Capítulo 18
Por que muitos dos que vivem agora têm a oportunidade de nunca morrer
ESTÁ próximo o tempo de o reino de Deus começar a administrar todos os assuntos da terra. Talvez esteja entre os que presenciarão as grandes bênçãos que isto trará à humanidade. Esta não é uma afirmação sem base. Há muita evidência em apoio dela, inclusive evidência que você, leitor, presenciou pessoalmente.
Há muitos séculos atrás, Jeová Deus revelou o tempo específico para a concessão da regência àquele a quem designaria para ser rei sobre o mundo da humanidade. Ele usou símbolos para isso e transmitiu parte da informação por meio dum sonho.
O uso de tais meios de comunicações por Deus, para transmitir esta informação vital aos homens, não nos deve suscitar dúvidas. Considere o que os homens modernos fazem agora para transmitir informações. Enviam-se mensagens cifradas em código através do espaço. Depois, estas mensagens codificadas são “decifradas”, quer por homens, quer por máquinas. Esta maneira de transmitir informações tem seu objetivo. Oculta o significado da informação daqueles que não têm direito a ela.
De modo similar, usar Deus simbolismos não foi sem objetivo. O entendimento de tais simbolismos exige estudo diligente. Muitos, porém, não estão dispostos a tomar o tempo para entender, porque não têm verdadeiro amor a Deus e à verdade. Por isso, os “segredos sagrados do reino” permanecem ocultos para eles. — Mateus 13:11-15.
UM ANTIGO SONHO PROFÉTICO
Um destes “segredos sagrados” está contido no livro bíblico de Daniel. Este livro fornece as coisas básicas para se saber o tempo de se dar ao rei designado por Deus a autoridade régia. No capítulo quatro deste livro, encontrará o relato dum sonho enviado por Deus ao Rei Nabucodonosor, de Babilônia. Qual era a finalidade ou o objetivo deste sonho e de seu cumprimento? O registro relata:
“Para que os viventes saibam que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser, e estabelece nele até mesmo o mais humilde dos homens.” — Daniel 4:17.
O conteúdo do sonho foi basicamente o seguinte: Viu-se uma enorme árvore ser derrubada às ordens dum “santo”, dum anjo. O toco da árvore foi então cintado com metal para impedir que brotasse. Havia de permanecer cintado assim no meio da “relva do campo” por “sete tempos”. — Daniel 4:13-16.
Qual era o significado deste sonho? A explicação inspirada do profeta Daniel, dada a Nabucodonosor, era:
“A árvore que viste . . . és tu, ó rei, porque te tornaste grande e ficaste forte, e tua grandiosidade cresceu e atingiu os céus, e teu domínio, a extremidade da terra.
“E sendo que o rei viu um vigilante, sim, um santo, descendo dos céus, dizendo também: ‘Derrubai a árvore e arruinai-a. Todavia, deixai-lhe o toco na terra, mas com banda de ferro e de cobre entre a relva do campo, e seja molhado pelo orvalho dos céus e seja seu quinhão com os animais do campo até terem passado sobre ele sete tempos’, esta é a interpretação, ó rei, e o decreto do Altíssimo é o que tem de sobrevir ao meu senhor, o rei. E expulsar-te-ão de entre os homens e tua morada virá a ser com os animais do campo, e vegetação é o que te darão para comer, como a touros; e tu mesmo virás a ser molhado pelo orvalho dos céus, e passarão mesmo sete tempos sobre ti, até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser.
“E por terem dito que se deixasse o toco da árvore, teu reino te estará assegurado depois de saberes que são os céus que governam.” — Daniel 4:20-26.
De modo que este sonho teve um cumprimento inicial no Rei Nabucodonosor. Nabucodonosor ficou demente por “sete tempos” ou sete anos literais. Seu reino, porém foi-lhe mantido seguro, de modo que, ao recuperar a sanidade mental, reassumiu seu cargo régio. — Daniel 4:29-37.
