Capítulo 6
Convocação de uma nação para retornar a Jeová
1. Por quanto tempo profetizara Ageu sozinho até então e a que incitara Jeová os judeus?
PASSARAM-SE pelo menos dez dias desde que o profeta Ageu proferiu a sua segunda profecia em Jerusalém, no dia 21 do sétimo mês lunar (tisri) do ano 520 A. E. C. Ainda era o segundo ano do reinado do Rei Dario I do Império Persa. Um restante fiel de adoradores de Jeová Deus, que havia voltado em 537 A.E.C. do exílio dos judeus em Babilônia já estava de volta na sua pátria por dezessete anos. Ainda vigorava a proscrição imposta por um rei anterior do Império Persa contra a reconstrução do templo de Jeová em Jerusalém. A reconstrução do templo não havia passado além do lançamento de seu alicerce no ano 536 A. E. C. Daí, sem esperar que a proscrição oficial dum mero homem contra a reconstrução de Sua casa de adoração fosse anulada, Jeová Deus havia suscitado seu profeta Ageu para incitar os judeus repatriados a recomeçar sua construção do templo. Isto se dera no primeiro dia do sexto mês lunar (elul). Durante dois meses lunares, Ageu continuara sozinho como único profeta que exortava à obra de reconstrução.
2. O que forneceu Jeová então para fortalecer adicionalmente a fé e a coragem dos construtores do templo?
2 Embora a profecia de Ageu já devia ter bastado e de fato estimulou os judeus a alguma ação, ainda assim seria fortalecedor para a fé e a coragem dos judeus se tivessem uma segunda testemunha de Jeová para atestar que o tempo de Jeová para a reconstrução de seu templo em Jerusalém ser recomeçada era nesta ocasião, sem demora. Jeová, em consideração, suscitou um segundo profeta na época crítica, um homem chamado Zacarias. Lemos a respeito da proscrição da construção do templo e como e por que foi desafiada pelos construtores do templo, no tempo devido, o seguinte registro:
3. O que disse Esdras a respeito de como se fez vigorar a proscrição da construção e como foi desafiada pelos judeus no tempo devido?
3 “Então, depois de se ter lido a cópia do documento oficial de Artaxerxes, o rei, perante Reum e Sinsai, o escrevente, e seus confrades, eles foram apressadamente a Jerusalém, aos judeus, e os fizeram parar pela força da armas. Foi então que parou a obra na casa de Deus, que estava em Jerusalém; e continuou parada até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia. E Ageu, o profeta, e Zacarias, neto de Ido, o profeta, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém em nome do Deus de Israel que estava sobre eles. Foi então que se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jeozadaque, e principiaram a reconstruir a casa de Deus, que estava em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de Deus para auxiliá-los.” — Esdras 4:23 a 5:2.
4. Quando começou Zacarias a profetizar?
4 Quando foi, naquele segundo ano do Rei Dario I (520 A.E.C.) que Zacarias, neto de Ido, começou a profetizar? O próprio livro de profecia de Zacarias nos informa disso nas suas palavras iniciais, dizendo: “No oitavo mês, no segundo ano de Dario, veio a haver a palavra de Jeová para Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, o profeta.” — Zacarias 1:1.
5. (a) Em que dia talvez tenha Zacarias começado a profetizar? (b) O que mostra que é importante que examinemos seu livro hoje?
5 O oitavo mês lunar, de vinte e nove dias, chamava-se chesvã e era um mês outonal. A profecia não indica o dia do mês. Evidentemente foi no primeiro dia de chesvã, dia da lua nova, quando muitos judeus estavam celebrando em Jerusalém. Neste caso, teria sido exatamente dois meses depois de Ageu ter começado a profetizar. A tradução inglesa de S. Byington reza aqui: “Na oitava lua nova, no ano dois de Dario, veio a palavra de Jeová ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido.” (Zacarias 1:1) Pouco sabia Zacarias então que seu livro de profecia seria tão importante que, centenas de anos depois, escritores cristãos inspirados o citariam para provar que o esperado Messias, o Cristo ou Ungido já viera e já cumprira a primeira parte de sua missão a favor de toda a humanidade. (Mateus 21:5; 26:15, 28, 31; 27:9; Marcos 14:24, 27; Lucas 22:20; João 12:15; 19:37; Revelação 11:2, 4) Isto não só prova que o livro de Zacarias é um livro inspirado de verdadeira profecia, mas também que é importante para nós hoje o examinarmos para procurar cumprimentos modernos.
