Foi visitado recentemente pelo secretário do Rei?
“Havia entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de secretário sobre os quadris.” — Eze. 9:2, NM ed. ingl. 1971.
1. Que perguntas talvez faça quanto a uma visita pelo secretário do Rei, e são importantes as respostas a tais perguntas?
JÁ POR vários anos, o secretário do Rei tem visitado os lares das pessoas. Foi visitado recentemente por ele? Talvez se surpreenda com esta pergunta. Talvez diga: ‘Nunca fui visitado por ninguém que se identificasse como secretário do Rei.’ Mas é possível que, por temer abrir a porta a um visitante inesperado, nestes tempos perigosos, manteve a sua porta fechada e trancada. Ou então, se abriu a porta quando o visitou, não o reconheceu como sendo o secretário do Rei. Só porque não o identificou não exclui a probabilidade de que o tenha visitado. O trabalho dele é muito urgente, e ele lhe fez a visita no interesse de sua pessoa. Talvez exclame: ‘Como é que eu ia saber isso? Diga-me, quem é este Rei, e quem é o secretário dele? E por que motivos faz visitas? As respostas a estas perguntas suas são muito importantes nestes dias de incerteza, quando pode acontecer alguma emergência ou contingência.
2. Que rei está envolvido nisso, e por que se deve esperar em nossos dias o envio do secretário ao povo?
2 Nossa pergunta incomum pode ser compreendida à luz das circunstâncias em que é formulada. A situação mundial da atualidade não é nova. Há muito tempo atrás existia uma situação igual a esta, mas em pequena escala. Por esta razão, constitui um exemplo de aviso para nós hoje e foi por isso registrada na história antiga, para que não se perdesse a sua lição. Nós precisamos hoje desta lição, e precisamos tomá-la a peito e acatá-la, para o nosso bem duradouro. Assim como naquela situação típica, está envolvido o maior dos Reis do tempo atual, sim, o mesmíssimo Rei. O secretário que ele enviou agora corresponde ao que ele, há muito tempo, comissionou para sair, por causa das pessoas em necessidade. Quantos reis da terra fariam algo assim? Pelo menos este grande Rei o fez. Por meio daquilo que ele fez há muito em circunstâncias similares, ele prefigurou o que faria em nosso tempo. Cuidou de que se fizesse um registro exato e genuíno disso, para nosso esclarecimento e nossa orientação atualmente.
3. Qual era a situação há dois mil quinhentos e oitenta e dois anos atrás com respeito ao poder mundial e a um reino de uma longa linhagem de reis numa só família, e por que veio a ser de importância mundial o acontecimento que sobreveio àquele reino?
3 Voltemo-nos agora para o registro e remontemos 2.582 anos, ao ano 612 antes de nossa Era Comum. Pouco tempo antes, uma nova potência mundial poderosa (Babilônia) havia ocupado a posição predominante no domínio da política do mundo. Um reino regido por 465 anos pela mesma família real, desde 1077 A. E. C., estava prestes a ser destruído. Sobravam-lhe apenas mais cinco anos, conforme veio a acontecer na história. Portanto, na realidade, a sua capital Jerusalém foi destruída em 607 A. E. C., e junto com ela o templo do Deus do reino. Este acontecimento havia de influir no mundo inteiro da humanidade, pois então começaria um período de 2.520 anos, durante o qual a Potência Mundial Babilônica, a Potência Mundial Medo-Persa, a Potência Mundial Grega, a Potência Mundial Romana e a Potência Mundial Anglo-Americana haviam de dominar toda a humanidade em sucessão.
4. De que modo seria aquele período de domínio mundial um período ininterrupto, quando terminou e por que é o ano 612 A. E. C. de interesse atual para nós?
4 O domínio da terra por tais potências mundiais não seria interrompido pelo Poder Supremo do Universo por meio de qualquer reino estabelecido por Ele. Em sentido histórico, aquele longo período de ininterrupto domínio político mundial terminou no ano de 1914 E. C., quando irrompeu uma guerra internacional que por fim envolveu vinte e oito nações, inclusive a potência mundial dupla da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, a saber, a primeira guerra mundial da história humana. Por isso podemos agora avaliar que aquele ano da antiguidade, trazido à nossa atenção aqui — 612 A. E. C. — foi um ano crítico para aquele tempo e prefigurou um tempo crítico na atualidade.
