Capítulo 12
Fim da permissão da iniquidade
1. Em vez de passar por meras formalidades no Seu templo, o que devia a nação de Israel fazer para ter as bênçãos de Jeová segundo o Seu pacto?
A ANTIGA nação de Israel possuía em Jerusalém o belo símbolo da adoração pura do único Deus vivente e verdadeiro. Era seu templo sagrado, reconstruído. Mas a nação devia fazer mais do que apenas as realizações cerimoniais, rotineiras, neste centro de adoração. A nação escolhida de Israel, com seu templo reconstruído da adoração de Jeová em Jerusalém, devia viver esta religião diariamente em toda a sua terra dada por Deus. A sua religião não seria assim apenas uma formalidade pia, mas seria uma experiência viva. Não resultaria na profanação da casa sagrada da adoração de Jeová. Não traria zombaria e vitupério ao nome de Deus. Ele poderia então abençoar de bom grado os habitantes adoradores, no país, segundo a promessa de seu pacto solene com a nação. Não seria obrigado a enviar uma maldição mortífera sobre os que não cumpriam o pacto.
2. (a) A que devem ter ódio os adoradores de Jeová, segundo o Salmo 97:10, 11? (b) Em harmonia com que propósito de Deus não deviam tolerar nenhuma iniqüidade no seu domínio dado por Deus?
2 Da parte dos Seus adoradores sinceros, tinha de haver um genuíno ódio da iniqüidade. Neste respeito, o salmista inspirado exorta-os: “Ó vós amantes de Jeová, odiai o que é mau. Ele guarda as almas dos que lhe são leais; livra-os da mão dos iníquos. A própria luz brilhou para o justo e a alegria, até mesmo para os retos no coração.” (Salmo 97:10, 11) Não se devia tolerar a iniquidade no lugar onde moram os amantes de Jeová, no seu domínio dado por Deus. No seu próprio tempo, ao qual adere estritamente, acabará com toda a iniqüidade em toda a terra, junto com todas as suas conseqüências terríveis. Não mais permitirá a iniqüidade. Salve! tempo feliz para toda a humanidade disposta à justiça!
3. Em harmonia com este tema, que visão se deu então, e para o encorajamento de quem foi registrada?
3 Em harmonia com esta perspectiva agradável está o tema da sexta visão dada ao profeta Zacarias, no dia 24 do décimo primeiro mês lunar (sebate) do ano 519 A.E.C. Ele foi inspirado a registrá-la, a fim de preservá-la para o nosso encorajamento, neste tempo de seu cumprimento completo.
A SEXTA VISÃO
4, 5. (a) O que relatou Zacarias ao anjo intérprete quanto ao que estava vendo? (b) Como se locomovia aquele rolo pelo ar e quanta superfície escrita tinha, para que espécie de mensagem?
4 Zacarias escreveu: “Então levantei novamente os olhos e vi; e eis um rolo voador! Portanto, ele [o anjo interpretador] me disse: ‘Que estás vendo?’ Eu disse, da minha parte: ‘Estou vendo um rolo voador, cujo comprimento é de vinte côvados e cuja largura é de dez côvados.’” — Zacarias 5:1, 2.
5 O rolo está desenrolado. Estando estendido, voa pelo ar como que com asas dum avião. É um rolo grande, pois tem vinte côvados de comprimento e dez côvados de largura, num total de duzentos côvados quadrados, ou cerca de 41 metros quadrados. E se ambos os lados do rolo tiverem sido usados para só escrever, isto significaria cerca de 82 metros quadrados de superfície de escrita. Mostrou-se que estava escrito em ambos os lados. Isto tornaria possível transmitir uma mensagem impressionantemente extensa. Tratava-se duma mensagem favorável ou desfavorável para o país? Isto indicaria o significado do rolo voador. Zacarias queria saber isso. E nós também.
6. O que explicou o anjo intérprete quanto ao significado do rolo voador?
6 O que disse o anjo interpretador? “Então ele me disse: ‘Esta é a maldição que sai sobre a superfície de toda a terra, porque todo aquele que furta, segundo ela, neste lado, tem ficado impune; e todo aquele que faz um juramento, segundo ela, naquele lado, tem ficado impune.’” — Zacarias 5:3.
7, 8. Que perguntas surgem com respeito ao ladrão e ao que jurava falsamente em nome de Jeová, e o que disse Jeová quanto a que faria a maldição?
