Capítulo 3
As mudanças mundiais preditas até o Reino de Deus
1. A que maior mudança de todas levam os nossos tempos?
“OS TEMPOS ESTÃO MUDANDO” — estas palavras descrevem o que se tem passado nesta geração desde o ano de 1914 E.C., que marcou época. Assim como acontecia no antigo caleidoscópio, quando, era girado, o aspecto das coisas tem mudado. Quantos de nós têm gostado destas mudanças? Nem todos nós nos agradamos delas. Temos pouco prazer em contrariar nossas melhores inclinações naturais, para nos ajustar a mudanças indesejáveis. É iminente o tempo para a maior mudança em toda a história humana! O tempo é cronometrado, e, felizmente, a tremenda mudança que ocorrerá estará sob controle, para os melhores interesses duradouros de todos os que amam, tempos bons e estáveis.
2. A que forças, decididas a uma mudança, há ainda resistência?
2 Que certeza podemos ter disso? Vemos hoje poderosas forças políticas, que aumentam em força de ano em ano, decididas como que a transformar a face do mundo. Estão convencidas de que o futuro da humanidade está nas suas mãos. Não interessa a essas forças radicais, que querem transformar o mundo, o que nós, pessoas comuns, gostaríamos de ter. Um número substancial de pessoas prefere a maneira antiga de fazer as coisas e de ajeitar as coisas, com grande medida de escolha pessoal. As forças políticas que se apegam ao modo acostumado de governar os assuntos humanos ainda são fortes e oferecem resistência, embora enfraquecida, às crescentes forças que pretendem desarraigar e derrubar a maneira antiga de cuidar dos interesses da humanidade.
3. Como se tratam mutuamente os dois grandes grupos políticos?
3 Temos assim, dois grandes grupos no cenário terrestre. O grupo que está a favor de uma rápida mudança revolucionária, violenta, de modo geral, costuma ser chamado de partido radical. O outro grupo, que mantém, fortes vínculos com o passado, e suas estruturas e formas, é bem apropriadamente classificado como partido conservador. O estranho é que podemos verificar que um governo nacional, estabelecido por revolução violenta, pode tornar-se conservador, depois de bastante tempo. Junta-se às fileiras dos conservadores. Parece que a derradeira luta decisiva entre os radicais e os conservadores se aproxima rapidamente. No momento, os dois grandes grupos políticos estão tentando dar-se bem um com o outro. Por fora, procuram parecer cordiais um com o outro. Mas, sempre retêm reservas no coração, no intercâmbio formal entre si. Fundamentalmente, no âmago são diferentes entre si. Simplesmente não se misturam — do mesmo modo como o ferro não se mistura com a argila do oleiro. — Daniel 2:43.
4. Que situação no mundo se esperava, antes da Primeira Guerra Mundial?
4 Esta situação é nova na história humana. Tomou forma especialmente no nosso século vinte. Antes da guerra mundial de 1914-1918, certamente não se esperava, nem se predizia, a situação hoje existente em todo o mundo. Nem mesmo os políticos que consultam adivinhos e astrólogos obtiveram qualquer indicação disso, lá naquele tempo antes de a Primeira Guerra Mundial abalar a sua complacência. O homem de visão curta, de fato, não previa uma sociedade humana, tão profundamente dividida em sentido político como existe hoje, desde a Primeira Guerra Mundial. Mas, será que nos apercebemos de que esta situação política dos assuntos humanos foi profeticamente ilustrada há mais de 2.580 anos, ou por volta do ano 605 antes de nossa Era Comum?
5, 6. Lá em 605 A.E.C., quem não podia predizer a atual situação?
5 Esta data antiga nos leva de volta ao tempo em que Babilônia era a potência mundial. Em expressão de seu imperialismo mundial, esta Potência Mundial Babilônica havia destruído a mundialmente famosa cidade de Jerusalém e seu templo, dedicado à adoração do Deus dos hebreus, Jeová. Num passado tão remoto, teria sido impossível que um vidente, um astrólogo ou outro mero homem predissesse a situação política hoje existente.
6 Todos nós temos de admitir isso!
7. A quem cabe traçar o rumo do governo mundial?
7 Pois bem, que prova, temos de que alguém no céu ou na terra a predisse? Quase incrível como pareça, temos tal prova. Ela procede Daquele que traçou o rumo do governo humano desde os dias de Babilônia até os nossos. A prova, existente mostra que o rumo dessas potências mundiais foi traçado e que o rumo traçado para elas até agora seguido na história humana. Tudo isso teve de tomar em conta as mudanças dos tempos e das épocas, para as coisas de maior importância, também a eliminação de uma dinastia de governantes mundiais a favor de uma nova série, de governantes mundiais, até mesmo de raça diferente. Também tomou em conta a maior mudança ou transferência de poderio mundial que já ocorreu em toda a história humana, mudança que é iminente para esta geração da humanidade. Traçar com tal exatidão o rumo do governo mundial para a humanidade exige alguém sobre-humano, que conhece desde o princípio o grandioso final. Exige Deus, não o chamado “deus deste sistema de coisas”, mas o Deus Todo-poderoso, o Deus Todo-sábio, o Criador do homem. — 2 Coríntios 4:4; Romanos 11:33.
8, 9. (a) A quem foi revelada esta delineação da história humana? (b) O que disse ele em apreço à sua Fonte de informação?
