Capítulo 14
Os religiosos hipócritas ficarão atônitos com a notícia
1. O que sentirão os religiosos hipócritas ou o que esperarão quando a “grande tribulação” atingir a cristandade?
A NOTÍCIA da destruição da cristandade terá um impacto atordoador sobre os religiosos hipócritas, relacionados com ela. Eles sentirão quando começar nela a predita “grande tribulação”. Contudo, talvez esperem que, por causa de sua anterior habilidade para perdurar, ela sobreviva à tribulação, contrário à profecia bíblica. Talvez esperem desesperadamente que não venha o pior a algo que lhes foi tão sagrado.
2. Por que esperam tais religiosos que a cristandade não seja destruída, mas como ficarão afetados pela sua destruição, conforme encenada em pantomima por Ezequiel perante seus co-exilados?
2 Visto que lhe deram religiosamente o nome de Deus, talvez achem que Deus e seu Filho Jesus Cristo nunca permitirão que a cristandade seja destruída. Mas quão atônitos não ficarão quando ele permitir isso, em confirmação de sua profecia! Para ilustrar quão aturdidos e atônitos ficarão, mandou-se que o profeta Ezequiel encenasse isso em pantomima, no sétimo século antes de nossa Era Comum. Cerca de dois anos depois, aquilo que Ezequiel encenou em pantomima, seus co-exilados imitaram na vida real, provando que ele havia sido um verdadeiro sinal ou portento. Aquele cumprimento lá naquele tempo tornou-se em si mesmo um acontecimento profético para prefigurar como os religiosos hipócritas dos nossos tempos ficarão atônitos diante da notícia da destruição da cristandade.
3, 4. Foi por meio de comunicações radiofônicas modernas, ou por meio de que, que Ezequiel soube no mesmo dia do que aconteceu a Jerusalém lá longe?
3 Reportagens velocíssimas de acontecimentos, por meio de transmissões de rádio e televisão, com a ajuda de satélites artificiais, usados para retransmitir as ondas de rádio, são uma das maravilhas do nosso século vinte. Contudo, sem a ajuda de tais aparelhos modernos, o Criador do universo e de suas forças naturais transmitiu notícias altamente importantes de modo instantâneo ao seu profeta Ezequiel, com velocidade de relâmpago. Através dos meios comuns de comunicação naqueles dias de caravanas de camelos e de carros puxados a cavalo, Ezequiel nunca poderia ter sabido no mesmo dia o que ocorreu em Jerusalém, mais de oitocentos quilômetros ao sudoeste de sua cidade de exílio em Babilônia, Tel-Abibe. No entanto, ele soube! De que modo? Não por meio dum sistema de sinalização por fogo, nem pelo bater de tambores, mas por meio do que ele nos diz nestas palavras datadas:
4 “E continuou a vir a haver para mim a palavra de Jeová no nono ano, no décimo mês, no décimo dia do mês, dizendo: ‘Filho do homem, escreve para ti o nome do dia, deste mesmo dia. O rei de Babilônia lançou-se neste mesmo dia contra Jerusalém.’” — Ezequiel 24:1, 2.
5. Como pôde Jeová avisar Ezequiel instantâneamente, e em que mês lunar de que ano foi isso?
5 Ezequiel não viu numa tela de televisão, por transmissão direta, este começo do sítio de dezoito meses de Jerusalém pelo rei de Babilônia, Nabucodonosor. Mas Jeová, sem a ajuda da televisão, viu isso diretamente e informou logo a Ezequiel. Era o nono ano de Ezequiel no exílio em Babilônia, e ao mesmo tempo o nono ano do último rei de Jerusalém, a saber, Zedequias, a quem o próprio Nabucodonosor havia posto no trono. Era assim o ano 609 A. E. C. o décimo mês, contado a partir do mês primaveril de nisã, segundo o calendário judaico, veio a ser chamado tebete.