7 Então, o que acontecerá a estes malfeitores que até agora conseguiram ficar impunes? Segundo o que estava escrito num lado do rolo, qual é a maldição a ser executada no furtador que até o momento ficou impune? E segundo o que estava escrito no outro lado do rolo, que maldição se executará naquele que fizer um juramento culposo? Até mesmo nós, hoje, estamos interessados em saber isso, porque toda a terra, atualmente, está cheia de ladrões e de pessoas que não cumprem os seus juramentos O que nos diz o anjo interpretador? O seguinte:
8 “‘Eu a fiz sair’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘e terá de entrar na casa do ladrão e na casa daquele que faz um juramento falso em meu nome; e terá de pousar no meio de sua casa e terá de exterminar a ela, e seu madeiramento, e suas pedras’.” — Zacarias 5:4.
9. Até que ponto devia prosseguir o extermínio? Atingindo só as casas?
9 O ladrão e aquele que fazia um juramento falso em nome de Jeová foram amaldiçoados para a destruição. Não só se deviam eliminar as suas casas, com madeiramento, pedras e tudo o mais, mas o ladrão e o que jurava falsamente também deviam ser exterminados. O próprio lugar de sua residência devia ser eliminado do país, e eles juntamente com suas moradias. Esta era deveras uma maldição terrível! E era drástica!
10. A que terra aplicava-se isso e por que tornava isso o furto e o juramento falso tanto mais sérios?
10 Devemos lembrar-nos de que isto se aplicava à terra ocupada pelo restante dos judeus anteriormente exilados, que haviam sido libertos de Babilônia e haviam retornado à terra de Judá, com o fim de reconstruir o templo de Jeová em Jerusalém. Isto tornava o assunto tanto mais sério. Sob os Dez Mandamentos, conforme dados por intermédio do profeta Moisés, aqueles judeus naturais, circuncisos, estavam sob a ordem divina de não furtar, de não prestar juramento falso, nem de dar testemunho falso. Portanto, quem roubasse do povo escolhido de Deus, realmente roubaria de Jeová. Ao jurar de modo falso no santo nome de Jeová, quem jurasse falso, mentiria, não só àquele para quem o juramento era uma garantia ou asseguração, mas também a Jeová. Era mau uso de Seu nome, usando-se Seu nome de modo fútil. (Êxodo 20:7, 15, 16) Embora os ladrões e os que juravam falsamente escapassem por um tempo da punição às mãos daqueles que deviam ter feito vigorar a lei de Deus, ainda assim, Sua maldição se aplicaria a estes violadores e teria efeito neles, no tempo devido.
ESPÉCIES DE FURTOS
11. Era o furto por causa de fome desculpável, ou que conseqüências trazia tal furto segundo Salomão e o escritor de provérbios, Agur?
11 Não importa qual o motivo do furto e quão desculpável o furto possa parecer sob as circunstâncias, ainda assim era um pecado e merecia ser punido segundo a lei de Deus. O sábio e inspirado Rei Salomão disse: “As pessoas não desprezam o ladrão só porque furta para encher a sua alma quando está com fome. Mas, quando descoberto, ele compensará com sete vezes tanto; dará todos os valores da sua casa.” (Provérbios 6:30, 31) Agur, escritor de provérbios, filho de Jaque, não desejava ficar numa situação em que se visse obrigado a furtar, porque compreendia que seu Deus estava envolvido nisso ou afetado por isso. Por este motivo orou a Deus: “Afasta para longe de mim a inveracidade e a palavra mentirosa. Não me dês nem pobreza nem riquezas. Devore eu o alimento que me é prescrito, para que eu não me farte e realmente te renegue, e diga: ‘Quem é Jeová?’ E para que eu não fique pobre e realmente furte, e ataque o nome de meu Deus.” (Provérbios 30:1, 8, 9) De que modo atacaria o nome de seu Deus por furtar?
12. (a) À luz dos Dez Mandamentos, como é o furto, mesmo por motivo de fome, um ataque contra o nome de Deus? (b) O que diz sobre isso o apóstolo Paulo?