O REINADO DO “MAIS HUMILDE DOS HOMENS”
Mas este relato pormenorizado sobre a árvore derrubada não se limitou no seu cumprimento ao Rei Nabucodonosor. Como sabemos isso? Porque, conforme declarado na própria visão, relaciona-se com o reino e a regência de Deus por aquele a quem ele designa. E quem é a escolha de Deus para o reinado? A resposta dada ao Rei Nabucodonosor foi: “o mais humilde dos homens”. — Daniel 4:17.
Os fatos da história provam inegavelmente que os governantes políticos, humanos, não têm demonstrado humildade. Os governos humanos e seus governantes exaltaram a si mesmos e criaram para si antecedentes animalescos, travando guerras sangrentas uns contra os outros. Por isso, não deve surpreender que a Bíblia compare os governos ou reinos humanos, imperfeitos, com animais e mostre que todos eles serão por fim privados de sua regência. (Daniel 7:2-8) Quanto a quem os substituirá, a Bíblia registra as seguintes palavras do profeta Daniel:
“Continuei observando nas visões da noite e eis que aconteceu que chegou com as nuvens dos céus alguém semelhante a um filho de homem; e ele obteve acesso ao Antigo de Dias, e fizeram-no chegar perto perante Este. E foi-lhe dado domínio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o servissem. Seu domínio é um domínio de duração indefinida, que não passará, e seu reino é um que não será arruinado.” — Daniel 7:13, 14.
O descrito ali não é outro senão Jesus Cristo, chamado nas Escrituras tanto “Filho do homem” como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. (Mateus 25:31; Revelação 19:16) Ele renunciou voluntariamente à sua posição superior nos céus e tornou-se homem, “um pouco menor que os anjos”. (Hebreus 2:9; Filipenses 2:6-8) Como homem, mesmo sob extrema provocação, Jesus Cristo mostrou ser “de temperamento brando e humilde de coração”. (Mateus 11:29) “Quando estava sendo injuriado, não injuriava em revide. Quando sofria, não ameaçava, mas encomendava-se àquele que julga justamente.” — 1 Pedro 2:23.
O mundo da humanidade encarava Jesus Cristo como não tendo importância, negando-se a conceder-lhe a honra que merecia legitimamente. A situação era como a predita pelo profeta Isaías: “Ele foi desprezado e evitado pelos homens, homem de dores e conhecedor de doença. E era como se se ocultasse de nós a face. Foi desprezado e não o tivemos em conta.” — Isaías 53:3.
Não pode haver dúvida de que Jesus se enquadra na descrição do “mais humilde dos homens”. Portanto, o sonho profético a respeito da árvore derrubada deve apontar para o tempo em que ele receberia a regência sobre o mundo da humanidade. Isto se daria no fim de “sete tempos”. Quanto duram estes “tempos”? Quando começam? Quando findam?
A DURAÇÃO DOS “SETE TEMPOS”
Mais de seis séculos depois do sonho de Nabucodonosor, apareceu Jesus Cristo, declarando que “o reino dos céus se tem aproximado”. (Mateus 4:17) Podia dizer isso porque ele, como Rei-Designado, estava presente. Mas não recebeu naquele tempo o reinado sobre o mundo da humanidade. Assim, em certa ocasião, quando outros concluíram erroneamente que “o reino de Deus ia apresentar-se instantaneamente”, Jesus Cristo deu uma ilustração, mostrando que estava envolvido um longo período de tempo antes de ele obter tal poder régio. (Lucas 19:11-27) Portanto, torna-se claro que, no cumprimento maior da profecia de Daniel, os “sete tempos” abrangem um período de não apenas sete anos, mas de muitos séculos.
A evidência mostra que estes “sete tempos” somam 2.520 dias, quer dizer, sete anos proféticos de 360 dias cada um. Isto é confirmado em outras partes da Bíblia, que mencionam “tempos”, “meses” e “dias”. Por exemplo, Revelação 11:2 fala dum período de “quarenta e dois meses”, ou três anos e meio. No versículo seguinte, o mesmo período é mencionado com sendo “mil duzentos e sessenta dias”. Ora, se dividirmos 1.260 dias por 42 meses, obteremos 30 dias para cada mês. Um ano de doze meses, portanto, teria 360 dias. Neste base, “sete tempos” ou sete anos teriam a duração de 2.520 dias (7 x 360).