6. Portanto, em que estação setentrional do ano atacou Nabucodonosor a Jerusalém, e como se confirma esta data em outro lugar da Bíblia?
6 O décimo dia do mês tebete corresponde ao que normalmente é perto do fim de nosso mês de dezembro. Jeová já havia profeticamente descrito para Ezequiel o que o Rei Nabucodonosor faria na marcha para chegar à sua decisão de atacar Jerusalém. (Ezequiel 21:18-23) Apesar de ser o tempo do inverno setentrional, o Rei Nabucodonosor começou seu ataque contra a rebelde Jerusalém como que lançando-se contra ela. Esta é a mesma data fornecida para isso em 2 Reis 24:20; 25:1, e em Jeremias 52:3, 4. De modo que, naquele dia, mandou-se que Ezequiel descrevesse o que aconteceria.
7. Segundo Ezequiel 24:3-5, o que se mandou que Ezequiel fizesse com uma panela de boca larga?
7 Jeová disse a Ezequiel como devia fazer isso, dizendo: “E compõe uma expressão proverbial a respeito da casa rebelde, e tens de dizer a seu respeito: ‘Assim disse o [Soberano] Senhor Jeová: “Põe a panela de boca larga; põe-na e despeja nela água. Ajunta pedaços nela, todo pedaço bom, coxa e espádua; enche-a mesmo com os ossos mais seletos. Tomem-se as ovelhas mais seletas, e empilha também a lenha num círculo debaixo dela. Fervam-se seus pedaços, cozinha também os seus ossos dentro dela.”’” — Ezequiel 24:3-5.
8. O que representava a água fervente na panela e o que representavam os pedaços de ovelhas colocados nela?
8 Anos antes, segundo Ezequiel 11:6-11, os habitantes de Jerusalém a haviam comparado a uma panela de boca larga, na qual eles mesmos estavam bem abrigados. Jeová usou então este mesmo quadro. Encher-se a panela metálica de boca larga com água para cozinhar, portanto, representava o que estava acontecendo naquele mesmo dia de 10 de tebete de 609 A. E. C., quer dizer, o sítio de Jerusalém pelo rei de Babilônia. Empilhar-se a lenha debaixo dela e atar-lhe fogo se harmonizaria com esta idéia. O sítio que então começou faria aos poucos que para os dentro de Jerusalém, ficasse quente como água fervente. Os pedaços de carne colocados na panela representavam os dentro da cidade, incluindo os refugiados que afluíram a ela diante do avanço dos exércitos de Babilônia. Os pedaços bons representavam os de melhor categoria social da cidade, especialmente o rei e seus príncipes. Visto que os ossos constituem a estrutura que suporta o corpo carnal, os “ossos mais seletos” representavam aqueles que sustentavam a estrutura do organismo nacional, a saber, os comandantes militares e seus oficiais. Todos estes ‘cozinhariam’ durante o sítio.
9. Jerusalém era semelhante a que condição duma panela e como havia ela tratado o sangue que derramara?
9 Merecia Jerusalém ser preservada, como uma panela simbólica? Escute! “Portanto, assim disse o [Soberano] Senhor Jeová: ‘Ai da cidade de derramamentos de sangue, da panela de boca larga, cuja ferrugem está nela, e sua própria ferrugem não saiu dela! Traze-a para fora, pedaço por pedaço dela; não se deve lançar sortes sobre ela. Porque o próprio sangue dela veio a estar bem no seu meio. Colocou-o sobre a lustrosa superfície escalvada dum rochedo. Não o derramou sobre a terra para cobri-lo com pó. A fim de suscitar furor para a execução de vingança, eu pus o sangue dela sobre a lustrosa superfície escalvada dum rochedo, para que não fosse encoberto.’” — Ezequiel 24:6-8.
10. A que se devia a escória aos lados de Jerusalém, como numa panela, e como trataria Jeová o sangue dela, de modo similar à maneira em que ela tratou o sangue que derramou violentamente?
