Capítulo 8
Misericórdia com os perseguidos, mas julgamento para os perseguidores
1. Quanto tempo passou depois da profecia final de Ageu antes de ser dirigida outra mensagem inspiradora aos construtores do templo e o que haviam feito no ínterim?
NA JERUSALÉM dos dias dos profetas Ageu e Zacarias, o tempo havia avançado para o primeiro trimestre do ano 519 A.E.C., mas ainda era o segundo ano do reinado do Rei Dario I, do Império Persa, a Quarta Potência Mundial da história bíblica. Passaram-se exatamente dois meses lunares desde o dia em que Ageu foi inspirado a proferir suas profecias finais — aos sacerdotes arônicos e ao Governador Zorobabel. Isto se deu no dia 24 do nono mês (quisleu), perto do início do ano de 519 A.E.C. Naquele dia memorável da história de Jerusalém, empreendera-se novamente o trabalho no alicerce do templo no monte Moriá, pouco ao norte do monte Sião. Antes de os construtores judaicos receberem outra mensagem inspirada de seu Deus, trabalharam incessantemente no local da construção sagrada, por dois meses inteiros. Esta vez não se deixaram impedir por qualquer interferência por parte dos inimigos.
2. Quem evidentemente receberia a notícia antes do Rei Dario I, a respeito do que estava acontecendo em Jerusalém, e quanto tempo levaria obter-se uma decisão?
2 Até o 24 de sebate de 519 A.E.C., a notícia sobre o que estava acontecendo em Jerusalém talvez ainda não tivesse chegado aos ouvidos do Rei Dario, na distante capital persa. As notícias andavam devagar, mesmo por intermédio de correios em cavalos de posta que percorriam cerca de cento e sessenta quilômetros por dia. (Ester 3:13-15; 8:10, 14) De Jerusalém até Susã, passando pelo “crescente fértil”, eram mais de mil e seiscentos quilômetros, e de Susã a Ecbátana, ao norte, eram mais de trezentos e vinte quilômetros, isto se as estradas eram retas. Portanto, levaria bastante tempo até o Rei Dario receber a informação surpreendente. Os funcionários persas das províncias além do (ao oeste do) rio Eufrates, de onde estava o rei na Pérsia, obteriam razoavelmente as notícias mais cedo. Isto foi evidentemente o que aconteceu. As discussões que se seguiram e as investigações feitas devem ter levado meses (quatro ou cinco meses, segundo alguns cálculos), antes de se poder receber e fazer vigorar uma decisão da parte do Rei Dario na questão em disputa. O que aconteceu foi o seguinte, segundo registrado em Esdras 5:2 a 6:2:
3. Que perguntas fizeram aos construtores do templo os governadores persas ao oeste de além do rio Eufrates e o que fizeram aqueles?
3 “Foi então que se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jeozadaque, e principiaram a reconstruir a casa de Deus, que estava em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de Deus para auxiliá-los. Naquele tempo chegaram a eles Tatenai, governador de além do Rio, e Setar-Bozenai, e seus confrades, e o seguinte é o que lhes disseram: ‘Quem vos deu ordem para construir esta casa e terminar esta estrutura de vigas?’ Então lhes disseram o seguinte: ‘Quais são os nomes dos varões vigorosos que constroem este edifício?’ E o olho de seu Deus mostrou estar sobre os homens mais maduros dos judeus, e não os fizeram parar até que o relatório pudesse chegar a Dario e então se enviasse de volta um documento oficial a este respeito.
4. O que dizia a carta enviada pelos governadores persas ao Rei Dario I?
4 “Aqui está uma cópia da carta que Tatenai, governador de além do Rio, e Setar-Bozenai e seus confrades, os governadores menores que havia além do Rio, enviaram a Dario, o rei; enviaram-lhe a comunicação, e a escrita nela foi da seguinte maneira:
“‘A Dario, o rei:
“‘Toda a paz! Torne-se do conhecimento do rei que fomos ao distrito jurisdicional de Judá, à casa do grande Deus, e ela está sendo construída com pedras roladas ao lugar, e colocam-se madeiras nas paredes; e esta obra está sendo feita ansiosamente e faz progresso nas suas mãos. Fizemos então perguntas a estes homens mais maduros. Isto é o que lhes dissemos: ‘Quem vos deu ordem para construir esta casa e terminar esta estrutura de vigas?’ E também lhes perguntamos pelos seus nomes, para te deixar saber, a fim de que pudéssemos escrever os nomes dos varões vigorosos que estão à sua cabeça.
“‘E esta é a palavra que nos replicaram, dizendo: “Somos os servos do Deus dos céus e da terra e estamos reconstruindo a casa que se construíra muitos anos antes, construída e terminada por um grande rei de Israel. No entanto, visto que os nossos pais irritaram o Deus dos céus, ele os entregou na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu, e ele demoliu esta casa e levou o povo ao exílio em Babilônia. Não obstante, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, Ciro, o rei, deu ordem para que se reconstruísse esta casa de Deus. E também os vasos de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonosor tinha retirado do templo que havia em Jerusalém e levado ao templo de Babilônia, a estes Ciro, o rei, retirou do templo de Babilônia e eles foram entregues a Sesbazar, nome daquele a quem fez governador. E disse-lhe: ‘Toma estes vasos. Vai, deposita-os no templo que há em Jerusalém e reconstrua-se a casa de Deus no seu lugar.’ Então, chegando este Sesbazar, lançou os alicerces da casa de Deus, que está em Jerusalém; e desde então até agora está sendo reconstruída, mas não foi completada.”
“‘E agora, se parecer bem ao rei, faça-se uma investigação na casa dos tesouros do rei, que está lá em Babilônia, para ver se é assim, que foi dada uma ordem por Ciro, o rei, para que se reconstruísse esta casa de Deus em Jerusalém; e envie-nos o rei a decisão a respeito disso.’
5. Que ação tomou o Rei Dario ao receber a carta e o que se verificou?
5 “Foi então que Dario deu ordem, e fizeram uma investigação na casa dos registros dos tesouros depositados lá em Babilônia. E em Ecbátana, na fortificação que havia no distrito jurisdicional da Média, foi achado um rolo, e nele estava escrito o memorando [neste] teor.”