12 Porque o furto é uma expressão de idolatria. O ladrão idolatra a si mesmo ou a coisa que furta. Cobiça aquilo a que não tem direito, mas que pertence a outro. Para escapar da punição pelo furto, ele toma a coisa cobiçada quando o dono ou os agentes da lei não estão vigiando. Visto que o mandamento contra o furto foi dado no nome de Deus, Jeová, o ladrão desconsidera o nome de Deus e o ataca como não sendo válido ou de importância. O apóstolo cristão Paulo escreveu aos cristãos que eram herdeiros do reino celestial de Deus: “Nenhum fornicador, nem pessoa impura, nem pessoa gananciosa — que significa ser idólatra — tem qualquer herança no reino do Cristo e de Deus.” (Efésios 5:5) Ele escreveu também: “Amortecei, portanto, os membros do vosso corpo que estão na terra, com respeito a fornicação, impureza, apetite sexual, desejo nocivo e cobiça, que é idolatria.” (Colossenses 3:5) Paulo talvez pensasse na profecia de Zacarias, quando escreveu: “O gatuno não furte mais, antes, porém, trabalhe arduamente, fazendo com as mãos bom trabalho, a fim de que tenha algo para distribuir a alguém em necessidade.” — Efésios 4:28, 25.
13. (a) Como afeta a “maldição” o cristão dedicado e batizado que passa a furtar? (b) Que furto é mais sério do que furtar a propriedade material de alguma criatura?
13 Se um cristão dedicado e batizado começar novamente a furtar assim como antes de sua conversão, ou passar a furtar, ele está atacando o nome de seu Deus. Visto que o ladrão não pode herdar o reino messiânico de Deus, ele vem sob a maldição divina. Isto significará a destruição dele, pois, se deixar de obter entrada no reino ao qual é chamado, não lhe sobra mais nada. Para alguém ser ladrão, não necessariamente precisa furtar coisas materiais de outro. É muito mais sério subtrair as palavras de Deus. Deus é contra tal furto.
14. O que diz Jeová em Jeremias 23:30-32 a respeito de quem furta as Suas palavras?
14 “‘Por isso, eis que sou contra os profetas’, é a pronunciação de Jeová, ‘aqueles que furtam as minhas palavras, cada um do seu companheiro.’ ‘Eis que sou contra os profetas’, é a pronunciação de Jeová, ‘aqueles que empregam a sua língua para pronunciar: “Uma pronunciação!”’ ‘Eis que sou contra os profetas de sonhos falsos’, é a pronunciação de Jeová, ‘que os narram e fazem meu povo vaguear por causa das suas falsidades e por causa da sua gabação’. ‘Mas eu mesmo não os enviei nem lhes dei ordem. Assim, de modo algum trarão proveito a este povo’, é a pronunciação de Jeová.” — Jeremias 23:30-32.
15. (a) O que se deve dizer quanto a furtar as palavras de nosso companheiro quando citamos a Bíblia aos outros? (b) Como furtavam os falsos profetas, nos dias de Jeremias, as palavras de Deus de seu companheiro?
15 Furtar as palavras de Jeová dum companheiro é assunto sério. Como se faz isso? Furtamos as palavras de Jeová do profeta quando citamos as palavras deste, a quem Ele inspirou a proferi-las? Não, pois damos o devido crédito ao profeta inspirado cujas palavras citamos em apoio ou prova dum ensino. Indicamos às pessoas o livro bíblico, o capítulo e o versículo que citamos. Não fazemos assim como os falsos profetas nos dias de Jeremias. Estes profetas tomavam a profecia do homem a quem Jeová inspirara para proferir a profecia e depois passavam a impingir esta profecia como sendo sua própria. E, naturalmente, quando ampliavam esta profecia que haviam furtado, não tinham a orientação divina para isso. Isto resultava em eles não a explicarem de modo correto ou em fazerem seus próprios acréscimos não autorizados, ou em adulterarem, deturparem e atenuarem a profecia. Assim usavam a profecia subtraída para seus próprios fins egoístas.
16. Como furtavam o nome de Deus os que pretendiam ser profetas inspirados ou que contavam meros sonhos?
16 Davam-se a aparência de ser profetas por dizer, como que sob inspiração: “Uma pronunciação!” Depois roubavam realmente o nome de Jeová por ligá-lo à sua própria “pronunciação”, à qual não pertencia. Inventavam sonhos falsos sobre o futuro, para influenciar o povo contra os porta-vozes verdadeiros de Jeová. Por causa de seus sonhos falsos e de sua gabação quanto ao futuro, faziam com que o povo se desencaminhasse em sentido religioso e espiritual, e o deixavam desprevenido para a realidade futura. Jeová não os enviou, nem lhes deu ordens, motivo pelo qual não tinham direito de furtar o nome de Deus de seu lugar legítimo e usá-lo para seus próprios fins enganosos. Tais ladrões não são de proveito para ninguém.