10 Algum tempo antes, Jeová havia lançado uma acusação causticante contra Jerusalém, falando a ela como uma “cidade que derrama sangue no seu meio até chegar o seu tempo”, bem como fornecendo os motivos detalhados de ela derramar tanto sangue. (Ezequiel 22:3-12) A escória e imundície moral dentro dela não podiam ser lavadas, mas apegavam-se aos lados dela, fazendo com que enferrujasse dos lados como panela simbólica. Ela tinha pouca consideração para com o sangue humano, o sangue de suas vítimas, nem mesmo o derramando para a terra e encobrindo-o com pó, segundo mandava a lei de Deus no caso do sangue dum animal caçado. (Levítico 17:13, 14) Não, mas Jerusalém, sem qualquer vergonha, derramou o sangue vertido em violência sobre a lustrosa superfície escalvada dum rochedo, para ficar bem exposto em testemunho de sua criminalidade. Este desprezo pelo sangue humano incitou o furor de Jeová, induzindo-o a executar vingança na derramadora impiedosa de sangue. Assim como ela fez, Ele faria a ela. Não deixaria que se encobrissem seus antecedentes sangrentos, mas os exporia publicamente, como sangue numa lustrosa superfície escalvada, sem poeira, dum rochedo!
11. O que se devia fazer com os criminosos sangrentos dentro de Jerusalém e o que se devia fazer com ela mesma?
11 Os sangrentos criminosos de Jerusalém tinham de ser levados perante a justiça. Tinham de ser levados indiscriminadamente, sem se lançarem sortes seletivas sobre eles, mas, como que tirando-os “pedaço por pedaço” da panela simbólica, Jerusalém. Agora que começara o sítio de Jerusalém, aguardava-a um “ai” que só terminaria quando ela fosse destruída, junto com toda a sua escória.
AÇÃO DRÁSTICA NECESSÁRIA PARA COM A CRISTANDADE
12. A exposição dos antecedentes sangrentos de Jerusalém nos faz lembrar a culpa de sangue de quem mais, e em que culminará o “sítio” desta última?
12 A acusação de culpa de sangue contra a antiga Jerusalém faz-nos lembrar vividamente a enorme quantidade de sangue derramado por culpa de seu equivalente moderno, a cristandade. Podemos vê-lo claramente como se ela também estivesse ensangüentando a lustrosa superfície escalvada dum rochedo, sem poder ficar encoberto contra homens e anjos. Quando começar o sítio dela, no início da “grande tribulação”, significará para ela um ai que culminará na sua destruição. — Mateus 24:15-22.
13. Que “expressão proverbial” se aplica à cristandade, conforme apresentada em Ezequiel 24:9-12?
13 À cristandade aplica-se a “expressão proverbial” dirigida ao seu protótipo, Jerusalém: “Portanto, assim disse o [Soberano] Senhor Jeová: ‘Ai da cidade de derramamentos de sangue! Eu mesmo também farei grande a pilha de lenha. Faze que haja muita lenha. Acende o fogo. Fazei ferver cabalmente a carne. Despeja o caldo e tornem-se candentes os próprios ossos. Põe-na vazia sobre as brasas para que fique aquecida; e seu cobre tem de ficar candente e sua impureza terá de ser fundida no meio dela. Seja consumida a sua ferrugem. Dificuldades! Isso fatiga a pessoa, mas a grande quantidade da sua ferrugem não sai dela. Para o fogo com a sua ferrugem!’” — Ezequiel 24:9-12.
14. Visto que não se podia lavar a ferrugem cheia de escória da panela simbólica, Jerusalém, o que achou Jeová necessário quanto à cidade, e a quem mais se aplica isso?