6. As declarações de quem foi Zacarias mandado proclamar, e o que mostra que é importante estarmos lembrados agora do livro de Zacarias, ao nos aproximarmos do Har-Magedon?
6 Desde o início, diz-se que as declarações de Deus, que Zacarias foi mandado proclamar, são as expressões de “Jeová dos exércitos”, uma frase muito significativa. Foi também muito apropriada para o tempo e para a situação existente. Esta expressão vigorosa é usada cinqüenta e duas (52) vezes nos quatorze capítulos da profecia de Zacarias. O capítulo final, versículo três, mostra que não se trata duma intitulação vã de Deus, porque prediz o seguinte: “Jeová há de sair e guerrear contra essas nações como no dia em que guerreia, no dia da peleja.” (Zacarias 14:3) É muito importante estar lembrado desta profecia, nestes dias em que o último livro da Bíblia Sagrada tem cumprimento quanto à marcha de todas as nações para o Har-Magedon, para a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso” (Revelação 16:14, 16) Este é o mesmo Deus que o Jeová dos exércitos adorado nos dias do Sumo Sacerdote Eli, do profeta Samuel, e do rapaz pastor Davi, que saiu “com o nome de Jeová dos exércitos”, para combater o fortemente armado gigante filisteu Golias e matá-lo com uma pedra perfeitamente atirada com a sua funda. — 1 Samuel 1:3-4:4; 17:45.
A PROFECIA INICIAL DE ZACARIAS
7. Segundo Zacarias 1:2, contra quem ficou Jeová muito indignado, e por quê?
7 A mensagem inicial de Jeová dos exércitos por meio de seu novo profeta Zacarias foi dirigida aos judeus repatriados, “dizendo: ‘Jeová ficou indignado com os vossos pais — muitissimamente.”’ (Zacarias 1:1, 2) Estes “pais” eram os pais e avós deles, que haviam sido levados ao exílio em Babilônia, nos anos 617 e 607 A.E.C. Jeová dos exércitos ficara muito indignado com eles porque haviam profanado e poluído seu santo templo em Jerusalém e haviam violado seu pacto nacional com Ele, formando alianças políticas com nações pagãs, mundanas. A sua indignação se acendeu a tal grau, que finalmente deixou que Jerusalém e seu templo fossem destruídos, e que toda a terra de Judá ficasse desolada, sem homem, nem animal doméstico, por setenta anos. A causa disso era que os judeus haviam abandonado a adoração pura e imaculada de Jeová dos exércitos. Este fato sério devia ser lembrado aos judeus libertos do exílio em Babilônia para retornar a Jerusalém, a fim de reconstruir ali o templo de Jeová.
8. O que se mandou que Zacarias dissesse que os judeus deviam fazer para com Deus?
8 A estes judeus, já de volta na sua pátria por dezessete anos, passou a dizer a mensagem dada a Zacarias: “E tens de dizer-lhes: ‘Assim disse Jeová dos exércitos: “‘Retornai a mim’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘e eu retornarei a vós’, disse Jeová dos exércitos.”’” — Zacarias 1:3.
‘RETORNAR’ EM QUE SENTIDO E COM QUE RESULTADO?