5. Onde se encontravam dez mil judeus naquele ano de 612 A. E. C., e que presenciou Ezequiel numa visão naquele ano?
5 Já em 612 A. E. C., havia dez mil pessoas de Jerusalém e do reino de Judá que haviam sido deportadas dali em exílio na Babilônia. (2 Reis 24:14) Entre estas havia homens que se tornaram profetas de Jeová Deus, a saber, Daniel e Ezequiel, filho do sacerdote Buzi. (Dan. 1:1-6; Eze. 1:1-3) O ano 612 A. E. C. era o sexto ano de exílio daqueles dois deportados. Naquele ano, o profeta Ezequiel teve uma visão. Ele permaneceu fisicamente num lugar chamado Tel-Abibe, perto do rio Quebar, na Babilônia, mas em espírito ou por inspiração ele foi transportado de volta a Jerusalém. (Eze. 3:15; 8:1-4) Nesta visão, ele foi levado numa excursão pelo templo construído pelo Rei Salomão, filho de Davi, para a adoração de Jeová como o Deus do reino de Israel. Jeová proíbe o uso de qualquer imagem ou retrato na adoração dele como Deus invisível; no entanto, lá no templo dedicado à adoração deste Deus do céu e da terra, o profeta Ezequiel viu imagens e pinturas murais usadas na adoração de deuses falsos. Por exemplo, uma das coisas vistas por Ezequiel foi a seguinte:
6. O que viu Ezequiel, na sua excursão pelo templo que setenta anciãos de Israel faziam ali?
6 “Eis que havia na parede em redor toda representação de coisas rastejantes e de animais repugnantes, e todos os ídolos sórdidos da casa de Israel, esculpidos na parede em todo o derredor. E setenta homens dos idosos da casa de Israel, com Jaazanias, filho de Safã, de pé entre eles, estavam parados diante deles, cada um com o seu incensário na mão, e ascendia o perfume da nuvem de incenso. E ele passou a dizer-me: ‘Viste, ó filho do homem, o que os idosos da casa de Israel estão fazendo na escuridão, cada um nos quartos internos da sua peça de exibição? Pois estão dizendo: “Jeová não nos vê. Jeová deixou o país.”’” — Eze. 8:10-12.
7. Jeová estava justificado em trazer o que sobre aqueles setenta anciãos idólatras, e por quê?
7 O tempo ia revelar, e isso muito em breve, se aqueles setenta anciãos dentro do templo de Jeová tinham razão em dizer tais coisas e em esperar ficar impunes por degradarem e poluírem assim a casa de adoração de Jeová. Violavam de modo detestável o primeiro e o segundo dos Dez Mandamentos. Jeová é um ‘Deus ciumento’ no sentido de exigir devoção exclusiva e não partilhar Sua glória com deuses falsos, nem Seu louvor com imagens idólatras. Jeová estava justificado em trazer a punição sobre todos os praticantes da adoração falsa no Seu próprio templo em Jerusalém, pelo erro deles e pela sua iniqüidade. (Êxo. 20:1-6; Isa. 42:8) Ele indicou ao seu profeta Ezequiel que estava imutavelmente decidido a fazer isso. Depois de permitir que Ezequiel se tornasse testemunha ocular até mesmo da prática da adoração do sol, no templo Dele, Jeová lhe disse:
8. Com que palavras indicou Jeová que ele estava decidido a dar a punição devida?
8 “Eu mesmo também agirei em furor. Meu olho [que aqueles setenta anciãos pensavam estar cego] não terá dó, nem terei compaixão. E certamente clamarão aos meus ouvidos em voz alta, mas eu não os ouvirei.” — Eze. 8:13-18.
9. Neste respeito, o que prova que Jeová não é Deus de brincadeiras, e, por isso, que pergunta fazemos a respeito de pessoas?
