Capítulo 13
Carros de Deus protegem a coroação
1. São os carros vistos na oitava visão de Zacarias aqueles que foram trazidos do Egito?
NA OITAVA e última visão dada ao profeta Zacarias aparecem carros. Estes carros não foram trazidos do Egito para a proteção dos construtores do templo em Jerusalém, naquele ano da visão, 519 A.E.C., ou no segundo ano do reinado do Rei Dario I, da Pérsia. Na visão revela-se a origem mais elevada destes carros mais poderosos. Observemos junto com Zacarias seu aparecimento no cenário:
2. Donde saíram os carros, quantos são e por que espécie de cavalos são puxados?
2 “Então levantei novamente os olhos e vi; e eis que vinham quatro carros de entre dois montes, e os montes eram montes de cobre. No primeiro carro havia cavalos vermelhos; e no segundo carro, cavalos pretos. E no terceiro carro havia cavalos brancos; e no quarto carro, cavalos malhados, variegados.” — Zacarias 6:1-3.
3. Para que servem as cores dos cavalos e que pergunta surge quanto aos montes?
3 Não precisamos adivinhar o significado das cores diferentes dos cavalos. As cores dos cavalos serviram para distinguir os carros puxados por cada grupo de cor. Zacarias não nos diz quantos cavalos havia atrelados a cada carro. Mas o que representam estes dois montes de cobre, dentre os quais saem os quatro carros? Certamente não representam o morro de Jerusalém e o Monte das Oliveiras logo ao leste dele. Seu significado torna-se claro do que se diz então a Zacarias:
4. Donde, diz o anjo, procederam os carros?
4 “E passei a responder e a dizer ao anjo que falava comigo: ‘Que são estes, meu senhor?’ Portanto, o anjo respondeu e disse-me: ‘Estes são os quatro espíritos dos céus que saem depois de terem tomado sua posição perante o Senhor de toda a terra.’” — Zacarias 6:4, 5.
5. Quem é “o Senhor de toda a terra” e por que tomaram os quatro carros sua posição perante ele?
5 Então, não se trata de carros materiais de guerra, das baixadas do Egito, mas são carros visionários, simbolizando os “quatro espíritos dos céus que saem depois de terem tomado sua posição perante o Senhor de toda a terra”. E quem é este “Senhor de toda a terra”? (Zacarias 4:14) É Jeová dos exércitos. (Miquéias 4:13) E onde está ele? Nos céus, no seu santo templo espiritual. É perante Ele que estes quatro carros simbólicos se apresentam, tomando sua posição respeitosa diante Dele para receber sua comissão oficial, sua designação com respeito à terra da qual Ele é o Senhor. Depois disso, saem de entre os dois simbólicos montes de cobre.
6. Biblicamente, o que representam os dois montes de cobre?
6 Concordemente, estes dois montes de cobre devem representar montes de Deus. Quer dizer, organizações governamentais de Deus. Isto não é surpreendente, pois, nas Escrituras Sagradas, montes são usados como símbolos de governos régios, de reinos. Por exemplo, o anjo de Deus disse ao apóstolo cristão João a respeito da fera de sete cabeças, que carregava a meretriz Babilônia, a Grande: “As sete cabeças significam sete montes, onde a mulher está sentada no cume. E há sete reis.” (Revelação 17:9, 10) Portanto, um dos montes de cobre representaria o reino pessoal de Jeová Deus, no qual ele reina como Soberano Universal. O segundo monte de cobre representaria o reino messiânico que Jeová estabelece às mãos de seu Filho unigênito, o Messias Jesus.
7. (a) Que segundo monte foi visto por Daniel na visão como passando a existir assim? (b) Quando e como se realiza o cumprimento de sua obra?
7 Este segundo monte de cobre é o visto no sonho do Rei Nabucodonosor, em Babilônia, apenas oitenta e sete anos antes desta oitava visão dada a Zacarias. Foi no início uma pedra cortada dum grande monte, sem mãos, que então golpeou e esmiuçou a imagem política do domínio gentio de toda a humanidade, após o qual esta pedra simbólica cresceu e se tornou um grande monte que encheu a terra inteira. Explicando que este monte é um quadro do reino messiânico do Filho de Deus, Daniel disse: “Nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido.” (Daniel 2:35, 44, 45) Este reino messiânico foi ‘cortado’ no ano 1914 E.C., no fim dos Tempos dos Gentios, e, na vindoura “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, limpará a terra de todos estes governos gentios.