17. O que avisou Jeová de antemão sobre o que estava para vir e de que modo eram responsáveis pela conduta do povo aqueles profetas que não estavam de pé no Seu grupo íntimo?
17 “Pois, quem estava de pé no grupo íntimo de Jeová para ver e ouvir a sua palavra? Quem deu atenção à sua palavra para ouvi-la? Eis que certamente sairá o vendaval de Jeová, o próprio furor, sim, uma tormenta rodopiante. Rodopiará sobre a cabeça dos iníquos. A ira de Jeová não recuará até que ele tenha executado e até que tenha realizado as idéias de seu coração. Na parte final dos dias dareis a isso vossa consideração com compreensão. Não enviei os profetas, no entanto, eles mesmos correram. Não falei com eles, no entanto, eles mesmos profetizaram. Mas, se tivessem estado de pé no meu grupo íntimo, então teriam feito meu povo ouvir as minhas próprias palavras, e teriam feito que recuassem do seu mau caminho e da ruindade das suas ações.” — Jeremias 23:18-22.
18. De que modo fizeram os clérigos da cristandade aquilo contra que adverte Revelação 22:19, e como furtaram as palavras de seu companheiro?
18 O precedente corresponde ao que se diz aos cristãos dedicados e batizados no último livro da Bíblia: “Se alguém tirar qualquer coisa das palavras do rolo desta profecia, Deus lhe tirará o seu quinhão das árvores da vida e da cidade santa, coisas das quais se escreve neste rolo.” (Revelação 22:19) Ao ensinarem que o livro de Revelação ou Apocalipse não tem valor profético ou que a Bíblia está cheia de mitos, lendas e impossibilidades, os clérigos da cristandade certamente tiraram muita coisa da Palavra de Deus, e assim a sonegam do povo insuspeitoso. Quantas vezes, durante campanhas políticas e em tempo de guerra, se apropriaram os clérigos da cristandade dum texto da Bíblia para seus próprios fins egoístas e o empregaram como pretexto para falar às suas congregações sobre política mundial, planos de reforma social e propaganda de guerra! Não significa isso furtar a palavra de Jeová dum companheiro?
19. Como podemos nós, iguais ao apóstolo Paulo, evitar a maldição de Deus por furtar as palavras de Deus daqueles que precisam delas?
19 Em contraste com a sonegação de qualquer parte da Palavra de Deus dos que merecem ouvi-la, devemos imitar o exemplo do apóstolo Paulo, que disse: “Não me refreei de vos falar coisa alguma que fosse proveitosa, nem de vos ensinar publicamente e de casa em casa. Mas, eu dei cabalmente testemunho, tanto a judeus como a gregos, do arrependimento para com Deus e da fé em nosso Senhor Jesus. Por isso, eu vos chamo como testemunhas, no dia de hoje, de que estou limpo do sangue de todos os homens, pois não me refreei de falar a todos vós todo o conselho de Deus.” (Atos 20:19-21, 26, 27) Iguais a Paulo, não queremos ser amaldiçoados por um furto espiritual.
FAZER UM FALSO JURAMENTO EM NOME DE DEUS
20. O profeta Zacarias e seus companheiros judaicos podiam lembrar-se muito bem de que caso notável de juramento falso em nome do Deus de Judá?
20 Zacarias e os demais judeus restabelecidos, nos seus dias, podiam muito bem lembrar-se dum caso notável na história, que mostrava quão sério Deus achava fazer alguém um juramento falso em Seu nome. Este caso era o do último rei no trono de Jerusalém, a saber, o Rei Zedequias, filho de Josias. Ele morreu cego numa prisão em Babilônia, antes de o restante de judeus fiéis ser liberto do exílio babilônico. Por quê? O registro em 2 Crônicas 36:12, 13, explica o motivo, dizendo: “Ele fazia o que era mau aos olhos de Jeová, seu Deus. Não se humilhou por causa de Jeremias, o profeta às ordens de Jeová. E até mesmo se rebelou contra o Rei Nabucodonosor, que o fizera jurar por Deus; e enrijecia sua cerviz e endurecia seu coração para não retornar a Jeová, o Deus de Israel.”