9 Como devemos encarar isso nós os que vivemos num tempo crítico similar? Devemos perguntar: É Jeová um Deus impiedoso? Não terá misericórdia com ninguém no vindouro clímax de nossa própria situação crítica? Não o podemos culpar nem no mínimo por deixar que os adoradores hipócritas e falsos colham as conseqüências de suas próprias práticas erradas. E visto que Jeová disse claramente a todos nós que ele fará isso mesmo, devemos reconhecer que Ele não é Deus de brincadeiras. O povo do profeta Ezequiel descobriu isso, sendo que este fato histórico prova que ele é um Deus real e vivo, que ele é deveras o único Deus vivente e verdadeiro em existência. A atual geração da humanidade também vai descobrir isso! Mas que esperança de piedade divina há para com os desta geração? Em vista do que aconteceu no caso de Jerusalém nos dias de Ezequiel, podemos verificar isso. Por isso escutemos o que Ezequiel nos tem a dizer:
ATENÇÃO A SER DADA À CIDADE — COMO?
10, 11. (a) Quem foi que clamou aos ouvidos de Ezequiel, e de onde? (b) Por que tinha ele o direito de dar ordens com respeito à cidade?
10 “E ele passou a clamar em alta voz aos meus ouvidos, dizendo: ‘Cheguem-se os que fixam sua atenção na cidade, cada um com a sua arma na mão para arruinar!’”
11 É Jeová quem dá esta ordem aos ouvidos de Ezequiel. (Eze. 9:1) Onde está Ele? Lá está Ele, sentado naquele glorioso trono montado no carro de rodas terrivelmente altas, tendo ao lado de cada uma das quatro rodas um querubim celestial. (Eze. 8:2-4; 10:1, 2) Ele tem o direito de dar ordens a respeito da cidade de Jerusalém, pois Ele é Rei. É o “Rei da eternidade”. (1 Tim. 1:17, Tradução do Novo Mundo; Almeida, atual.; Rev. 15:3) Ele era realmente o Rei invisível da nação de Ezequiel; e o rei ungido que se sentava no trono de Jerusalém era considerado como sentado no “trono de Jeová”, como representante visível de Jeová, o Rei invisível. (1 Crô. 29:23; Eze. 20:33) Jesus Cristo chamou a Jerusalém de seus dias “a cidade do grande Rei”. (Mat. 5:35) De modo que ele tinha o supremo direito régio de dar ordens quanto a que se devia fazer com a cidade de Jerusalém. Segundo a próxima visão, nesta série de visões dadas e Ezequiel, Jerusalém devia ser queimada. (Eze. 10:1-7; 2 Reis 25:8, 9; 2 Crô. 36:17-19) Mas antes de a cidade ser arrasada, o que se faria com seus habitantes?
12. Que perguntas se suscitam quanto às armas para causar ruína, a quem não se refere a expressão “os que fixem sua atenção na cidade”, e por que não?
12 No que se referia a estes habitantes de Jerusalém, era ominoso ouvir o Rei invisível, Jeová, clamar com alta voz de comando: “Cheguem-se os que fixam sua atenção na cidade, cada um com a sua arma na mão para arruinar!” (Eze. 9:1) Contra quem deviam ser usadas estas armas de ruína? Contra os próprios habitantes de Jerusalém? Contra todos eles? Os armados com tais armas para arruinar foram chamados de “os que fixam sua atenção na cidade”. Esta descrição não se aplicava ao então reinante rei, Zedequias, nem aos seus príncipes governamentais, nem aos comandantes militares, nem ao sumo sacerdote, nem ao segundo sacerdote do templo. Estes não usariam as armas para arruinar contra o seu próprio povo em Jerusalém. Então, quem eram os homens armados?
13. Então, quem são os homens armados na visão, e por isso, que se deve dizer das forças armadas de Babilônia?
13 Estando sujeitos a Jeová, que estava prestes a ‘agir em furor’, eram Seus executores, os que executariam suas decisões judiciais nos habitantes de Jerusalém, assim ‘fixando sua atenção na cidade’. Embora na visão aparecessem como homens, eram realmente santos anjos de Jeová, a serem usados na execução de Seus julgamentos adversos nos habitantes da cidade. Segundo a história, as forças armadas de Babilônia foram usadas visivelmente na execução dos julgamentos de Jeová na cidade rebelde, mas estas não foram representadas na visão de Ezequiel. Estes babilônios foram apenas empregados pelos anjos celestiais contra Jerusalém.