6. No ínterim, o que faziam os construtores em Jerusalém e o que aconteceu em 24 de sebate de 519 A.E.C.?
6 Durante todo o tempo em que ocorriam as coisas narradas pelo sacerdote Esdras, o restante judaico sob o Governador Zorobabel e o Sumo Sacerdote Josué prosseguiu corajosamente com a reconstrução do templo. Foi assim no vigésimo quarto dia do décimo primeiro mês, que caiu no inverno do ano 519 A. E. C. Naquele dia momentoso, o profeta Zacarias começou a receber uma série de visões animadoras. Ele nos conta sobre isso:
A PRIMEIRA VISÃO
7. Na primeira visão, em 24 de sebate, o que observou Zacarias?
7 “No vigésimo quarto dia do décimo primeiro mês, que é o mês de sebate, no segundo ano de Dario, veio a haver a palavra de Jeová para Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, o profeta, dizendo: ‘Vi de noite, e eis um homem cavalgando num cavalo vermelho, e ele estava parado ainda entre as murteiras que havia no lugar fundo; e atrás dele havia cavalos, vermelhos, rubros e brancos.’” — Zacarias 1:7, 8.
8, 9. Quem explicou o assunto a Zacarias e que perguntas suscitou a observação daqueles cavalos?
8 Durante a visão, Zacarias teve um guia angélico, que lhe explicou as coisas, coisas que nós, hoje, também queremos entender. Por que estavam lá, entre as murteiras no lugar fundo, ao lado de Jerusalém, aqueles cavalos com seus cavaleiros? Estava iminente uma guerra contra Jerusalém neste estágio da construção do templo? Na Bíblia, os cavalos são símbolo de guerra. (Jó 39:19-25; Provérbios 21:31) Quem enviou estes cavalos? A quem representavam os cavaleiros? Tinham por objetivo travar guerra? Zacarias queria saber:
9 “E eu disse então: ‘Quem são estes, meu Senhor?’”
10, 11. Quem mostraram ser aqueles cavaleiros e o que relataram ao cavaleiro parado entre as murteiras?
10 “A isso me disse o anjo que falava comigo: ‘Eu mesmo demonstrarei quem são estes.’” — Zacarias 1:9.
11 Aqueles cavaleiros mostraram ser santos anjos, enviados por Deus como que em missão de reconhecimento. Isto se torna evidente ao lermos: “Então me respondeu o homem [no cavalo] que estava parado entre as murteiras e disse: ‘Estes são os que Jeová enviou para andar pela terra.’ E eles passaram a responder ao anjo de Jeová, parado entre as murteiras, e a dizer: ‘Andamos pela terra, e eis que a terra inteira está sentada quietamente e tem sossego.’” — Zacarias 1:10, 11.
12. (a) De que modo estava a “terra inteira” em paz, conforme relatado pelos batedores angélicos? (b) Por causa de que, neste respeito, havia o Egito combatido a Assíria e depois Babilônia?
12 O que disseram estes batedores angélicos ao seu chefe montado no cavalo vermelho? Disseram que havia paz universal em toda a terra? Parece que sim! Mas isto se aplicava apenas em sentido relativo, quer dizer, com relação a outra coisa. A quê? A Jerusalém e o território de Judá. De que maneira? No sentido de que Jerusalém havia perdido sua anterior posição terrestre entre as nações. Até o ano 607 A.E.C., havia sido a sede do reino messiânico, típico, de Deus, na terra. Este reino em miniatura de Jeová, fora um fator perturbador para o mundo gentio, para as nações pagãs. O Egito combateu a Assíria e depois a Babilônia, a fim de ter relações por meio dum tratado com Jerusalém ou para ter voz dominante nos seus assuntos. Mas isto não se dava mais desde 607 A.E.C.
13. Desde 607 A.E.C., por que deixou o Egito de manter relações por tratados com o reino messiânico típico em Jerusalém?
13 Naquele ano de importância mundial, o Rei Nabucodonosor, seus exércitos babilônicos e seus aliados destruíram Jerusalém e o templo dela. Derrubou-se o reino de Davi e o rei da linhagem real de Davi deixou de se sentar no “trono de Jeová” em Jerusalém. O último rei humano a ocupá-lo, Zedequias, tio-bisavô de Zorobabel, foi capturado e levado cativo a Babilônia, passando o resto de sua vida ali como exilado, cego e encarcerado. Durante o mês de tisri de 607 A.E.C., os poucos judeus que haviam sido deixados como minoria pobre e sem conseqüência na terra de Judá, fugiram para o Egito por medo dos babilônios (caldeus), e a terra de Judá e Jerusalém ficaram desoladas, sem homem, nem animal doméstico. Exatamente como fora predito pelo profeta Jeremias! Foi então que começou a contar um período de tempo divinamente marcado. Qual?
14. Que nome deu Jesus Cristo a este período divinamente marcado, o que significava este para a política mundial e quando terminou?
14 “Os tempos dos gentios”, ou, “os tempos designados das nações”, conforme os chamou mais tarde Jesus Cristo, dizendo: “Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” (Lucas 21:24) Visto que Jerusalém havia sido a sede do reino messiânico de Deus, em miniatura, e por isso representava o direito de o reino de Deus governar às mãos dum descendente messiânico do Rei Davi, significava algo de especial para aquelas nações gentias, às quais se permitiria pisar Jerusalém ou o seu direito ao Reino. O quê? Nada menos do que as nações gentias serem permitidas por Jeová dos exércitos a governar a terra sem interferência da parte de um reino messiânico de Deus, tal como o anterior, cuja capital havia sido a Jerusalém terrestre. Visto que os Tempos dos Gentios, sem interrupção, haviam de durar sete “tempos” simbólicos, ou 2.520 anos literais, este período marcado se estendia de tisri de 607 A.E.C. a tisri de 1914 E.C., no nosso próprio século vinte. (Daniel, capítulo quatro) Não é de se admirar que, lá em 519 A.E.C., os batedores angélicos relatassem que toda a terra estava sem perturbação!
15. Por que não devia preocupar a situação da terra de Judá e de seu governador judaico e como foi que o indagador Governador Tatenai passou a agir com respeito a recomeçar a construção do templo?