8 Traçar ele o rumo ou delinear a história humana tinha de ser revelado a alguém na terra, para que assentasse isso por escrito e o registrasse, para que todos nós o pudéssemos consultar. Este alguém foi um jovem hebreu chamado Daniel. Se ele não fosse adorador do Deus Todo-poderoso, Todo-sábio, nunca lhe teria sido feita esta revelação. Ele entendeu a importância da revelação que lhe foi feita. Por isso, Daniel, no seu livro de profecia, escreveu as seguintes palavras de grato apreço à Fonte Divina da informação que recebeu:
9 “Seja bendito o nome de Deus de tempo indefinido a tempo indefinido, pois a sabedoria e o poder — pois a ele é que pertencem. E ele muda os tempos e as épocas removendo reis e estabelecendo reis, dando sabedoria aos sábios e conhecimento aos que têm discernimento. Ele revela as coisas profundas e as coisas escondidas, sabendo o que há na escuridão; e com ele habita a luz. A ti, ó Deus de meus antepassados, dou louvor e elogio, porque me deste sabedoria e poder. E agora me fizeste saber o que te solicitamos, porque nos fizeste saber o próprio assunto do rei.” — Daniel 2:20-23.
10, 11. Quando foi informado sobre o seu sonho, o que disse Nabucodonosor a respeito de Deus?
10 Quando o profeta Daniel revelou ao esquecediço governante de Babilônia o olvidado “assunto do rei”, este mais alto dos políticos daquele tempo, Nabucodonosor, foi bastante sincero para admitir que somente o Deus Altíssimo podia fazer tal revelação a respeito do futuro, então tenebroso e oculto. Com profundo respeito, ele disse a Daniel:
11 “Verdadeiramente, vosso Deus é Deus de deuses e Senhor de reis, e Revelador de segredos, porque pudeste revelar este segredo.” — Daniel 2:47.
12. Em que diferem os políticos atuais de Nabucodonosor?
12 Qual o governante político de hoje, que, depois de ler a narrativa de Daniel, a respeito do segredo revelado comparando-a então com o rumo do governo mundial até agora, faria tal admissão a respeito do Deus de Daniel e de seus três companheiros hebreus? Procuramos em vão tal governante político sincero que se humilhe para mostrar que permite que o segredo revelado a Daniel oriente seu próprio proceder. Portanto, a mudança mundial que em breve será trazida pela divino Mudador de tempos e épocas sobrevirá a todos eles com força esmagadora.
13. A quem recorreu Nabucodonosor para saber seu sonho esquecido?
13 O que foi que convenceu o profeta Daniel, bem como o principal político daqueles dias, o Rei Nabucodonosor de Babilônia, de que Aquele que podia fazer tal previsão de milhares de anos de história humana e assim ‘anunciar o fim desde o princípio’ tinha de ser o Deus Todo-poderoso? (Isaías 46:10, Almeida, rev. e corr.) O que impedia tal revelação eram os requisitos humanamente impossíveis. No segundo ano de seu reinado como conquistador de Jerusalém, com o seu templo de adoração de Jeová, ele teve um sonho. Despertando do sono, não se podia lembrar dele. Ficou profundamente agitado com o assunto, porque o sonho esquecido parecia transmitir-lhe uma mensagem de suma importância. Sujeitou seus astrólogos e sacerdotes-magos a uma prova anormal, exigindo que não só lhe interpretassem o sonho, mas, primeiro, fizessem o rei lembrar-se dele. Visto que eles achavam tal demanda inteiramente desarrazoada, o Rei Nabucodonosor mandou que fossem mortos, como fraudulentos na sua profissão de profetas. Mas, até mesmo o mais destacado psicólogo da atualidade concordará em que ele estava mentalmente desequilibrado ao tomar tal decisão.
14. Como obteve Daniel a necessária informação que salvou vidas?
14 A terrível emergência então, existente afetou também o profeta Daniel, visto que era considerado o mais destacado entre os sábios de Babilônia. Ele perguntou ao oficial da guarda pessoal do rei por que viera para matar a ele e seus três companheiros hebreus, Hananias, Misael e Azarias. Quando foi informado disso, Daniel pediu um adiamento da execução dos sábios de Babilônia por apenas um dia. Confiava em que nada era impossível ao seu Deus, Jeová. As orações conjuntas de Daniel e de seus três companheiros hebreus não mostraram ter sido dirigidas a um falso deus mítico. Tanto o sonho de Nabucodosor como o seu significado de importância mundial foram revelados a Daniel numa„ profética “visão noturna”, pelo seu Deus Jeová. (Daniel 2:19) Depois de bendizer Aquele que fez o humanamente impossível e dar-lhe crédito, Daniel pediu que Arioque, chefe da guarda pessoal do Rei Nabucodonosor, o apresentasse ao perplexo imperador, do Império Babilônico.
15, 16. A quem impôs isso uma prova, e a quem deu Daniel o crédito?
15 Estava em jogo a vida de Daniel e de seus três companheiros hebreus. Se não pudesse fazer com que o imperador se lembrasse do sonho esquecido e depois, à base dele, fornecer uma explicação satisfatória, eles seriam executados junto com todos os sábios de Babilônia. Isso impôs uma prova, não a um homem, mas ao verdadeiro Deus do universo, porque os astrólogos e os sacerdotes-magos de Babilônia já haviam fracassado. Com aquilo que Daniel então revelou ao governante da Potência Mundial Babilônica, ele se tornou testemunha notável de Jeová, uma das testemunhas pré-cristãs de Jeová. (Isaías 43:10-12; 44:8) Como excelente exemplo para todas as hodiernas testemunhas de Jeová, Daniel não atribuiu a si mesmo o mérito pelo que ia então revelar ao político mais destacado do mundo, mas deu a glória ao verdadeiro ‘Deus, nos céus’, dizendo:
16 “O segredo que o próprio rei pede, nem os próprios sábios, nem os conjuradores, nem os sacerdotes-magos, nem os astrólogos podem mostrar ao rei. No entanto, há nos céus um Deus que é Revelador de segredos, e ele fez saber ao Rei Nabucodonosor o que há de acontecer na parte final dos dias. Teu sonho e as visões da tua cabeça, na tua cama — são o seguinte.” — Daniel 2:27, 28.
