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CegonhaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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incluída na lista das criaturas impuras, que, de acordo com o pacto da Lei, os israelitas estavam proibidos de comer. — Lev. 11:19; Deut. 14:18.
Quando repreendia o povo apóstata de Judá, que deixou de discernir o tempo do julgamento por parte de Jeová, o profeta Jeremias trouxe à atenção deles a cegonha e outras aves que ‘conhecem bem seus tempos designados’. (Jer. 8:7) A cegonha emigra regularmente por toda a Palestina e a Síria, vindo de seus ninhos hibernais na África, aparecendo em grandes bandos durante março e abril. Dentre as duas espécies de cegonha encontradas na Palestina, a cegonha-branca e a cegonha-negra (Ciconia nigra), a primeira só ocasionalmente permanece para reproduzir-se naquela região, amiúde fazendo seu ninho nos topos das casas, mas também aninhando-se em árvores. A cegonha- negra, assim chamada por causa de sua cabeça, pescoço e dorso negros, é mais comum na área do mar Morto e em Basã, e procura árvores, quando disponíveis, para fazer seu ninho. O salmista referiu-se às cegonhas aninharem-se em altos juníperos. — Sal. 104:17.
Contrastando o avestruz que não voa com a cegonha que voa alto, Jeová perguntou a Jó: “Acaso a asa da fêmea de avestruz bateu alegremente, ou tem ela as plumas duma cegonha e a plumagem?” (Jó 39:13) As rêmiges da cegonha são bem largas e fortes, as rêmiges secundárias e terciárias sendo quase tão longas quanto às primárias, proporcionando imensa superfície à asa e habilitando a cegonha a ser uma ave capaz dum vôo alto e de longa duração. É uma vista imponente a cegonha voando, planando com suas fortes asas, com o pescoço estendido e suas longas pernas bem esticadas para trás. As duas mulheres vistas na visão de Zacarias (5:6-11), que levavam uma medida de efa que continha certa mulher chamada “Iniqüidade”, são descritas como tendo “asas semelhantes às asas da cegonha”. A referência ao “vento nas suas asas” (V. 9) harmoniza-se também com o sussurro produzido pelo ar que passa pelas rêmiges da cegonha. As penas primárias estendem-se como dedos, em vôo, de modo que formam-se eslotes nas pontas das asas, destarte controlando o fluxo de ar sobre o topo das asas, e melhorando seu poder de sustentação.
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CegueiraAjuda ao Entendimento da Bíblia
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CEGUEIRA
Esta parece ter sido uma aflição comum nos tempos antigos. Entre os fatores responsáveis pela cegueira destacavam-se a doença, a velhice e a extirpação dos olhos daqueles feitos cativos na guerra.
A lei de retaliação (pena de talião) de Israel, que exigia alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, não só destacava a santidade da vida, mas também inculcava fortemente nos israelitas a necessidade de terem cuidado extraordinário em evitar causar dano a outrem, e também de se certificarem de que qualquer testemunho que dessem no tribunal fosse verdadeiro e exato, visto que a pessoa que dava falso testemunho sofreria a própria punição que visava trazer a uma pessoa inocente. (Êxo. 21:23, 24; Deut. 19:18-21; Lev. 24:19, 20) Se um amo fosse o causador da perda dum olho de seu escravo, o amo não tinha de sofrer a extirpação de um dos seus olhos, mas o escravo ficava livre. (Êxo. 21:26) Ao passo que os escravos podiam ser obrigados a trabalhar e podiam ser surrados, caso fossem rebeldes, ainda assim o amo ficava, desse modo, cônscio da necessidade de refrear-se de ser indevidamente severo.
Jeová, que fez o olho, pode também trazer a cegueira. (Êxo. 4:11) Ele avisou a nação de Israel de que, caso rejeitassem seus estatutos e violassem seu pacto, traria sobre eles a febre ardente, fazendo com que seus olhos fraquejassem. (Lev. 26:15, 16; Deut. 28:28) Ele infligiu cegueira temporária nos casos dos homens iníquos de Sodoma e do feiticeiro Elimas. (Gên. 19:11; Atos 13:11) Saulo de Tarso ficou cegado com o brilho da luz, quando Jesus lhe apareceu, “como a alguém nascido prematuramente”. Ele recuperou a visão quando Ananias impôs-lhe as mãos, e “caíram-lhe dos olhos o que parecia [ser] escamas”. — 1 Cor. 15:8; Atos 9:3, 8, 9, 12, 17, 18.
A cegueira causada à força militar dos sírios, conforme o pedido de Eliseu, era, evidentemente, a cegueira mental. Se todo o exército tivesse sido afligido de cegueira física, todos teriam de ser conduzidos pela mão. Mas o relato afirma simplesmente que Eliseu lhes disse: “Este não é o caminho e esta não é a cidade. Segui-me.” Sobre este fenômeno, William James, em seus Principies of Psychology (Princípios de Psicologia), Volume 1, página 48, declara: “A cegueira mental é um dos resultados mais curiosos do distúrbio do córtice cerebral. Não é tanto a insensibilidade às impressões óticas como é a incapacidade de compreendê-las. Psicologicamente se interpreta isso como perda de associações entre as sensações óticas e o significado delas; e qualquer interrupção das vias entre os centros óticos e os centros de outras idéias pode causar isto.” Possivelmente esta era a espécie de cegueira removida por Jeová quando o exército sírio chegou a Samaria. — 2 Reis 6:18-20.
A cegueira desqualificava um homem de servir como sacerdote no santuário de Jeová. (Lev. 21:17,18, 21-23) O sacrifício de um animal cego era também inaceitável para Jeová. (Deut. 15:21; Mal. 1:8) Mas a lei de Jeová refletia consideração e comiseração pelo cego. Aquele que colocasse um obstáculo no caminho dum cego, ou o desorientasse, era amaldiçoado. (Lev. 19:14; Deut. 27:18) Jó, servo justo de Deus, disse: “Tornei-me olhos para o cego.” — Jó 29:15.
Quando Jesus Cristo estava na terra, ele restaurou milagrosamente a visão de muitos cegos. (Mat. 11:5; 15:30, 31; 21:14; Luc. 7:21,
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