A exatidão deste cálculo é comprovada por Revelação 12:6, 14, onde se fala de 1.260 dias como sendo “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, ou ‘três tempos e meio’ (“três anos e meio”, A Bíblia na Linguagem de Hoje). Visto que sete é o dobro de três e meio, “sete tempos” são 2.520 dias (2 x 1.260).
Naturalmente, os “sete tempos” da profecia de Daniel, conforme se relacionam com Jesus receber o reinado sobre o mundo da humanidade, abrangem um período muito maior do que 2.520 dias de vinte e quatro horas. Há algum modo de se verificar a duração de cada um destes “dias”? Sim, a fórmula bíblica para os dias proféticos é: “Um dia por um ano.” (Números 14:34; Ezequiel 4:6) Ao aplicarmos isso aos “sete tempos”, vemos que somam 2.520 anos.
O COMEÇO DOS “SETE TEMPOS”
Sabendo a duração dos “sete tempos”, estamos agora em condições de investigar quando começaram. Novamente, fixamos a atenção no que aconteceu a Nabucodonosor, em cumprimento do sonho profético sobre a árvore derrubada. Considere a situação dele:
No tempo em que Nabucodonosor perdeu a sua sanidade mental, ele exercia o domínio mundial, porque a Babilônia era então a principal potência na terra. No caso de Nabucodonosor, a derrubada da árvore simbólica significava uma interrupção temporária no seu governo qual soberano mundial.
Todo o objetivo do que Deus fez no caso de Nabucodonosor envolvia o governo do rei da própria escolha de Deus. Perder Nabucodonosor seu trono por “sete tempos”, portanto, deve ter sido simbólico. De quê? Duma interrupção temporária na regência ou soberania segundo o arranjo de Deus, visto que, no caso de Nabucodonosor, foi Jeová Deus quem lhe permitiu alcançar a posição de governante mundial e que depois lhe tirou temporariamente esta posição, conforme o próprio rei reconheceu. (Daniel 4:34-37) Portanto, o que sobreveio a Nabucodonosor deve ter sido simbólico da retirada da soberania dum reino de Deus. Por isso, a própria árvore representava o domínio mundial no que se referia à terra.
Antigamente, o governo que tinha sua sede em Jerusalém era um reino de Deus. Dizia-se que os governantes da linhagem real de Davi se sentavam no “trono de Jeová” e tinham a ordem de reinar segundo a lei dele. (1 Crônicas 29:23) Jerusalém, portanto, era a sede do governo de Deus, em sentido representativo.
Assim, quando os babilônios, sob Nabucodonosor, destruíram Jerusalém e a terra de seu domínio foi completamente desolada, a regência mundial passou para mãos gentias, sem qualquer interferência da parte dum reino que representasse a soberania de Jeová. O Soberano Supremo refreou-se de exercer seu governo desta maneira. Refrear-se ele assim de exercer a soberania sobre a terra por meio dum reino seu é comparado a se prender o toco remanescente com bandas. Jerusalém, no tempo de sua destruição e desolação total, qual capital representativa da expressão governamental da soberania de Jeová começou a ser ‘pisada’. Portanto, isto significa que os “sete tempos” tiveram seu início na ocasião em que Nabucodonosor destruiu Jerusalém e a terra de Judá foi completamente desolada. Quando aconteceu isso?
Pode-se usar a Bíblia e a história secular para determinar o ano 607 A. E. C. como a data deste acontecimento.a A evidência é a seguinte:
Os historiadores seculares concordam em que Babilônia caiu diante de Ciro, o Persa, no ano 539 A. E. C. Esta data é consubstanciada por todos os registros históricos disponíveis dos tempos antigos. A Bíblia revela que Ciro, no seu primeiro ano de governo, emitiu um decreto, permitindo que os israelitas exilados voltassem a Jerusalém e reconstruíssem o templo. Visto que houve primeiro a breve regência de Dario, o Medo, sobre Babilônia, o primeiro ano do governo de Ciro referente a Babilônia evidentemente se estendeu de 538 a 537 A.E.C. (Daniel 5:30, 31) Visto que estava envolvida uma distância considerável na viagem, deve ter sido por volta do “sétimo mês” de 537 A. E. C. (em vez de em 538 A. E. C.) que os israelitas estavam de volta nas suas cidades, terminando a desolação de Jerusalém e da terra de Judá. (Esdras 3:1, 6) Não obstante, permaneceram sob domínio gentio, e, portanto, falavam de si mesmos como sendo ‘escravos na sua própria terra’. — Neemias 9:36, 37.