17. Como magnificou Jeová seu poder como “Revelador de segredos”?
17 Se o sonho de Nabucodonosor tivesse sido apenas um sonho qualquer, sem significado, assim como ocorrem a todos, nunca teria sido registrado na Palavra de Jeová, a Bíblia. Foi um sonho intencional enviado pelo divino “Revelador de segredos”, mas, não teria significado, se não pudesse ser explicado. Contudo, o Deus Todo-poderoso dos céus apagou o sonho da memória de Nabucodonosor. Não anulava Jeová com isso seu objetivo em apagar a memória do rei? De modo algum. Antes, ele lançava com isso a base para enaltecer seu próprio poder sobre-humano. Apresentava um problema que só um deus, só o verdadeiro Deus, podia solucionar.
18. How was the king forced into proving that God is?
18 Manejando assim este assunto de importância mundial, Jeová tornou necessário que se desse testemunho de seu divino poder ao “rei de reis”, terreno, daqueles dias da antiguidade. O rei foi impelido a usar sua autoridade absoluta e exigir que se lhe recordasse o sonho e se lhe desse a interpretação dele. Ele pediu isso e teve de aceitá-lo, quando lhe foi dado milagrosamente. Quer Nabucodonosor gostasse disso, quer não, recebeu o que exigiu. Assim, no começo do governo, sem oposição, da Potência Mundial Babilônica, este principal político recebeu prova de que havia um Deus, que Deus existe! — Daniel 2:1, 28.
O SONHO SOBRE A MUDANÇA DE POTÊNCIAS MUNDIAIS
19. O que mostrará Jeová aos políticos a respeito das reivindicações sobre a terra?
19 Há um velho ditado que diz; “O homem põe e Deus dispõe.” Isto é verdade com respeito aos assuntos mundiais. O Criador do céu e da terra preocupa-se realmente com os assuntos mundiais na nossa terra. Tem interesse no que está acontecendo aqui, porque a terra em que vivemos é Dele, e não é o domínio legítimo do comunismo mundial, nem da democracia capitalista. Que Seus interesses na terra vêm em primeiro lugar, e serão finalmente reivindicados e cuidados, Jeová ilustrou no sonho que seu profeta Daniel revelou de novo ao Rei Nabucodonosor de Babilônia, no apogeu do poder dela, quando estava inclinada a reivindicar toda a terra como sujeita a ser conquistada por ela. O rei escutou a Palavra de Deus com a maior atenção e a tomou a sério, ao passo que o profeta de Jeová, Daniel, passou a dizer:
20. Qual foi o sonho que Daniel lembrou ao rei?
20 “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis uma enorme estátua. Esta estátua, que era grande e cujo esplendor era extraordinário, erguia-se na tua frente, e sua aparência era atemorizante. Quanto à estátua, sua cabeça era de ouro bom, seu peito e seus braços eram de prata, seu ventre e suas coxas eram de cobre, suas pernas eram de ferro, seus pés eram parcialmente de ferro e parcialmente de argila modelada. Estavas olhando até que se cortou uma pedra, sem mãos, e ela golpeou a estátua nos seus pés de ferro e de argila modelada, e os esmiuçou. Nesta ocasião, o ferro, a argila modelada, o cobre, a prata e o ouro foram juntos esmiuçados e tornaram-se como a pragana da eira do verão, e o vento os levou embora, de modo que não se achou nenhum traço deles. E no que se refere à pedra que golpeou a estátua, tornou-se um grande monte e encheu a terra inteira.” — Daniel 2:31-35.
21. Como mostrou Deus assim que ele sabia o “fim” desde o “princípio”?
21 Podemos imaginar quão espantado ficou o Rei Nabucodonosor com esta descrição inspirada. Ajustava-se exatamente ao sonho que havia tido! Esta enorme estátua, tão brilhante, atemorizava e amedrontava, e era terrivelmente impressionante. Como é que ele se podia esquecer dela? Mas, esquecera-se! Se o sonho nunca mais fosse lembrado, a mensagem que devia transmitir ficaria perdida para sempre. Tendo sido enviado, evidentemente por poder divino, àquele que então era “rei de reis” do mundo, deve ter contido uma mensagem oportuna de conseqüências mundiais. Somente Deus podia ter reproduzido numa visão noturna, a Daniel, o que havia desaparecido, por completo da mente de Nabucodonosor. Mas, podia o mesmo Deus explicar o significado do sonho esquecido? Por certo, o Deus que formulou e enviou o sonho devia saber o que queria dizer com ele. Sabia o que significava a estátua humana, da cabeça aos dedos dos pés. Sendo um sonho completo, revelando o que aconteceu com a estátua significativa, Ele demonstrou que sabia e ‘anunciava o fim desde o principio’. Portanto, ‘prossiga’, Daniel!
22. Por que estamos mais interessados no sonho do que o rei estava?
22 Não bastava apenas revelar o sonho profético. Também a explicação dele era o que salvaria da morte a Daniel e todos os outros sábios de Babilônia. Daniel sabia, a explicação da estátua do sonho, mas tomaria o Rei Nabucodonosor como certa a sua interpretação, aquele governante pagão, que havia destruído o templo de Jeová em Jerusalém? É uma interpretação que nos satisfaz hoje não só como sendo razoável e lógica, mas também como estando em harmonia com todo o restante da Palavra revelada de Deus, a Bíblia inspirada? Nós, hoje, que evidentemente vivemos no tempo do “fim” do cumprimento do sonho, devemos estar mais interessados do que Nabucodonosor, que viveu no tempo do “princípio”, do cumprimento do sonho. Ele é que não estava ameaçado pela catástrofe mundial que havia de ocorrer. Mas nós estamos!