14 Jeová viu o que a cidade sangrenta e imunda merecia. Ela tinha de ficar envolvida numa grande chama como procedente duma grande pilha de lenha. Por causa da longa cozedura fervente, seus comandantes militares e seus Oficiais tinham de ficar insuportavelmente quentes com a crescente intensidade do sítio babilônico, e os outros habitantes, como carne cozida demais, tinham de ficar reduzidos a um caldo, sem contextura ou estabilidade. Fora com todos eles! Esvazie-se a cidade completamente, quando ela cair diante dos sitiadores babilônicos! Torne-se ela como uma panela de cobre que foi esvaziada, no fogo da destruição, por causa da ferrugem coberta de imundície que ainda se apegava aos seus lados. Visto que não se pode lavar a ferrugem imunda, que seja queimada! Sim, funda-se toda a panela simbólica (Jerusalém), para separar dela a escória. Que o fogo de destruição da cidade culpada de sangue destrua também completamente sua sujeira, imundície e ferrugem moral. E o mesmo se aplica também ao seu equivalente hodierno, a cristandade!
15. O que disse Jeová diretamente a Jerusalém quanto ao assunto da purificação, e segundo que ação da parte dela se executará nela o julgamento?
15 Jeová dirige-se então diretamente a Jerusalém, para explicar por que tinha de adotar medidas tão drásticas contra ela: “‘Havia conduta desenfreada na tua impureza. Por esta razão tive de purificar-te, mas não ficaste limpa da tua impureza. Não mais ficarás limpa, até que eu fizer o meu furor descansar no teu caso. Eu, Jeová, é que falei. Isso tem de vir, e eu vou agir. Não negligenciarei, nem terei dó, nem sentirei lástima. Hão de julgar-te segundo os teus caminhos e segundo as tuas ações’, é a pronunciação do [Soberano] Senhor Jeová.” — Ezequiel 24:13, 14.
16. O que mostrou o começo do sítio de Jerusalém quanto à sua conduta passada, e só quando descansaria o seu furor?
16 Naquela data registrada, 10 de tebete de 609 A. E. C., começou pela terceira e última vez o sítio de Jerusalém pelos babilônios. Isto prova que o Reino de Judá, sob Jerusalém, havia recusado ser limpo de sua conduta desenfreada, espiritual. Sua impureza ela como a imundície e a sujeira que criam ferrugem nos lados duma panela e que não podem ser retiradas, mas que têm de ser destruídas por se fundir a própria panela. A panela simbólica estava então no fogo, já que começara este sítio pelos babilônios. A impureza persistente de Jerusalém, nunca poderia ser eliminada, até que Jeová se visse obrigado a fazer descansar seu furor por mandar que fosse destruída a Jerusalém culpada de sangue.
17. Visto que Jeová expressou o seu pensamento, podia-se esperar que ele deplorasse isso, ou o quê?
17 Furor, não tristeza compassiva, devia ser expresso plenamente, e Jeová não deploraria suas medidas extremas contra Jerusalém. Ele se havia expressado, e isso não podia deixar de cumprir-se. Ele não seria negligente em fazer com que se cumprisse. Os executores babilônicos do julgamento divino executariam em Jerusalém a sentença que ela merecia por seu proceder e pelos seus atos ímpios. Ela tinha de ser destruída, do mesmo modo como sua imitadora, a cristandade.
18. Que coisas materiais e vidas humanas estavam envolvidas na destruição de Jerusalém, e que efeito teria a eliminação violenta de tais coisas sobre os sobreviventes mas antigos?
18 “Ora, tenha dó!” alguém talvez estivesse inclinado a dizer a Deus neste ponto. Por que? Porque Jerusalém continha então o templo magnífico construído pelo Rei Salomão, de modo que a destruição de Jerusalém significava também a destruição do templo sagrado que os judeus consideravam como talismã contra o desastre. (Jeremias 7:1-11) Mais uma coisa: Os judeus mais idosos, que foram levados ao exílio em Babilônia, deixaram atrás filhos e filhas em Jerusalém e em Judá, e Jerusalém fosse destruída, significaria a morte destes filhos e destas filhas. Não eram estas coisas preciosas para os judeus envolvidos? Não constituiria a eliminação violenta destas coisas um choque abalador para suas susceptibilidades, deixando-os atônitos? Não teria um desastre correspondente, hoje em dia, um efeito igual nos que simpatizam com a cristandade? Indicando que seria assim, o profeta Ezequiel foi mandado dramatizar isso de modo profético. Como fez isso, ele descreve nas seguintes palavras:
