O nome em que todas as nações preferem andar
“Todos os povos, da sua parte, andarão cada um no nome de seu deus; mas nós, da nossa parte, andaremos no nome de Jeová, nosso Deus, por tempo indefinido, para todo o sempre.” — Miq. 4:5.
1. Embora o povo duma nação esteja dividido em questões religiosas, que deus unificador costuma idolatrar e adorar?
AS NAÇÕES UNIDAS, como organização de paz e segurança mundiais, têm no momento 132 nações-membros. Há outras nações fora delas. Cada uma das nações políticas tem um ideal que mantém seu povo unido debaixo de um só governo. Por isso anda ou funciona no nome desse ideal; quer dizer, funciona como aderente ou seguidor desse ideal comum. Não demora muito até que as pessoas comecem a idolatrar esse ideal. Torna-se para elas um deus a quem adoram e consideram estar acima de todos os interesses particulares e pessoais. De modo que as pessoas podem estar divididas em questões religiosas, e ainda assim adorar esse ideal nacional como deus unificador.
2. Como se contradizem na realidade milhões de pessoas que dizem não ter deus?
2 Milhões de pessoas afirmam não ter deus, ser atéias e não estar comprometidas com qualquer deus. Mas, elas se contradizem por adorar um deus nacional. Desde a revolução estadunidense (1775-1783), ouviu-se falar muito da “deusa da liberdade”. Tal deus ou deusa pode ser a coisa chamada democracia, governo do povo. Ou então pode ser o adversário ferrenho da democracia, a saber, o comunismo internacional. As pessoas aderem a tais princípios políticos com uma tenacidade que passa a ser fanatismo religioso. Além disso, cada uma das nações resguarda zelosamente o que considera ser sua “soberania nacional”, como se fosse um deus que não deve ser afrontado ou perdido. Em algumas nações, muitos idolatram as fortes instituições militares que dão à nação uma situação de força como base para lidar com outras nações. Há muito tempo atrás, predisse-se a respeito do hodierno “rei do norte”: “Dará glória ao deus dos baluartes, na sua posição.” — Dan. 11:38.
3. De que modo avalia Miquéias 4:5 corretamente a situação quanto ao seu modo de andar, e como avalia corretamente o Salmo 96:5 estes deuses populares?
3 Um escritor inspirado dos tempos antigos expressou corretamente o rumo das nações modernas ao dizer: “Todos os povos, da sua parte, andarão cada um no nome de seu deus.” (Miq. 4:5) Cada um destes deuses é muito popular na sua própria região. Este é o motivo pelo qual, quando alguém, que realmente sabe de que se trata, recusa acompanhar a multidão, há muito ressentimento contra ele. Sente-se a indignação ao ponto de ação violenta contra o ofensor. Mas a questão é: De que valor são tais “deuses” idólatras? Aonde conduzem os povos das nações? A atual situação mundial devia dar uma resposta bem convincente a estas perguntas, especialmente em vista da corrente sem alteração dos assuntos e das condições mundiais. Vemo-nos obrigados a concordar que o antigo escritor fez uma avaliação correta das divindades populares, ao dizer: “Todos os deuses dos povos são deuses que nada valem.” — Sal. 96:5.
4. Entre que procederes podem escolher as pessoas hoje em dia, e quem faz hoje a escolha que dá segurança?
4 Já é tempo que os povos se apercebam de quanto valem seus deuses populares. Os “deuses” que os meteram na atual confusão não podem tirá-los dela. Se os “povos” não se apercebem disso, então pelo menos as pessoas deviam fazê-lo, antes de o redemoinho dos acontecimentos mundiais em rápida sucessão arrastá-las para a destruição. Sermos tirados desta voragem desastrosa para a segurança só pode acontecer em resultado de escolhermos o Deus certo e andarmos no nome deste Deus. Ou continuamos a andar no nome de algum deus popular, ou então escolhemos andar em outra direção, andando no nome dum Deus melhor do que todos os deuses populares dos povos das nações. A escolha deste último proceder, o proceder certo, ainda é possível aos amantes da vida e da felicidade. Em anos recentes, centenas de milhares de pessoas, em todo o globo, aperceberam-se do significado dos acontecimentos mundiais e fizeram a escolha feliz. Ainda não é tarde demais para outros fazerem o mesmo.