14. Quantos homens armados atenderam à chamada de Jeová, e de que direção vieram?
14 Em vista da ordem régia de Jeová, quantos homens armados compareceram, e de que direção vieram? Ezequiel nos informa, dizendo: “E eis que vieram seis homens da direção do portão superior que dá para o norte, cada um com a sua arma maçadora na mão; e havia entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de secretário [escrevente] sobre os quadris, e eles passaram a entrar e a ficar de pé junto ao altar de cobre.” — Eze. 9:2, edição inglesa de 1971.
15. (a) Quem eram realmente aqueles “seis homens” da visão, e que pressagiava a direção de que vinham? (b) Como se demonstrou o triunfo da determinação de Jeová de ‘agir em furor’?
15 Havia seis homens com armas maçadoras na mão. Não eram muitos, mas, visto que representam anjos, tinham poderes sobre-humanos mais que suficientes para os milhares de habitantes dentro de Jerusalém. Portanto, serem seis em número não significava que houvesse algo de imperfeito neles ou que fossem inadequados para o trabalho de execução. Notamos que estes seis executores vieram “da direção do portão superior que dá para o norte”. Isto pressagiava que os exércitos babilônios marchariam contra Jerusalém vindos do norte, para servirem na terra como instrumentos dos anjos executores de Jeová. Do sul vieram os exércitos de Faraó do Egito, atendendo o apelo do Rei Zedequias de Jerusalém, mas estas forças aliadas foram rechaçadas pelos babilônios. A determinação de Jeová, de ‘agir em furor’ para a destruição de Jerusalém, não seria frustrada. Os simbólicos “seis homens” com armas maçadoras, que Ele convocara para darem ‘atenção à cidade’ tinham apoio divino e forçosamente triunfariam sobre toda resistência.
16. Em vista desta situação, o que enfrentam realmente as nações no futuro próximo?
16 Não despercebamos hoje a força daquela situação profética. O que o atual sistema mundial de coisas enfrentará no futuro próximo não são meras forças humanas de destruição e demolição. Aquilo que os elementos humanos radicais, anarquistas, niilistas e desordeiros talvez deixem de quebrar e eliminar será exterminado pelos exércitos angélicos, sobre-humanos, de Jeová, de execução do Seu “furor” contra este sistema iníquo de coisas. Terá de perecer todo vestígio deste sistema de coisas corruto e poluído!
17. Que motivos há para se saber se isto inclui ou não a cristandade, e por que têm as pessoas da cristandade motivos para ficar alarmadas?
17 Também a cristandade? Sim, porque ela é hoje a parte dominante deste sistema de coisas. Além disso, ela é a organização específica representada pela antiga Jerusalém infiel e o domínio dela, a terra de Judá. Ela é a organização religiosa que afirma adorar o Deus da Bíblia Sagrada, cujo nome é Jeová. Ela afirma reconhecer a Jesus, o Filho de Jeová Deus, como sendo o Cristo, e por este motivo escolheu ser chamada de cristandade. Mas, igual à antiga Jerusalém, ela violou seu pacto religioso com Jeová e se corrompeu com as religiões pagãs deste mundo, e por isso não pratica o verdadeiro cristianismo. O nome religioso dela não a protegerá. Aproxima-se a hora solene em que os proféticos “seis homens” ‘fixarão sua atenção na cristandade’, com suas armas maçadoras. Povos da cristandade, isto é deveras algo que os deve alarmar!