9. Em que sentido deviam aqueles judeus restabelecidos ‘retornar’ a Jeová dos exércitos, e por quê?
9 Em que sentido queria Jeová que estes judeus restabelecidos ‘retornassem’ a Ele? Não lhes falara Ageu, o profeta, já com alguma ação resultante? Sim! E o relato diz, depois da primeira profecia de Ageu: “E Jeová passou a despertar o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jeozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito de todos os remanescentes do povo; e começaram a entrar e a fazer a obra na casa de Jeová dos exércitos, seu Deus. Isso foi no vigésimo quarto dia do sexto mês no segundo ano de Dario, o rei.” (Ageu 1:14, 15) Mas, no mais de um mês que passou desde então, talvez tivesse havido um afrouxamento nos seus esforços e talvez alguma indiferença da parte de alguns. Isto tornaria muito apropriado que houvesse outra exortação estimulante, por outro profeta, em confirmação.
10. Como deviam aqueles judeus ‘retornar’ a seu Deus, e qual seria a evidência de seu pleno retorno?
10 A nação inteira precisava retornar a Jeová dos exércitos com um só coração e uma só alma, e fazer isso sem temer os inimigos. O retorno se devia dar na forma de empreenderem novamente a adoração destemida, de todo o coração, do único Deus vivente e verdadeiro. No caso deles, lá naquele tempo, significava fazerem uma expressão visível de seu retorno ao seu Deus por reconstruir completamente o templo dele. Este fora o objetivo principal de sua volta à sua pátria. (Esdras 1:1 a 4:3) Construir suas próprias casas e cuidar de sua lavoura e de outros interesses materiais eram de importância secundária. Apenas por terem seu templo completo na cidade em que Deus colocara seu nome podiam aqueles judeus restabelecidos cumprir plenamente sua adoração dele, segundo as leis que lhes deu por meio do profeta Moisés. (Ageu 1:3-9) Portanto, havia muita coisa a que retornar, para que estes judeus adorassem seu Deus em completa obediência às Suas leis e aos Seus arranjos.
11. Por retornarem a ele, como ‘retornaria’ Jeová a eles?
11 E o que aconteceria se ‘retornassem’ assim em adoração de toda a alma? “‘Eu retornarei a vós’, disse Jeová dos exércitos.” Seu retorno a eles significaria o pleno restabelecimento de seu favor para com eles. Ele aniquilaria a oposição dos inimigos à sua reconstrução de sua casa central da adoração divina. Anularia para eles os reveses que haviam sofrido na sua prosperidade material, desde que deixaram de trabalhar na restauração do templo. Ele os abençoaria com boas coisas materiais, bem como com indizíveis bênçãos espirituais. — Zacarias 8:9-15.
12. Portanto, em que obra se devia unir a nação inteira para obter o favor divino?
12 Mobilização total da nação! Havia chegado o tempo para tal coisa — sob a direção de Jeová e com o encorajamento de seus profetas. Todos os judeus restabelecidos deviam empenhar-se na sua obra mais importante e terminar a casa de adoração de Jeová em todas as suas partes. Isto daria fama a Jeová, e só então poderiam o sumo sacerdote, os subsacerdotes e todos os levitas da nação cumprir seus deveres e serviços prescritos para o benefício espiritual de toda a nação e de todos os prosélitos fiéis vindos de todas as nações. Mas, sem o templo terminado, os judeus de perto e de longe não poderiam celebrar corretamente suas três festividades anuais, nem o seu Dia de Expiação anual. Tampouco os netineus, os “ajuntadores de lenha e tiradores de água”, poderiam contribuir plenamente seus serviços ao templo. (Josué 9:23; Esdras 2:43-58) Portanto, havia ali uma obra em que toda a nação se devia unir, para obter a bênção divina.
13. O resultado do proceder dos seus pais devia ter servido de que para os judeus restabelecidos, e, por isso, o que se trouxe à atenção deles?
