Perguntas dos Leitores
● Há objeção a pertencerem os dedicados ministros cristãos a um grupo nudista ou viverem num acampamento ou estação de nudistas? — M. D., Estados Unidos da América.
A Palavra de Deus não diz explicitamente que o homem teria continuado nu se ele não tivesse pecado. Entretanto, notamos que após pecar o primeiro casal, Jeová Deus lhe fez roupas, matando animais para prover as peles. (Gên. 3:21) Certamente, isso foi uma mudança da sua nudez original. Mas, visto estas roupas serem providas pelo próprio Criador, quem se atreveria a dizer que Adão e Eva teriam passado melhor sem elas? Certamente, pelas Escrituras, notamos que os servos de Deus usavam roupa, e muitas vezes esta é descrita.
Além disso, o homem é a única criatura na terra que precisa de roupa, e isso por pelo menos três razões. Primeiro, como proteção dos elementos da natureza, do calor e do frio, de terreno acidentado ou de espinhos, e assim por diante. Em segundo lugar, há a questão de beleza e da boa aparência. A roupa contribui à boa aparência, ajuda a dar certa medida de confiança e serve para cobrir as partes não decorosas, assim como observa o apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 12:23. Em terceiro lugar, há a questão da modéstia. Assim, lemos em Apocalipse 16:15 que os cristãos devem cuidar para que não percam as suas vestes e sejam expostos à vergonha. É verdade que isso se refere às vestes espirituais, mas a ilustração perderia a força se o estado de nudez fosse preferido ao vestido.
De mais a mais, as Escrituras admoestam as mulheres cristãs a serem castas e modestas no vestir: “Quero, . . . que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso.” (1 Tim: 2:8, 9, ALA) Seria o cúmulo de credulidade crer, conforme reivindicam os nudistas, que homens e mulheres do mundo são de tão alto nível moral, que na presença de mulheres nuas não transgredissem da maneira mencionada por Jesus, em Mateus 5:28, ALA: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.”
Portanto nenhum ministro cristão dedicado pode permanecer em boa reputação na sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová e ao mesmo tempo ser membro duma colônia de nudistas ou freqüentar os acampamentos dos nudistas.
● Visto que se declara nas publicações da Torre de Vigia que a obra de curar, feita por Jesus e pelos apóstolos, não dependia de os curados terem fé, como se entende Mateus 13:58 (ALA), que reza: “Não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade deles”? — N. B., Estados Unidos da América.
Hoje muitos curandeiros, deparados com o fato de que não podem curar, dizem que isto se deve à falta de fé. No entanto, isso é meramente um subterfúgio tentando explicar a sua incapacidade de curar. Isto, entretanto, não era o caso com Jesus e seus apóstolos. Não há nada registrado que indique que a viúva de Naim tivesse exercido fé para que o seu filho fosse ressuscitado. Jesus somente notou a mãe magoada e a confortou, ressuscitando-lhe o filho. Assim também Pedro e João curaram um aleijado à porta do templo, sem expressão alguma de fé da parte dele. Ele os olhava esperando receber uma esmola, e, para seu espanto e admiração, foi curado. — Luc. 7:12-15; Atos 3:1-8.
O que as Escrituras declaram em Mateus 13:58 é que Jesus não fez muitas obras poderosas por causa de falta de fé, e não que ele não pudesse fazer obras ali. Parece que poucas pessoas ali vieram vê-lo e ser curadas. Isto foi em contraste notável com outros lugares, dos quais lemos: “Vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos, e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou.” Trazerem-nos a Jesus foi em si mesmo ato suficiente de fé. Não há nada para indicar que Jesus os interrogou quanto à fé. — Mat. 15:30, ALA.
● Ezequiel 24:16, 17, (VB) declara: “Não te lamentarás, nem chorarás, nem te correrão lagrimas. Geme, porém, em silencio.” E, apesar disso, em outras ocasiões os israelitas fizeram lamentações pelos mortos, com a aprovação divina. Por que, então, as proíbe Jeová no texto acima citado? — T. M., Antiga África Equatorial Francesa.
Porque este foi um caso especial. Para entender a situação, note os versículos do contexto: “Também veiu a mim a palavra de Jehovah, dizendo: Filho do homem; eis que eu tiro dum golpe o desejo dos teus olhos; todavia não te lamentarás, nem chorarás, nem te correrão lagrimas. Geme, porém, em silencio; não faças lamentação pelas mortos, ata na cabeça o teu turbante, e mette nos pés os teus sapatos, e não cubras os teus labios, e não comas o pão dos homens. Assim falei de manhã ao povo, e á tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como se me deu ordem. O povo perguntou-me: Porventura não nos farás saber o que nos significam estas cousas, visto que tu procedes desta maneira? Então lhes respondi: A palavra de Jehovah veiu a mim, dizendo: Fala á casa de Israel: Assim diz o Senhor Jehovah: Eis que profanarei o meu santuario, orgulho do vosso poder, desejo dos vossos olhos, e o de que se condóe a vossa alma; vossos filhos e vossas filhas que deixastes, cahirão á espada. Vós fareis como eu fiz: não vos cobrireis os labios, nem comereis o pão dos homens. Tereis nas cabeças os vossos turbantes, e nos pés os vossos sapatos. Não vos lamentareis, nem chorareis; mas definhar-vos-eis nas vossas iniquidades, e dareis gemidos uns com os outros. Assim vos servirá Ezequiel de signal; conforme tudo o que elle fez, assim fareis vós. Quando isso succeder, sabereis que eu sou o Senhor Jehovah.” — Eze. 24:15-24, ALA.