23. Segundo Daniel, a quem representava a cabeça de ouro da estátua? Por quê?
23 Arioque, chefe da guarda pessoal de Nabucodonosor, talvez tivesse afrouxado a mão na sua espada, quando Daniel passou a dizer ao seu comandante supremo, militar: “Este é o sonho, e nós diremos a sua interpretação perante o rei. Tu, ó rei, rei de reis, tu, a quem o Deus do céu deu o reino, a potência, e o poderio, e a dignidade, e em cuja mão, onde quer que habitem os filhos da humanidade, entregou os animais do campo, e as criaturas aladas dos céus, e a quem ele fez governante sobre todos eles, tu mesmo és a cabeça de ouro.” — Daniel 2:36-38.
24. Portanto, começou a “estátua” com o fundador de Babilônia?
24 Dizer-se a Nabucodonosor logo no começo da explicação da estátua que ela envolvia a ele, e realmente começava com ele, deve ter aumentado o seu interesse na interpretação de todo o sonho. Ser ele informado de que era simbolizado pela cabeça feita do metal mais precioso então conhecido, dificilmente podia ter deixado de agradá-lo e fazê-lo sentir que se lhe atribuía a devida dignidade. A cabeça de ouro representava apropriadamente um imperador, o “rei de reis”, a quem o Deus do céu havia permitido tornar-se a figura mundial dominante, o governante da Potência Mundial Babilônica. De modo que aquilo que foi representado pela estátua de quatro metais diferentes não começou com Ninrode, o cusita da raça camítica, que fundara a Babel ou Babilônia original, mais de 1.500 anos antes. — Gênesis 10:8-10; 1 Crônicas 1:10.
25. Começou com a Primeira Potência Mundial, ou com a Segunda?
25 A estátua simbólica tampouco começou com a Potência Mundial Egípcia, império camítico que era a Primeira Potência Mundial de que há registro na Bíblia. (Gênesis 10:6, 13, 14; 12:11 a 13:1; Salmos 78:51; 105:23, 27; 106:21, 22) Além disso, a estátua simbólica não começou com a Potência Mundial Assíria, império semítico que se tornou a Segunda Potência Mundial do registro bíblico. (Gênesis 10:21, 22; 2:14; 25:18; 2 Reis 15:19-29) Em 632 A.E.C., Nabucodonosor participou na derrubada da Potência Mundial Assíria e com isso estabeleceu o Império Neobabilônico, classificado como terceira Potência Mundial do registro bíblico. — Naum 2:8 a 3:18; Sofonias 2:13.
26. Por que se aplica a existência da “estátua” a partir da destruição de Jerusalém?
26 Cerca de vinte e cinco anos mais tarde, depois de o Imperador Nabucodonosor ter sido usado como instrumento de Jeová para destruir a infiel Jerusalém, aplicaram-se as palavras do profeta Daniel: “Em [tua] mão, onde quer que habitem os filhos da humanidade, [o Deus do céu] entregou os animais do campo e as criaturas aladas dos céus, e a [ti] ele fez governante sobre todos eles.” (Daniel 2:38) Isto se deu porque, com a destruição de Jerusalém pelos babilônios, em 607 A.E.C, deixou de existir na terra o reino típico de Jeová Deus. — 1 Crônicas 29:23; 2 Crônicas 36:17-21.
27. O que representa cada metal da “estátua” em sentido político?
27 Visto que Daniel disse a Nabucodonosor: “Tu mesmo és a cabeça de ouro”, a estátua metálica, como um todo, representava uma série de imperadores ou governantes mundiais. Na realidade, a “cabeça de ouro” representava mais do que o próprio Nabucodonosor. Retratava a dinastia governante, estabelecida com ele. A cabeça de ouro representava assim, na totalidade, o próprio Nabucodonosor, depois, seu filho mais velho, Evil-Merodaque, daí, Nabonido, genro de Nabucodonosor, e, finalmente, Belsazar, neto de Nabucodonosor. (2 Reis 25:27-30; Jeremias 52:31-34; Daniel 5:10, 11, 18, 22) Esta dinastia era representativa da Potência Mundial Babilônica. Por conseguinte, a série de quatro metais na estátua do sonho de Nabucodonosor representa uma série de potências mundiais, que têm exercido o domínio do mundo sem interferência do reino de Deus (quer do reino típico, terreno, quer do reino antitípico, celestial). A interpretação do sonho por Daniel prova este ponto.
28, 29. Por que não se mencionou o nome do reino, inferior a Babilônia?
28 Indicando o domínio mundial que seria exercido pelos sucessores da Potência Mundial Babilônica, Daniel prosseguiu com a sua interpretação, dizendo a Nabucodonosor, o “rei de reis”: “E depois de ti surgirá outro reino, inferior a ti; e outro reino, um terceiro, de cobre, que dominará sobre a terra inteira.” — Daniel 2:39.
29 Daniel não mencionou o nome desse reino, o “inferior” ao de Nabucodonosor, que se havia de seguir logo após a Potência Mundial Babilônica. Se tivesse mencionado o nome, a Potência Mundial Babilônica se teria prevenido contra o futuro aspirante ao domínio do mundo. Mas, em vista de profecias anteriores de Isaías (13:1-17; 21:2-9), Daniel podia ter sabido que os medos, aliados dos persas, estariam envolvidos na derrubada de Babilônia de sua posição elevada como potência mundial.
30. Como podia Daniel saber quem seria o derrubador de Babilônia?
30 Daniel, também, podia, ter sabido de Isaías 44:24 a 45:7 que Jeová usaria um homem chamado Ciro, que era persa, para executar vingança na Potência Mundial Babilônica por destruir Jerusalém e seu templo de adoração de Jeová. (Isaías 46:11) Também como estudante da profecia, de Jeremias, Daniel sabia que os medos teriam destaque no cerco final contra Babilônia e participariam na derrubada desta perseguidora do seu povo. (Jeremias 51:28; Daniel 9:2) Mas, Daniel não revelou neste momento esta informação a Nabucodonosor que não viveria parar ver esta derrubada. Por que se devia causar preocupação a ele?