13 O proceder de seus pais e o resultado disso deviam ter servido como exemplo de aviso para os judeus restabelecidos, nesta época crítica. Foi por isso que Jeová, falando por intermédio do profeta Zacarias, continuou a dizer-lhes: “‘Não vos torneis como os vossos pais aos quais clamaram os profetas anteriores, dizendo: “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘Por favor, recuai dos vossos maus caminhos e das vossas más ações.”” ‘Mas não escutaram e não prestaram atenção a mim’, é a pronunciação de Jeová. ‘Quanto aos vossos pais, onde é que estão? E quanto aos profetas, continuaram a viver por tempo indefinido? No entanto, no que se refere às minhas palavras e aos meus regulamentos que ordenei aos meus servos, os profetas, não alcançaram eles os vossos pais? Então retornaram e disseram: “Segundo aquilo que Jeová dos exércitos intentou fazer a nós, conforme os nossos caminhos e conforme as nossas ações, assim ele nos fez.”’” — Zacarias 1:4-6.
14. (a) Se os judeus restabelecidos seguissem o proceder de seus pais, o que poderiam esperar? (b) Por que lhes perguntou Jeová sobre a condição de seus pais, e era a condição similar dos profetas anteriores um motivo para não se escutar Ageu e Zacarias?
14 De acordo com esta advertência, se os judeus restabelecidos se tornassem semelhantes aos seus pais, que foram levados ao exílio em Babilônia, poderiam certamente sofrer o desagrado de Jeová. O motivo de ele lhes perguntar onde estavam os pais deles era que seus pais não mais viviam, por causa do desagrado divino. Haviam-se negado a abandonar seus caminhos e tratos maus e a retornar em arrependimento a seu Deus. No entanto, os judeus restabelecidos podiam suscitar a pergunta: ‘Que dizer dos profetas semelhantes a Jeremias, que profetizaram especificamente sobre a destruição de Jerusalém e a desolação da terra de Judá? “Continuaram a viver?” Não estão mortos assim como nossos pais desobedientes?’ Embora a resposta a isso fosse sim, contudo, isto não era motivo válido para os judeus restabelecidos não darem atenção aos profetas Ageu e Zacarias, que Jeová então suscitou naquele ano de 520 A.E.C.
15. (a) Em vez de ser a mortalidade daqueles profetas anteriores, qual era o fator importante, decisivo, com relação a eles? (b) Portanto, em que resultaria certamente imitarem eles o proceder de seus pais?
15 Os profetas mortais, que Jeová usou como seus porta-vozes inspirados para proclamar sua palavra e seus regulamentos, não eram argumento em que se basear solidamente. O importante, o decisivo, era o que Jeová inspirara estes profetas a dizer. Cumpriram-se as palavras de Jeová por meio deles, e seus regulamentos ou decretos que decidiu? Os pais dos judeus restabelecidos foram obrigados a responder que sim! Os pais foram obrigados a retornar ou a fazer uma reviravolta no seu modo de pensar e a admitir: “Segundo aquilo que Jeová dos exércitos intentou fazer a nós, conforme os nossos caminhos e conforme as nossas ações, assim ele nos fez.” Então, por que deviam os judeus restabelecidos pôr Jeová à prova quanto a ele falar sério, assim como seus pais tinham feito? O resultado certamente seria assim como no caso de seus pais, os quais foram apanhados pelas palavras infalíveis e os regulamentos ou decretos de Jeová; o cumprimento de tais declarações de Jeová os apanharia no devido tempo. O resultado seria desastroso. Portanto, por que não retornar, antes, agora a Jeová, para que ele pudesse retornar a eles, conforme prometido?
A QUESTÃO SIMILAR NOS TEMPOS MODERNOS
16. (a) Qual é a questão vital que temos de decidir agora? (b) Portanto, com que se relacionava a questão que confrontava o restante ungido no primeiro ano de após-guerra de 1919 E.C.?