A esposa de Ezequiel talvez tivesse sido infiel a ele ou a Jeová, e foi de repente tirada por um julgamento divino. Ezequiel não podia lamentar ou chorar por ela. Era bem o contrário dos Israelitas em geral, cujos sacerdotes descobriam a cabeça quando em lamentação; mas a Ezequiel, que era da família sacerdotal, se disse que usasse o seu turbante. Tirar os sapatos e cobrir os lábios indicava lamentação. Os que lamentavam comiam “o pão dos homens”, que era alimento que lhes era enviado por outros que julgavam que os enlutados estivessem muito preocupados com a sua dor para prover para as suas necessidades físicas. (Lev. 10:6; 21:1-3; 2 Sam. 15:30; Miq. 3:7) Nenhum destes sinais ou evidências de lamentação podia Ezequiel adotar. Tudo isto era sinal aos israelitas que estavam com ele no cativeiro da Babilônia. Jerusalém, e especialmente o santuário ali, era o desejo dos seus olhos; mas Jeová ia profaná-lo por permitir que a cidade e o santuário fossem destruídos pelos pagãos babilônios. Muitos dos seus parentes próximos em Jerusalém seriam mortos; o restante seria levado cativo. E, apesar disso, os israelitas em Babilônia com Ezequiel não teriam que lamentar. Jerusalém se tornara infiel, o templo fora poluído e nenhum arrependimento se mostrara apesar de anos de paciente aviso. Portanto, não podiam então se afligir com este julgamento da parte de Jeová. O justo castigo dos iníquos teria que ser aceito sem se fazerem lamentações pelos malfeitores.
Lá em Jerusalém Jeremias dava aviso da destruição por vir, tal como Ezequiel o fazia em Babilônia. Jeremias registra instruções semelhantes concernentes à lamentação: “Pois assim diz Jehovah: Não entreis na casa de luto, nem vas a lamental-os, nem te compadeças delles; porque deste povo, diz Jehovah, já tirei a minha paz, a saber, a benignidade e terna compaixão. Morrerão nesta terra tanto grandes como pequenos: não serão enterrados, não serão lamentados, não se farão por elles incisões, nem por elles se raparão os cabellos. Quando estiveram de luto, não se repartirá pão entre elles, para os consolar sobre os mortos; nem se lhes dará a beber o copo da consolação por seu pae ou sua mãe.” Por que não? “Porque vossos paes me abandonaram, diz Jehovah; porque andaram após outros deuses, os serviram e os adoraram; porque me abandonaram, e não guardaram a minha lei. Vós fizestes o mal ainda mais do que vossos paes; pois eis que andaes, cada um após a obstinação do seu mau coração, de modo que não me escuteis. Portanto eu vos lançarei fóra desta terra para uma terra que não conhecestes, nem vós nem vossos paes; alli servireis a outros deuses de dia e de noite; pois não concederei favor algum.” — Jer. 16:5-7, 11-13, VB.
Os julgamentos de Jeová são justos, e a execução portanto é feita em justiça. Os servos de Jeová, que têm o seu espírito e amam a justiça e odeiam a iniqüidade, não lamentam a destruição dos malfeitores às mãos dos executores designados por Jeová. A destruição dos iníquos é para a vindicação do nome de Jeová, cujo nome eles desprezaram, blasfemaram e vituperaram, e com tal vindicação as testemunhas devotadas de Jeová se alegram ao invés de se lamentar. Por quarenta anos Jeremias avisou Jerusalém, mas ela não se arrependeu. O aviso de Ezequiel não trouxe arrependimento. Hoje as testemunhas de Jeová soam o aviso concernente à destruição do “servo mau”, da religião hipócrita e da iniqüidade; mas não há arrependimento de modo geral, o Armagedon irá aniquilar os malfeitores. Os sobreviventes do Armagedon não se lamentarão da destruição daqueles que Jeová julgar merecedores da destruição: “Os que o SENHOR [Jeová] entregar à morte naquele dia, se estenderão de uma a outra extremidade da terra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; serão como estêrco sobre a face da terra.” — Jer. 25:33, ALA.