31. Como foi Daniel privilegiado em apresentar o sucessor de Babilônia?
31 O profeta Daniel teve o privilégio de como que apresentar o “reino” ou a potência mundial simbolizada pela prata da estátua do sonho. Isto aconteceu numa noite outonal de 539 A.E.C., quando o neto de Nabucodonosor, o Rei Belsazar, realizava um banquete régio para mil de seus grandes, dentro da cidade sitiada de Babilônia. No auge do seu festejo, uma mão milagrosa escreveu na parede as palavras enigmáticas “Mene, Mene, Tequel e Parsim”. Como último recurso, o aterrorizado Rei Belsazar teve de convocar Daniel, para interpretar esta escrita à mão na parede. Explicando a última palavra “Parsim”, que é o plural da palavra “Peres”, Daniel disse a Belsazar: “PERES: teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas.” Naquela mesma noite, os sitiadores conseguiram penetrar em Babilônia, o Rei Belsazar foi morto e se estabeleceu a Potência Mundial Medo-Persa. Visto que os medos e os persas eram arianos, o poder mundial passou então da raça semítica para a raça jafética. — Daniel 5:1-31; 6:12; Ester 1:19.
32. Em que sentido era a Medo-Pérsia “inferior” a Babilônia?
32 Assim como a prata é inferior ao ouro, a Potência Mundial Medo-Persa era inferior à babilônica. Em que sentido? Em que não se enalteceu tanto quanto o Império Babilônico, que destruíra a cidade de Jerusalém e seu templo da adoração de Jeová. Com isso o rei de Babilônia, Nabucodonosor, parecia enaltecer-se acima de Jeová Deus, cujo nome era invocado sobre a cidade de Jerusalém, onde os reis da linhagem real de Davi se sentavam no “trono de Jeová”. (1 Crônicas 29:23; Isaías 14:4-14) Com a queda do reino típico de Jeová, no ano 607 A.E.C., iniciou-se também o período de 2.520 anos, conhecido como “os tempos dos gentios!” ou “tempo designado das nações”. (Lucas 21:24, Almeida, NM) Em vez de tentar ‘assemelhar-se ao Altíssimo’, o Rei Ciro, conquistador de Babilônia, reconheceu a Divindade de Jeová.
33. Como harmonizou Ciro seu proceder com a profecia de Isaías?
33 Em reconhecimento da expressa vontade de Jeová, o Rei Ciro procurou harmonizar seu proceder com o que Jeová havia profetizado a seu respeito, em Isaías, capítulos quarenta e quatro e quarenta e cinco. De modo que, em 537 A.E.C., permitiu que um agrupo de voluntários israelitas e seus ajudantes saíssem de sua prisão babilônica e retornassem à sua pátria, para reconstruir a cidade de Jerusalém e seu santo templo. Mas, não se restabeleceu ali o reino típico de Jeová, com um descendente real do Rei Davi sentado no “trono de Jeová”, em Jerusalém. — 2 Crônicas 36:20-23; Esdras 1:1 a 2:2.
POTÊNCIA MUNDIAL GREGA (MACEDÔNIA)
34. O que disse o intérprete Daniel a respeito do sucessor da Medo-Pérsia?
34 Embora a Potência Mundial Persa mostrasse consideração misericordiosa com o povo escolhido de Jeová, ela não devia durar até o nosso século vinte. Sobre o sucessor imediato da Potência Mundial Medo-Persa, o profeta Daniel passou a dizer a Nabucodonosor: “E outro reino, um terceiro, de cobre, que dominará sobre a terra inteira.” — Daniel 2:39.
35. Quando soube Daniel da identidade do sucessor da Medo-Pérsia?
35 Estas palavras indicam que o “terceiro” “reino”, ou potência mundial, como que de cobre, seria mais extenso do que a Potência Mundial Medo-Persa ou a Babilônica. Visto que o cobre é metal semiprecioso, inferior à prata, esta vindoura potência mundial seria inferior à Potência Mundial Medo-Persa. Neste respeito, não havia de ser honrada com um privilégio assim como o da libertação do povo exilado de Jeová de seu encarceramento em Babilônia. Nos dias do neto de Nabucodonosor, o Rei Belsazar, Daniel, intérprete de sonhos, soube exatamente quem estabeleceria esta “terceira” potência mundial, semelhante ao cobre. Seria um conquistador grego. Não há nenhuma evidência de que Daniel tivesse revelado ao Rei Belsazar esta informação sobre dias futuros, muito distantes.
36. Como foi retratada para Daniel a derrubada da Medo-Pérsia?
36 Na explicação dum sonho profético enviado a Daniel, no qual ele viu um carneiro de dois chifres ser vencido por um bode peludo de um chifre, o santo anjo de Jeová disse: “O carneiro que viste, tendo dois chifres, representa os reis da Média e da Pérsia. E o bode peludo representa o rei da Grécia [ou: Hélade]; e quanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, este representa o primeiro rei. E que este foi quebrado, de modo que por fim se ergueram quatro em seu lugar, haverá quatro reinos que se erguerão de sua nação, mas não com o seu poder.” — Daniel 8:20-22.