O livro bíblico Segundo das Crônicas (36:19-21) mostra que se passou um período de setenta anos desde o tempo da destruição de Jerusalém e da desolação de seu domínio até a sua restauração. Diz ali:
“[Nabucodonosor] passou a queimar a casa do verdadeiro Deus e a demolir a muralha de Jerusalém; e queimou com fogo todas as suas torres de habitação e também todos os seus objetos desejáveis, para causar a ruína. Além disso, ele levou cativos a Babilônia os que foram deixados pela espada e eles vieram a ser servos dele e dos seus filhos até o começo do reinado da realeza da Pérsia, para se cumprir a palavra de Jeová pela boca de Jeremias até que a terra tivesse saldado os seus sábados. Todos os dias em que jazia desolada, guardava o sábado, para cumprir setenta anos.”
Contando setenta anos para trás, desde o tempo em que os israelitas estavam de volta nas suas cidades, quer dizer, em 537 A. E. C., chegamos a 607 A. E. C. Portanto, foi naquele ano que Jerusalém, sede do governo de Deus em sentido representativo, começou a ser pisada pelas nações gentias.
O FIM DOS “SETE TEMPOS”
Jesus Cristo referiu-se a Jerusalém ser pisada assim quando disse aos seus discípulos: “Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” (Lucas 21:24) Estes “tempos designados” haviam de terminar 2.520 anos depois de 607 A. E. C. Isto seria no ano 1914 E.C. Será que Jerusalém deixou então de ser pisada?
É verdade que a cidade terrena de Jerusalém não presenciou o restabelecimento dum rei da linhagem real de Davi em 1914 E.C. Mas não se devia esperar tal coisa. Por que não? A cidade terrena de Jerusalém não mais tinha qualquer significado santo do ponto de vista de Deus. Jesus Cristo declarou, enquanto na terra: “Jerusalém, Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, da maneira em que a galinha ajunta a sua ninhada de pintinhos debaixo de suas asas, mas vós não quisestes isso! Eis que a vossa casa vos fica abandonada.” (Lucas 13:34, 35) Além disso, o reino nas mãos de Jesus Cristo não é um governo terrestre, tendo por capital a Jerusalém ou qualquer outra cidade. É um reino celestial.
Por isso, foi nos céus invisíveis que o ano de 1914 E.C. presenciou o cumprimento de Revelação 11:15: “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” Aquilo que Jerusalém representava, quer dizer, o governo messiânico regendo com aprovação divina, então não estava mais sendo pisado. Havia novamente um rei da dinastia davídica que, por designação divina, exercia a regência sobre os assuntos da humanidade. Os acontecimentos visíveis que ocorreram aqui na terra, em cumprimento da profecia bíblica, desde 1914 E.C., provam que é assim.
Uma destas profecias encontra-se no capítulo seis do livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Ali se descreve em termos simbólicos a entrega de autoridade régia a Jesus Cristo e os acontecimentos seguintes.
O relato diz sobre Jesus receber o reinado: “Eis um cavalo branco; e o que estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória.” (Revelação 6:2) Mais adiante, o livro de Revelação identifica inconfundivelmente o cavaleiro naquele cavalo, dizendo: “Eis um cavalo branco. E o sentado nele chama-se Fiel e Verdadeiro, e ele julga e guerreia em justiça. . .. E sobre a sua roupa exterior, sim, sobre a sua coxa, ele tem um nome escrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores.” — Revelação 19:11-16.