8. Quando saíram estes carros dentre os dois montes simbólicos e como se harmoniza com o que simbolizam serem estes de cobre?
8 Por conseguinte, depois do fim dos Tempos dos Gentios em meados do segundo semestre de 1914 E.C., havia dois simbólicos “montes de cobre”, a saber, o governo régio de Jeová, de Sua soberania universal, e o reino messiânico de seu Filho régio, Jesus Cristo. Portanto, é dentre estes dois governos celestiais que saem os quatro “carros” simbólicos. Evidentemente, saíram no ano de após-guerra de 1919 E.C., quando os do restante do Israel espiritual foram soltos de Babilônia, a Grande, e passaram a trabalhar na edificação da adoração teocrática de Jeová Deus no seu templo espiritual. Antigamente, o cobre era um metal nobre igual ao ouro e à prata, e era usado no tabernáculo sagrado da adoração de Jeová e também no templo em Jerusalém. Apropriadamente, pois, a qualidade nobre do cobre dos dois montes simbólicos representava a qualidade nobre, bem como a forte estabilidade, do reino da soberania universal de Jeová e do seu reino messiânico, por seu Filho.
9. Como se podia dizer que os quatro carros são “quatro espíritos dos céus”, e que serviço prestam?
9 Como podiam os quatro carros, puxados por parelhas de cavalos de cores diferentes, ser “os quatro espíritos dos céus”? (Zacarias 6:5) Isto se dá porque, no cumprimento da visão profética, são forças espirituais angélicas, que têm acesso à presença do celestial “Senhor de toda a terra”. Jeová é Aquele que “faz os seus anjos espíritos”. (Salmo 104:1-4; Hebreus 1:7) Sendo “Jeová dos exércitos”, pode usar estes anjos numa qualidade militar para a proteção de seu povo escolhido. Assim como Jesus Cristo disse ao apóstolo Pedro diante da turba no Jardim de Getsêmane: “Pensas que não posso apelar para meu Pai, para fornecer-me neste momento mais de doze legiões de anjos?” (Mateus 26:53) Visto que estes “quatro espíritos dos céus” são representados por carros de guerra puxados por cavalos, representam grupos de anjos celestiais, comissionados pelo seu Comandante-em-Chefe celestial para proteger o povo Dele na terra, durante o tempo da reconstrução de Seu templo de adoração em Jerusalém.
10. Aonde vão os cavalos que puxam os carros, nas suas designações respectivas?
10 Então, para onde vão (1) os cavalos vermelhos, (2) os cavalos pretos, (3) os cavalos brancos e (4) os cavalos malhados, variegados, na sua designação? Em resposta, o anjo explicou a Zacarias os movimentos dos quatro carros: “‘Quanto àquele em que estão os cavalos pretos, estes saem para a terra do norte; e quanto aos brancos, estes têm de sair para além do mar [literalmente: ‘para trás deles’; quer dizer, para a sua própria retaguarda]; e quanto aos malhados, estes têm de sair para a terra do sul. E quanto aos variegados, têm de sair e continuar a procurar para onde ir, a fim de andar pela terra.’ Então ele disse: ‘Ide, andai pela terra.’ E começaram a andar pela terra.” — Zacarias 6:6, 7.a
11. (a) Por que parecem ter sido esquecidos os cavalos vermelhos? (b) Qual é a designação respectiva dos outros cavalos, e com que finalidade?
11 Os “cavalos vermelhos” parecem ter sido esquecidos aqui; mas este aparente esquecimento talvez se deva a já terem terminado sua tarefa de patrulha militar. Os cavalos pretos vão para “a terra do norte”, quer dizer, para território anteriormente pertencente a Babilônia. Os cavalos brancos vão para o oeste, na direção oposta àquela que encaravam (o levante). Os cavalos malhados, variegados, parecem ter tido uma designação dupla, a saber, “a terra do sul” (em direção à África, incluindo o Egito), e para reconhecer o remanescente campo aberto, as partes orientais não abrangidas pelos outros carros. O anjo de Jeová mandou que todos os carros fossem para suas designações com respeito aos diversos cantos da terra. Fizeram isso em obediência, para proteger o povo de Deus em Judá.