16 A questão vital em que temos de fazer nossa decisão é: Qual é a nossa situação com respeito à casa de adoração do único Deus vivente e verdadeiro, Jeová? Esta era a questão que confrontava desde cedo a geração da humanidade que tem sobrevivido desde o ano de 1914 E.C. até agora. A Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918 E.C. viu muitos edifícios religiosos danificados ou destruídos no campo do conflito internacional. Um número bastante grande de tais igrejas foram restauradas ou reconstruídas no período do após-guerra. Entretanto, depois daquele conflito mundial, o que interessava vitalmente os do verdadeiro povo dedicado de Jeová Deus não era a construção de alguma casa religiosa ou igreja, como no caso dos judeus restabelecidos lá em 537-520 A.E.C. O verdadeiro templo espiritual de Jeová não havia sido danificado, nem destruído por quaisquer bombas desde o ar ou por outros explosivos usados durante a Primeira Guerra Mundial. Não se tocou nele. Portanto, a questão no primeiro ano de após-guerra de 1919 E.C. era: Qual era a situação do restante do povo dedicado de Jeová com respeito ao Seu verdadeiro templo espiritual e à adoração pura e imaculada que se devia prestar nele?
17. Havia necessidade de que os dedicados e batizados Estudantes Internacionais da Bíblia se arrependessem e retornassem a Jeová, e por quê?
17 Durante a Primeira Guerra Mundial, os dedicados e batizados Estudantes Internacionais da Bíblia haviam sofrido séria interferência na sua obra de dar testemunho do reino de Deus, por causa das operações de guerra, das proscrições governamentais e de perseguições violentas. Haviam em certa medida cedido diante do medo dos homens, que é um laço para os temerosos. (Provérbios 29:25) Haviam procurado manter-se livres de culpa de sangue por empreenderem, na maior parte, serviços não-combatentes, mas não haviam mantido neutralidade estrita e total para com os conflitos deste mundo. Em diversos sentidos sérios tinham de se arrepender e retornar a Jeová, para que pudesse retornar a eles com seu favor. — Zacarias 1:3.
18, 19. Para se empreender que obra era o tempo devido, e por quê?
18 Às nações deste mundo haviam definitivamente entrado no seu “tempo do fim” — ao terminarem os Tempos dos Gentios em 1914. (Daniel 12:4) A situação mundial certamente exigia então que se empreendesse novamente a obra designada por Jeová, e isto foi o que seu Filho Jesus Cristo havia predito:
19 “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” — Mateus 24:14; Marcos 13:10.
20. (a) Em que sentido precisava fazer-se esta tremenda obra mundial? (b) Que duas organizações precisam ser tomadas em conta?
20 Tal obra enorme, de alcance mundial, exigia ser feita de maneira bem organizada, com uma organização plenamente unida, sob a chefia suprema do Regente teocrático, Jeová Deus, que estava no seu verdadeiro templo espiritual. A organização tinha de ser realizada por Jeová. Há apenas duas organizações funcionando universalmente, e a organização de Um devia ser bem conhecida a toda criatura inteligente. Esta é a organização do Criador, a organização de Jeová. A outra é a do seu principal adversário, aquele que foi mencionado pelo próprio profeta Zacarias, a saber, Satanás, o Diabo. — Zacarias 3:1, 2.
21. Quais são as partes principais da organização do Diabo e o que torna imperioso que a pregação do Reino seja feita de modo organizado?
21 O atual sistema de coisas entre os homens certamente representa uma organização, e o apóstolo cristão Paulo chama a Satanás, o Diabo, de “deus deste sistema de coisas”. (2 Coríntios 4:4) Numa carta aos efésios (2:2; 6:11, 12) ele descreve quão altamente organizada está a parte espiritual, invisível, da organização de Satanás, o Diabo. Tanto a parte invisível como a parte terrena, visível, da organização de Satanás, estão opostas à pregação das boas novas do reino messiânico de Deus. Isto torna tanto mais imperioso que os pregadores do Reino trabalhem de modo organizado.
22. (a) Estão organizados os “exércitos” de Jeová? (b) Até a morte de Jesus, qual era a organização terrestre visível de Jeová, e qual é a sua organização terrestre visível desde Pentecostes de 33 E.C., com que particularidades?