Quanto ao que aconteceria aqui na terra depois de Jesus receber a “coroa” do reinado ativo sobre o mundo da humanidade, Revelação, capítulo 6, passa a dizer:
“Saiu outro, um cavalo cor de fogo, e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros, e foi-lhe dada uma grande espada. E quando abriu o terceiro selo, ouvi a terceira criatura vivente dizer: ‘Vem!’ E eu vi, e eis um cavalo preto, e o que estava sentado nele tinha uma balança na mão. . .. E quando abriu o quarto selo ouvi a voz da quarta criatura vivente dizer: ‘Vem! E eu vi, e eis um cavalo descorado, e o que estava sentado nele tinha o nome de Morte. E o Hades seguia-o, de perto. E foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra, para matar com uma longa espada, e com escassez de víveres, e com praga mortífera, e pelas feras da terra.” — Rev. 6 Vers. 4-8.
Não se cumpriram estas palavras? Não assolou a espada da guerra global a partir de 1914? De fato! A primeira guerra mundial presenciou a matança de homens numa escala nunca antes conhecida. Mais de nove milhões de combatentes morreram de ferimentos, doenças e outras causas. As mortes de civis, resultantes direta ou indiretamente da guerra, também ascenderam a milhões. A segunda guerra mundial extinguiu a vida de um número ainda maior. Vitimou calculadamente cinqüenta e cinco milhões de civis e combatentes.
Não foi a terra percorrida pela escassez de víveres, igual a um cavalo negro? Sim, em muitas partes da Europa houve fome durante e depois do período da primeira guerra mundial. Milhões morreram na Rússia. Depois da segunda guerra mundial veio o que The World Book Encyclopedia (1973) descreve como “a maior falta mundial de alimentos na história”. E atualmente, o fato cruel é que uma dentre cada três pessoas na terra aos poucos morre de inanição ou sofre de subnutrição
Também as pragas mortíferas cobraram seu tributo. Em poucos meses, durante 1918-1919, a epidemia da gripe espanhola matou sozinha cerca de 20.000.000 de pessoas. Nenhum único desastre singelo jamais antes causara tal destruição monstruosa de vida entre a humanidade.
Deveras, estas coisas foram grandes demais para deixarem de ser notadas. Joseph Carter diz no seu livro 1918 Ano de Crise, Ano de Mudança (em inglês): “Naquele outono [de 1918], acumulou-se horror sobre horror, porque três dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse — guerra, fome e pestilência — deveras estavam em circulação.” Até hoje, os cavaleiros simbólicos não pararam de cavalgar.
De modo que há evidência visível de que em 1914 E.C. removeram-se as faixas restritivas do toco da árvore simbólica do sonho de Nabucodonosor. Jeová Deus passou a exercer a autoridade mediante o reino de seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Mas, por que não melhorou isso as condições na terra? Por que é que o tempo de Cristo receber autoridade governante sobre a humanidade se associa com dificuldades?
Isto se dá porque Satanás, o Diabo, é contra o reino de Deus por Cristo. Ele o combateu na ocasião em que se lhe deu autoridade sobre a humanidade. Mas perdeu a batalha e foi expulso dos santos céus, junto com seus demônios. Enfurecidos, ele e seus demônios criam todas as dificuldades que podem entre a humanidade, para arruinar a todos e a tudo. Este é o motivo pelo qual, depois de descrever a guerra no céu e seu resultado, o relato bíblico continua: “Regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis! Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo.” — Revelação 12:7-12.
Quão curto é este período de tempo que resta ao adversário do Reino? Jesus Cristo revelou que o tempo de sua vinda na glória do Reino e a eliminação do sistema ímpio de coisas ocorreriam dentro da vida de uma só geração de pessoas. Ele disse: “Deveras, eu vos digo que esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” — Mateus 24:3-42.
Portanto, alguns da geração que vivia em 1914 E.C. têm de estar entre os que presenciam completar Jesus a sua vitória e assumir ele pleno controle dos assuntos da terra. Isto significa também que muitos dos que vivem agora têm a oportunidade de nunca morrerem. Como?