12. Que força tem esta visão para os que restabelecem a adoração pura e de que textos lembra-se?
12 Quão consolador deve ter sido o significado desta visão para os construtores do templo nos dias de Zacarias! Eles não precisavam preocupar-se com qualquer interferência violenta por parte dos seus inimigos, para impedir sua obra na casa de adoração de Jeová. Quão fortalecedor e animador isto é também para os do restante ungido do Israel espiritual, hoje em dia, enquanto se empenham no restabelecimento pleno da adoração pura e imaculada do Soberano Senhor de toda a terra no seu templo espiritual! Confiam na promessa divina: “O anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem, e ele os socorre.” (Salmo 34:7) Pela fé eles vêem o que os olhos milagrosamente abertos do ajudante do profeta Eliseu viram na sitiada Dotã: “A região montanhosa estava cheia de cavalos e de carros de guerra, de fogo, em torno de Eliseu.” — 2 Reis 6:17.
13. Enquanto os carros saem em patrulha, o que diz Jeová a respeito dos cavalos pretos com respeito ao Seu espírito?
13 A oitava e última visão dada ao profeta Zacarias termina quando ele vê e ouve a aprovação de Jeová expressa enquanto prosseguem as patrulhas militares dos quatro carros simbólicos. Zacarias nos conta: “E ele passou a clamar a mim e a falar-me, dizendo: ‘Vê, os que vão para a terra do norte são os que fizeram o espírito de Jeová descansar na terra do norte.’” — Zacarias 6:8.
14. Como se mostrou que havia perigo naquela “terra do norte” mesmo nos dias do Rei Dario I, da Pérsia?
14 A expressão “terra do norte” refere-se à Babilônia. (Jeremias 25:8, 9) Até mesmo durante o reinado do Rei Dario I, da Pérsia, havia perigo daquele lado. Como indício disso, lemos no livro “Caiu Babilônia, a Grande!” O Reino de Deus já Domina!, na página 376 da edição inglesa, a seguinte história:
. . . Este, naturalmente, não é Dario, o Medo, mas o Rei Dario I, o Persa, que começou a reger o império em 522 A. C.
Naquele ano, Dario I tinha de avançar contra Babilônia e seu governante local (Nidintu-Bel), que havia assumido o nome de Nabucodonosor III. Dario derrotou-o em batalha e pouco depois capturou-o e matou-o em Babilônia, que havia tentado conseguir sua independência. Depois disso, Dario I foi reconhecido como rei de Babilônia até setembro de 521 A.E.C. Babilônia revoltou-se então debaixo do armênio Araka, que tomou o nome de Nabucodonosor IV. Assim Dario teve de reconquistar os babilônios. Depois de se tomar a cidade naquele mesmo ano, ele entrou em Babilônia como conquistador. Quebrantou-se assim a tradição antiga, a saber, que o deus Bel de Babilônia era quem conferia a um homem o direito de governar esta parte da terra; e Dario, o conquistador, deixou de reconhecer tal afirmação falsa. Que golpe para Bel ou Marduque! Esta vez, depois de os persas terem tomado a cidade, não a trataram com indulgência, assim como fizera Ciro. — Veja também a página 317, parágrafo 1.
15. O que impedia assim o carro com os cavalos pretos enviado à “terra do norte”, e assim, como fizeram o espírito de Jeová descansar na terra do norte?
15 De modo que os judeus repatriados na terra de Judá não vieram novamente sob o domínio de Babilônia, que havia destruído o primeiro templo de Jeová em Jerusalém e que “nem aos seus prisioneiros abriu o caminho para casa”. (Isaías 14:17) Também, depois disso, o carro simbólico de Jeová que foi para a “terra do norte” impediu que os babilônios rebeldes se revoltassem com bom êxito e escravizassem novamente os judeus libertos, interferindo na construção do segundo templo de Jeová. Foi assim que o carro e os cavalos que foram para o norte já “fizeram o espírito de Jeová descansar na terra do norte”. Protegerem fielmente a obra, lá naquele lugar, sossegou Seu espírito lá no norte e assegurou que todos os outros carros e cavalos, nos outros cantos da terra, protegessem também a obra do templo de Deus.