18. Quando se dará o espatifamento e pode ser evitado? Que pergunta surge quanto a nós mesmos?
18 O destroçamento e espatifamento deste inteiro sistema de coisas, inclusive da cristandade, é uma certeza absoluta a ocorrer dentro da atual geração. Não se poderá evitar esta catástrofe mundial que vem das mãos de Jeová, o Rei universal que anda no seu carro celestial para a plena execução dos seus julgamentos. Poderemos nós, pessoalmente, fazer alguma coisa a respeito disso — agora, antes que estes simbólicos “seis homens” comecem a destroçar as coisas mundanas com as suas armas para arruinar? Para sabermos isso, examinemos mais ainda o drama profético que o profeta Ezequiel viu em visão.
IDENTIFICAÇÃO DO SECRETÁRIO DO REI
19. Quantos homens vieram do norte e ficaram de pé ao lado do altar, e estavam todos eles armados?
19 Observemos que não foram apenas “seis homens” que vieram do norte e entraram no pátio do templo, ficando de pé ao lado do altar cúprico de sacrifício. Havia sete. Também, o sétimo homem não estava armado assim como os outros seis. Ezequiel diz: “E havia entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de secretário sobre os quadris.” (Eze. 9:2, ed. ingl. 1971) Afinal, quem é ele?
20. Quem era o sétimo homem, e estava ele no serviço do Rei Zedequias de Jerusalém?
20 Ora, é o secretário do Rei. Sua vestimenta não-militar, junto com o tinteiro contendo pena e tinta, o identifica como sendo secretário. Ele também precisa fixar a atenção na cidade, e visto que ele foi convocado por Aquele entronizado no carro celeste, deve ser o secretário de Jeová, cujo visível trono terrestre, em Jerusalém, era então ocupado pelo Rei Zedequias, da família real de Davi. Ele é o secretário, não do rebelde Rei Zedequias, mas do Rei da eternidade, Jeová. Quem era ele lá nos dias de Ezequiel, ou quem é ele hoje?
21. Que se pode dizer quanto a se o homem vestido de linho era ou não um anjo, e causou-se um efeito como o produzido por ele na visão, lá no tempo de Ezequiel?
21 Visto que ele estava entre os “seis homens” que representavam anjos do céu para a execução dos julgamentos de Jeová, representa ele também um anjo celestial ou um grupo angélico? Se fosse um anjo celestial invisível, como saberia se ele o visitou recentemente? Mas, segundo o trabalho que Jeová lhe designou fazer, aparentemente representa algo visível aqui na terra, usado de modo pacífico. Pois bem, ele representa então um homem, não representa? Bem, olhando lá para o tempo de Ezequiel, não temos na Bíblia nenhum registro de um único homem literalmente fazer o trabalho que esse homem “vestido de linho” foi mandado fazer. Não foi feito pelo profeta Jeremias, que naquele tempo estava em Jerusalém. Não foi feito por Ezequiel, pois ele voltou a Jerusalém apenas em visão, pelo espírito de inspiração da parte de Jeová. Mas embora não se visse então nenhum homem literal com tinteiro de secretário passar por Jerusalém e fazer o trabalho que Ezequiel viu em visão, o efeito benéfico de tal trabalho de secretário se evidenciou do mesmo modo como se um homem literal tivesse passado pela cidade e feito o trabalho designado. De modo que o homem com o tinteiro foi apenas um meio pictórico para salientar uma realização de Deus naquele tempo.
22. A quem ou quando se aplicava o cumprimento primeiro desta visão, e quem, portanto, é hoje o secretário do Rei?
22 Que dizer, porém, dos nossos dias? Torna-se claro que a visão do homem com o tinteiro de secretário se destinava a ter aplicação primária em nossos dias, em benefício de nós, “para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas”. (1 Cor. 10:11) Não foi representado nenhum único homem lá nos dias de Ezequiel, embora um só homem pudesse ter feito o trabalho dentro da antiga Jerusalém murada, durante o tempo que ainda restava antes da destruição da cidade. Mas quando consideramos que a antitípica “cidade” atual é a cristandade, com suas dimensões mundiais, podemos avaliar que não é trabalho para um só homem. Deve ser o trabalho de um grupo de homens durante vários anos. Portanto, nos nossos dias, o visionário homem “vestido de linho, com um tinteiro de secretário sobre os quadris”, deve representar um moderno homem composto, quer dizer, um grupo unido de homens que trabalham juntos sob chefia única no mesmo trabalho, visando o mesmo fim, no serviço de Jeová o “Rei da eternidade”. Este é o secretário do Rei nos nossos dias.