15 Naquele segundo ano do Rei Dario I, a terra de Judá, com sua capital local em Jerusalém, era apenas uma das 127 províncias do Império Persa, “desde a Índia até a Etiópia”. (Ester 1:1-3) Tinha um governador, Zorobabel, filho de Sealtiel, mas ele não se sentava no trono de Davi, como havia feito seu avô, o Rei Joaquim, por três meses e dez dias. É provável que ele fosse diretamente responsável a um dos governadores dum distrito jurisdicional do lado ocidental do Eufrates, possivelmente ao Governador Tatenai, e daí, por fim, fosse responsável ao Rei Dario I. De modo que não havia então quase nada para causar séria perturbação quanto a Jerusalém. Naturalmente, o Governador Tatenai ficara agitado porque a obra de reconstrução havia recomeçado com os alicerces do templo e ele perguntara oficialmente: “Quais são os nomes dos varões vigorosos que constroem este edifício?” Mas ele não usou a força militar para impedir a obra. Decidiu, antes, apresentar a questão ao Rei Dario, para ele fazer a sua decisão segundo a “lei dos medos e dos persas, que é irrevogável”. (Daniel 6:8) Por que se refreou assim o Governador Tatenai? Esdras 5:5 explica:
16. Segundo Esdras 5:5, por que agiu assim o Governador Tatenai?
16 “E o olho de seu Deus mostrou estar sobre os homens mais maduros dos judeus, e não os fizeram parar até que o relatório pudesse chegar a Dario e então se enviasse de volta um documento oficial a este respeito.”
17, 18. (a) Portanto, o que podiam os batedores angélicos anunciar quanto à situação da “terra inteira”? (b) Mas a pergunta a respeito da atitude de quem era da mais alta importância e que pergunta se fez?
17 Por conseguinte, no que se referia a um desassossego mundial por causa do que Jerusalém planejava e fazia, os batedores angélicos podiam relatar ao seu chefe, entre as murteiras, no lugar fundo junto a Jerusalém: “A terra inteira está sentada quietamente e tem sossego.” O mundo gentio ou pagão, de fato, estava sentado complacentemente, sem temores de qualquer interferência nos seus assuntos por alguma espécie de reino messiânico de Jeová Deus. Mas, que dizer do próprio Jeová dos exércitos? Qual era a sua atitude para com Jerusalém e o que ela representava? Havia então qualquer outra garantia da parte Dele, já que seu profeta Ageu deixara de falar sob inspiração? Estava também complacente, igual às nações gentias, com respeito ao bem estar de Jerusalém e o papel que tinha de desempenhar no cumprimento dos propósitos de Jeová? Os anjos do céu também se interessavam nisso e especialmente Miguel, “o grande príncipe que está de pé a favor dos filhos de teu povo [o de Daniel]”. (Daniel 12:1; 1 Pedro 1:12) Em prova disso, o profeta Zacarias viu a seguir na visão o seguinte:
18 “De modo que respondeu o anjo de Jeová e disse: ‘Ó Jeová dos exércitos, até quando não terás misericórdia com Jerusalém e com as cidades de Judá, que verberaste por estes setenta anos?’” — Zacarias 1:12.
19. Por que havia parecido a alguns que os “setenta anos” da verberação divina ainda continuavam?
19 Na idéia de alguns, segundo o que o anjo disse, parecia que a verberação de Jeová, “por estes setenta anos”, ainda continuava contra Jerusalém e as outras cidades de Judá. Isto se devia a que a reconstrução de Seu templo havia sido negligenciada durante os últimos dezessete anos. Ele ficara muito indignado com os pais deles, que sofreram o exílio por terem profanado o anterior templo construído pelo Rei Salomão. Então, no oitavo mês (chesvã) do ano 520 A.E.C., Jeová advertira os do restante judaico repatriado que evitassem sofrer a indignação divina por se tornarem iguais aos seus pais e não retornarem a Jeová com zelo pela plena adoração Dele por meio dum templo reconstruído. (Zacarias 1:1-6) À luz disso, devemos entender o brado do anjo em harmonia com o que estas coisas lhe poderiam ter indicado quanto à Jerusalém e as outras cidades da repovoada Judá.
20. Portanto, por que não se deve entender mal o clamor do anjo a respeito destes “setenta anos”, como se estes “anos” ainda continuassem?
20 Mencionar o anjo estes “setenta anos” faz lembrar os setenta anos mencionados pelo profeta Jeremias. Durante estes setenta anos, as nações de Judá e de Israel tinham de servir a dinastia dos reis de Babilônia, sendo que no fim dos setenta anos Jeová exigiria um ajuste de contas do rei de Babilônia e dos caldeus pela conduta errônea, e Ele os puniria por ela. (Jeremias 25:11-13) Portanto, queria aquele anjo de Jeová dizer que aqueles setenta anos ainda não haviam terminado ou que acabavam de terminar? Historicamente, não podia ser assim. Por que não? Porque cerca de vinte anos antes (em 539 A.E.C.), Jeová havia usado Ciro, o Grande, da Pérsia, para derrubar Babilônia como potência mundial, e, cerca de dois anos depois, em 537 A.E.C., Jeová induziu Ciro, que atuava como rei de Babilônia, a deixar os exilados judaicos sair de Babilônia e retornar a Jerusalém, para reconstruir o templo de Jeová. — Esdras 1:1 a 2:2; 2 Crônicas 36:20-23.
21. Como devia jazer a terra de Judá durante estes “setenta anos” e o que mostrava então se já passara há muito tempo este estado da terra?
21 Além disso, a terra de Judá havia de guardar um “sábado, para cumprir setenta anos”. (2 Crônicas 36:21) Como? Por jazer como “baldio desolado, sem homem nem animal, doméstico”, tendo sido “entregue na mão dos caldeus”. (Jeremias 32:43; 33:10-12) Tanto o profeta Zacarias como os anjos sabiam que estes setenta anos da desolação completa da terra de Judá e de Jerusalém, sem homem nem animal doméstico, haviam terminado no ano 537 A.E.C., quando os do restante judaico retornaram de Babilônia e reocuparam o país, relatando-se que estavam de volta, nas suas cidades, no sétimo mês (tisri) daquele ano. (Esdras 3:1, 2) Em vez de jazer ainda como baldio desolado, o país começou a produzir safras, conforme o profeta Ageu relatou dezessete anos depois. (Ageu 1:6-11; 2:16, 17) De modo que aqueles setenta anos já haviam passado há muito tempo!
22. Como indicou o profeta Daniel que os “setenta anos” não se estenderiam a 519 A.E.C., quando Zacarias obteve a sua primeira visão?