19. Mandou-se que Ezequiel dramatizasse de que modo profético o efeito da eliminação de coisas desejáveis?
19 “E continuou a vir a haver para mim a palavra de Jeová, dizendo: ‘Filho do homem, eis que te tiro a coisa desejável aos teus olhos por meio dum golpe, e não deves bater-te no peito, nem deves chorar, nem deves derramar lágrimas. Suspira sem palavras. Não deves prantear os mortos. Ata sobre ti a tua cobertura para a cabeça, e deves por as tuas sandálias nos teus pés. E não deves encobrir o bigode e não deves comer o pão dos homens.’” — Ezequiel 24:15-17.
20. Visto que Ezequiel teve de agir assim, que pergunta sobre ele se suscita, e o que indicaria a forma estranha de sua atuação sobre algum golpe futuro?
20 Por que agir assim? O que estava para acontecer? Haveria uma morte que afetasse a Ezequiel? Parece que sim, visto que Jeová tiraria por meio dum golpe algo desejável aos olhos de Ezequiel. Seria a esposa deste homem de trinta e quatro anos de idade? Os acontecimentos antes da meia-noite revelariam a vítima do golpe. Mas, depois que ocorresse, Ezequiel não devia dar nenhum sinal visível ou audível de pesar. Devia por a sua cobertura para a cabeça, bem atada, não deixando nada pendurar sobre o rosto e cobrir-lhe o lábio superior. Não devia andar descalço, assim como fizera o Rei Davi, muito antes, no pesar. (2 Samuel 15:30) Depois do enterro daquela que lhe seria tirada por meio dum golpe, Ezequiel não devia deixar os compadecidos preparar uma refeição de consolo para ele, dando-lhe assim algo para comer. Por que agir desta maneira estranha e incomum? Era para demonstrar quão atônito alguém poderia ficar diante duma grande calamidade, quão sem expressão poderia ficar. Para produzir tal efeito, a calamidade teria de ser especialmente severa e sobrepujante.
21. Nestas circunstâncias, por que teria de usar Ezequiel de muito autodomínio e por que não se queixou ele?
21 Para fornecer tal quadro profético, Ezequiel tinha de passar por uma experiência dura e provadora, e tinha de ter muito autodomínio sobre as suas emoções humanas, naturais. Mas ele estava disposto a isso, se significasse servir como instrumento profético de Jeová, e ele não se queixou. Como ele procedeu em obediência a fazer o que foi mandado, e por que o fez, é contado por ele a nós:
22. O que aconteceu a Ezequiel à noitinha, como agiu ele e que explicação da parte de Jeová deu aos indagadores?
22 “E passei a falar ao povo de manhã, e minha esposa morreu então à noitinha. Fiz, pois, de manhã assim como eu fora mandado. E as pessoas me diziam: ‘Não nos contarás o que têm que ver conosco estas coisas que estás fazendo?’ Então eu lhes disse: ‘Veio a haver para mim a própria palavra de Jeová, dizendo: “Dize à casa de Israel: ‘Assim disse o [Soberano] Senhor Jeová: “Eis que estou profanando o meu santuário, o orgulho da vossa força, a coisa desejável aos vossos olhos e o objeto da compaixão da vossa alma, e os vossos filhos e as vossas filhas que deixastes atrás — à espada é que cairão. E tereis de fazer assim como eu fiz. Não encobrireis os bigodes e não comereis o pão dos homens. E a vossa cobertura para a cabeça estará nas vossas cabeças e as vossas sandálias estarão nos vossos pés. Não vos batereis no peito, nem chorareis, e tereis de apodrecer nos vossos erros, e realmente gemereis um pelo outro. E Ezequiel tornou-se para vós um portento. Fareis segundo tudo o que ele fez. Quando vier, então tereis de saber que eu sou o [Soberano] Senhor Jeová.”’”’” — Ezequiel 24:18-24.