22 Jeová dos exércitos certamente mantém todos estes exércitos organizados. (Lucas 2:13-15; Revelação 14:6, 7) Jeová dos exércitos daria a tarefa de pregar as novas do Reino, na terra, apenas à sua organização terrestre, visível. Desde os dias do profeta Moisés até a morte do Senhor Jesus Cristo, a nação terrestre do Israel natural, circunciso, era a organização visível de Jeová Deus. (Salmo 147:19, 20) Mas, a partir do derramamento do espírito de Deus sobre os discípulos fiéis de Jesus Cristo, no dia festivo de Pentecostes de 33 E.C., a “nação santa” de Deus e sua organização terrestre, visível, tem sido o Israel espiritual de coração circunciso. (Atos 2:1-40; Gálatas 6:16; Romanos 2:28, 29; 1 Pedro 2:9) O Israel espiritual, assim, é a verdadeira congregação cristã composta de discípulos dedicados, batizados e ungidos pelo espírito, do Messias Jesus. Igual ao corpo humano, é altamente organizada, sendo que cada um dos muitos membros dela tem sua função individual a desempenhar. (Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 12:12-28; Efésios 4:15, 16; Colossenses 2:19) Para serviços especiais, a congregação tem seus anciãos e servos ministeriais designados. — Filipenses 1:1.
23. Além da pregação do Reino, que outra obra tem de fazer a organização visível de Jeová?
23 Neste “tempo do fim” deste atual sistema de coisas, a pregação destas “boas novas do reino”, em testemunho a todas as nações, não é a única obra da organização terrestre, visível, de Deus, depois do fim da Primeira Guerra Mundial. Tem estado em progresso uma obra de colheita, em sentido espiritual. Jesus Cristo a predisse. Ao explicar sua parábola do campo de trigo, no qual um inimigo semeou joio, Jesus disse:
24. O que disse Jesus a respeito da colheita e dos ceifeiros?
24 “O semeador da semente excelente é o Filho do homem; o campo é o mundo; quanto à semente excelente, estes são os filhos do reino; mas o joio são os filhos do iníquo, e o inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é a terminação dum sistema de coisas e os ceifeiros são os anjos.” — Mateus 13:37-39.
25. Em 1919, a que foi ajuntado o restante sobrevivente dos servos de Jeová, ungidos com espírito, mas por que fariam os Seus anjos ainda uma colheita, e por meio de quem?
25 No ano de após-guerra de 1919 E.C., e sob orientação angélica, os do restante fiel do povo de Jeová, ungido com espírito, foram ajuntados à sua organização terrestre, visível, para a predita obra da pregação do Reino. Isto foi bem evidenciado pela realização da assembléia geral, de oito dias, da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Cedar Point, Ohio, E. U. A., em setembro de 1919. Mas os membros deste restante ungido, fiel, que haviam sobrevivido às severas provas e perseguições durante a Primeira Guerra Mundial, não bastavam para completar o número predeterminado dos ungidos para reinar com Jesus Cristo no seu reino celestial. O pleno número dos co-herdeiros de Cristo, no seu reino, foi predeterminado para ser de 144.000. (Revelação 7:4-8; 14:1, 3; 20:4, 6) Por conseguinte, era preciso achar mais dos da classe do “trigo” e fazer com que fossem ceifados pelos anjos e ajuntados à organização terrestre, visível, de Jeová. Visto que os anjos celestiais, invisíveis, operavam por meio do restante ungido na terra, o que exigia então o trabalho de colheita?
26. O que exigiu esta obra de colheita dos membros sobreviventes do restante ungido e o que se deve dar no caso dos que eles batizam para que esses se tornem co-herdeiros de Cristo?