22 Se na ocasião da primeira visão de Zacarias aqueles setenta anos ainda continuavam ou acabavam de terminar, por que falaria o anjo assim, estando a par destas coisas? Visto que ele sabia que o período de tempo era definitivamente de setenta anos, por que dizia: “Ó Jeová dos exércitos, até quando?” (Zacarias 1:12) Ora, lá no primeiro ano de Dario, o Medo, depois da queda de Babilônia em 539 A.E.C., o profeta Daniel compreendeu “pelos livros o número de anos a respeito dos quais viera a haver a palavra de Jeová para Jeremias, o profeta, para se cumprirem as devastações de Jerusalém, a saber, setenta anos”. (Daniel 9:1, 2) E Daniel certamente verificou o número de anos, não dezessete longos anos antes de estarem para terminar, mas imediatamente antes do fim dos setenta anos, no primeiro ano do reinado do Rei Ciro, o Persa. De modo que o idoso profeta Daniel, que viveu pelo menos até o “terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia”, podia saber que havia calculado corretamente a duração do período de tempo. (Daniel 10:1) Portanto, aqueles “setenta anos” não se estenderam até o tempo em que Zacarias obteve a sua primeira visão, em 519 A.E.C.
23. Estes “setenta anos” eram o início de que período maior, e assim, ao perguntar: “Até quando?”, o anjo fazia que comparação?
23 Seja também lembrado que aqueles inesquecíveis setenta anos foram os primeiros setenta anos dos Tempos dos Gentios, “os tempos designados das nações”. Portanto, quando estes setenta anos terminaram em 537 A.E.C., os Tempos dos Gentios, para Jerusalém ser pisada pelas nações gentias, ainda continuavam. (Lucas 21:24) Evidentemente, pois, o anjo que clamou: “Ó Jeová dos exércitos, até quando?”, referia-se de volta àquele período anterior de setenta anos, como ilustração da verberação de Jeová contra seu povo escolhido. Ele perguntava se a verberação deles por Jeová seria renovada, por causa de sua longa negligência do templo Dele. E o anjo perguntou, assim, quanto tempo duraria ainda antes de Jeová ter misericórdia com Jerusalém e com as outras cidades de Judá. O profeta Zacarias também estava interessado em saber isso. E assim também nós!
24. Como respondeu Jeová, ao anjo indagador e como se sentiu Jeová para com Jerusalém e para com as nações gentias?
24 Deve ter dado satisfação a Zacarias ter permissão de ouvir a palestra entre Jeová dos exércitos e o anjo indagador: “E Jeová passou a responder ao anjo que falava comigo, com boas palavras, palavras consoladoras; e o anjo que falava comigo prosseguiu, dizendo-me: ‘Clama, dizendo: “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘Com grande ciúme fui ciumento de Jerusalém e de Sião. Com grande indignação estou indignado contra as nações despreocupadas; pois eu, da minha parte, indignei-me um pouco, mas elas, da sua parte, ajudaram à calamidade.””’” — Zacarias 1:13-15.
25. Por que ficara Jeová indignado com o seu povo escolhido, mas por que se indignara com as nações gentias?
25 Jeová sentiu indignação justa contra este povo escolhido, desobediente. Por isso estava obrigado a dar-lhe uma punição disciplinar. Ele usou Babilônia, os aliados e os simpatizantes dela como Seu instrumento em dar a punição. Entretanto, só se ‘indignou um pouco’. Por outro lado, as nações gentias, usadas como Seu instrumento de correção, levaram a ação disciplinar longe demais, em puro ódio ao Seu povo escolhido, e mostraram seu desprezo Dele e de Sua adoração. Perversamente, “ajudaram à calamidade” de seu povo. Em maldade, acrescentaram uma medida extra a esta calamidade. Quanto os perseguidores nos tempos modernos estão propensos a ser assim para com os adoradores de Jeová! Jeová dos exércitos podia dizer por um motivo bom e justo: “Com grande indignação estou indignado contra as nações.” Que os atuais perseguidores de mentalidade nacionalista se lembrem disso!
26. Portanto, o que propôs Jeová fazer então quanto a Jerusalém?
26 “Portanto, assim disse Jeová: ‘Certamente retornarei a Jerusalém com misericórdias. Minha própria casa será reconstruída nela’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘e estender-se-á sobre Jerusalém o próprio cordel de medir’.” — Zacarias 1:16.
27. Como provaria Jeová aos perseguidores que ele não havia abandonado permanentemente Jerusalém e como se estenderia sobre ela o cordel de medir?
27 A ação disciplinar das nações gentias contra o povo de Judá e de Jerusalém havia sido levada ao ponto de flagrante perseguição. Estas pessoas lhes haviam sido entregues completamente pelo seu Deus, devem ter pensado os perseguidores. Mas não era assim! Jeová não as havia abandonado para sempre. Estava decidido a provar isto aos perseguidores. Em símbolo disso, Jerusalém não seria deixada permanentemente desolada. Ele retornaria a ela com misericórdias, por fazê-la ser erguida do pó e dos escombros, e ser novamente povoada. Construir-se-iam casas nela e assim “estender-se-á sobre Jerusalém o próprio cordel de medir”, durante a construção de casas. Ora, até mesmo o edifício mais importante de todos seria construído nela — o próprio templo de Jeová! Que revés isto não seria para os perseguidores e seus deuses falsos!
28. A quem se manifestaria assim a escolha de Jeová e qual foi ela?
28 Havia chegado o tempo divino para a reconstrução. Nada iria agora impedi-la. Fizera-se a escolha divina de sua organização terrestre, visível. Esta escolha seria manifesta pelo favor divino, quer se ressentissem disso as nações mundanas, despreocupadas, quer não. Não se faria segredo da escolha divina. Para mostrar que se traria à atenção pública a decisão e a escolha divinas, deu-se a ordem aos ouvidos do profeta Zacarias: “Clama mais, dizendo: ‘Assim disse Jeová dos exércitos: “Minhas cidades ainda transbordarão de bondade; e Jeová ainda há de sentir lástima de Sião e realmente ainda escolherá Jerusalém.”’” — Zacarias 1:17.
29. (a) Portanto, o que reivindicava Jeová como propriedade dele e como mostraria a sua escolha neste respeito? (b) De que outro nome se chamava Jerusalém e por quê? E quem residiria ali?