5. Basta a sinceridade para adotarem tal proceder corajoso, e por que é o proceder correto?
5 Exige coragem tal proceder? Sim, exige! Adotar tal proceder corajoso certamente exige sinceridade. Não se duvida nem por um instante da sinceridade em adotarem tal proceder, mas faz a mera sinceridade, evidenciada em adotarem tal proceder, que este proceder seja o certo? Não! Por isso, não se adota tal proceder corajoso apenas em sinceridade, mas à base de informação fidedigna, de conhecimento correto. E faz-se isso sob orientação digna de confiança, melhor do que a orientação dos “deuses que nada valem”. A correção do proceder é provada por ter sido predita numa profecia que não se mostrou mentirosa, mas sim verdadeira. Todas as particularidades desta profecia são verdadeiras, porque ela procede dum Deus a quem ninguém pode acusar de ter alguma vez mentido, pois ele não mente. Depois de mais de quatro mil anos de seus tratos com a humanidade, ainda se podia escrever a Seu respeito: “É impossível que Deus minta.” (Heb. 6:18; Tito 1:2) Este é o Deus em cujo nome cada vez mais pessoas preferem andar hoje.
6. De que espécie de lugar vem esta profecia e quando foi transmitida pelo profeta?
6 Portanto, a profecia que predisse corretamente este acontecimento notável dos nossos dias não procede dum lugar mítico. Este lugar é histórico — uma terra que é hoje conhecida mundialmente, estando muito nas notícias — Israel. O proferidor dela, inspirado por Deus, foi o homem chamado Miquéias, identificando-se como sendo da cidade de Moresete, no território da tribo de Judá, a cerca de quarenta quilômetros ao sudoeste de Jerusalém. Ele viveu durante os reinados de três reis históricos, a saber: “Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá.” (Miq. 1:1) Isto situa Miquéias no oitavo século antes de nossa Era Comum, e por isso ele deve ter terminado de profetizar antes de 716 A. E. C.
7. O que há a respeito de Miquéias que fortalece nossa confiança na sua profecia, e que profeta posterior se refere a isso?
7 No entanto, o que deve fortalecer nossa confiança em que Miquéias era profeta veraz do Deus verdadeiro e vivente não é só ser ele histórico, mas também a sua coragem de transmitir a sua mensagem embora arriscasse com isso a vida. Nos seus dias, os reis tinham poder praticamente absoluto, poder sobre a vida ou a morte de seus súditos. (Pro. 16:14) Esta qualidade do profeta é trazida à nossa atenção numa ocasião posterior, quando o profeta Jeremias, em Jerusalém, foi ameaçado com a morte pelos líderes judaicos, que não gostaram dum discurso que lhes parecia não ser patriótico e ser subversivo. Leiamos a própria narrativa de Jeremias:
8. Como menciona Jeremias 26:16-19 esta referência à profecia corajosa de Miquéias?
8 “Os príncipes e todo o povo disseram então aos sacerdotes e aos profetas: ‘Não cabe um julgamento de morte a este homem, pois ele nos falou em nome de Jeová, nosso Deus.’ Além disso, levantaram-se certos dos homens mais maduros do país e começaram a dizer a toda a congregação do povo: ‘O próprio Miquéias, de Moresete, veio a estar profetizando nos dias de Ezequias, rei de Judá, e prosseguiu dizendo a todo o povo de Judá: “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘A própria Sião será lavrada como mero campo e a própria Jerusalém se tornará meramente montões de ruínas, e o monte da Casa será para altos de floresta.’” Acaso Ezequias, rei de Judá, e todos os de Judá o entregaram de qualquer modo à morte? Não temeu ele a Jeová e passou a abrandar a face de Jeová, de modo que Jeová passou a deplorar a calamidade que falara contra eles? Portanto, estamos produzindo uma grande calamidade para as nossas almas.’” — Jer. 26:16-19;
9. (a) De que modo satisfez Miquéias os três requisitos básicos dum verdadeiro profeta? (b) O que significa o nome Miquéias, e o que diz Isaías 26:4 sobre a maneira correta de se encarar esta questão desafiadora?
