Rejúbilo com Jeová apesar das dificuldades do Har-Magedon
“Ainda que a própria figueira não floresça e não haja produção nas videiras, . . . ainda assim, no que se refere a mim, vou rejubilar com o próprio Jeová; vou jubilar com o Deus da minha salvação.” — Hab. 2:17, 18.
1. O que é o Har-Magedon, quem é visto ajuntado ali e sob a influência de quem?
TODAS as nações da humanidade aproximam-se rapidamente do estágio das relações hostis entre Deus e os homens que é chamado Har-Magedon ou Armagedom. O escritor inspirado do último livro da Bíblia Sagrada diz que há “expressões inspiradas por demônios” e que elas “vão aos reis de toda a terra habitada, a fim de ajuntá-los para a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso. . . . E ajuntaram-nos ao lugar que em hebraico se chama Har-Magedon”. — Rev. 16:14-16.
2, 3. Quem adotou o termo Armagedom no seu vocabulário e como é aplicado publicamente?
2 Segundo esta breve descrição, a guerra do Har-Magedon (ou Armagedom) significa um confronto entre os homens hostis e Deus, o Todo-poderoso. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, no ano 1945, homens de destaque e escritores de editoriais incluíram o nome Armagedom no seu vocabulário e fizeram com ele uma aplicação moderna. Certo redator disse no jornal The Spectator, do Canadá, sob a data de 8 de dezembro de 1971 e sob o cabeçalho “Nações Unidas e Guerra”, as seguintes palavras: “Embora os líderes das nações se apercebam plenamente de que situações tais como o impasse do Oriente Médio e a guerra entre a Índia e o Paquistão poderiam prontamente envolver as potências nucleares, alguns prefeririam arriscar o Armagedom do que conceder qualquer autoridade a um corpo internacional, mesmo a um que representasse a maior parte da humanidade.” (Parágrafo cinco)
3 Pouco depois, sob a data de 1.º de janeiro de 1972, no jornal The Philadelphia Inquirer, o escritor do editorial entitulou seu artigo “Damos Boas-vindas ao Novo Ano com o Armagedom ainda em Xeque”, e terminou o artigo com o seguinte parágrafo: “Mas, podia-se dizer na meia-noite passada que a humanidade conseguiu passar por mais outras 365 folhas do calendário sem se obliterar e que a nação suportou mais outros doze meses sem uma revolução sangrenta. E se em 1972 o Armagedom puder ser mais uma vez protelado, novamente valerá a pena.”
4. (a) Entre quem se travará realmente a guerra no Har-Magedon? (b) O que significará esta guerra para toda a humanidade, e, em vista disso, que perguntas surgem sobre a reação da pessoa?
4 Nestes editoriais, notamos que o Armagedom é encarado apenas como uma guerra entre homens na terra. Os redatores deixam de adotar o conceito bíblico de que o Armagedom será uma guerra entre os homens na terra e Deus, o Todo-poderoso, o Criador do homem e da terra. Todas as guerras causaram dificuldades às pessoas e às nações envolvidas, mas a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, causará dificuldades a todos os homens em volta do globo. Será a maior guerra de toda a experiência humana. Será forçosamente assim, por ser uma guerra de todos os governantes políticos de toda a terra habitada contra o maior Guerreiro em existência, Deus, o Todo-poderoso. Pois bem, visto que sobrevirão a toda a humanidade dificuldades sérias, será possível para alguém na terra se rejubilar com o Har-Magedon? Que motivos poderia então haver para alguém dentre a humanidade rejubilar? De que ajuda e proveito será para alguém rejubilar no Har-Magedon? O Livro sagrado que é a fonte do nome de Har-Magedon fornece as únicas respostas a estas perguntas.
5. (a) Que profeta do sétimo século A. E. C. também teve uma visão desta guerra, e o que significa seu nome? (b) Como indica Habacuque 3:1 que ele se interessava na música sacra?