21. Segundo Ezequiel 17:16-20, que decisão tomou Jeová a respeito do infiel Rei Zedequias?
21 Com respeito ao juramento que o Rei Zedequias fez ao Rei Nabucodonosor em nome de Jeová, Ezequiel 17:16-20 apresenta a seguinte decisão de Jeová:
“‘Assim como vivo’, é a pronunciação do [Soberano] Senhor Jeová, ‘no lugar do rei [Nabucodonosor] que constituiu rei àquele que desprezou seu juramento e que violou seu pacto, junto a ele, no meio de Babilônia, é que morrerá. . . . E ele desprezou o juramento, violando o pacto, e eis que dera a sua mão, e assim mesmo fez todas estas coisas. Não escapará.’ ‘Portanto assim disse o [Soberano] Senhor Jeová: “Assim como vivo, seguramente, meu juramento que ele desprezou e meu pacto que ele violou — isso é que vou trazer sobre a sua cabeça. E vou estender sobre ele a minha rede e certamente será apanhado na minha rede de caça; e vou levá-lo a Babilônia e por-me ali em julgamento com ele quanto à sua infidelidade com que agiu contra mim.”’”
22. Como se perjurou o Rei Zedequias e contrário ao conselho de quem?
22 Visto que o Rei Zedequias havia feito um juramento ao Rei Nabucodonosor em nome do Soberano Senhor Jeová, tinha a obrigação para com Deus de cumprir seu juramento e cumprir seu pacto, de ser vassalo do rei de Babilônia. Desconsiderando o conselho inspirado do profeta Jeremias, ele se perjurou, abjurou, rebelou-se e voltou-se para Faraó do Egito, em busca de ajuda militar. — Ezequiel 17:11-15, 17; Isaías 31:1-3.
23. Similar a Zedequias, como foram as nações da cristandade e seus clérigos em busca de ajuda e violaram seu pacto?
23 Similar ao Rei Zedequias, que estava no pacto da Lei com Deus, por meio do mediador Moisés, as nações da cristandade desceram ao Egito simbólico em busca de ajuda, sim, ao mundo com seu equipamento militar. Os clérigos religiosos da cristandade acompanharam as suas nações respectivas, e abençoaram seus exércitos, suas armas militares e seus processos de guerra, orando por eles. Desta maneira, as nações da cristandade e seus clérigos, que afirmam estar no novo pacto com Deus, mediante Cristo por mediador, violaram seu pacto com Deus. Os clérigos religiosos violaram a neutralidade para com os conflitos do mundo, obrigatória a todos os cristãos.
24. (a) Como agiram os clérigos da cristandade para com os votos ou juramentos feitos quando foram ordenados ministros? (b) O que lhes acontecerá quando Deus executar a “maldição” do rolo voador na vindoura “grande tribulação”?
24 Quaisquer que tenham sido os votos ou juramentos que os clérigos sectários da cristandade tenham feito a Deus, ao serem ordenados para o ministério de suas respectivas denominações religiosas, eles violaram. Fizeram isso por seu proceder mundano, sabendo muito bem que “a amizade com o mundo é inimizade com Deus” e que, “portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. (Tiago 4:4) Que dizer da “maldição” representada pelo rolo voador extraordinariamente grande, que saía sobre a superfície de toda a terra? Entrará nas casas destes ladrões espirituais ou religiosos? Irá exterminá-los, bem como todas as suas casas religiosas, no tempo em que Deus executar esta maldição? Sim, sem falta! Tais clérigos e suas nações que professam ser cristãs são “pérfidos nos acordos” quanto a Deus, embora devessem conhecer muito bem “o decreto justo de Deus, de que os que praticam tais coisas merecem a morte”. (Romanos 1:31, 32) Ai deles na vindoura “grande tribulação”, quando esta maldição do “rolo voador” for executada por Deus. — Mateus 24:21, 22.
25, 26. (a) Quando se terá de acabar finalmente com as espécies de iniqüidade especificadas no rolo voador? (b) Por meio de que proceder escaparão os cristãos dedicados e batizados da “maldição” do rolo voador?