9 Sem dúvida, Miquéias mostrou que era profeta veraz do único Deus verdadeiro, satisfazendo os três requisitos básicos. Quer dizer: (1) Falou em nome do verdadeiro Deus. (2) Suas profecias se cumpriram. (3) Suas profecias tendiam voltar pessoas sinceras para o único Deus verdadeiro, e induziam-nas a isso. (Deu. 13:1-5; 18:20-22) Além de qualquer dúvida, Miquéias andava no nome de seu Deus. Seu próprio nome é um desafio para todos nós no sentido de compararmos o seu Deus com todos os “deuses que nada valem’, adorados pelos povos das nações, porque o seu nome hebraico, Miquéias, significa: “Quem É Semelhante a Já? A maneira correta de agirmos para com a questão desafiadora foi aconselhada por um profeta que foi contemporâneo de Miquéias, a saber, Isaías, que escreveu: “Confiai em Jeová para todo o sempre, pois em Já Jeová está a Rocha dos tempos indefinidos.” — Isa. 26:4; 12:2.
UM PONTO DECISIVO NA HISTÓRIA
10. (a) Segundo os fatos, qual deve ser nossa resposta à pergunta suscitada pelo nome de Miquéias? (b) Que pergunta suscita respondermos assim, e a que ponto decisivo se referiu Miquéias para nossa orientação neste assunto?
10 Se quisermos responder à questão desafiadora suscitada pelo nome de Miquéias, os fatos nos obrigam a responder: “Ninguém é semelhante a Já Jeová!” Sendo assim, a questão que nos confronta agora é: O que vamos fazer? Fazermos a coisa certa seria um ponto decisivo na nossa vida, mesmo na vida de muitos dos que afirmam ser cristãos. Esta mudança estaria em harmonia com o que o profeta Miquéias predisse. Ele apontou nas suas profecias para o ponto decisivo na história humana. Não, não nos referimos aqui à profecia de Miquéias, de que o prometido Messias ou Cristo havia de nascer como homem na pequena cidade de Belém, na terra de Judá. (Miq. 5:2) O tempo do cumprimento desta profecia é usado como o começo do que a cristandade chama de “Era Cristã”, embora não saiba a data exata do nascimento de Cristo. (Mat. 2:1-6; Luc. 2:4-17) Isto foi há menos de dois mil anos atrás. Mas o ponto decisivo de toda a história humana, a que nos referimos, é o atingido em nossa própria geração. Era para este que o profeta Miquéias apontava!
11. Com que referência apresenta Miquéias esta profecia gloriosa, e por que devemos observar seu cumprimento em nossa própria geração?
11 Miquéias predisse o que aconteceria neste ponto crucial. Vemos isto acontecer hoje? Devíamos vê-lo, porque estamos no período certo da história. Quando Miquéias descreveu o que nós podemos ver acontecer hoje, ele o apresentou por predizer o que veio a ser um ponto decisivo na história de sua própria nação. Esta profecia teve seu cumprimento no século depois de Miquéias, e por isso ele não chegou a ver a veracidade do que predissera. Assim escapou duma calamidade nacional. Mas esta calamidade que sobreveio à sua própria nação tem tido um paralelo na nossa geração atual, motivo pelo qual merece nossa consideração. Por isso vamos ler o que Miquéias escreveu e quão bem apresentou uma profecia gloriosa que tem cumprimento neste século vinte:
12. Em Miquéias 3:9-4:1, que má condição religiosa descreve o profeta, e que mudanças predisse ele a respeito do “monte da casa de Jeová”?
12 “Por favor, ouvi isto, vós cabeças da casa de Jacó e vós comandantes da casa de Israel, os que detestais a justiça e que perverteis mesmo tudo o que é direito; construindo Sião com atos de derramamento de sangue e Jerusalém com injustiça. Seus próprios cabeças julgam apenas por suborno e seus próprios sacerdotes instruem somente por um preço, e seus próprios profetas praticam a adivinhação meramente por dinheiro; contudo, estribam-se em Jeová, dizendo: ‘Não está Jeová no nosso meio? Não virá sobre nós nenhuma calamidade.’ Portanto, por vossa causa Sião será arada como mero campo e a própria Jerusalém se tornará meros montões de ruínas, e o monte da casa será como os altos duma floresta. E na parte final dos dias terá de acontecer que o monte da casa de Jeová ficará firmemente estabelecido acima do cume dos montes e certamente se elevará acima dos morros; e a ele terão de afluir os povos.” — Miq. 3:9 até 4:1.