5 Sete séculos antes de o profeta cristão João prover o nome do campo de batalha da vindoura guerra universal, Har-Magedon, houve um profeta hebraico que forneceu uma descrição desta mesma guerra. Seu nome hebraico era Habacuque, que significa “Abraço (de amor)”, ou: “Abraço Ardente.” Ele terminou a escrita de sua profecia emocionante por volta do ano 628 antes de nossa Era Comum. Estava interessado em música sacra. Isto é indicado no terceiro e último capítulo do livro de sua profecia, que está na forma de poema lírico, que devia ser musicado. O versículo inicial deste capítulo sugere música lamentosa, tal como de endechas, dizendo: “A oração de Habacuque, o profeta, em endechas”; ou, conforme diz A Bíblia de Jerusalém, em inglês: “tom como para endechas”. Outras traduções bíblicas apresentam aqui a palavra hebraica para “endechas” e rezem: “Sobre Sigionote”, ou, “sob a forma de canto”, ou, segundo a nota marginal da Versão Autorizada inglesa da Bíblia: “segundo cânticos ou melodias variáveis”. (Almeida, edição revista e corrigida, e edição atualizada) A Nova Bíblia Americana, em inglês, diz: “Para uma melodia lamentosa.”
6. (a) O que sugere adicionalmente o fim de Habacuque 3:19 a respeito do profeta? (b) Em que edifício pensava, sem dúvida, e por quê?
6 O capítulo termina com outra referência musical, dizendo: “Ao regente, nos meus instrumentos de cordas.” (Hab. 3:19; Pont. Inst. Bíbl.; Almeida, atual.) Outras traduções vertem o termo hebraico para “regente” como “corifeu” e “cantor-mor”. (Liga de Estudos Bíblicos; Almeida, rev. e corr.) A tradução inglesa de Moffatt reza: “Da coleção do Mestre de coro.” Estas referências musicais sugeriram a alguns que Habacuque era membro do coro do templo em Jerusalém, e, portanto, levita. Pelo menos, ao terminar sua oração lírica, o profeta Habacuque a entregou ao regente de música no templo, a fim de que compusesse uma melodia adequada para ela. O profeta Habacuque, sem dúvida, pensava no templo, pois, logo antes de sua oração lírica, ele diz: “Mas Jeová está no seu santo templo. Cala-te diante dele, toda a terra!” — Hab. 2:20.
7. A que templo se referia Habacuque 2:20?
7 É provável que Habacuque pensasse no templo em Jerusalém, mas a verdadeira referência é ao templo espiritual, celestial de Jeová, que Ele construiu, e não o Rei Salomão de Jerusalém. Foi no Santíssimo deste templo espiritual que Jesus, o Messias, entrou após a sua ressurreição dentre os mortos e sua ascensão ao céu, no ano 33 de nossa Era Comum. — Heb. 8:2; 9:23, 24.
8, 9. Onde situam as Escrituras Sagradas o cumprimento da oração profética de Habacuque, e por quê?
8 Ao estudarmos a oração lírica de Habacuque, podemos apreciar por que ele pediu melodias lamentosas ou música de endechas para ela. Ele não viveu até ver a resposta à sua oração profética. As Escrituras Gregas Cristãs citam a profecia de Habacuque e situam seu cumprimento final no futuro, em nossa própria geração. É por isso que estamos interessados nela. Nossa fé na inspiração da profecia e a sua certeza levam-nos a procurar seu cumprimento em nossa geração. O livro de Hebreus, escrito aos hebreus cristianizados por volta do ano 61 de nossa Era Comum cita a profecia de Habacuque, capítulo dois, versículos três e quatro, dizendo:
9 “Tendes necessidade de perseverança, a fim de que, depois de terdes feito a vontade de Deus, recebais o cumprimento da promessa. Pois, ainda ‘por um pouco’, e ‘aquele que vem chegará e não demorará’. ‘Mas o meu justo viverá em razão da fé’, e, ‘se ele retroceder, minha alma não tem prazer nele’. Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar viva a alma.” — Heb. 10:36-39.
UMA “ORAÇÃO” POR QUEM, EM PROL DE QUÊ?
10. (a) Embora falasse na primeira pessoa, de que modo falava Habacuque? (b) Assim, como podia ser respondida a oração a favor daquele por quem se orava?