37. Que façanhas realizou o “primeiro rei” do Império Grego?
37 Assim, com mais de duzentos anos de antecedência, foi predito que o “reino” simbolizado pelo ventre e pelas coxas de cobre, da estátua do sonho, seria a Potência Mundial Grega. Seu “primeiro rei” veio a ser o conquistador do mundo, Alexandre III da Macedônia, que passou a conquistar o Império Persa. Em 334 A.E.C., ele infligiu uma derrota decisiva ao imperador persa de então e estabeleceu a Potência Mundial Grega (Macedônia). Em 332 A.E.C., Alexandre, o Grande (Magno), trouxe sob o seu controle a província da Judéia, inclusive Jerusalém. Depois, o Egito caiu diante dele, e a cidade de Alexandria foi fundada ali para perpetuar o seu nome. Este novo porto egípcio passou a ser muito próspero e veio a ter uma substancial população judaica.
38. Como se tornou possível ler a Bíblia inteira em grego?
38 Por causa de suas conquistas, que se estenderam até o rio Indo, na Índia, e até o Egito, e por ele estabelecer guarnições militares nos países conquistados, o grego comum falado pelas tropas de Alexandre, o Grande, veiou ser a língua internacional daqueles dias. Serviu como meio para as comunicações internacionais, e no terceiro século A.E.C., os judeus de língua grega, de Alexandria, no Egito, começaram a traduzir as inspiradas Escrituras Hebraicas para o grego comum. Esta iniciativa foi seguida pelos escritores inspirados que produziram os vinte e sete livros das Escrituras Cristãs, de Mateus a Revelação (ou Apocalipse). Desta maneira, tornou-se possível que a Bíblia inspirada, como um todo, fosse lida universalmente pelos que falavam e liam o grego comum.
39. Como surgiram “quatro reinos” de estilo grego, conforme profetizado?
39 No ano 323 A.E.C., Alexandre, o Grande, simbolizado pelo “chifre grande” do bode peludo, faleceu em Babilônia, antiga capital do Império Babilônico. Com o passar do tempo, seu vasto império foi dividido entre quatro de seus generais gregos. Isto resultou em quatro reinos helênicos ou grecizados. A Judéia e Jerusalém tornaram-se finalmente parte do reino fundado pelo General Selêuco I Nicátor. Naturalmente, nenhum destes quatro reinos helênicos podia comparar-se com o grande império de Alexandre, o Grande. Deveras, cumpriu-se maravilhosamente a profecia de que de um “chifre grande” (Alexandre, o Grande) viriam ‘quatro chifres’ (quatro reinos helênicos), sendo que nenhum dos quatro possuía o poder e a magnitude do império de Alexandre. Não obstante, estes quatro reinos menores, juntos, mantiveram o predomínio da Potência Mundial Grega, simbolizada pela parte de cobre da estátua.
O REINO FÉRREO
40. Como foi estabelecida a Potência Mundial Romana, em 30 A.E.C.?
40 O tempo passou para o primeiro século antes de nossa Era Comum. Veio o tempo para “o Deus do céu”, Jeová, mudar os tempos e as épocas, removendo reis e estabelecendo reis para a introdução duma nova potência mundial. (Daniel 2:19, 21) Roma, na Itália, era então a potência política em ascensão, com que se precisava contar. No ano 63 A.E.C., o general romano Pompeu capturou Jerusalém e estendeu p domínio romano sobre a Judéia. No ano 30 A.E.C., o último, dos quatro reinos helênicos sofreu uma derrota decisiva, e o Egito se tornou província romana. Isto assinalou o estabelecimento da Potência Mundial Romana, no qüingentésimo setuagésimo sétimo ano dos “tempos dos gentios” ou “tempos designados das nações”. Jerusalém continuou a não ter rei da linhagem real de Davi, da tribo de Judá. O “trono de Jeová” não existia mais na capital judaica, Jerusalém. — 1 Crônicas 29:23.
41. O que explicou Daniel sobre o que era o quarto metal, o ferro?
41 Vemos nisso o cumprimento do que o profeta Daniel dissera ao Rei Nabucodonosor, ao interpretar o sonho esquecido, da estátua composta de quatro metais. Na interpretação do significado do quarto metal, o ferro, de que se compunham as pernas da estátua, Daniel disse: “E no que se refere ao quarto reino, mostrar-se-á forte como o ferro. Visto que o ferro esmiúça e tritura tudo mais, assim, qual ferro que quebranta, esmiuçará e quebrantará a todos estes.” — Daniel 2:40.
42. Como mostrou o Império Romano que não respeitava os pregadores do Reino?
42 A Potência Mundial Romana esmiuçou a potência Mundial Grega, e absorveu os remanescentes das anteriores potências mundiais, medo-persa e babilônica. Não mostrou nenhum respeito para com o “reino dos céus”, “o reino de Deus”, proclamado por Jesus Cristo e pelos seus discípulos no primeiro século. No ano 33 E.C., dessagrou o dia da Páscoa judaica por matar Jesus Cristo numa estaca de tortura, fora dos muros de Jerusalém. Além disso, no ano 64 E.C., depois de parte da cidade de Roma ser incendiada, começou a perseguir os discípulos fiéis, de Jesus Cristo, procurando assim esmiuçar e quebrantar o verdadeiro cristianismo.
43. Quando e por que destruiu o Império Romano a Jerusalém?
43 No ano 70 E.C. no empenho de sufocar a revolta de judeus rebeldes, Roma achou necessário esmiuçar e destroçar Jerusalém reduzindo-a a cinzas, junto.com seu magnífico templo. Os 97.000 judeus não-cristianizados que conseguiram sobreviver àquela horrível destruição de sua cidade santa foram distribuídos como escravos cativos às partes dispersas do Império Romano. Isto aconteceu no sexcentésimo setuagésimo sexto ano dos “tempos dos gentios”, sobrando ainda 1.844 anos até o fim desses tempos dos gentios.
44, 45. O que significava realmente pisarem os gentios Jerusalém?