13. Quando ocorreu esta mudança de acontecimentos nos tempos antigos?
13 Evidencia a citação de Miquéias um ponto crucial nos acontecimentos duma nação? Não pode haver dúvida de que se precisa cumprir a grandiosa parte final desta profecia, pois as palavras da profecia que a apresentam certamente se cumpriram. A história registrada confirma isso. No ano 607 A. E. C., perto do começo do que seria nosso mês de outubro, aquela cidade lá no Oriente Médio, chamada poeticamente de “Sião”, de fato jazia como mero campo arado. Sim, a capital nacional de Jerusalém se tornara mero montão de ruínas.
14. (a) Que aspecto começou a tomar então o “monte da casa de Jeová”? (b) Por causa de que prática judicial e religiosa quis Jeová que isto acontecesse?
14 E que dizer do monte de 775 metros de altitude sobre o qual costumava estar em grande beleza a casa de adoração de Jeová, construída pelo Rei Salomão? O monte sagrado começou a parecer-se aos “altos duma floresta”. Ficou deserto como o cume arborizado dum morro. Foi isso uma vergonha para Jeová Deus? Aparentemente que sim. Contudo, ele quis que fosse assim, pois inspirou seu profeta Miquéias a ser o primeiro a predizer tal calamidade religiosa. Tinha todos os motivos no mundo para fazer isso, especialmente visto que Jerusalém estava cheia de injustiça e profanada pelos atos injustificados de derramamento de sangue. O que mais se poderia esperar duma cidade quando seus cabeças deixavam-se cegar para com a justiça por aceitarem suborno, quando os sacerdotes no templo davam instrução religiosa por um preço fixo e quando os profetas falsificados faziam adivinhação demoníaca para ganhar dinheiro às custas do povo crédulo? Contudo, estes hipócritas religiosos pensavam estar andando no nome de Jeová ou que Jeová continuaria a estar no seu meio, no seu templo, para protegê-los contra a calamidade! Não é de se admirar que a profecia de Miquéias se cumprisse, embora fosse tão chocante.
15. (a) Que meios usou Jeová para causar a predita calamidade nacional, e quando? (b) O que aconteceu às coisas governamentais e religiosas em Jerusalém, e o que aconteceu à fama de Jeová como deus?
15 A religião não é defesa para hipócritas. Os hipócritas religiosos ficaram desapontados com o que erroneamente haviam esperado de Jeová, apesar do que Miquéias foi usado a predizer. Portanto, por que meios trouxe Jeová sobre eles uma calamidade nacional em 607 A. E. C.? Por meio dos babilônios sob o Rei Nabucodonosor. Depois de sitiar Jerusalém por cerca de dezoito meses, o exército babilônico invadiu a cidade, saqueou a ela e seu templo, levou os sobreviventes lastimáveis ao cativeiro e queimou a cidade santa. O trono real, o “trono de Jeová”, como era chamado, no qual se sentara a linhagem de reis da família real de Davi, desapareceu tanto quanto a “arca do pacto” de Jeová, que havia estado no compartimento mais recôndito, o “Santíssimo”, do templo. Assim se derrubou o reino de Davi, que até então durara 463 anos em Jerusalém. Também foi interrompida a adoração de Jeová em plena escala no seu templo. A fama de Jeová como deus baixou então rapidamente entre as nações pagãs. A adoração Dele caiu vertiginosamente ao nível mais baixo na avaliação das nações do mundo. Seu nome santo parecia profanado.
16. O que passaram as nações pagãs observadoras a crer a respeito do ressurgimento da adoração de Jeová em Jerusalém, e por quê?
16 Ressurgiria alguma vez a adoração de Jeová? Sem dúvida, esta era uma pergunta na mente de muitos pagãos interessados. Se tivessem conhecido e crido as profecias de Miquéias, Isaías, Jeremias e de outros profetas, teriam sabido que a resposta era Sim! Mas os pagãos incrédulos e os que desprezavam a adoração do Deus de Abraão, Isaque e Jacó achavam que não. Passou-se um ano após outro, até o septuagésimo ano, sem haver restabelecimento da adoração de Jeová na cidade santa. Jerusalém continuava a ser um montão de ruínas; Sião continuava a ser apenas um campo revirado como que pelo arado. O monte do templo estava deserto como um morro no mato. Em vez de haver ali a música instrumental e os cânticos do templo, ouviam-se os gritos estridentes e dissonantes de aves e de animais selváticos. Os pagãos observadores, em volta, pareciam ter motivos de crer que a adoração de Jeová se extinguiria, visto que Seu povo se achava no exílio, na maior parte em Babilônia.