10 Na sua oração profética, Habacuque fala na primeira pessoa, usando os pronomes eu, me e mim. Na realidade, porém, ele fala de modo representativo. Representa a nação de seu povo, o povo do reino de Judá, cuja capital era Jerusalém. Isto se evidencia no capítulo três, versículos treze a dezesseis, onde lemos: “E saíste para a salvação do teu povo, para salvar o teu ungido; . . . Com os seus próprios bastões furaste a cabeça dos seus guerreiros quando avançaram tempestuosamente para espalhar-me. . . . e eu estava agitado na minha situação, de aguardar tranqüilamente o dia da aflição.” De modo que, quem havia de ser espalhado por um exército de guerreiros, sob um chefe militar, não era o próprio Habacuque, mas a nação da qual o profeta Habacuque era membro. De modo que a resposta à oração de Habacuque podia ser dada depois de ele mesmo já estar morto, contudo, seria dada à nação pela qual orava, que esperaria calmamente.
11. O que se pode dizer quanto a se a oração de Habacuque se cumpriu nos Israelitas em 607 A. E. C., 539 A. E. C. ou em 70 E. C., e em 1967 E. C.?
11 No ano 607 antes de nossa Era Comum, a cidade de Jerusalém e seu templo foram destruídos pelos exércitos de Babilônia, mas não houve então resposta à oração de Habacuque. Nem no ano 539 A. E. C., quando a fortemente murada cidade de Babilônia, no rio Eufrates, caiu diante dos exércitos vitoriosos dos medos e dos persas, sob o rei persa Ciro, o Grande. A cidade de Jerusalém que depois foi reconstruída, a partir de 537 A. E. C., sofreu destruição, e junto com ela, seu templo reconstruído. Isto foi no ano 70 de nossa Era Comum, pelas legiões militares de Roma, sob o General Tito. E ainda não houve resposta, naquele tempo, à oração profética de Habacuque. No local da arruinada cidade de Jerusalém foi construída uma nova cidade, pelos romanos. Mesmo até o irrompimento da Primeira Guerra Mundial, no ano 1914, aquela cidade continuou sob governantes não-judaicos ou gentios. A captura da antiga cidade murada de Jerusalém pelos israelenses, na guerra de seis dias, de 5 a 10 de junho de 1967, não foi a resposta à oração de Habacuque. Nada semelhante ao descrito no capítulo três de Habacuque aconteceu então ou desde então aos israelenses.
12, 13. (a) Então, em quem se deve cumprir a oração de Habacuque? (b) Que nome lhes dá o hebreu cristianizado Paulo?
12 À luz dos fatos, torna-se claro que a oração profética de Habacuque não terá cumprimento na política República de Israel, nem no movimento sionista, nem nos israelenses naturais, que são cidadãos de diversos países gentios em todo o globo. Há um motivo para isso. Revelou-se aos hebreus cristianizados do primeiro século E. C. que a profecia de Habacuque tinha de ter seu cumprimento a favor dos seguidores fiéis de Jesus, o Messias. Estes verdadeiros discípulos dele foram ungidos com o espírito santo de Jeová Deus no ano 33 E. C. e depois, de modo que eles constituem um Israel espiritual de Deus. São israelitas espirituais, judeus espirituais. (Rom. 2:28, 29) Referindo-se a este Israel espiritual, o apóstolo Paulo, hebreu cristianizado, escreveu aos cristãos na província da Galácia:
13 “Que nunca ocorra que eu me jacte, exceto da estaca de tortura de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem o mundo tem sido para mim pendurado numa estaca, e eu para o mundo. Pois nem a circuncisão é alguma coisa nem a incircuncisão, mas sim uma nova criação. E todos os que andarem ordeiramente segundo esta regra de conduta, sobre estes haja paz e misericórdia, sim, sobre o Israel de Deus.” — Gál. 6:14-16; Moffatt, The Jerusalem Bible, Revised Standard Version, em inglês.
14. (a) O que se pode dizer sobre se a cristandade é o “Israel de Deus”? (b) Que correspondência há entre os israelitas espirituais do primeiro século e os da atualidade quanto ao que se dá com eles?