29 Notemos que Jeová dos exércitos chama as cidades da província persa de Judá de “minhas cidades”. Ele as havia escolhido. Reivindicava-as como sua propriedade. Provaria que estas cidades reconstruídas eram dele por enchê-las com sua bondade. Por conseguinte, prosperariam. Cada uma destas cidades teria seu corpo de anciãos como seu governo local. Tais cidades reorganizadas não ficariam sem a sua capital terrestre. Esta cidade principal seria a escolha de Jeová. Seria aquela que havia sido a capital do povo de Jeová antes do exílio, a saber, Jerusalém, reconstruída pelo seu próprio povo. Não se tratava duma escolha democrática, nem duma escolha imperial. Tratava-se da escolha teocrática. Esta cidade escolhida pelo Teocrata celestial, Jeová dos exércitos, também se chamava Sião, porque o monte Sião havia sido o lugar do palácio do Rei Davi, ao lado do qual Davi havia armado a tenda da residência temporária da Arca do Pacto de Jeová. A reconstruída Sião ou Jerusalém seria o lugar do corpo governante provincial. Por isso residiu ali o Governador Zorobabel.
30. Como e quando foi que Jeová ‘sentiu lástima de Sião’?
30 Por causa da persistente desobediência de seus habitantes, Jeová havia decretado que Sião ou Jerusalém fosse destruída pelos babilônios e que jazesse desolada por setenta anos. No seu tempo devido, Jeová sentiu lástima da Sião desolada. Não que tivesse feito algo de errado ou cometido um engano ao fazer com que Sião fosse destruída, mas a sua vontade havia sido cumprida e seu objetivo alcançado, e ele se havia vindicado. Agora, sua indignação podia cessar e ele podia consolar-se. Podia agora ter pena do alvo de sua indignação e sentir-se livre para mostrar piedade para com este e consolá-lo. Assim, sem ter de admitir algum engano, Jeová teve lástima de Sião no fim dos setenta anos de desolação. Sem ter de desfazer qualquer ação errônea da sua parte e sem ter de fazer reparações por quaisquer danos injustificados que tivesse causado, Jeová, misericordiosamente, trouxe seu povo exilado de volta e o fez reconstruir Sião. Havia passado o tempo de destruição; chegara o tempo de construção! Que demonstração de piedade divina!
31. (a) Que nação havia clamado para que Jerusalém fosse arrasada, e em que crença? (b) Quando era o tempo de se proclamar a escolha de Jeová quanto à cidade?
31 Na ocasião em que Sião ou Jerusalém foi arrasada, no ano 607 A.E.C., os edomitas inimigos haviam incitado os conquistadores babilônios por dizer: “Exponde-a! Exponde-a até o alicerce dentro dela!” (Salmo 137:7) Os inimigos exultantes pensavam que o Deus dela, Jeová, tivesse rejeitado a cidade para sempre e que, iguais a eles, nunca mais escolheria Jerusalém. Mas Jeová não se podia esquecer de suas profecias clementes a respeito de Jerusalém, nem podia negá-las. Em fidelidade, ele ‘realmente escolheu Jerusalém’, e esta escolha ainda vigorava anos depois, em 519 A.E.C., por ocasião da primeira visão de Zacarias. Não só Jerusalém foi construída novamente pelo seu próprio povo, mas lançaram-se também os alicerces de seu templo e já se começara a trabalhar na superestrutura dele. Terminada plenamente a construção do templo, Jeová colocaria ali o seu próprio nome, sua presença estaria ali por seu espírito e se recomeçaria sua plena adoração. Isto provaria a todas as nações que Jeová havia escolhido Jerusalém. Portanto, em 519 A.E.C., era tempo de proclamar sua escolha!
32. Por que não podemos olhar para a Jerusalém moderna para ver hoje o cumprimento de Zacarias 1:17?
32 Aconteceu algo similar nestes tempos modernos? Certamente não com respeito à moderna Jerusalém, pela qual os árabes e os israelenses combateram tanto em 1948 como em 1967. Os judeus ortodoxos fazem lamentos ou recitam orações ao pé da Muralha Ocidental (Kótel Ma ‘arabí), ao passo que na plataforma, cerca de dezoito metros acima deles, os muçulmanos cultuam no Zimbório da Rocha e na mesquita el-Aksa. Ao sul disso, o bíblico monte Sião jaz desolado fora dos muros atuais da cidade. Com todo o devido respeito pelos fatos da situação, Jeová não escolheu esta Jerusalém terrestre como lugar para seu nome e sua adoração. Precisamos procurar em outra parte o cumprimento moderno de Zacarias 1:17.
33. (a) O que corresponde hoje a Zorobabel governar sobre a antiga Jerusalém? (b) Que dizer daqueles sobre os quais este governa?
33 Hoje não se faz na terra nenhuma construção dum templo por Zorobabel, como governador de Jerusalém. Mas há o Zorobabel Maior, a saber, o Senhor Jesus Cristo, glorificado nos céus. Ele governa em nome de Jeová no que Hebreus 12:22 chama de “Monte Sião e . . . cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”. No fim dos Tempos dos Gentios, em 1914, ele foi empossado ali como Rei reinante e governa sobre os que são seus verdadeiros discípulos fiéis na terra. Tais discípulos de modo algum fazem parte da cristandade, pois esta se constitui de centenas de seitas religiosas em conflito e adere às Nações Unidas como preservadoras da paz e segurança mundiais, tendo as mãos cheias de derramamento de sangue, por causa das guerras não cristãs deste mundo. O Zorobabel Maior, celestial, governa sobre os que adoram o mesmo Deus que ele, a saber, Jeová dos exércitos. Estes adoradores têm também a obrigação de ser testemunhas cristãs deste Deus, Jeová. (Isaías 43:10-12; 44:8) São os identificados com a “Jerusalém celestial”, sede do governo do Zorobabel Maior.
34. Durante a Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918, por que parecia como se Jeová tivesse abandonado sua Sião ou Jerusalém espiritual?
34 Por causa de todas estas relações bíblicas, estas testemunhas cristãs de Jeová, na terra, representam o Monte Sião de cima e a “Jerusalém celestial”. O que lhes tem acontecido é como se tivesse acontecido à Sião ou Jerusalém figurativa. No tumulto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foram perseguidas pelos chamados cristãos da cristandade por procurarem apegar-se ao Reino do Zorobabel Maior, Jesus Cristo. Seu testemunho público a respeito do reino messiânico de Jeová sofreu obstruções e ficou reduzido ao mínimo. Não se combatiam uns aos outros com armas carnais por lutarem nos lados opostos da cristandade enlouquecida pela guerra, mas a sua cooperação internacional mútua, foi interrompida pelos inimigos, quando estes desfizeram sua organização internacional. Por causa da aflição mundial que sofriam, era como se Jeová, seu Deus, tivesse abandonado a Sião ou Jerusalém espiritual.
35. No começo do período do após-guerra, entre que grupos escolheu Jeová quanto a quem devia representar a sua Sião ou Jerusalém espiritual?