23. Como ficou Jesus Cristo emocionalmente afetado, em 33 E. C., quando predisse e previu a destruição que então sobreviria a Jerusalém?
23 Muitos anos depois, em 33 E. C., Jesus Cristo predisse e previu a destruição que sobreviria à Jerusalém de então no ano 70 E. C., com todos os seus horrores. “Chorou sobre ela.” Disse com lágrimas: “Se tu, sim tu, tivesses discernido neste dia as coisas que têm que ver com a paz — mas agora foram escondidas de teus olhos. Porque virão sobre ti os dias em que os teus inimigos construirão em volta de ti uma fortificação de estacas pontiagudas e te cercarão, e te afligirão de todos os lados, e despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não discerniste o tempo de seres inspecionada.” (Lucas 19:41-44; 21:20-24) Mas Jesus Cristo, como homem solteiro, não precisava representar uma cena profética assim como se mandou que Ezequiel fizesse.
24. Como ficou o profeta Jeremias afetado e comovido depois de presenciar a destruição de Jerusalém, e como ficaria Ezequiel afetado ao receber a notícia?
24 Em obediência, Ezequiel não pranteou a morte de sua esposa, “a coisa desejável aos teus olhos”. (Ezequiel 24:16) No ano 607 A. E. C., o profeta Jeremias pranteou e lamentou a destruição de Jerusalém e de seu templo. (Lamentações 1:1 a 5:22) Quando esta calamidade realmente ocorreu, o próprio Ezequiel não foi mandado refrear-se de fazer assim como Jeremias fez. Quando a notícia da destruição de Jerusalém e de seu templo chegou a Ezequiel, em Babilônia, isto não o aturdiu nem o deixou atônito.
25. Precisava haver a destruição de Jerusalém e das coisas nela para Ezequiel conhecer a Jeová? E que dizer de seus co-exilados?
25 Não era preciso a destruição de Jerusalém, de seu precioso templo e de seus filhos e filhas para Ezequiel saber, como disse Deus, “que eu sou o [Soberano] Senhor Jeová”. No entanto, no que se referia ao povo de Israel, que não conhecia a identidade de seu Deus, quer em Judá, quer em Babilônia, era preciso que ficasse sabendo isso por um golpe atordoador aplicado na forma da destruição da cidade santa, do templo e dos filhos. Eles nunca chegaram a acreditar que Jeová profanasse seu próprio santuário, por permitir que babilônios pagãos e idólatras capturassem, saqueassem e destruíssem o templo de Salomão, que havia estado de pé durante 420 anos. Jeová não poupou o que ele lhes descreveu como sendo “o orgulho da vossa força, a coisa desejável aos vossos olhos o objeto da compaixão da vossa alma” — quer fosse o santuário de Jeová em Jerusalém, quer os filhos e as filhas deles ali. Teriam de saber de tal modo atordoador que Aquele que disse que faria tal coisa e Aquele que realmente a fez eram a mesmíssima Pessoa, Jeová. Ele existe!
26. Na vindoura “grande tribulação” da cristandade, que textos mostram se será o verdadeiro “santuário” de Jeová que Ele ‘profanará’?