14 Nos dias em que o apóstolo Paulo escreveu estas palavras, a cristandade não existia, e por isso Paulo não chamava a cristandade de “Israel de Deus”. A cristandade veio à existência somente três séculos depois, nos dias do imperador romano Constantino, o Grande, o Sumo Pontífice pagão, e nem mesmo até agora a cristandade mostra ser o Israel espiritual de Deus, abençoado com “paz e misericórdia”. Tanto a Primeira como a Segunda Guerra Mundial irromperam na cristandade, e as nações que então não mostraram misericórdia umas às outras eram na maior parte nações da cristandade. Os cristãos fiéis do primeiro século, aos quais o apóstolo Paulo chamou de “Israel de Deus”, sofreram perseguição por parte do Império Romano. Correspondentemente, o restante sobrevivente daquele Israel espiritual de Deus, que vivia no tempo da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, sofreu perseguição por parte das nações guerreantes da cristandade. Por quê? Porque tais israelitas espirituais, ungidos com o espírito santo de Deus, procuravam ‘andar ordeiramente segundo esta regra de conduta’, não participando ativamente no derramamento de sangue junto com as nações da cristandade.
15. Quem constitui este restante do Israel espiritual desde 1914 E. C., e como seriam identificados?
15 Quem constituiu este restante dos israelitas espirituais, ungidos com espírito santo de Jeová Deus? Os fatos da história os identificam. Foram os a respeito dos quais Jesus Cristo disse na sua profecia sobre a “terminação do sistema de coisas”: “Então vos entregarão a tribulação e vos matarão, e sereis pessoas odiadas por todas as nações, por causa do meu nome.” (Mat. 24:9) Esses cristãos ungidos pelo espírito, nos quais se cumpriram tais palavras proféticas desde 1914 E. C., foram os fiéis estudantes da Bíblia conhecidos como testemunhas cristãs de Jeová. Sua posição neutra, semelhante à de Cristo, para com as nações políticas, as revoluções e as guerras internacionais, é bem conhecida em todo o mundo, e trouxe sobre eles o ódio e a perseguição da cristandade e também de nações que não fazem parte da cristandade. Não obstante, são amados por Jeová, seu Deus. Estão como que no seu ‘abraço amoroso’, conforme sugere o nome do profeta Habacuque.
16, 17. (a) Por que é muito urgente que o restante do Israel espiritual adote a oração de Habacuque? (b) Por que era apropriado que Habacuque instruísse o “regente” a musicar a oração com tons de endecha?
16 Estes israelitas espirituais adotam hoje a oração profética de Habacuque e esperam o cumprimento dela em si mesmos, como resposta da parte de Jeová, cujas testemunhas ungidas pelo espírito eles são. Há um motivo muito urgente para fazerem esta oração a Deus. À luz das profecias bíblicas e da situação que se desenvolve em toda a terra, esperam que em breve, dentro desta geração, sobrevenha a “grande tribulação” à cristandade e a todo o restante deste sistema de coisas, que atingirá sua maior intensidade na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Reconhecem que isso significará grandes dificuldades para eles e para todos os que tomam sua posição ao lado do restante ungido pelo espírito e se tornam seus companheiros leais no sofrimento. Já existe uma “grande multidão” de tais companheiros tementes a Deus, que são como estrangeiros ou ‘residentes forasteiros’ dentro dos portões do Israel espiritual. (Rev. 7:9, 10, 14; Êxo. 20:10; Mat. 24:21, 22) Por isso, foi bem apropriado que o profeta Habacuque instruísse o “regente” de música, do templo de Jerusalém, que compusesse os tons lúgubres duma endechaa para estas palavras iniciais:
17 “Ó Jeová, ouvi as notícias a teu respeito. Fiquei com medo da tua atuação, ó Jeová.” — Hab. 3:2.
ESTAR NATURALMENTE “COM MEDO” DIANTE DE “ATUAÇÃO” SOBRENATURAL
18. Como chegou Habacuque a ouvir as “notícias” sobre Jeová e como ouve o restante do Israel espiritual as “notícias”?
18 Igual ao profeta israelita Habacuque, os do restante ungido pelo espírito, dos israelitas espirituais, ouviram hoje as notícias sobre este Deus da Bíblia Sagrada, cujo nome é Jeová. No tempo da profecia de Habacuque, a maior parte das inspiradas Escrituras Hebraicas haviam sido escritas, e por meio das páginas destas ele ‘ouviu as notícias’ a respeito de Jeová. Hoje em dia, os do restante dos israelitas espirituais têm todas as Escrituras Hebraicas, e além delas, todos os vinte e sete livros das Escrituras Gregas inspiradas. Pelo estudo diligente de todas estas Escrituras Sagradas, os do restante ungido pelo espírito ‘ouviram as notícias’, o relato fatual sobre o Deus de Habacuque, Jeová. São notícias espantosas sobre o que realmente aconteceu por causa de Jeová Deus.