35 De repente, acabou a Primeira Guerra Mundial, por meio dum armistício, em novembro de 1918. Começou o período do após-guerra. Podiam-se recomeçar as atividades do tempo de paz. Em dezembro daquele ano, os religiosos fanáticos da cristandade começaram a tomar sua posição a favor duma organização internacional em prol de paz e segurança mundiais. Isto se tornou notoriamente público pela declaração do Conselho Federal das Igrejas de Cristo na América, de que a proposta Liga das Nações era “a expressão política do reino de Deus na terra”. Isto apesar de todas as nações da proposta Liga estarem manchadas com o sangue dos milhões de mortos na guerra. Estava certo o Conselho Federal na sua declaração altissonante, tão piamente religiosa na sua fraseologia? Certamente era tempo de Jeová dos exércitos expressar-se. A quem escolheria ele como seus representantes da Sião ou Jerusalém espiritual? A cristandade com seus perseguidores manchados de sangue ou os aderentes perseguidos do reino do Zorobabel Maior, Jesus Cristo? A quem organizaria ele como Suas testemunhas?
36. Que perguntas fazemos hoje para provar se a cristandade era ou não a escolha de Jeová como sua organização, logo após a Primeira Guerra Mundial?
36 É a atual desorganização e deterioração religiosa da cristandade prova superabundante de que lá, no ano de após-guerra de 1919, ela era a escolha de Jeová dos exércitos? Provam os fatos da atualidade, além de qualquer refutação, que Ele encheu-lhe as “cidades” com Sua bondade até transbordar? Ergue-se seu templo espiritual reconstruído dentro dela, como casa de adoração, quer dizer, adora ela a Jeová Deus, no seu templo espiritual, por meio de suas centenas de seitas religiosas? Quem se apresentará como testemunhas da cristandade para responder com um inequívoco sim? Na ausência de tais testemunhas, procuraremos em outra parte.
37. Com respeito a uma mudança de situação, o que atrai nossa atenção à direção certa quanto à escolha de Jeová?
37 Onde? Não é só o nome que atrai nossa atenção à escolha bem evidente de Jeová. O que atrai a atenção aos escolhidos é como se organizaram para Seu serviço no após-guerra e o que tanto têm proclamado como representado intransigentemente no cenário do mundo. Também aquilo que têm feito! Sim, também as “misericórdias” com que Jeová dos exércitos ‘retornou’ a eles. Podemos apreciar isto ao considerar o estado espiritual do qual saíram no período de após-guerra. Surgiram dum estado de aparente repúdio e rejeição por Deus. Sim, surgiram do estado de perseguidos, quase até a morte, pela cristandade, que os perseguiu não só durante a Primeira Guerra Mundial, mas também durante a Segunda Guerra Mundial, e também no intervalo entre estes banhos de sangue do mundo, tudo num esforço de desfazer sua organização religiosa e acabar com eles permanentemente como problema religioso irritante. Então, quem é tal alvo de perseguição e hostilidade religiosas, mas também das “misericórdias” divinas?
38. Quem mostrou ser na terra a escolha de Jeová no período do após-guerra e por meio de que particularidades identificadoras?
38 São identificados pelos fatos históricos desde a Primeira Guerra Mundial de 1914-1918. Seu papel no cenário internacional os destaca hoje em grande relevo. São as testemunhas cristãs que levam o nome do Deus a quem adoram e servem, Jeová. Dum estado religioso danificado, em que se encontrou no ano de após-guerra de 1919, este grupo internacionalmente desprezado, este restante dos cristãos dedicados, batizados e ungidos pelo espírito, apresentou-se no cenário mundial de ação para o serviço de Jeová. Quando o mundo político, religioso, militar e social adotou a Liga das Nações, os deste restante ungido mantiveram-se firmes a favor do reino messiânico de Jeová como única esperança para toda a humanidade e passaram a pregar “estas boas novas do reino” como nunca antes na sua carreira terrestre. Sua pregação destas “boas novas” já tem provado até agora ser exatamente assim como Jesus Cristo predisse em Mateus 24:14: “em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações”. Sim, em 165 idiomas!
39. (a) Esta façanha se devia a que Jeová retornara aonde e com quê? (b) A que se chegaram estes e onde prestam serviço sagrado, sendo agora acompanhados por quem?
39 Esta façanha notável, nos anais do mundo, não foi realizada só pela sua própria força humana, capacidade, inventividade, coragem e fortaleza. Deve-se principalmente a que Jeová dos exércitos os escolheu para o serviço e testemunho predito. Isto se deu não só porque estavam inteiramente dedicados a ele, como discípulos de Jesus Cristo, mas porque teve misericórdia com eles mediante Jesus Cristo, e ‘retornara’ a eles com “misericórdias”. Por seguirem fielmente as pisadas de Cristo, chegam-se “a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”. Com maior entendimento e discernimento do que antes, reconhecem o templo espiritual de Jeová e o adoram ali, prestando-lhe serviço como subsacerdotes espirituais debaixo de seu Sumo Sacerdote celestial, Jesus Cristo. Nesta sua adoração ali junta-se a eles agora uma inúmera “grande multidão” de pessoas pacíficas, semelhantes a ovelhas, de todas as nações, povos, tribos e línguas. Exatamente como foi predito! (Revelação 7:9-17) Encontram-se em 208 países e grupos de ilhas.
40. (a) Por que pode Jeová chamar estas congregações de “minhas cidades” e como estão elas organizadas? (b) De que modo ‘transbordam de bondade’ estas “cidades”?
40 Não possuem comunidades políticas, tais como cidades. Estas “cidades” figurativas são congregações religiosas de discípulos dedicados e batizados de Jesus Cristo, o Zorobabel Maior. (Mateus 28:19, 20) Estão organizadas segundo a regra teocrática delineada nas inspiradas Escrituras Sagradas, e, assim como as cidades do antigo Israel, cada uma destas congregações tem um presbitério local ou um “corpo de anciãos”. Há também “servos ministeriais” (diákonoi), para ajudar a cada corpo de anciãos. (1 Timóteo 3:1-13; 4:14, ed. ingl. 1971; Tito 1:5-9; Filipenses 1:1; 1 Pedro 5:1-4) Jeová pode apropriadamente chamar estas congregações cristãs de “minhas cidades”, porque é realmente ele o responsável pela sua organização e pelo seu crescimento, e estão dedicadas a ele sem reservas, mediante Jesus Cristo. Uma investigação destas “cidades” figurativas de Jeová revela que ‘transbordam com a bondade’ dele, em sentido espiritual. A julgar-se por toda a evidência acumulada, Jeová dos exércitos as escolheu como representantes de sua Jerusalém celestial. Louvado seja Ele, por ter tido a profecia de Zacarias 1:16, 17, tal cumprimento!