25 Assim como na visão dada a Zacarias a maldição devia acabar com a ladroagem e o juramento falso feito em nome de Jeová em todo o país de Seu povo, assim se terá de acabar com tais coisas em toda a terra. Especialmente agora, no domínio espiritual do restante restabelecido do Israel espiritual de Jeová. Tal espécie de iniqüidade não é mais permitida, nem tolerada, e não se permite que passe sem punição nesta terra, que pertence ao Criador dela, o Soberano Senhor Jeová. Para escapar do vindouro extermínio, todos os cristãos plenamente dedicados e batizados têm a obrigação bíblica de ‘não fazer parte deste mundo’, de se apegar inseparavelmente à neutralidade teocrática para com as disputas egoístas deste mundo. Visto que os do restante restabelecido dos israelitas espirituais fazem isso, cumpre-se para com eles o que foi predito em Revelação 22:3-5:
26 “E não haverá mais nenhuma maldição. Mas o trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade e os seus escravos lhe prestarão serviço sagrado; e verão o seu rosto, e o seu nome estará nas testas deles. Tampouco haverá mais noite, e eles não têm necessidade de luz de lâmpada, nem têm eles luz do sol, porque Jeová Deus lançará luz sobre eles e eles reinarão para todo o sempre.”
A INIQÜIDADE É REMOVIDA PARA BABILÔNIA
27. (a) O que viu Zacarias sair na sétima visão? (b) Que pergunta se suscita a respeito de “seu aspecto em toda a terra”?
27 Visto que não há de haver mais maldição da parte de Deus não deve haver mais iniqüidade. Que a iniqüidade não seria mais permitida na propriedade pertencente ao Criador divino, é indicado na sétima visão dada ao profeta Zacarias, com símbolos interessantes. Fixemos nossos olhos mentais no quadro que Zacarias nos descreve: “Então o anjo que falava comigo saiu e disse-me: ‘Levanta os olhos, por favor, e vê o que é que está saindo.’ Eu disse, pois: ‘O que é?’ Ele disse, por sua vez: ‘Este é o efa que está saindo.’ E ele prosseguiu, dizendo: ‘Este é seu aspecto em toda a terra.”’ (Zacarias 5:5, 6) No idioma usado pelo anjo, quer dizer, no hebraico, a expressão “seu aspecto” é literalmente “seu olho”. Similar a isso, em Números 11:7, “seu olho” (quer dizer, o recém-encontrado maná) é traduzido “se parecia”. Entretanto, a Versão dos Setenta grega de Zacarias 5:6 reza diferente: “Esta é a injustiça deles em toda a terra.” É o “aspecto” ou a ‘aparência’ de todos eles injusto?
28. O que é indicado, quanto aos “em toda a terra”, ter o recipiente uma medida específica?
28 Ora, teremos de ver o que há dentro daquele efa voador, o qual, conforme verificaremos, tem uma tampa de chumbo sobre ele. Uma medida de efa continha vinte e dois litros. Visto que fornece a medida do seu conteúdo, parece dizer que mede ou toma a medida do que há dentro do efa simbólico e assim apresenta o “aspecto” ou a ‘aparência’ de todos os que estavam no país ou na terra. Trata-se da injustiça, conforme sugere a tradução da Versão dos Setenta grega?
29. O que se expôs como estando dentro do efa e que nome se lhe deu?
29 “E eis que foi levantada a tampa circular de chumbo”, diz Zacarias, “e esta é certa mulher sentada no meio do efa. De modo que ele disse: ‘Esta é a Iniqüidade.’ E ele passou a lançá-la de volta no meio do efa, após o que lançou o peso de chumbo sobre a sua boca”. — Zacarias 5:7, 8.
30. (a) Portanto, o que representava a “mulher” lá dentro e o que sugere estar ela retida dentro do efa? (b) É a espécie de iniqüidade simbolizada limitada por ser o recipiente um efa, usado no comércio? Mas, em qualquer caso, aonde pertencia?