19, 20. (a) Como vê o restante ungido, igual a Habacuque, a atuação antiga de Jeová? (b) Que efeito devem as “notícias” de tal atuação divina ter sobre do restante ungido?
19 Por meio das “notícias” bíblicas, o profeta Habacuque viu seu Deus Jeová em ação. De modo similar, os do restante ungido da atualidade, formando um quadro mental da “atuação” de Jeová, conforme descrita nas “notícias” bíblicas, também O viram em ação. Se tivessem estado pessoalmente presentes no cenário, lá naquele tempo, como testemunhas oculares da atuação de Jeová, teriam ficado “com medo”, assim como Habacuque disse que ficou diante das meras notícias. Imagine a atuação de Jeová no ano 1513 A. E. C., quando libertou os antepassados escravizados de Habacuque, no Egito, e depois destruiu os carros e os cavaleiros de Faraó do Egito, quando perseguiam loucamente os israelitas em fuga, através do leito seco do Mar Vermelho.
20 Pense também na demonstração atemorizante que Jeová deu no monte Sinai, na Arábia, na ocasião em que proclamou os Dez Mandamentos aos israelitas acampados. Pense mais na atuação que mostrou milagrosamente a favor de seu povo escolhido durante a peregrinação deste por quarenta anos, no ermo perigoso, e como no fim daqueles quarenta anos ele trouxe este povo migratório através do rio Jordão, no tempo da inundação, e para a Terra da Promessa, em 1473 A. E. C. Pense ainda mais na atuação de Jeová durante os séculos em que suscitou os juízes, para agirem como libertadores de seu povo oprimido. Sim, pense em quando, não muito antes do tempo de Habacuque, Jeová usou seu anjo celestial para eliminar 185.000 invasores assírios, numa única noite, e livrou Jerusalém de ser capturada pelo rei assírio Senaqueribe, que desafiou a Deus. Se tentarmos visualizar toda esta atuação da parte deste Deus Todo-poderoso Jeová, não deverá ter outro efeito senão de nos dar medo. Habacuque admitiu que estava com medo.
21, 22. (a) Por que era preciso lembrar-se de tais “notícias” atemorizantes, tanto no caso de Habacuque como no do restante ungido? (b) Portanto, que oração fervorosa de Habacuque, pedindo ação deve agora ser adotada pelo restante?
21 Mas, por que ficar que lembrar-se de tais “notícias” atemorizantes? Havia necessidade disso quando Habacuque olhava profeticamente para o futuro e previa um ataque internacional contra os verdadeiros adoradores de Jeová. Do mesmo modo, há também necessidade disso da parte do restante ungido da atualidade, porque este restante sabe agora que está chegando perto o tempo deste ataque internacional por parte dos inimigos de Jeová. Agora é o tempo de se crer em que este Deus de tal “atuação” antiga não está morto e de se depender disso! Por causa do restante ungido e de seus companheiros leais, ele precisa estar vivo e igualmente ativo. Por isso, é tempo que adotem a oração fervorosa de Habacuque e digam:
22 “Aviva-a no meio dos anos! Torna-a conhecida no meio dos anos. Durante a agitação, que tu te lembres de ter misericórdia.” — Hab. 3:2.
23, 24. (a) Habacuque orava assim para que se avivasse o que, no meio dos anos? (b) Da “agitação” de quem se tratava ali, e contra quem, e de que modo devia ser lembrada a demonstração de misericórdia?