A SEGUNDA VISÃO
41. (a) O que se deve dizer quanto a se o que já sobreveio aos perseguidores ser o fim do assunto? b) A respeito de que perguntou Zacarias na sua segunda visão em 24 de sebate?
41 Que dizer, porém, dos perseguidores e dos pretensos destruidores dos adoradores dedicados de Jeová dos exércitos? Ao examinarmos a atual situação do mundo, podemos observar o que já lhes sobreveio. Mas o atual estado dos perseguidores não é o fim da questão. Com o objetivo de ilustrar o que lhes acontecerá finalmente, o profeta Zacarias recebeu outra visão logo depois da primeira, naquele mesmo dia 24 do décimo primeiro mês (sebate) de 519 A.E.C., no segundo ano do reinado do Rei Dario I, da Pérsia. O Império Medo-Persa era a Quarta Potência Mundial na história bíblica, e esta segunda visão devia ter sido de interesse para ele. O observador Zacarias nos conta: “E passei a levantar os olhos e a ver; e eis que havia quatro chifres. De modo que eu disse ao anjo que falava comigo: ‘Que são estes?’ Por sua vez, ele me disse: ‘Estes são os chifres que dispersaram Judá, Israel e Jerusalém.’” — Zacarias 1:18, 19.
42. O que simbolizavam aqueles “chifres” e o que significa serem quatro em número?
42 O profeta Zacarias sabia que, nas inspiradas Escrituras Hebraicas, o chifre é usado para simbolizar poder governamental duma nação ou dum império. Estes quatro chifres simbólicos não representariam necessariamente quatro nações ou impérios individuais, que até então tivessem disperso os povos de Judá, de Israel e de Jerusalém, arruinando as suas cidades. Nas Escrituras, o número quatro tem significado simbólico. Por exemplo, usando-se quatro com respeito aos ventos, os quatro ventos dos céus referem-se a todas as partes ou quadrantes do céu. Ou os quatro ventos poderiam simplesmente referir-se a todas as direções da terra. (Ezequiel 37:9; Daniel 7:2) As quatro rodas pertencentes ao carro celeste de Jeová, conforme visto pelo profeta Ezequiel, sugerem uma base bem equilibrada em que o carro divino andava. (Ezequiel 1:15, 21) Concordemente, quatro chifres podiam significar todos os poderes governamentais relacionados ou envolvidos, e não apenas literalmente quatro deles, agindo de todas as direções e não deixando desequilíbrio, pela omissão de qualquer canto.
43. Portanto, além do Egito, da Assíria e de Babilônia, que outras potências políticas estariam incluídas sob o símbolo daqueles “quatro chifres”?
43 De modo que não só o Egito, a Assíria e a Babilônia, como potências mundiais, haviam estado envolvidos na dispersão de Judá, de Israel e de Jerusalém, mas também outros, tais como a nação de Edom e outros aliados e colaboradores nacionais em tal ação iníqua contra o povo escolhido de Jeová. Todos estes eram perseguidores. Tais organizações políticas usaram seu poder, especialmente seu poder militar de modo malvado e violento contra o povo escolhido de Jeová. — Zacarias 1:15.
44. Por que se indignou Jeová com grande indignação contra as nações gentias que estavam despreocupadas?
44 Estas potências políticas, pagãs, tinham todas ido além daquilo que Jeová dos exércitos queria para disciplinar seu povo desobediente e indiferente. Usaram a liberdade de movimento que receberam só para expressar sua malevolência, seu ressentimento, sua inveja e seu rancor contra Judá, Israel e Jerusalém. Por este motivo, Jeová dos exércitos disse ao anjo, aos ouvidos de Zacarias: “Com grande indignação estou indignado contra as nações despreocupadas.” (Zacarias 1:15) Como se propôs Jeová expressar a sua grande indignação contra estas nações, que estavam despreocupadas por terem satisfeito seu sentimento de vingança ou de maldade contra o povo Dele? Ele revelou isto na parte adicional da segunda visão apresentada aos olhos de Zacarias: Ele disse:
45. O que mostrou Jeová na visão a Zacarias como seus instrumentos para expressar sua indignação contra as nações despreocupadas?
45 “Além disso, Jeová mostrou-me quatro artífices. Então eu disse: ‘Que vieram fazer estes?’ E ele prosseguiu, dizendo: ‘Estes são os chifres que dispersaram Judá a tal ponto que absolutamente ninguém levantou a sua cabeça; e estes outros virão para fazê-los tremer, a fim de arremessar para baixo os chifres das nações que levantam um chifre contra a terra de Judá para dispersá-la.’” — Zacarias 1:20, 21, NM; ALA; CBC.
46. (a) Por que havia quatro de tais “artífices”, e, apesar de sua profissão, qual era a sua missão? (b) Quem os enviou e o que significava isso para os perseguidores?
46 Serem estes artífices ou artesãos quatro em número contrabalançava os quatro chifres. Seu número teria o mesmo significado que o dos quatro chifres. Representariam todos os “artífices” envolvidos na questão e organizados de modo equilibrado e plenamente adequado. Sendo artífices ou artesãos, não eram destruidores. Antes, eram principalmente construtores. Mas podiam ser usados numa operação de destruição e podiam usar suas ferramentas para esse fim. Esta era a sua missão na visão. Mas, de quem eram estes artífices ou quem os enviou? Evidentemente Jeová dos exércitos, porque vieram para destruir o poder dos quatro chifres que haviam disperso o povo de Jeová, Judá, Israel e Jerusalém. Para isso usaram, sem dúvida, os martelos de seu ofício. Portanto, ai daqueles “chifres” perseguidores! Executar-se-ia o julgamento divino contra estes perseguidores.
OS PERSEGUIDORES RECEBEM ATENÇÃO DIVINA
47. Como se devia encarar depois aquilo que aconteceu às nações perseguidoras — como acontecimento mundial natural ou como quê?