17. Que mudança de acontecimentos houve com respeito a Babilônia, e de que modo assumiu outro ramo da família humana a potência mundial?
17 No entanto, que ninguém pense que se possa eliminar a adoração do verdadeiro Deus! Os satisfeitos com o declínio calamitoso da adoração de Jeová pouco se davam conta de que estava iminente uma mudança da situação. Esta veio do modo espantoso. Depois de Jerusalém ter jazido desolada, sem homem nem animal doméstico, no fim de sessenta e oito anos caiu a Terceira Potência Mundial da história bíblica. Conforme predito pelos profetas do Deus que nunca mente, Jeová, o império de Babilônia caiu. Babilônia, com seus exércitos aterrorizantes, havia destruído o templo de Jeová em Jerusalém pela permissão Dele, mas não ficou impune em vista deste ato presunçoso de insulto ao único Deus vivente e verdadeiro. Deixou de existir a potência mundial de governantes semíticos. Com uma mudança dos acontecimentos, teve início a potência mundial exercida por governantes arianos ou jaféticos, que continua até hoje. O conquistador persa, Ciro, o Grande, tornou-se rei de Babilônia e da Quarta Potência Mundial da história bíblica. A religião babilônica sofreu então uma queda. Seu deus principal, Merodaque ou Marduque, caiu em desgraça.
18. (a) Que profecia de Jeremias, a respeito do deus de Babilônia e de sua terra, estava prestes a cumprir-se? (b) Como se compara a desolação de Babilônia com a que ela causou a Jerusalém?
18 Veio o tempo para se cumprirem as palavras do profeta Jeremias: “Contai-o entre as nações e publicai-o. Levantai um sinal de aviso; publicai-o. Não oculteis nada. Dizei: ‘Babilônia foi capturada. Bel [O Senhor] foi envergonhado. Merodaque ficou aterrorizado. . . .’ Pois subiu contra ela uma nação desde o norte. É aquela que faz da sua terra um assombro, de modo que não se mostrará haver ninguém que more nela. Tanto o homem como o animal doméstico se puseram em fuga. Foram-se.” (Jer. 50:2, 3) Esta profecia tem significado para nós hoje. Poderíamos perguntar: Onde está Babilônia, no rio Eufrates, no país que hoje é o Iraque? Não é senão ruínas desoladas, sofrendo uma sorte similar àquela que infligiu à antiga Jerusalém, só que a sua desolação tem continuado por séculos além de mil anos, ao passo que a desolação de Jerusalém durou apenas setenta anos.
JEOVÁ PASSA A PREDOMINAR COMO DEUS
19. Depois da conquista de Babilônia pela Pérsia, que deus assumiu a predominância, e quem usou este deus para o restabelecimento de seu templo?
19 Por ocasião da queda surpreendente de Babilônia em 539 A. E. C., que deus passou a predominar em importância internacional? O deus nacional dos persas vitoriosos ou o deus dos exilados em Babilônia, Jeová? A profecia de Miquéias, junto com profecias de outros homens inspirados por Deus, indicaram que Jeová passaria a predominar. Ele fez isso, provando que suas profecias são infalíveis. Miquéias disse sob inspiração: “Sucederá no futuro: o monte do Templo de Javé [Jeová] será fundado no cume das montanhas e dominará as colinas: as nações aí acorrerão.” (Miq. 4:1, versão da Liga de Estudos Bíblicos) A fim de realizar um cumprimento típico ou primário desta profecia desafiadora, Jeová Deus usou por instrumento o Rei Ciro, o Grande, adorador do deus principal da vitoriosa Pérsia. Jeová, na Sua superioridade, fez o adorador dum deus falso trabalhar por Ele para o restabelecimento do templo em Jerusalém.