POR QUE MUITOS DOS QUE AGORA VIVEM NÃO SOFRERÃO A MORTE
Ao completar a sua vitória, Jesus Cristo, qual rei, agirá apenas contra os que se negam a se sujeitar à sua regência. Consolando concrentes que sofriam perseguição, o inspirado apóstolo Paulo escreveu sobre isso, dizendo: “É justo da parte de Deus pagar de volta tribulação aos que vos causam tribulação, mas, a vós, os que sofreis tribulação, alívio junto conosco, por ocasião da revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos, em fogo chamejante, ao trazer vingança sobre os que não conhecem a Deus e os que não obedecem as boas novas acerca de nosso Senhor Jesus. Estes mesmos serão submetidos à punição judicial da destruição eterna de diante do Senhor e da glória da sua força.” — 2 Tessalonicenses 1:6-9.
Certamente, nem todos se recusam a ‘conhecer’ ou reconhecer a autoridade de Deus na sua vida. Nem todos são desobedientes às ‘boas novas acerca de Jesus Cristo’. Embora comparativamente poucos, em relação à população do mundo, há um grupo de cristãos que se esforçam arduamente a se mostrar servos devotos de Deus e discípulos leais de Jesus Cristo. Aqueles que o dia da execução divina achar devotados exclusivamente a Jeová Deus podem ter a certeza de que não serão arrasados por aquele julgamento. A Bíblia diz:
“Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo, e o que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda. Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem calor abrasador, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de águas da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles “ — Revelação 7:14-17.
A perspectiva que se apresenta à grande multidão de sobreviventes da “tribulação” não é a morte, mas sim a vida. O “Cordeiro”, quer dizer, o Senhor Jesus Cristo, os guiará “a fontes de águas da vida”. Não se trata duma vida de apenas setenta ou oitenta anos, mas sim para sempre. Aplicará a eles os benefícios de seu sacrifício expiatório de pecados, libertando-os do pecado e de seus efeitos mortíferos. Ao passo que corresponderem obedientemente à sua ajuda, alcançarão a perfeição humana, sem necessidade de morrer.
Não haverá interferência da parte de Satanás e das suas hostes demoníacas para impedir o progresso deles. Depois de a “grande tribulação” ter acabado com o iníquo sistema terrestre de coisas, Satanás será lançado no abismo por mil anos. A descrição simbólica da Bíblia deste acontecimento reza: “Eu vi descer do céu um anjo com a chave do abismo e uma grande cadeIa na mão. E ele se apoderou do dragão, a serpente original, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. E lançou-o no abismo, e fechou e selou este sobre ele, para que não mais desencaminhasse as nações.” (Revelação 20:1-3) Assim, Satanás e seus demônios, como que mortos, não estarão em condições de causar dificuldades à humanidade.
A Bíblia aponta com precisão para a geração viva em 1914 E.C. como aquela que ainda presenciará a introdução do governo do Reino, livre de interferência satânica. Portanto, muitos dos que hoje vivem terão a oportunidade de nunca morrer. Sobreviverão à destruição do atual sistema ímpio e depois serão aos poucos libertos do pecado e levados à perfeição humana. Como homens sem pecados, estarão então isentos do salário do pecado — a morte. — Romanos 6:23.
Isto torna urgente que se coloque do lado do Rei Jesus Cristo, se ainda não tiver feito isso, e que viva agora como um de seus súditos leais. Isto é o que as testemunhas cristãs de Jeová se esforçam a fazer, e estão ansiosas de ajudar outros a fazer o mesmo.
[Nota(s) de rodapé]
a Os modernos historiadores seculares, em geral, não apresentam 607 A. E. C. como a data deste acontecimento, mas dependem dos escritos de homens que viveram séculos depois do evento. Por outro lado, a Bíblia contém o testemunho de testemunhas oculares e apresenta fatores ignorados pelos escritores seculares. Além disso, o cumprimento da profecia bíblica no fim dos “sete tempos” confirma a data além de dúvida. Quanto a por que os dados cronológicos da Bíblia são mais fidedignos do que a história secular, veja o livro Aid to Bible Understanding, págs. 322-348.