47 A grande indignação de Jeová não deixou de abater-se sobre as nações perseguidoras. A história antiga mostra que as nações que malevolamente maltrataram o povo escolhido de Jeová, na antiguidade, não passaram bem depois disso; sofreram calamidade. Onde estão hoje? Este resultado calamitoso não era apenas o curso natural dos assuntos do mundo, sem intenção que se sobrepusesse a ele. Era o resultado da indignação divina contra elas. Não devemos desperceber hoje a lição disso.
48. (a) De quem se tornou Roma perseguidora no primeiro século E. C. e como continuou ela como tal? (b) De que parte da cristandade é ela hoje a cabeça?
48 No primeiro século de nossa Era Comum, veio à existência o Israel espiritual, sob a liderança do Messias enviado por Deus, Jesus, de Belém-Judá. A nação do Israel natural, circunciso, foi assim deslocada. Assim como Ismael foi deslocado por Isaque, verdadeiro herdeiro de Abraão, e tornou-se perseguidor de Isaque, assim o Israel natural perseguiu os discípulos de Cristo que compunham o Israel espiritual. O Israel natural passou mal por causa disso, destruindo-se sua cidade santa de Jerusalém no ano 70 E.C. e dispersando-se os sobreviventes da província de Judá, na maior parte sendo levados cativos. (Gálatas 4:21-31; 1 Tessalonicenses 2:14-16; Gênesis 21:1-14) Depois do incêndio de Roma, no ano 64 E.C., Roma passou a perseguir o Israel espiritual, cristão. Continuou esta perseguição, não só como senhora do Império Romano, pagão, mas como senhora religiosa do Santo Império Romano. Este Santo Império Romano deixou de existir nos dias de Napoleão Bonaparte, na primeira parte do século dezenove. Contudo, Roma continua como cabeça da parte maior, mais forte e mais populosa da cristandade religiosa. Mas, nesta qualidade, Roma foi posta a ‘tremer’.
49. Quem sucedeu a Roma como Potência Mundial perseguidora, e por meio de quem e quando foi isto predito?
49 No século dezoito, Roma, como Sexta Potência Mundial da história bíblica, teve de ceder ao Império Britânico, a Sétima e Maior Potência Mundial da profecia bíblica. Sua história revela que também tem sido culpada de perseguir e dispersar o Israel espiritual de Jeová dos exércitos. Nisto participaram também os Estados Unidos da América, mais tarde integrados na Sétima Potência Mundial para formar uma Potência Mundial Anglo-Americana, dupla. Esta perseguição foi feita notoriamente contra os do restante do Israel espiritual durante a Primeira Guerra Mundial, sim, e num grau ainda maior durante a Segunda Guerra Mundial. Isto fora vividamente predito em símbolos proféticos ao profeta exilado Daniel, “no terceiro ano do reinado de Belsazar, o rei”, quer dizer, antes da queda da antiga Babilônia e assim mais de vinte anos antes da visão de Zacarias a respeito dos quatro chifres e dos quatro artífices. (Daniel 8:1, 9-12, 23-26) De modo que Jeová sabia que haveria necessidade de seus “artífices” simbólicos “arremessar para baixo os chifres das nações”, mais de 2.490 anos depois da visão de Zacarias.
50. Além da Sétima Potência Mundial, que outros “chifres” se empenharam em perseguir os israelitas espirituais em tempos recentes?
50 Nos tempos modernos, não foi só a potência mundial dupla anglo-americana, de dois chifres, que participou na dispersão do Israel espiritual, por perseguições e opressões, mas também outros “chifres” simbólicos, modernos. Um dos casos mais atrozes disso, em tempos recentes, foram os maus tratos sadistas sofridos pelas testemunhas cristãs de Jeová no Terceiro Reich alemão, sob o Feuhrer nazista Adolf Hitler, de 1933 a 1945 E.C. As outras Potências do Eixo juntaram-se a ele nesta opressão malévola dos israelitas espirituais e de seus companheiros dedicados. Desde então, mesmo outros “chifres” políticos, que constituem um composto “rei do norte”, têm dado marradas, ferido e ameaçado os adoradores fiéis de Jeová.
51. Quando e por meio de quem se predisse a perseguição por parte do “rei do norte’, e, por isso, o que cogitava Jeová quanto à perseguição?
51 “No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia”, após a queda de Babilônia, o anjo de Jeová predisse ao profeta Daniel que tal perseguição seria infligida às testemunhas cristãs de Jeová pelo simbólico “rei do norte” dos nossos tempos. (Daniel 10:1, 18-21; 11:29-36, 44, 45) Isto torna evidente que Jeová não pensava apenas nos “chifres” que haviam perseguido seu povo típico no passado, mas também nos “chifres” que perseguiriam seu povo antitípico no futuro, nos nossos tempos modernos.
52. Jeová usou assim o caso passado de seu povo típico como advertência para quem hoje em dia e como foi isto indicado na visão de João, em Revelação 7:1-3?
52 Jeová usou assim um caso passado de perseguição de seu povo típico para advertir de antemão as nações modernas, que ‘levantam um chifre” contra o domínio espiritual, legítimo, de seus adoradores fiéis. Ele usaria seus “artífices” simbólicos contra todas estas nações. Sendo quatro os “artífices” da visão, faz-nos lembrar o que o apóstolo cristão João viu numa visão perto do fim do primeiro século E. C. Ele conta isso, dizendo: “Depois disso vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, segurando firmemente os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, ou sobre o mar, ou sobre qualquer árvore. E eu vi outro anjo ascender desde o nascente do sol, tendo um selo do Deus vivente; e ele gritou com voz alta para os quatro anjos aos quais se concedera fazer dano à terra e ao mar, dizendo: ‘Não façais dano nem à terra, nem ao mar, nem às árvores, até depois de termos selado os escravos de nosso Deus nas suas testas.’” — Revelação 7:1-3.
53. Em que resultará a soltura dos “quatro ventos” com respeito aos “quatro chifres”, mas o que fortalece os adoradores perseguidos de Jeová para suportarem?
53 A soltura dos quatro ventos resultará num vendaval mundial que causará danos a todas as nações da terra e destruirá os “chifres” simbólicos que se levantaram contra os israelitas espirituais, selados com o “selo do Deus vivente”. Isto produzirá o mesmo resultado que o retratado pelos “quatro artífices”, em martelarem e esmagarem os “quatro chifres” simbólicos de todas as nações. Em nítido contraste com todas as “misericórdias” com que Jeová retorna aos seus adoradores perseguidos, virá a execução de seus julgamentos impiedosos contra os perseguidores deles. Termos plena confiança na garantia divina disso fortalecerá a todos os perseguidos a perseverar até o fim.