ricos, e em que condição estava ele no Seol?
18 Aproximadamente no meio da tarde daquele dia de Páscoa, Jesus faleceu. “Derramou a sua alma até a morte.” “Esvaziou a sua alma até a própria morte.” (Isaías 53:12, Brasileira; NM) Segundo Deuteronômio 21:22, 23, foi enterrado naquela mesma tarde. Foi deitado num túmulo recém-escavado dum homem rico fazendo assim “a sua sepultura mesmo com os iníquos e com a classe rica na sua morte, apesar do fato de que não praticara nenhuma violência e não havia engano na sua boca”. (Isaías 53:9) Também, a alma de Jesus foi assim para o Seol, a sepultura comum da humanidade. Ali aplicava-se ao falecido Jesus: “Os defuntos . . . de nada sabem. . . . porque não haverá atividade, nem cogitação, nem ciência, nem sabedoria no Cheol [Seol] para onde irás.” — Eclesiastes 9:5, 10, Liga de Estudos Bíblicos.
19. Quando e como cumpriu Jeová a sua própria profecia inspirada, no Salmo 16:10, e por que surgiu uma pergunta a respeito do paradeiro de Jesus?
19 No entanto, o Rei Davi havia escrito profeticamente: “Pois não abandonarás a minha alma ao Seol, nem permitirás que o teu santo veja a corrução. Far-me-ás conhecer a vereda da vida: na tua presença há plenitude de alegria; na tua destra há delícias para sempre.” (Salmo 16:10, 11, Brasileira; LEB) Fiel a esta profecia de Sua própria inspiração, Jeová, o Deus Todo-poderoso, ressuscitou o Messias, Jesus, no terceiro dia, 16 de nisã, dia em que o sumo sacerdote Caifás, no templo, oferecia a Jeová “um molho das primícias” da colheita da cevada. (Levítico 23:9-14; 1 Coríntios 15:20, 23) Era verdade que o túmulo em que Jesus havia sido colocado fora achado vazio, mas por que não podia ele ser achado em parte alguma pelos seus próprios discípulos? Por que se dava que, durante os quarenta dias depois de sua ressurreição, ele lhes aparecia de repente e desaparecia de modo igualmente repentino, para provar-lhes que estava vivo dentre os mortos? — Atos 1:1-3; João 20:1-31; Mateus 28:1-18.
20. Como explica Pedro a ressurreição de Jesus e como descreve Paulo a ressurreição correspondente dos discípulos de Jesus?
20 O apóstolo Pedro, a quem o ressuscitado Jesus apareceu uma vez em particular, fornece-nos a explicação destas materializações, tais como os anjos espirituais haviam feito nos dias dos profetas antigos. Pedro diz: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão.” (1 Pedro 3:18, 19, Almeida, atualizada; Brasileira; 1 Coríntios 15:5; Lucas 24:34) Na sua ressurreição, fez-se com ele assim como foi predito que ocorreria com seus discípulos fiéis, na ressurreição deles:
“Semeia-se em desonra, é levantado em glória. Semeia-se em fraqueza, é levantado em poder. Semeia-se corpo físico, é levantado corpo espiritual. Se há corpo físico, há também um espiritual. Até mesmo está escrito assim: ‘O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente.’ O último Adão tornou-se espírito vivificante.
“No entanto, digo isso, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem pode a corrução herdar a incorrução. . . . Pois isto que é corrutível tem de revestir-se de incorrução e isto que é mortal tem de revestir-se de imortalidade. Mas, quando isto que é corrutível se revestir de incorrução e isto que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: ‘A morte foi tragada para sempre.’” — 1 Coríntios 15:43-45, 50-54.
“Pois, se ficamos unidos com ele na semelhança de sua morte, certamente seremos também unidos com ele na semelhança de sua ressurreição.’’ — Romanos 6:5.
21. Deus ressuscitou Jesus para ser que espécie de pessoa, e, assim, como reteve Jesus o mérito de seu sacrifício humano?