16. Que garantia grandiosa dá isso às testemunhas libertas de Jeová?
16 Que garantia grandiosa isso é hoje para os adoradores libertos de Jeová no seu templo espiritual. Sob a proteção dos carros simbólicos de Jeová, nunca mais serão conquistados por Babilônia, a Grande, e todos os seus amantes políticos!
UMA COROA PARA O SUMO SACERDOTE QUE CONSTRÓI O TEMPLO
17. Com quem, procedentes de Babilônia, se mandou então que Zacarias entrasse na casa de Josias, para fazer o que naquele lugar?
17 A série de oito visões naquele memorável dia 24 do décimo primeiro mês lunar (sebate) do ano 519 tinha terminado, e indicaram-se então ao profeta Zacarias acontecimentos visíveis ao olho natural, na terra de Judá. Ora, lá vinham três recém-chegados de Babilônia, e (como parece) Josias, filho de Sofonias, leva-os para sua casa, em Jerusalém, para recepcioná-los. Quem são estes três homens e o que trazem consigo? O espírito de profecia identifica-os para Zacarias: “E continuou a vir a haver para mim a palavra de Jeová, dizendo: ‘Tire-se algo do povo exilado, sim, de Heldai, e de Tobijá, e de Jedaías; e tu mesmo tens de entrar naquele dia, e tens de entrar na casa de Josias, filho de Sofonias, junto com estes que vieram de Babilônia. E tens de tomar prata e ouro, e tens de fazer uma grandiosa coroa e pô-la sobre a cabeça de Josué, filho de Jeozadaque, o sumo sacerdote.’” — Zacarias 6:9-11.
18. Por que não havia objeção a Zacarias tomar parte da prata e do ouro e realizar um ato profético?
18 É provável que o profeta Zacarias não usasse toda a prata e todo o ouro que Heldai, Tobijá e Jedaías, como delegados, trouxeram como contribuição da parte dos judeus ainda no exílio em Babilônia. Embora estes três homens de Babilônia não fossem mandados pelos remetentes a dar a prata e o ouro a Zacarias, contudo, não podia haver objeção a ele tomar parte deles, às ordens de Jeová dos exércitos, visto que a prata e o ouro foram realmente contribuídos para Ele, para a obra de restauração sob o Governador Zorobabel. Com a parte que Zacarias tomou, ele devia fazer um ato profético, como encorajamento para a obra da restauração.
19. O que devia produzir Zacarias e depois fazer o que, com isso?
19 Com os metais preciosos que tomou, Zacarias devia fazer uma “grandiosa coroa” (literalmente, “fazer coroas”, mas, evidentemente, usa-se o plural no sentido de grandiosidade). Zacarias devia pôr o que fez na cabeça do Sumo Sacerdote Josué. O que significava isso?
20. (a) O que devia construir o chamado Renovo e onde regeria? (b) O que havia de acontecer com a coroa de ouro que fora feita?
20 Escutemos o que se manda que Zacarias diga a Josué: “E tens de dizer-lhe: ‘Assim disse Jeová dos exércitos: “Aqui está o homem cujo nome é Renovo. E ele brotará de seu próprio lugar e certamente construirá o templo de Jeová. E ele mesmo construirá o templo de Jeová, e ele, da sua parte, levará a dignidade; e terá de assentar-se e governar no seu trono, e terá de tornar-se sacerdote sobre o seu trono, e o próprio conselho de paz mostrará estar entre ambos. E a própria coroa grandiosa virá a pertencer a Helém [ou: Heldai], e a Tobijá, e a Jedaías, e a Hem [ou: Josias], filho de Sofonias, como memorial no templo de Jeová. E virão os que estão longe e realmente construirão no templo de Jeová.”’” — Zacarias 6:12-15.