26 Na vindoura “grande tribulação” que sobrevirá à cristandade, o verdadeiro santuário de Jeová é que não será profanado por ele. “O Deus que fez o mundo e todas as coisas nele, sendo, como Este é, Senhor do céu e da terra, não mora em templos [ou: santuários] feitos por mãos.” (Atos 17:24, NM; Almeida, atualizada) Jeová não profanará o antitípico “templo” espiritual em que seu Sumo Sacerdote Jesus Cristo, Lhe apresentou o mérito dum perfeito sacrifício humano, no ano 33 E. C., comparecendo nos céus perante a própria pessoa de Deus para fazer isso. (Hebreus 9:24-26) Tampouco profanará o templo ou santuário que Ele constrói agora e que é composto de “pedras viventes”; este é sua congregação de seguidores ungidos, fiéis, de seu Filho Jesus Cristo, a principal “pedra vivente”. (1 Pedro 2:4-6) O apóstolo Paulo, ao escrever aos que são desta classe do santuário, diz: “Pois nós somos templo dum Deus vivente, assim como Deus disse: ‘Residirei entre eles e andarei entre eles, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.’” (2 Coríntios 6:16) “Em união com ele também vós estais sendo edificados juntamente como lugar para Deus habitar por espírito.” (Efésios 2:22) O restante ungido desta classe do santuário constitui a hodierna classe de Ezequiel usaria por Jeová.
27. Então, que “templo” é que Jeová profanará?
27 Em vista disso, deve ser a classe dum templo de imitação que Deus há de destruir, quer dizer, os religiosos hipócritas que fazem a afirmação falsa de ser o santuário espiritual de Deus.
28. Na destruição da cristandade, quem ficará atônito, a classe ungida de Ezequiel ou os religiosos hipócritas, e por quê?
28 Agora já por décadas, desde o ano de 1919 E. C., os deste restante ungido das testemunhas cristãs de Jeová estão dando aviso antecipado da destruição da cristandade, segundo as profecias de Ezequiel e de outros escritores da Bíblia inspirada. Reconhecem cada vez mais o que esta aniquilação da cristandade significará em matéria de destruição de vidas humanas e de propriedades materiais consideradas sagradas pelos religiosos. Mas esta classe de Ezequiel, de cristãos, não pranteia num lamenta o que toda esta “grande tribulação” da cristandade significará. Sabem que nunca significará a destruição do verdadeiro santuário de Jeová, o templo espiritual em que Jesus Cristo apresentou o mérito de seu sacrifício resgatador lá em 33 E. C. Tampouco significará a destruição do templo de “pedras viventes“ que Jeová constrói agora. De modo que a própria ocorrência deste predito desastre da cristandade não os deixará atônitos. Não precisarão ver a ocorrência disso para “saber que eu sou o [Soberano] Senhor Jeová”. Os religiosos hipócritas que desconsideram a Jeová e que confiam em coisas que lhes são sagradas serão os que ficarão atônitos. Terão de saber quem é Jeová.
HAVERÁ CERTAMENTE A NOTÍCIA EM CONFIRMAÇÃO!
29. Como se confirmou a veracidade da profecia de Ezequiel e que garantia deu Jeová a Ezequiel sobre isso?
29 ‘Mas, o que haverá se isso não ocorrer?’ exclame talvez alguém que não crê. Não precisa recear isso! Os acontecimentos futuros e as notícias recebidas provarão veraz a profecia infalível proferida por Ezequiel. Deu-se a garantia de que haveria confirmação da veracidade da profecia. Ela foi dada a Ezequiel, quando Jeová prosseguiu a dizer-lhe: “E quanto a ti, ó filho do homem, não será no dia em que eu tirar deles o seu baluarte, o belo objeto de sua exultação, a coisa desejável aos seus olhos e o anseio da sua alma, seus filhos e suas filhas, que nesse dia virá a ti o fugitivo para fazer os ouvidos ouvir? Nesse dia se abrirá a tua boca para com o fugitivo, e falarás e não mais ficarás mudo; e hás de tornar-te para eles um portento, e terão de saber que eu sou Jeová.” — Ezequiel 24:25-27.
30. Por que havia de ficar Ezequiel mudo desde então e até que chegasse o figurativo com a notícias? E ele ficará mudo em que sentido?