30 De modo que a iniqüidade de todos os habitantes do país é simbolizada por uma mulher. Mas agora, esta “iniqüidade” foi mantida presa como a mulher da medida de efa. Ela foi medida, e o tempo de sua permissão na terra também foi medido pelo Soberano Senhor Jeová. E para mantê-la presa, colocou-se uma pesada tampa circular de chumbo sobre a boca do efa. Sendo o efa uma medida usada no comércio, poderia sugerir algo comercial, e, por conseguinte, como contendo a iniqüidade comercial, negócios escusos. Mas, não necessariamente! Podem-se medir também todos os campos das relações e atividades humanas, e esta parece ser a maneira em que a “iniqüidade” simbolizada aqui deve ser encarada. Nenhuma espécie de iniqüidade tem qualquer lugar no país ou no domínio espiritual do povo dedicado de Jeová. Deve ser metida num recipiente e mandada para longe, em plena medida, para onde pertence. Não se deve permitir a sua permanência.
31. O que viu Zacarias acontecer a seguir à medida de Efa?
31 Esta remoção e transferência da “iniqüidade” é exatamente o que retrata esta sétima visão dada a Zacarias. Podemos alegrar-nos junto com ele, ao passo que nos diz: “Então levantei os olhos e vi, e eis que saíam duas mulheres, e havia vento nas suas asas. E tinham asas semelhantes às asas da cegonha. E aos poucos levantaram o efa entre a terra e os céus. De modo que eu disse ao anjo que falava comigo: ‘Para onde levam o efa?’” — Zacarias 5:9, 10.
32. Como se contrastam estas duas mulheres com a mulher dentro do efa e o que sugere terem o vento nas suas asas?
32 Usa-se duas mulheres simbólicas para transportar depressa a “iniqüidade” presa, como que por carga aérea nos tempos modernos. Este foi um bom uso de simbolismos. Não se usa mulheres apenas para simbolizar a iniqüidade; a iniqüidade não se limita a mulheres, mas elas podem ser também virtuosas e úteis no serviço de Jeová. E nesta visão são usadas para simbolizar agentes empregados pelo Soberano Senhor Deus, que odeia a iniqüidade. Semelhantes a Ele, estas duas mulheres simbólicas odeiam a iniqüidade e se alegram de ser usadas por ele para livrar dela o país. De modo que temos aqui um belo equilíbrio no uso de mulheres como símbolos. E visto que “havia vento nas suas asas”, mostra-se que têm ajuda celestial para eliminar às pressas a iniqüidade.
33. Que particularidades a respeito da cegonha tornaram apropriado que estas duas mulheres simbólicas tivessem neste respeito asas de cegonha?
33 Observamos que suas asas são como as “asas da cegonha”. Esta espécie de asas é bem apropriada para essas duas mulheres simbólicas, pois a palavra hebraica para “cegonha” (hhasidáh) deriva-se evidentemente da palavra hebraica (hhésed) que significa “benevolência” e “lealdade”, qualidades que assinalam as mulheres. A cegonha é conhecida por ser muito terna com sua cria e também leal ao seu companheiro durante a vida. Mas, naturalmente, não há ternura no tratamento da “iniqüidade”. Visto que as cegonhas são aves migratórias e têm percepção instintiva dos tempos de sua migração, estas duas mulheres simbólicas com asas de cegonha saberiam o tempo designado de Jeová para remover a “iniqüidade”. (Jeremias 8:7) Visto que as cegonhas têm uma envergadura de até mais de dois metros, podem voar alto e também levantar grandes pesos. Com as asas de cegonha, as duas mulheres simbólicas poderiam levantar e levar embora a pesada carga da “iniqüidade”. (Jó 39:13; Salmo 104:17) Perguntamos assim como Zacarias: “Para onde levam o efa?”
34. Onde disse o anjo que as mulheres aladas levavam o efa cheio?
34 O anjo que falava com Zacarias nos informa: “Ele me disse, por sua vez: ‘Para construir-lhe uma casa na terra de Sinear; e terá de ficar firmemente estabelecida, e ali terá de ser depositada sobre o seu devido lugar.’” — Zacarias 5:11.
35. Que particularidade a respeito da “terra de Sinear” tornava-a um lugar apropriado para se levar a “iniqüidade” e depositá-la no seu “devido lugar”?