44 Jesus Cristo, ao predizer a destruição de Jerusalém pelos romanos, sob o General Tito, filho do Imperador Vespasiano, disse: “E [os judeus na província romana da Judéia] cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” (Lucas 21:20-24) Com estas palavras, Jesus Cristo não se referia ao mero lugar da cidade de Jerusalém ser pisado por nações não-judaicas ou gentias. Naquele tempo, a cidade de Jerusalém representava muito mais do que a Jerusalém de hoje, capital da república de Israel, com seu democraticamente eleito presidente e seu Knesset (Parlamento). Lá nos dias de Cristo, Jerusalém, com seu templo, representava “a cidade do grande Rei”, Jeová. (Mateus 5:35; 4:5) Esta antiga cidade do trono do reino típico de Jeová, na terra, era símbolo do reino de Deus sob o governo de seu rei ungido, da família real de Davi.
45 De modo que o reino messiânico, ao qual os descendentes reais de Davi tinham direito, era o que seria pisado pelos gentios, até terminarem os “tempos designados das nações” para o pisarem assim, sem interferência por parte de Deus. É no fim dos tempos dos gentios que nosso século vinte entra na questão!
INCLUÍDA OUTRA POTÊNCIA MUNDIAL
46. Foi o Reino de Deus introduzido pelo imperador romano Constantino?
46 Olhando para trás, desde o nosso século vinte, perguntamos: Será que o “quarto reino”, representado pelas pernas de ferro da estátua do sonho de Nabucodonosor, cumpriu-se completamente apenas no Império Romano ou na Potência Mundial Romana? A própria Bíblia indica que não foi assim. Como? Nos dias do Imperador Constantino, no quarto século, o Império Romano tornou-se, “cristão”, mas apenas por decreto imperial e no nome. Esta mudança de aspecto religioso não criou uma nova potência mundial, alguma potência mundial cristã; não trouxe consigo o reino de Deus, conforme pregado por Jesus Cristo. Todavia, surgiu uma nova potência mundial, após a passagem de muitos séculos — em verdadeiro sentido político. Isto foi indicado no último livro da Bíblia, em Revelação 17:9, 10.
47. O que representam as sete cabeças da “fera”?
47 Lemos ali, com referência à meretriz religiosa, Babilônia, a Grande, que monta uma fera de sete cabeças e dez chifres: “Aqui é que está a inteligência que tem sabedoria: As sete cabeças significam sete montes, onde a mulher está sentada no cume. E há sete reis: cinco já caíram, um é, o outro ainda não chegou, mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo.” Em vista desta explicação dos símbolos encontrados ali no livro de Revelação, a fera representa um sistema político na terra. As sete cabeças da fera representam chefias sobre o sistema político, não a chefia das sete de uma só vez, mas a chefia de uma cabeça simbólica após outra, até a sétima e última! Apropriadamente, as sete cabeças representam “sete montes” que dominam a terra mais abaixo. Bem adequadamente, as sete cabeças representam também “sete reis”, porque os reis são chefes de estado e exercem, a chefia ou o domínio. Como na estátua do sonho de Nabucodonosor, os reis representam reinos ou potências mundiais.
48. Quem eram os cinco “reis” que já haviam caído antes de Roma?
48 Sobre os “sete reis”, o apóstolo cristão João escreveu perto do fim do primeiro século E.C.: “Cinco já caíram, um é.” (Revelação 17:10) Quando João escreveu a Revelação, ele era prisioneiro, na ilha penal de Patmos, por ser cristão. (Revelação 1:1, 2, 9) Portanto, ao escrever: “Cinco já caíram, um é”, João indica um sexto “rei”. Este existia nos dias de João. Então, qual foi a potência mundial indicada por João com a expressão “um é”? Nenhuma outra senão a Potência Mundial Romana. Ela é classificada ali como Sexta Potência Mundial segundo a profecia bíblica. Então, quem eram os cinco “reis” que já tinham caído antes da Potência Mundial Romana, um por um? Primeiro, a Potência Mundial Egípcia; segundo, a Potência Mundial Assíria; terceiro, a Potência Mundial Babilônica; quarto, a Potência Mundial Medo-Persa; e quinto, a Potência Mundial Grega.
49. Às mãos de quem caiu o sexto “rei”, e quando?
49 No entanto, a Sexta Potência Mundial também havia de cair, porque o anjo disse ao apóstolo João: “Um é, o outro ainda não chegou.” (Revelação 17:10) Isto significava que uma sétima, potência mundial ainda havia de vir, para corresponder à sétima cabeça da fera. Nos dias do apóstolo João, esta ‘sétima cabeça’, ou ‘sétimo monte’, ou ‘sétimo rei’, era um mistério. Mas, os séculos de história mundial, desde os dias de João, desvelaram o mistério. Então, qual é a Sétima Potência Mundial da profecia bíblica? Ela surgiu no ano 1763 E.C. na forma do Império Britânico, a Britânia que governava os sete mares.
50. Como veio a existir a potência Mundial Dupla Anglo-Americana?
50 Doze anos mais tarde, em 1775, as treze colônias americanas romperam com o Império Britânico e estabeleceram uma república americana, os Estados Unidos da América. Com o decorrer do tempo, a república americana, de língua inglesa, achou aconselhável agir em conjunto, com o Império Britânico, de língua inglesa, tanto em tempo de paz como em tempo de guerra, algo que foi enfatizado durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Na realidade, pois, tem havido uma Potência Mundial Dupla, Britânico-Americana. Assim, já por muitos anos, desde a Revolução Americana de 1775-1783, esta aliança política, anglo-americana, tem sido a Sétima Potência Mundial. Ela atua como fera de dois chifres. — Revelação 13:11.