21. Por que era apropriado que o coroado fosse o Sumo Sacerdote Josué e não o Governador Zorobabel?
21 Na quarta visão dada a Zacarias, mandou-se que dissesse ao Sumo Sacerdote Josué: “Eis que estou trazendo meu servo Renovo!” (Zacarias 3:8) Em Jeremias 23:5, diz-se que o predito Renovo é suscitado ao Rei Davi, da casa de Judá, não ao sumo sacerdote da casa de Levi. Entretanto, era apropriado que Zacarias colocasse a coroa de ouro na cabeça do Sumo Sacerdote Josué, em vez de na cabeça do Governador Zorobabel. Por quê? Porque, a respeito do Renovo disse-se: “Terá de assentar-se e governar no seu trono, e terá de tornar-se sacerdote sobre o seu trono.” (Zacarias 6:13) A Versão dos Setenta grega reza aqui diferente, dizendo: “E haverá um sacerdote à sua mão direita”; e diversas traduções modernas da Bíblia adotam esta versão, em vez de a hebraica e siríaca. A coroação do Sumo Sacerdote Josué, em vez da do Governador Zorobabel, não podia suscitar temores no Rei Dario I da Pérsia, de que se preparasse uma revolta dos judeus. Não, o reino de Davi não estava sendo restabelecido naquele tempo, mas tinha de esperar até o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C. — Lucas 21:20-24.
22. Sentou-se Josué, filho de Jeozadaque, num trono e governou ele como sacerdote-rei? Em vista disso, qual é a aplicação e o cumprimento da profecia?
22 O Sumo Sacerdote Josué participou com o Governador Zorobabel na terminação da construção do segundo templo de Jeová em Jerusalém e testemunhou a sua inauguração. No entanto, não governou pessoalmente como Sacerdote-Rei coroado num trono em Jerusalém. Tampouco o fez o Governador Zorobabel. Mas o ungido Sumo Sacerdote Josué foi tipo ou figura profética do Messias, o Cristo, e neste último se cumpre plenamente a profecia a respeito do Renovo. O Messias, o Filho de Deus, Jesus Cristo, torna-se Sacerdote-Rei no céu, à mão direita de Jeová Deus. Ele cumpre aquilo que foi prefigurado pelo antigo Melquisedeque, que ao mesmo tempo era tanto rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo. Desde o fim dos Tempos dos Gentios, em 1914 E.C., ele reina nos céus como Rei-Sacerdote igual a Melquisedeque, e governa agora e subjuga no meio dos seus inimigos. — Salmo 110:1-6.
23. (a) Há um conflito entre o cargo de Jesus como Sumo Sacerdote e seu cargo como Rei? (b) Para quem leva ele merecidamente a “dignidade” e para que obra lhe dará Jeová crédito?
23 O Messias Jesus, coroado em 1914 E.C., não imita os clérigos religiosos da cristandade, que se metem na política do mundo e procuram mandar nos políticos ressentidos. Não há conflito entre seu cargo de Sumo Sacerdote celestial e seu cargo de Rei messiânico. Conforme está escrito, “o próprio conselho de paz mostrará estar entre ambos”. (Zacarias 6:13) Ele leva com merecimento “a dignidade” que lhe é concedida por Deus, para quem é Sumo Sacerdote. (Hebreus 5:4-6) Ele tem prosseguido com a obra do templo na terra, desde o seu trono régio nos céus, a partir do ano de 1919 E.C., entre os do restante liberto de seus subsacerdotes espirituais, ungidos. Como no caso do Sumo Sacerdote Josué, na reconstrução do templo de Jeová em Jerusalém, Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote celestial, terminará a obra do templo. Seu Deus lhe atribuirá de direito esta honra.
24. O uso da coroa feita com o ouro contribuído pelos três que vieram de Babilônia e (indiretamente) por Josias indica o que para os que contribuem para a obra do templo?
24 Neste templo espiritual do Deus Altíssimo, serão devidamente lembrados os que contribuíram para com a obra do templo. Não se permitirá que se esqueça sua participação, assim como a coroa feita do ouro trazido por Helém (Heldai, siríaco) Tobijá e Jedaías, e, indiretamente, pelo seu anfitrião hospitaleiro, Hem (Josias, siríaco), serviu como “memorial no templo de Jeová”. (Zacarias 6:14) Perdurará na memória de Deus.
25. A vinda dos três homens de Babilônia com a contribuição precedia evidentemente a que, segundo as próximas palavras proferidas?