23 Em prol de que orava Habacuque ali ao falar profeticamente pelos do restante ungido da atualidade? Era para que Jeová Deus repetisse a sua atuação, que a reavivasse, que a fizesse novamente viver, no decorrer dos anos, no tempo crítico durante estes anos. Que Ele novamente desse a conhecer sua atuação a favor dos seus adoradores em perigo. Há motivo de Jeová agitar-se para tomar ação. Se a sua agitação for com o seu restante ungido e a “grande multidão” de companheiros leais, por causa de quaisquer faltas deles, então que se lembre com clemência de mostrar-lhes misericórdia, por causa de seu santo nome. Mas, se a Sua agitação for contra os perseguidores e atacantes de seus adoradores, então, durante a ação que sua agitação o induz a tomar contra estes inimigos arrogantes, que ele se lembre de ter misericórdia do restante e da “grande multidão” de companheiros, na sua aflição. Que não permita que a “grande tribulação” resulte na morte deles. Cumpra ele a profecia de seu Filho, Jesus Cristo, a respeito da “grande tribulação”:
24 “Pois então haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo. De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” (Mat. 24:21, 22) “De fato, se Jeová não tivesse abreviado os dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa dos escolhidos, que ele escolheu, abreviou os dias.” — Mar. 13:20, NM, The Christian’s Bible — New Testament, de George N. LeFevre (1928), que também usa aqui o nome Jeová.
DEUS EM MARCHA!
25, 26. (a) Habacuque descreve então a Deus como marchando de que dois lugares históricos? (b) Quais eram as particularidades destes dois locais?
25 Depois de o profeta Habacuque orar para que Jeová avivasse novamente sua atuação da antigüidade, nos anos vindouros, Habacuque passa a descrever a espécie de atuação pela qual ora, dizendo: “O próprio Deus passou a chegar de Temã, sim, um Santo desde o monte Parã. Selá. Sua dignidade cobriu os céus; e do seu louvor encheu-se a terra. Quanto à sua claridade, chegou a ser igual à luz. Havia dois raios saindo da sua mão e ali se escondia a sua força. Diante dele andava a peste e junto aos seus pés saía a febre ardente.” — Hab. 3:3-5.
26 Habacuque menciona aqui dois lugares históricos do Oriente Médio, a saber, Temã e o monte Parã. Temã estava associado com a terra de Edom. Edom (significando “Vermelho”) era o apelido dado ao neto de Abraão, Esaú, depois de ele ter vendido sua primogenitura abraâmica ao seu irmão gêmeo Jacó, por um pouco de cozido vermelho, para saciar a sua grande fome. (Gên. 25:27-34) Parã era um ermo montanhoso ao norte do monte Sinai. Nesta região erma, a nação migratória de Israel andou por cerca de trinta e oito anos antes de invadir a Terra da Promessa. (Núm. 10:11, 12; Deu. 2:14) A terra de Edom estava ao nordeste, entre o Golfo de Aqaba e o Mar Morto. A “Estrada Real” passava por Edom. Quanto a Temã (significando “sulino”), havia um descendente de Edom (Esaú) que se chamava Temã, e o lugar que tem o nome de Temã talvez fosse uma cidade edomita. Mas as autoridades judaicas situam-no ao nordeste de Edom. Foi, porém, de Temã que “o próprio Deus passou a chegar” quando levou seu povo escolhido à Terra da Promessa.
27, 28. (a) Como avançavam os Israelitas migratórios, apesar dos inimigos e dos povos desamistosos? (b) Como concordam as referências de Moisés com as de Habacuque, quanto ao ponto de partida da marcha de Israel?
27 Por causa da desaprovação e oposição dos edomitas, a nação migratória de Israel não usou a Estrada Real através da terra de Edom, mas possivelmente passou para o norte ao longo da fronteira oriental de Edom e contornou Moabe, em direção ao Mar morto. (Num. 20:14-21) Assim, os inimigos e o povo desamistoso ao longo da linha de marcha não impediram os israelitas no seu progresso desde a região montanhosa de Parã, passando por Temã e para a Terra da Promessa. O profeta Moisés foi o líder visível da nação em marcha, e sua descrição concorda com a de Habacuque quanto ao ponto meridional de partida dos israelitas em marcha. Dentro de apenas dois meses antes de os israelitas cruzarem o rio Jordão para a Terra da Promessa, ele iniciou sua bênção sobre Israel, dizendo:
28 “Jeová — de Sinai ele veio, e raiou sobre eles desde Seir [ocupado pelos edomitas]. Reluziu desde a região montanhosa de Parã, e com ele havia santas miríades, à sua direita, guerreiros pertencentes a eles. Também queria bem ao seu povo; todos os santos deles estão na tua mão.” — Deu. 33:1-3.