30 Até este ponto, Ezequiel havia dito o suficiente ao seu povo. Não havia necessidade de ele acrescentar muito mais, para tornar a profecia divina mais convincente, para tornar a certeza de sua mensagem mais imponente. Jeová a havia proferido, e isto já bastava em si mesmo. De modo que, até o dia da vinda do relatório autêntico de confirmação, Ezequiel ficaria mudo. Não mudo no pleno sentido, mas apenas mudo no que se referia a mais profecias sobre o desastre que sobreviria a Jerusalém e ao Reino de Judá. O período até a vinda do fugitivo com a notícia seria um tempo de prova.
31. Portanto, iria Jeová avisar Ezequiel diretamente na ocasião em que se desse a queda de Jerusalém? E o que se permitiu que os co-exilados de Ezequiel fizessem?
31 Jeová não iria avisar Ezequiel diretamente a respeito da queda de Jerusalém no dia deste desastre, assim como havia avisado Ezequiel no início do sítio babilônico, no dia em que ocorreu. Até que viesse finalmente o fugitivo com a notícia, que os exilados judaicos em Babilônia pensassem no que Ezequiel lhes havia profetizado. Que continuassem a descrer, se preferissem isso. Sua descrença seria no tempo devido despedaçada pela chegada duma testemunha ocular autêntica da queda de Jerusalém.
32. Com a chegada da notícia trazida pelo fugitivo, como ficariam afetados os que até então haviam duvidado, mas o que aconteceria com Ezequiel, e de que modo melhoraria sua situação como profeta e testemunha?
32 Nesta ocasião, em que zuniriam os ouvidos, os que até então duvidavam e eram incrédulos calar-se-iam atônitos, mas a mudez de Ezequiel terminaria. Ele estaria então em condições de falar baseado num fundo histórico melhor dos acontecimentos. Ele teria uma mensagem nova. Sua autoridade como verdadeiro profeta inspirado de Jeová teria sido confirmada. Como homem “sinal” ou como “portento” do que era iminente, não se terá mostrado falso. Conforme Jeová lhe disse, “hás de tornar-te para eles um portento”, Ezequiel não teria então nenhum motivo de se envergonhar de seu Deus perante seus co-exilados em Babilônia. Seu papel como profeta e testemunha de Jeová terá sido corroborado, e, como disse o Deus de Ezequiel: “Terão de saber que eu sou Jeová.” — Ezequiel 24:27.
33. Quando terá a classe de Ezequiel dito o bastante a respeito do resultado da “grande tribulação’, e teria a cristandade mais uma oportunidade?
33 Não é isto algo emocionante para aguardar, a saber, o cumprimento deste drama profético dentro de nossa geração? Será definitivamente indicado quando a “grande tribulação”, igual ao sítio de Jerusalém, começar no seu equivalente hodierno, a cristandade. (Ezequiel 24:1-5) Depois disso, os da classe ungida de Ezequiel da atualidade não precisarão dizer mais nada. Bastara o que ia terão dito sobre o resultado desta “grande tribulação”. Não poderão oferecer nenhuma esperança à antitípica Jerusalém, a cristandade. Não haverá mais nenhuma oportunidade para ela, nem para os religiosos hipócritas relacionados com ela. A “grande tribulação” terá de cumprir-se plenamente e cobrar-lhe o pleno tributo.
34. O que provará então que os da classe de Ezequiel foram um portento oportuno para os religiosos, e que propósito de Jeová triunfará?
34 Esses religiosos hipócritas ficarão atônitos quando desaparecer “o belo objeto de sua exultação, a coisa desejável aos seus olhos e o anseio da sua alma, seus filhos e suas filhas”! Notícias vindas de todas as partes da terra onde a cristandade prevalece assinalarão como verdade que os da classe ungida de Ezequiel têm um “portento” oportuno da parte do Soberano Senhor do universo. Seu propósito declarado a respeito dos religiosos atônitos triunfará então: “Terão de saber que eu sou Jeová.”