25 A vinda de Heldai, Tobijá e Jedaías de Babilônia, para fazer ou entregar uma contribuição em apoio da reconstrução do templo parecia ser predecessora de algo maior. Isto é indicado pelas palavras de Jeová proferidas logo depois de falar a respeito do memorial no templo, destes três exilados em Babilônia: “E virão os que estão longe e realmente construirão no templo de Jeová.” (Zacarias 6:15) Sem dúvida, embora não relatado, muitos judeus deixaram o exílio em Babilônia e vieram a Jerusalém só para dar ajuda no segundo templo em Jerusalém.
26. Como se cumpriu esta profecia desde 1919 E.C.?
26 Do mesmo modo, depois de 1919 E.C., muitos dos que desejavam adorar a Jeová deixaram Babilônia, a Grande, com um objetivo específico em vista. Alcançaram este objetivo ao se dedicarem a Jeová, como Deus, e serem batizados em água, conforme ordenado por Jesus Cristo, e eles se juntaram aos do restante ungido que havia sobrevivido às aflições do povo de Jeová durante a Primeira Guerra Mundial. Jeová Deus aceitou sua dedicação por meio de Cristo e gerou-os pelo seu espírito, acrescentando-os assim ao restante dos israelitas espirituais empenhados na obra do templo. Eles aproveitaram esta oportunidade bendita antes de terminar a obra do templo!
27, 28. O que se pode dizer quanto a se o cumprimento de Zacarias 6:15 envolve também a “grande multidão” de adoradores que não são israelitas espirituais?
27 Também, o que se pode dizer da “grande multidão” daqueles que não se tornam israelitas espirituais, mas que se juntam aos do restante ungido na adoração de Jeová e dão apoio ao restante na obra do templo? O último livro da Bíblia Sagrada, em Revelação 7:9-17, previu uma “grande multidão”, sem número, de tais co-adoradores do único Deus vivente e verdadeiro. Reconhecem-no como o Soberano entronizado do universo. Aceitam a oferta pelo pecado feita pelo Seu Cordeiro sacrificado, Jesus Cristo. Em expressão disso, dedicam-se a Jeová por meio de Cristo e dão testemunho disso pelo batismo em água. Daí, prestam o serviço sagrado que lhes é designado no pátio terreno do templo espiritual de Jeová. Passam para dentro dos muros que cercam os pátios e que separam estes pátios das coisas profanas de fora.
28 Fazem isto agora, antes da vinda da “grande tribulação” sobre Babilônia, a Grande, e todo o restante deste sistema mundano de coisas. Entram assim antes do término da obra do templo até aquela ocasião momentosa. Jeová não se esquecerá da parte deles. Lembrar-se-á dela com uma recompensa.
29. Que realização, em 515 A.E.C., provou que Zacarias havia sido enviado por Jeová?
29 Na terminação do segundo templo em Jerusalém, em 515 A.E.C., os do restante judaico e os prosélitos na terra de Judá tinham prova concludente de que Zacarias fora enviado por Deus como verdadeiro profeta. Não foi em vão que se disseram estas palavras a Zacarias: “E vós tereis de saber que o próprio Jeová dos exércitos me enviou a vós. E terá de acontecer — se sem falta escutardes a voz de Jeová, vosso Deus.” — Zacarias 6:15.
30. Como nos dias de Zacarias, se escutarmos a voz de Jeová, testemunharemos que acontecimento e obteremos a plenitude de que conhecimento?
30 O mesmo se dá hoje em nosso caso. Tudo depende de escutarmos a voz de Jeová, como nosso Deus. Se fizermos isso, teremos o privilégio de testemunhar o fim triunfante da obra do templo, com honra para o coroado Sacerdote-Rei Jesus Cristo. Teremos o pleno conhecimento de que Jeová dos exércitos enviou o profeta Zacarias e que Ele nos deu de antemão um entendimento correto da profecia de Zacarias, para nosso benefício e nossa alegria. Os quatro carros simbólicos de Jeová patrulharam toda a terra para proteger o domínio espiritual dos adoradores no seu templo. Nossa obra chega ao término sob a proteção deles!
[Nota(s) de rodapé]
a A nota ao pé da página da edição Inglesa da Tradução do Novo Mundo, ed. 1971, diz sobre “Além do mar”: “Com uma ligeira mudança em M [texto massorético hebraico]. Literalmente: ‘atrás deles’, LXXVg; não na mesma direção, mas para o oeste, para o Grande Mar, o Mediterrâneo.”