20. Em cumprimento de que profecia a respeito do conquistador persa ocorreu isso, quando e como?
20 Como? Ora, Jeová falou de si mesmo como sendo “Aquele que diz a respeito de Ciro: ‘Ele é meu pastor e executará completamente tudo aquilo em que me agrado’; dizendo eu de Jerusalém: ‘Ela será reconstruída’, e do templo: ‘Lançar-se-á teu alicerce.’” (Isa. 44:27, 28) O Rei Ciro cumpriu completamente aquilo em que Jeová se agradou, embora fosse contrário àquilo em que se teria agradado o deus nacional da Pérsia. No ano 537 A. E. C., o setuagésimo ano da desolação de Jerusalém e de seu templo, Jeová incitou o espírito de Ciro a decretar a reconstrução do templo em Jerusalém. Para este fim, Ciro decretou que os exilados em Babilônia, que se oferecessem voluntariamente para esta obra no templo, fossem soltos de Babilônia e voltassem ao “monte da casa de Jeová”. (2 Crô. 36:20-23; Esd. 1:1-4) No fim daquele setuagésimo ano da desolação de Jerusalém, um restante fiel de trabalhadores voluntários no templo já havia voltado à terra de Judá, terminando assim a sua desolação. Na primavera do ano seguinte (536 A. E. C.), lançou-se o alicerce do segundo templo em Jerusalém. — Esd. 3:8-12
21. Apesar de que completou-se o segundo templo de Jeová, e quando?
21 Isto não agradou aos opositores pagãos da adoração de Jeová. Mas a oposição deles não pôde vencer o Deus Todo-poderoso. Portanto, depois de anos de oposição ativa da parte dos pagãos insolentes, o segundo templo de Jeová em Jerusalém foi completado pelo seu restante fiel, no inverno, no terceiro dia do mês lunar de adar, no ano 515 A. E. C. — Esd. 6:15.
22. Como ficou o “monte da casa de Jeová” “firmemente estabelecido acima do cume dos montes”, tanto para o restante restabelecido como para as nações e povos pagãos?
22 A fim de ser usado para isso, o restante restabelecido tinha de elevar a adoração de Jeová acima de tudo o mais na sua vida e abandonar a adoração dos deuses falsos, adotada pelos seus antepassados em infidelidade. A adoração de Jeová, conforme representada pelo “monte da casa de Jeová”, ascendeu acima da elevação alta que as nações pagãs davam aos seus deuses demoníacos, os quais, em muitos casos, eram adorados em altos naturais, como no cume de morros e de montanhas. Em sentido figurado, o monte da casa de adoração de Jeová ficou “firmemente estabelecido acima do cume dos montes” e ficou ‘elevado acima dos morros’. O respeito pela adoração de Jeová assumiu o lugar predominante, não só entre os de seu povo escolhido, mas também entre muitas pessoas das nações e dos povos pagãos. Sem dúvida, muitos de tais subiram a Jerusalém para adorar o verdadeiro Deus, assim como fizeram os prosélitos religiosos nos dias dos apóstolos cristãos e assim como fez o eunuco real da Etiópia, a respeito de quem o evangelista Filipe recebeu a incumbência de convertê-lo ao cristianismo. — Atos 2:5-10; 8:26-39; João 12:20, 21.
23. (a) No nome de quem passaram a andar estas pessoas das nações e dos povos? (b) Que espécie de cumprimento da profecia era isso, e, desde a vinda do Messias, que pergunta surge quanto a se andar neste nome?
23 Em vez de andarem no nome de seus deuses anteriores, tais pessoas de todas as diversas nações e povos andavam no nome do Deus cuja adoração era a mais enaltecida, Jeová. Isto foi deveras o cumprimento da profecia de Miquéias. Mas foi apenas um cumprimento parcial, em miniatura ou típico. O cumprimento pleno e completo não ocorreu lá antes de Jeová Deus enviar seu Messias à terra. O cumprimento final e culminante da profecia gloriosa de Miquéias havia de vir em nosso século vinte. Como se dá isso? Dá-se porque vivemos no século em que a cristandade alcançou a sua maior extensão, ou calculadamente mais de novecentos milhões de membros, entre as nações de todo o globo? E não causou isso uma mudança? Desde a vinda do Messias, ou Cristo, não nos cabe andar no nome do Messias, Jesus, em vez de no nome de Jeová? São as igrejas da cristandade o cumprimento da profecia de Miquéias? Isto merece ser examinado — agora!