23, 24. (a) Por que não cumprem os judeus naturais a visão do homem vestido de linho? (b) Fazem os clérigos da cristandade a obra secretarial de Jeová, e qual é o motivo disso?
23 Estar este “secretário” composto no serviço de Jeová não significa hoje que se trate de um grupo de pessoas judaicas. Jeová foi o Deus de seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó, e de Moisés, mas os judeus ou israelenses naturais, circuncisos, da atualidade, certamente não estão hoje no serviço de Jeová. Infelizmente, eles se excluem disso, porque não aceitam a Jesus, que foi pendurado num madeiro e ressuscitado, como sendo o Messias ou Cristo, o Filho de Jeová Deus. Além disso, eles, como judeus, não fariam na cristandade a obra cristã que cumpriria a obra feita pelo homem “vestido de linho”, visto na visão de Ezequiel. Tampouco são os clérigos da cristandade, agindo como grupo unido, que fazem o trabalho secretarial de Jeová Deus. Estes clérigos não vêem nenhuma necessidade de tal trabalho, pois não acreditam que a cristandade seja em breve destruída por Jeová, pelas mãos de seus anjos sob as ordens de seu Filho Jesus Cristo. Por exemplo, o que disse o papa católico romano da Cidade do Vaticano no último Domingo de Páscoa, em 11 de abril de 1971?
24 Com data do dia seguinte, o jornal Times de Nova Iorque publicou um despacho especial datado “Roma, 11 de abril”, e disse: “O Papa Paulo VI disse hoje numa mensagem pascoal esperançosa: ‘As grandes idéias que são as luzes orientadoras do mundo moderno não serão apagadas.’ ‘A unidade do mundo será alcançada’, asseverou o Papa. . . . O Pontífice disse, no que ele chamou de sua ‘Mensagem de Esperança’: ‘A dignidade da pessoa humana há de ser reconhecida não apenas formalmente, mas realmente. A inviolabilidade da vida, desde aquela no ventre da mãe até a velhice, há de ter apoio geral e real. As desigualdades sociais indignas hão de ser vencidas. As relações entre os povos hão de ser pacíficas, razoáveis e fraternais.’”
25. Por que não se encontra o cumprimento hodierno do homem composto, com o tinteiro de secretário, dentro dos grupos religiosos da cristandade, mas o que está disponível para identificá-lo?
25 Descrendo das profecias bíblicas para o nosso tempo, os clérigos e os grupos religiosos da cristandade trabalham, esperam e oram pela perpetuação dela junto com todas as suas coisas detestáveis. O cumprimento moderno do homem profético com o tinteiro de secretário não se encontra em tais grupos religiosos da cristandade. Então, quem tem feito o trabalho do hodierno homem composto, “vestido de linho”? Os fatos históricos, publicados em toda a terra, identificam este “homem” composto.
26. Então, quem é o secretário do Rei, conforme se tornou evidente no ano de 1931 e depois?
26 É aquele grupo pequeno de cristãos dedicados e batizados que, no ano de 1931, reconheceram a iminente destruição da cristandade e a decorrente necessidade do trabalho do “homem vestido de linho”, a ser feito na sua aplicação moderna. Em 30 de julho de 1931, no congresso geral destes cristãos ungidos, em Columbus, Ohio, E. U. A., começou às 15 horas a ser proferido o discurso “O Homem com o Tinteiro de Escrevente”, e, logo depois do fim deste discurso, lançou-se o livro Vindicação, explicando Ezequiel, capítulos 1 a 24, para os milhares reunidos no congresso. Apenas quatro dias antes disso, no domingo, 26 de julho de 1931, os cristãos ungidos pelo espírito adotaram neste congresso um nome distintivo para si mesmos como cristãos, o nome “testemunhas de Jeová”. Não só o nome, mas também o trabalho executado por eles desde então provam que os deste restante ungido das testemunhas cristãs do Deus Altíssimo são inconfundivelmente o cumprimento do homem “vestido de linho, com um tinteiro de secretário”, neste século vinte. De modo que este é o hodierno “secretário do Rei”. Foi recentemente visitado por ele?