35 Por que era levar-se a “iniqüidade” à “terra de Sinear” como depositá-la no seu “devido lugar”? Porque era ali, mesmo nos dias do profeta Zacarias, que se achava a cidade de Babilônia. Foi ali que se fundou Babilônia por Ninrode, o “poderoso caçador em oposição a Jeová”. Foi ali, tendo por centro a cidade de Babilônia, que se organizou a rebelião iníqua contra o Soberano Senhor Jeová. Ali se fundou também a religião falsa, organizada, de modo que a cidade de Babilônia veio a ser o centro mundial da religião falsa. Tornou-se a sede de “Babilônia, a Grande”, o império mundial da religião falsa, cujo império religioso perdura até hoje. (Gênesis 10:8-10; 11:1-9; Revelação 14:8; 17:1-18) Portanto, é ali na “terra de Sinear”, simbolizando o local da rebelião contra a soberania universal de Jeová Deus e também o local da religião falsa, babilônica, que se deve depositar e manter a “iniqüidade”, como numa casa firmemente estabelecida sobre o seu “devido lugar” como base.
36. Em vista da reconstrução do templo em Jerusalém, para que não era lugar próprio a terra dada por Deus ao povo escolhido de Jeová, conforme até mesmo indicado por Paulo em 2 Coríntios 6:14-16?
36 A terra do povo escolhido de Jeová, dada por Deus, deveras, não era lugar para iniqüidade de qualquer espécie, quer idolatria, furtos, negócios fraudulentos, juramentos falsos em nome de Deus, quer outra coisa iníqua. Assim deve ser especialmente no caso do templo reconstruído de Jeová em Jerusalém, para a Sua adoração pura, imaculada e de toda a alma. Conforme o apóstolo cristão Paulo escreveu à congregação na cidade pagã de Corinto: “Que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo? E que acordo tem o templo de Deus com os ídolos?” (2 Coríntios 6:14-16) Nenhum! Quanto a alguém que pratica o que é errado dentro da congregação do povo dedicado e batizado de Jeová, Paulo disse: “Removei o homem iníquo de entre vós.” — 1 Coríntios 5:13.
37. Neste “tempo do fim”, o que se deve fazer com a “iniqüidade” no que se refere ao domínio espiritual dos adoradores de Jeová” dado por Deus?
37 Neste “tempo do fim”, nesta “terminação do sistema de coisas”, que seja removida toda espécie de iniqüidade do domínio espiritual dos adoradores de Jeová, dado por Deus. Seja mantida fora e restrita ao domínio de Babilônia, a Grande, e de seus patrocinadores políticos, militares e comerciais. Que permaneça estabelecida ali, como que morando numa casa firmemente estabelecida. Não queremos ter nenhuma associação ou companhia com esta simbólica mulher Iniqüidade. Que fique para a destruição, junto com Babilônia, a Grande, e todos os que se rebelaram contra a soberania universal de Jeová, “na terra de Sinear”.
38. Portanto, desde o começo da edificação da adoração pura no templo de Jeová, em 1919 E.C., que remoção tem estado em progresso e como foi isso predito por Jesus na sua parábola do trigo e do joio?
38 Esta remoção da iniqüidade como que por duas mulheres de asas de cegonha já está em progresso desde o restabelecimento e a reedificação da adoração pura de Jeová no seu templo espiritual, a partir de 1919 E.C. É assim como Jesus Cristo predisse para esta “terminação do sistema de coisas”, dizendo: “A colheita é a terminação dum sistema de coisas e os ceifeiros são os anjos. Portanto, assim como o joio é reunido e queimado no fogo, assim será na terminação do sistema de coisas. O Filho do homem enviará os seus anjos, e estes reunirão dentre o seu reino todas as coisas que causam tropeço e os que fazem o que é contra a lei, e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de seus dentes.” (Mateus 13:39-42) Quando Babilônia, a Grande, e seus amantes mundanos forem destruídos como que com fogo na “grande tribulação” que se aproxima, seu choro e ranger de dentes cessará na destruição deles. — Mateus 24:21, 22; 25:41, 46.
39. Portanto, em que proceder de lealdade devemos persistir, ao passo que tomamos a peito Salmo 145:20?
39 Todos nós, os que saímos de Babilônia, a Grande, e de seus amantes mundanos na babilônica “terra de Sinear” não temos motivos para voltar àquela “iniqüidade”, que pertence àquele lugar de seu início. Nosso proceder de lealdade a Jeová, como o Soberano Senhor e único Deus verdadeiro, é persistir na sua adoração pura e imaculada, no seu templo espiritual, sob o seu Sumo Sacerdote Jesus Cristo. Tomamos a peito o que seu salmista inspirado escreveu: “Jeová guarda a todos os que o amam, mas a todos os iníquos ele aniquilará.” — Salmo 145:20.