26 Exigia, a partir de 1919, que os membros sobreviventes dos co-herdeiros do reino de Cristo fizessem uma obra adicional de fazer discípulos, de batizá-los e de ensiná-los. Depois de seu batismo como discípulos dedicados de Jesus Cristo, estes novos discípulos tinham de ser ungidos com o espírito de Deus para se tornar “filhos do reino”, co-herdeiros de Jesus Cristo. (Romanos 8:15-17) Os assim reunidos durante esta “terminação do sistema de coisas”, junto com todos os outros cristãos semelhantes a trigo, que já se mostraram fiéis até à morte, completarão o número predeterminado de 144.000 “filhos do reino”. No que se refere a todos estes fiéis ceifados, está escrito: “Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” — Revelação 20:4, 6.
SUBSACERDOTES ESPIRITUAIS NO “SANTO” DO TEMPLO
27, 28. (a) Que relação têm estes ungidos com o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e, por isso, que lugar ocupam no que se refere ao templo espiritual de Jeová? (b) Que privilégios especiais usufruem neste lugar especial?
27 Note que estes discípulos ungidos, fiéis, não se destinam apenas a reinar com Jesus Cristo no reino celestial. Devem ser também “sacerdotes de Deus e do Cristo”. Portanto, os 144.000 ungidos são subsacerdotes do Sumo Sacerdote Jesus Cristo. Enquanto ainda vivem na terra, têm esta relação com Jesus Cristo, sua Cabeça. Foi por este motivo que o apóstolo Pedro, há dezenove séculos atrás, escreveu a seus concristãos ungidos, dizendo: “Vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” Como subsacerdotes, têm o privilégio de ‘oferecer sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus, por intermédio de Jesus Cristo’. (1 Pedro 2:9, 5) Por conseguinte, enquanto ainda estão na terra, estão numa relação especial com o templo espiritual de Jeová, cujo Santíssimo é Sua residência exclusiva nos santos céus, onde o ressuscitado Jesus Cristo apresentou o valor de seu sacrifício humano perfeito.
28 Estes subsacerdotes, enquanto ainda na terra, na carne, estão na condição espiritual representada pelo primeiro compartimento interior, ou “Santo”, do templo em Jerusalém. E assim como o Santo do templo de Jerusalém continha as mesas de ouro dos pães da proposição ou pães de apresentação, e os candelabros de ouro e o altar de ouro para incenso, assim os subsacerdotes cristãos, no Santo espiritual, comem alimento espiritual, usufruem iluminação espiritual e oferecem o perfume de orações fiéis e serviço zeloso a Jeová, enquanto ainda estão na terra. (Êxodo 40:4, 5, 22-28; 1 Reis 7:48-50; 2 Crônicas 4:19-22) Embora isto talvez não seja reconhecido pelos que não têm discernimento e apreço espirituais, estes subsacerdotes ungidos, espirituais, prestam um verdadeiro serviço sagrado nesta área santa do grande templo espiritual de Jeová. De sua posição enaltecida no Santíssimo deste templo espiritual, Ele pode observar as atividades destes subsacerdotes e pode fazer julgamento a seu respeito, quanto ao seu serviço sob o Seu Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. — Malaquias 3:1-5.
29. (a) Portanto, desde 1919, que espécie de trabalho fizeram os do restante ungido sobrevivente? (b) Como afetou isso o templo espiritual de Jeová?
29 Ao tomarmos estas coisas em consideração, podemos observar o seguinte: No ano de 1919 E.C., os sobreviventes do restante ungido dos discípulos de Cristo apresentaram-se para desempenhar na terra sua função na obra de colheita, sob a direção superior dos “ceifeiros”, os anjos celestiais. Assim empreenderam uma obra que afeta o verdadeiro templo espiritual de Jeová. De que maneira? Ora, por meio de sua obra de fazer discípulos e assim reunir os da classe do “trigo”, debaixo dos ceifeiros angélicos, estavam trabalhando para produzir mais subsacerdotes espirituais. Colaboravam com Jeová Deus, para que colocasse mais subsacerdotes, sim, o pleno número dos subsacerdotes espirituais, no Santo do Seu grande templo espiritual. Trabalhavam assim para um serviço sagrado ampliado por mais subsacerdotes no templo de Jeová.