27, 28. (a) Na visão de Ezequiel, o que mostra se o homem recebia ou não ordens de homens em algum plano humano? (b) Do grupo dos sete, quem devia agir primeiro, e as ordens eram para fazer o quê?
27 Que o trabalho dos deste restante ungido não é o plano de algum homem, mas se origina de Jeová Deus, é bem representado na visão que Ezequiel teve. Indicando de onde o “homem vestido de linho” recebeu suas instruções, Ezequiel fala do que viu e ouviu, dizendo: “E no que se referia à glória do Deus de Israel, foi retirada de cima dos querubins sobre os quais viera a estar e levada para o limiar da casa [o santuário do templo], e ele começou a chamar o homem vestido de linho, sobre cujos quadris havia o tinteiro de secretário.” — Eze. 9:3; 10:2, ed. ingl. 1971.
28 Assim, a glória de Jeová se mudou da plataforma que havia sobre as rodas, ao lado das quais estavam os quatro querubins, e ficou por cima do limiar do compartimento Santíssimo do templo de Jerusalém. Jeová estava então deveras no seu santo templo, e foi Ele quem disse ao “homem vestido de linho” o que devia fazer. Não foram os sacerdotes infiéis do templo poluído. Este homem devia entrar em ação em primeiro lugar, antes de os “seis homens” armados de armas maçadoras agirem. O que devia fazer antes daqueles seis executores? Jeová disse: “Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e tens de marcar com um sinal as testas dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as coisas detestáveis que se fazem no meio dela.” — Eze. 9:4.
29. Por que não se mandou que o homem vestido de linho fizesse a marcação no templo, e por que foi enviado a ir pelo meio de Jerusalém?
29 Jeová não disse àquele homem que passasse pelo templo e fizesse a marcação ali. Não havia ali testas para marcar, pois, mostrara-se ao profeta Ezequiel, durante a sua excursão de inspeção, que os adoradores ali no templo praticavam a adoração falsa, havendo algumas mulheres chorando o falso deus Tamuz, e não as coisas detestáveis que se faziam no templo e no meio de Jerusalém. (Eze. 8:13, 14) Por isso se mandou que o “homem vestido de linho” saísse para fora do templo e passasse “pelo meio de Jerusalém”. Jeová viu que na Jerusalém infiel havia os que ‘suspiravam e gemiam por causa de todas as coisas detestáveis’ que se faziam no meio dela.
30. Como iria o homem vestido de linho achar as pessoas da espécie certa e por que motivo eram estas marcadas no lugar indicado?
30 Como iria o “homem vestido de linho” achar tais pessoas que ‘suspiravam e gemiam’? Não só por ir à praça ou à feira, mas sim às casas das pessoas, indo de casa em casa. Deste modo poderia ouvir as expressões sinceras delas e decidir se deviam ou não ser marcadas na testa. De modo algum se tratava de uma operação rápida, mas, antes, exigia ir paciente e conscienciosamente de casa em casa ou de porta em porta e fazer uma inspeção honesta, sem parcialidade, mas marcando apenas os que sinceramente lamentavam todas as coisas detestáveis que outros faziam na cidade real. O “homem vestido de linho” não pediu que estes expusessem o peito, fazendo-lhes então um sinal sobre o coração. Não, mas ele colocou o sinal distintivo na testa deles, onde podia ser visto publicamente, tanto por amigos como por inimigos. Este sinal, e não a espécie de roupa que usavam junto com linguagem religiosa hipócrita, indicaria que eram adoradores de Jeová.
[Foto na página 427]
Ezequiel viu em visão setenta anciãos que poluíam a casa de adoração de Jeová e diziam: “Jeová não nos vê.”
[Foto na página 429]
O secretário do Rei foi acompanhado por seis homens armados. Eles representam as forças angélicas de Deus, que em breve aniquilarão o atual sistema corruto, inclusive a cristandade.