29. De que modo andava Jeová diante do seu povo em marcha e que espécie de fama criou para si mesmo?
29 Naturalmente, Jeová Deus não apareceu visivelmente à cabeça das colunas dos israelitas em marcha. No entanto, embora permanecesse invisível aos olhos humanos, criou fama louvável para si como seu Líder invisível. Também, a representação visível Dele, a coluna de nuvem durante o dia e a coluna de fogo durante a noite, ia diante deles. — Êxo. 13:21, 22; Núm. 14:14; Deu. 31:15.
30. Depois de passarem décadas em obscuridade, como foram os israelitas trazidos novamente à luz?
30 Quando Jeová, no ano 1474 A. E. C. finalmente mudou seu povo sem lar da região montanhosa de Parã, tendo por destino a Terra da Promessa, as nações gentias aperceberam-se disso. Foi como se um raio de luz lhes manifestasse as coisas. Foi evidência de que o próprio Deus, em dignidade, estava em marcha. Durante décadas, seu povo havia ficado na obscuridade, no ermo da península de Sinai, e agora era trazido ˜ luz. Foi a poderosa “mão” de Jeová que se viu em ação. Foi como se raios duplos de luz emanassem de sua mão, lançando luz em ambas as direções, em ambos os lados. A força oculta-se na mão de Jeová. A luz procedente dela é uma luz forte. As nações inimigas não podem diminuí-la, nem deixar de ver a sua glória. — Hab. 3:4.
31, 32. (a) Como se cumpre Habacuque 3:5 quanto à peste e à febre ardente? (b) Como mostrou Jeová sua capacidade de fazer isso, nas planícies de Moabe?
31 Acerca do “tempo do fim”, que a história prova ter começado no ano 1914 E. C., conforme assinalado pela Primeira Guerra Mundial, Jesus profetizou não só que haveria guerra internacional, mas também terremotos, fomes e pestes. (Mat. 24:3, 7, 8; Luc. 21:10, 11; Dan. 12:4) Tais pestes foram produzidas pelas condições insalubres criadas pela humanidade imoral e afligida pela guerra. Mas no futuro próximo, quando Jeová marchar para a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, ele trará a morte a muitos de seus inimigos pelo meio não-violento e calado de execução, a peste.
32 Será então perigoso, fatal, interpor-se no caminho da marcha de Jeová para a vitória, pois ele enviará adiante de seus passos a peste e atrás de seus calcanhares deixará vítimas afligidas pela mortífera febre ardente. Conforme Habacuque 3:5 disse a respeito da chegada de Jeová: “Diante dele andava a peste e junto aos seus pés saía a febre ardente.” Sua capacidade de fazer isso foi ilustrada por ele durante os últimos dias de Moisés, quando Jeová abateu na morte 24.000 israelitas imorais, nas planícies de Moabe, do lado do rio oposto à Terra da Promessa, porque violaram os mandamentos dele e cometeram fornicação com mulheres pagãs, voltando-se para a adoração do deus falso, Baal de Peor. — Núm. 25:1-9.
NAÇÕES A SER ASSUSTADAS
33. Antes de agir contra as forças inimigas no Har-Magedon, o que fará Jeová, conforme sugerido em Habacuque 3:6?
33 De acordo com a maneira de agir de Jeová há muito tempo atrás, sob determinadas circunstâncias, ele inspecionará o campo de batalha do Har-Magedon e notará a formação de combate das linhas de batalha inimigas. De modo que a oração de Habacuque, qual endecha, prossegue: “Ele ficou parado para sacudir a terra. Ele viu, e então fez nações pular. E as montanhas eternas foram despedaçadas; os morros de duração indefinida se encurvaram. Suas são as caminhadas de há muito tempo. Vi as tendas de Cusã debaixo daquilo que é prejudicial. Os panos de tenda da terra de Midiã começaram a ficar agitados.” — Hab. 3:6, 7.