30. Era este o tempo certo para se reunir os cristãos semelhantes ao trigo, e como era isto um reforço da força de trabalho no “Santo” do templo?
30 Em vez de se tratar duma ‘obra de respiga’, assim como se fazia depois da ceifa regular, na antiga terra de Israel,a esta colheita por parte dos do restante ungido, sobrevivente, era uma ceifa real, debaixo de “ceifeiros” angélicos. O tempo de fazerem isso era a “terminação do sistema de coisas”, desde o ano de 1914 E.C., e Jesus disse que “a colheita é a terminação dum sistema de coisas”. (Mateus 13:39; 24:3, 31) Em resultado da colheita espiritual durante os anos que se seguiram, o restante ungido de discípulos de Cristo, semelhantes a trigo, aumentou em número, notavelmente até o ano de 1931, quando o restante ungido adotou a designação apoiada pelas Escrituras de “testemunhas de Jeová”. Era evidente que aumentara o número dos subsacerdotes espirituais no Santo do templo espiritual de Jeová, possivelmente para incluir o número total dos necessários para completar a quota predeterminada de 144.000 subsacerdotes espirituais, sob o Sumo Sacerdote Jesus Cristo. Tratava-se deveras do reforço duma força de trabalho no Santo do verdadeiro templo de Jeová.
31. Como haviam sido libertos e restabelecidos em 1919 E.C. para a obra no templo?
31 Havia ali pois, uma obra do templo espiritual que começou a ser empreendida no ano de 1919 E. C. pelos do restante ungido, sobrevivente. Pela benevolência de Jeová, por meio de seu Ciro Maior, Jesus Cristo, haviam sido libertos da escravidão em Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa, e de seus amantes políticos. Haviam sido libertos e restabelecidos no seu domínio legítimo na terra, com o objetivo específico de se empenharem nesta obra do templo.
32. De que modo correspondia o que ocorreu em 1919 E.C. ao que ocorreu em 520 A.E.C.?
32 Era como lá no ano 520 A.E.C., quando os profetas Ageu e Zacarias foram suscitados para animar os do restante judaico restabelecido a empreender novamente seu trabalho no templo em Jerusalém, há muito negligenciado. No ano 1919 E. C., usaram-se as colunas da revista Torre de Vigia (Sentinela) para estimular e animar os do restante ungido sobrevivente para reiniciar seu serviço público, aberto, do Deus Altíssimo, de maneira destemida. O reino messiânico Dele havia sido estabelecido nos céus no fim dos Tempos dos Gentios em 1914 e precisava então ser anunciado em todo o mundo. Este sacrifício de louvor a Deus devia então ser oferecido a ele mesmo na presença de todos os Seus inimigos. — Hebreus 13:15; Salmo 138:1-3.
33. Se os do restante ungido imitassem o proceder dos pais do antigo restante judaico, o que aconteceria, e, por isso, o que fizeram os ao restante ungido?
33 Desta maneira puderam ‘retornar’ a Jeová, em vista do que ele ‘retornaria’ a eles com favor divino. Se se tornassem assim como os pais do antigo restante judaico, com os quais Ele se havia indignado muito, então sofreriam uma calamidade assim como aqueles pais sofreram, por não escutar ou prestar atenção às advertências e ao conselho dos profetas de Jeová. Seriam também apanhados neste “tempo do fim” pelas palavras proféticas e pelos decretos de Jeová contra os desobedientes. Portanto, o restante ungido começou sabiamente a ‘retornar’ a Jeová, em 1919 E.C.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja The Watch Tower de 1.º de maio de 1919, sob o título “Fim da Colheita — O Que se Seguirá?”; também de 15 de agosto de 1919, página 249, sob os títulos ‘Virão Tempos Perigosos” e “A Obra de Respiga”.