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AbelAjuda ao Entendimento da Bíblia
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da promessa divina, em Gênesis 3:15, a respeito do “descendente” prometido, todavia, sua oferenda das primícias de seu rebanho certamente era apropriada, e, sem dúvida, foi também um fator na expressão da aprovação de Deus. Ao Dador da vida, Abel apresentou a vida como sua dádiva, embora fosse apenas dentre seus rebanhos. — Compare com João 1:36.
Jesus mostra que Abel foi o primeiro mártir e objeto de perseguição religiosa movida por seu intolerante irmão, Caim. Ao assim fazer, Jesus fala de Abel como vivendo na “fundação do mundo”. (Luc. 11:48-51) A palavra “mundo” neste texto provém do grego kósmos, e, em seu uso aqui, significa o ‘mundo da humanidade’. Com a expressão “a fundação [grego, katabolés] do mundo”, Jesus se referia manifestamente ao nascimento dos filhos da parte de Adão e Eva, destarte produzindo um mundo da humanidade. Paulo inclui Abel entre a “nuvem de testemunhas” dos tempos pré-cristãos. — Heb. 11:4; 12:1.
Por causa de sua fé e da aprovação divina, das quais o registro continua a dar testemunho, poder-se-ia dizer que Abel, “embora morto, ainda fala”. (Heb. 11:4) Em Hebreus 12:24, o apóstolo se refere a “Jesus, o mediador dum novo pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o sangue de Abel”. O sangue de Abel, embora derramado em martírio, não resgatou nem redimiu ninguém, assim como não o fez o sangue de suas ovelhas sacrificadas. Seu sangue, com efeito, clamava a Deus por vingança contra o assassino Caim. O sangue de Jesus, aqui representado como validando o novo pacto, fala de modo melhor do que o de Abel, no sentido de que clama a Deus por misericórdia para com todas as pessoas de fé como Abel, e é o meio pelo qual seu resgate é possível.
Visto que Sete nasceu, evidentemente, pouco depois da morte de Abel, e quando Adão tinha 130 anos, é possível que Abel tivesse até 100 anos na ocasião de seu martírio. — Gên. 5:3.
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AbelhaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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ABELHA
[Heb. , devohráh]. A descrição de Canaã como “uma terra que mana leite e mel” indica, em si mesma, que as abelhas eram bem numerosas nessa terra, desde os tempos antigos. (Êxo. 3:8) O clima quente e a abundância de flores continuam a fazer dela uma terra apropriada para grande população de abelhas, e a criação de abelhas (apicultura) é popularíssima ali, nos tempos modernos.
Com base em um relevo no “Templo do Sol”, crê-se que a criação de abelhas, entre os egípcios, date de antes da época de Abraão. A primeira evidência definida, contudo, da domesticação de abelhas na Palestina provém do tempo da Míxena judaica (escrita por volta do segundo século E.C.), tempo em que isso era bem comum. As referências bíblicas, em geral, relacionam-se, de forma bem evidente, às abelhas selvagens. O mel comido por Jonatã durante certa campanha militar foi encontrado na floresta, a colmeia ou cortiço de abelhas provavelmente se localizando numa árvore oca. (1 Sam. 14:25-27) Abelhas selvagens do vale do Jordão forneciam a João Batista grande parte de seu alimento. (Mat. 3:4) As abelhas formam ninhos não só em árvores, mas também em outras cavidades, tais como fendas nas rochas e nas paredes. — Deut. 32:13; Sal. 81:16.
O relato de Juízes 14:5-9 tem suscitado algumas interrogações. Sansão, tendo morto um leão, voltou e encontrou “um enxame de abelhas no corpo morto do leão, bem como mel”. É bem conhecida a forte aversão que a maioria das abelhas têm a cadáveres e carniças. Deve-se notar, contudo, que o relato declara que Sansão voltou “depois de um tempo”, ou, literalmente, no hebraico, “depois de dias”, frase que pode referir-se a um período de até mesmo um ano. (Compare com 1 Samuel 1:3 [A expressão “de ano em ano” no hebraico é, literalmente, “de dias em dias”.]; compare com Neemias 13:6.) O tempo decorrido permitiria que as aves ou animais necrófagos, e também insetos, tivessem consumido grande parte da carne, e que os raios ardentes do sol dessecassem o restante. Que se havia passado um bom tempo também se evidencia de que, não só se havia formado um ninho de abelhas dentro da carcaça do leão, como também se havia juntado certa quantidade de mel.
A ferocidade do ataque da parte duma colmeia enfurecida de abelhas é usada para se descrever o modo como os amorreus perseguiram as forças israelitas, fazendo-as deixar seu domínio montanhesco. (Deut. 1:44) O salmista descreve similarmente as nações inimigas como o cercando “como abelhas”, só sendo impedidas por ele exercer fé no nome de Jeová. (Sal. 118:10-12) A pesquisa feita pela Universidade de Cornell demonstra que o veneno das abelhas é proporcionalmente tão tóxico quanto o de uma áspide, e, embora o ferrão de uma abelha injete apenas uma porção relativamente pequena de veneno na vítima, o ataque por parte de um enxame de centenas de abelhas pode ser fatal para um humano. Uma colônia grande de abelhas pode chegar a ter até 60.000 membros.
O profeta Isaías predisse vividamente a invasão da Terra Prometida pelos exércitos do Egito e da Assíria, assemelhando suas tropas a enxames de moscas e de abelhas, aos quais Jeová Deus ‘assobia’, de modo que venham e se fixem nos vales de torrente ou fluviais e nas fendas dos rochedos. (Isa. 7:18, 19) A maioria dos comentaristas não consideram esse ‘assobio’ como indicando um costume real entre os apicultores, mas como simplesmente indicando que Jeová atrai a atenção das nações agressivas para a terra de seu povo pactuado. Serem atraídas não só “abelhas” figurativas, mas também “moscas”, subentenderia igualmente que não está envolvido nenhum modo literal de se chamar abelhas.
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