34. (a) Como será sacudida a terra por Jeová ficar parado? (b) Como pularão as nações quando Jeová ‘vê’?
34 Jeová não se precipita impulsivamente em alguma coisa. Ele toma posição e atenta para a situação que exige ação, para cuidar de que tenha seus inimigos exatamente onde os quer, expondo-se plenamente quanto ao seu intento. Tomar ele sua posição, pronto para agir, causa uma comoção na “terra” figurativa que jaz diante dele; causa como que um terremoto na organização terrestre do inimigo. Quando se tornar evidente que é de fato Jeová quem se aproximou e está diante deles, a organização terrestre ficará toda abalada, antes de cair em ruínas. Quando as nações por fim se derem conta de que Jeová Deus, o Todo-poderoso, as ‘vê’ e que atenta para elas, deveras ficarão assustadas. Acordando então para a situação real, pularão, não de alegria, mas de choque, num acesso de agitação. Serão como os carreteiros e cavalarianos egípcios, os quais, quando ficaram atolados no meio do Mar Vermelho, viram a causa real de sua dificuldade e começaram a clamar: “Fujamos de qualquer contato com Israel, porque Jeová certamente está lutando por eles contra os egípcios.” — Êxo. 14:25.
35. (a) O que acontecerá as organizações, semelhantes a montanhas e morros, na linha de marcha de Jeová? (b) De que modo serão então de Jeová as “caminhadas de há muito tempo”?
35 Nenhuma organização terrestre, mesmo que seja tão imponentemente alta como uma montanha, será deixada obstruir a marcha de Jeová para o triunfo. Todas estas organizações montanhescas, embora pareçam ser eternas, serão despedaçadas. Outras organizações terrestres de menor destaque, cuja capacidade de perseverança parece ser de duração indefinida, como a dos morros, terão de curvar-se em derrota, deixando Jeová prosseguir na marcha e pisá-las debaixo dos pés. O modo de andar Dele, no Har-Magedon, será como as suas “caminhadas de há muito tempo”, apenas em escala grandemente aumentada. O que Ele fez na antigüidade, poderá fazer hoje. Avivará novamente a sua atuação dos tempos antigos.
36. (a) O que é lustrado por se sentirem prejudicadas as tendas de Cusã e ficarem agitados os panos de tenda de Midiã? (b) Entre que povo rejubilante não estarão tais?
36 O que o Deus de Habacuque fizer, ao avançar irresistivelmente, aterrorizará todos os que ouvirem as notícias disso, os que não são amigáveis para com Jeová e seu povo escolhido. Como ilustração destes, Habacuque usa os habitantes de tendas de Cusã e da terra de Midiã, territórios intimamente relacionados ou vizinhos. Embora a terra de Midiã ficasse ao leste do Golfo de Aqaba e não estivesse diretamente na linha de marcha dos israelitas, em seu caminho para a Terra da Promessa, ainda assim, os midianitas ficaram agitados, como se os próprios panos de tenda se agitassem com o movimento excitado dos que moram nela. O profeta Habacuque viu o “que é prejudicial” sobre as tendas de Cusã. Os moradores nas tendas achavam que a passagem de Jeová, com seu povo remido, não significava nada de bom para os em Cusã. Os sentimentos deprimidos e tensos que os afligiam prejudicavam-nos, causavam-lhes dores e os mantinham na incerteza. Certamente, não será bom estar entre os afligidos por sentimentos dolorosos e agitação diante das notícias do avanço de Jeová no Har-Magedon. Estes não estão entre os que rejubilam com Jeová, em tais circunstâncias, embora possam estar envolvidas dificuldades.
[Nota(s) de rodapé]
a Compare a subscrição de Habacuque 3:19 com os cabeçalhos dos Salmos 4 e 54.
[Foto na página 172]
A “atuação” de Jeová destruiu o exército de Faraó, quando este perseguiu os israelitas através do Mar Vermelho.
[Foto na página 174]
As “notícias” bíblicas mostram que Jeová trouxe milagrosamente os israelitas através do rio Jordão, na época de inundação, e à Terra da Promessa.
[Mapa na página 176]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
Mar Morto
Temã
EDOM
PARÃ
Golfo de Aqaba
Mte. Sinai
MAR VERMELHO