21 Por conseguinte, a evidência bíblica prova que Jesus Cristo foi ressuscitado como Filho espiritual de Deus, em imortalidade e incorrução. (Atos 13:32-37) Portanto, na sua ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo não retirou seu corpo humano qual sacrifício de cima do altar de Deus, por tomar novamente seu corpo humano. (Hebreus 10:1-10) Assim como no Dia da Expiação, anual, eliminavam-se os cadáveres daquelas vítimas animais, cujo sangue fora levado ao Santíssimo pelo pecado, assim Deus aceitou o sacrifício da natureza humana de Jesus e eliminou o corpo humano de Jesus. Como? Isso não sabemos. (Hebreus 13:10-13; Levítico capítulo dezesseis) Embora o Deus Todo-poderoso não ressuscitasse seu Filho Jesus Cristo num corpo humano, o Filho ressuscitado de Deus retinha o valor ou mérito de seu sacrifício humano, o qual era semelhante ao sangue sacrificial que o sumo sacerdote judaico levava ao Santíssimo do templo, a fim de fazer expiação pelo pecado.
22, 23. (a) Sendo pela ressurreição uma pessoa espiritual, o que pôde Jesus então fazer, conforme prefigurado pelo sumo sacerdote no Dia da Expiação? (b) De que modo estava Jesus então em condição mais forte para machucar a “cabeça” da Serpente?
22 Como Filho espiritual de Deus, Jesus Cristo pôde subir de volta ao céu, no quadragésimo dia após a sua ressurreição dentre os mortos. Vários de seus discípulos fiéis foram testemunhas desta ascensão. (Atos 1:1-11) Assim como o sumo sacerdote judaico, no Santíssimo, aspergia o sangue da expiação em direção à Arca dourada do Pacto, assim Jesus entrou na presença celestial de Deus e apresentou o valor ou mérito de seu sacrifício humano, perfeito. (Hebreus 9:11-14, 24-26) O Deus Altíssimo o assentou então à sua própria mão direita, como “sacerdote por tempo indefinido à maneira de Melquisedeque”. — Salmo 110:1-4; Atos 2:31-36; Hebreus 5:10; 10:11-13.
23 O Filho de Deus foi assim recompensado com uma posição celestial mais elevada do que aquela que tinha antes de se tornar homem perfeito e ter o “calcanhar” machucado pela Grande Serpente. Retomou seu nome pré-humano, Miguel, de modo que havia novamente um “Miguel, o arcanjo”, no céu. (Judas 9; Revelação 12:7) O glorificado “descendente” da “mulher” de Deus estava então numa situação muito melhor para machucar a cabeça da Serpente, no tempo devido de Deus. — Gênesis 3:15.
24, 25. (a) Tanto judeus como gentios podem alegrar-se de que o Filho de Deus não é que espécie de Messias? (b) Em Filipenses 2:5-11, somos exortados a ter que atitude mental?
24 Quão grata e alegre deve ser toda a humanidade, tanto judeus naturais como gentios, de que o prometido Messias de Deus será um Messias celestial, imorredouro e não mero “ungido” humano, terrestre, igual ao Rei Davi! Davi, sob inspiração profética, reconheceu humildemente a este grandemente enaltecido como seu Senhor, e nós também devemos ter esta atitude. Somos exortados a ter esta atitude mental submissa, segundo as seguintes palavras inspiradas:
25 “Mantende em vós esta atitude mental que houve também em Cristo [Mashíahh] Jesus, o qual, embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus [contudo, não pensou em procurar arrebatar a igualdade com Deus, Nova Bíblia Inglesa]. Não, mas ele se esvaziou e assumiu a forma de escravo, vindo a ser na semelhança dos homens. Mais do que isso, quando se achou na feição de homem, humilhou-se e tornou-se obediente até à morte, sim, morte numa estaca de tortura. Por esta mesma razão, também, Deus o enalteceu a uma posição superior e lhe deu bondosamente o nome que está acima de todo outro nome, a fim de que, no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo [Mashíahh] é Senhor, para a glória de Deus, o Pai.” — Filipenses 2:5-11. Veja também 2 Coríntios 5:16.