51. Por que representam as pernas de ferro mais do que o Império Romano?
51 A Sétima Potência Mundial “chegou” no tempo de Jeová causar uma mudança, antes do estabelecimento de seu próprio reino messiânico. Revelação 17:10 diz a respeito da Sétima Potência Mundial: “Mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo.” O setor americano da Sétima Potência Mundial acaba de celebrar seu ducentésimo aniversário. Este é relativamente “pouco tempo” em comparação com a duração da Potência Mundial Romana, por quase dezoito séculos. Mas agora, este “pouco tempo” já deve estar quase no fim, segundo o cronograma de Jeová. Uma coisa é certa na profecia bíblica: O reino messiânico de Deus só foi marcado para vir depois de esta Sétima Potência Mundial ter aparecido em cena. (Revelação 17:11-14) Em vista de tudo isso, torna-se bem evidente que as pernas de ferro da estátua do sonho de Nabucodonosor representaram mais do que apenas a Potência Mundial Romana. Representam também o produto político daquele Império Romano, a saber, a Potência Mundial Anglo-Americana, a Sétima Potência Mundial, que tem mostrado ser a maior potência mundial de todas, do ponto de vista humano. Ela também sido como ferro, como aço!
PÉS EM PARTE DE FERRO E EM PARTE DE ARGILA
52. O que disse Daniel a respeito dos pés que eram parcialmente de ferro e parcialmente de argila?
52 Agora, vejamos as particularidades finais do sonho profético que o rei de Babilônia teve mas esqueceu. O Rei Nabucodonosor queria saber o significado do clímax do sonho, e nós, também hoje. Graças a Jeová Deus, Daniel foi inspirado a explicar mais o assunto, dizendo: “Enquanto aos pés e aos dedos dos pés, que viste serem parcialmente de argila modelada de oleiro e parcialmente de ferro, o próprio reino se mostrará dividido, porém, mostrar-se-á haver nele algo da dureza do ferro, uma vez que viste o ferro misturado com argila úmida. Enquanto aos dedos dos pés serem parcialmente de ferro e parcialmente de argila modelada, o reino mostrar-se-á parcialmente forte e mostrar-se-á parcialmente frágil. Quanto, ao que viste o ferro misturado com argila úmida, virão a estar misturados com a descendência da humanidade; porém, não mostrarão estar apegados um ao outro, do mesmo modo como o ferro não se mistura com argila modelada.” — Daniel 2:41-43.
53. Que situação política representam esses pés? Quando?
53 Nestas palavras proféticas apresenta-se-nos a ilustração dum reino dividido. Visto que é assim que acaba a estátua simbólica de potências mundiais sucessivas, então deve haver hoje este estado duma potência mundial dividida, no nosso século vinte. E assim é! Por este motivo válido, devemos estar próximos do desaparecimento desta estátua simbólica de potência mundial, de longa data. O que se seguirá, quando finalmente desaparecer a estátua simbólica? Segundo os “sábios” deste mundo, tal desaparecimento seria a pior coisa que poderia acontecer. Na opinião deles, significaria anarquia e caos. Por isso, procuram manter a estátua em pé.
54. O que indica Daniel que é representado pela argila modelada?
54 O cenário mundial ainda está sob a sombra da Sétima Potência Mundial, sendo que ambas as partes dela estão fortemente armadas com bombas nucleares e com mísseis para lançá-las. Portanto, ainda resta no sistema dominante de governo a força do ferro, com sua capacidade de esmiuçar e despedaçar. Mas essa Potência Mundial Anglo-Americana, junto, com seus aliados, tem outro fator, mais moderno, com que precisa contender. Este fator foi retratado pela argila úmida de modelação, na estátua do sonho de Nabucodonosor. O que representa isso à luz de nossos dias atuais? A explicação de Daniel nos esclarece: “Virão a estar misturados com a descendência da humanidade; porém, não mostrarão estar apegados um ao outro, do mesmo modo como o ferro não se mistura com argila modelada.” Por conseguinte, a argila modelada simboliza “a descendência da humanidade”, ou, literalmente, ‘a semente de homens’. — Daniel 2:43.
55. Que mistura houve com a “descendência da humanidade”?
55 A argila é um símbolo bem apropriado da ‘semente de homens’, porque Jó 4:19 fala dos homens como sendo “os que moram em casas de barro, cujo alicerce está no pó”. E o grandemente afligido Jó disse a Jeová Deus: “Lembra-te, por favor, de que me fizeste de barro e ao pó me farás voltar.” (Jó 10:9) Apesar da natureza frágil do “barro” de que a “descendência da humanidade” e feita, a tendência do governo humano, nestas últimas décadas de sua existência, tem tomado que rumo? Não, não para Deus, o Criador do “barro” animado, mas para as criaturas de barro, para as pessoas comuns, o “proletariado”, como os antigos romanos chamavam a classe mais baixa e mais pobre do povo, que só contribuía com descendentes (proles) para o Estado político. O antigo governo tradicional se viu obrigado a escutar cada vez mais o clamor do povo comum para ter participação no governo sobre ele.
56. Por que não há ligação entre o ferro e a argila?
56 Todavia, não pode haver aliança entre o antigo estilo, aristocrático e autoritário de governo e o povo comum, que favorece mudanças radicais e cabais do governo. Do mesmo modo como não pode haver amalgamação entre o ferro e a argila! A constituição de governos democráticos, por meio de revoluções ou outros meios, tem levado a formas radicais, proletárias, de governo. E estas últimas colocam-se em oposição intransigente à férrea Sétima Potência Mundial, a Potência Mundial Dupla Anglo-Americana. Até agora, as duas formas de governo têm conseguido conviver uma com a outra, pois não há realmente nenhuma ligação entre elas. Os governos e blocos radicais e proletários talvez pareçam ser muito fortes e conseguir superar em força a Potência Mundial Anglo-Americana. Mas, eles são tão frágeis como as criaturas humanas que sustentam tais governos radicais. Não podem fortalecer a estátua simbólica de governo mundial, para que resista à próxima mudança mundial.