Capítulo 10
A destruição ardente da cristandade procedente do carro celeste
1-3. A posição de Jeová no templo era a ocasião certa para ele fazer o quê? E para que estabeleceu isso o padrão, conforme predito em Malaquias 3:1-5?
O CARRO celeste de Jeová ainda estava parado fora do portão setentrional que dava para o pátio interno do templo de Jerusalém, ao se revelarem coisas novas na visão dada ao profeta levítico Ezequiel. A “glória do Deus de Israel” havia passado da posição do ocupante do carro celeste para ficar acima do limiar do Santíssimo do templo. (Ezequiel 8:3, 4; 9:3) Sua presença ali era corretamente a ocasião de ele inspecionar esta casa dedicada a ele e ver o que acontecia ali, expressando então sua decisão judicial. Isto estabelecia o padrão para o que havia de acontecer mais tarde com respeito a um templo maior, conforme predito por um profeta posterior, nas seguintes palavras:
2 “‘Eis que envio o meu mensageiro e ele terá de desobstruir o caminho diante de mim. E repentinamente virá ao Seu templo o verdadeiro Senhor, a quem procurais, e o mensageiro do pacto, em quem vos agradais. Eis que virá certamente’, disse Jeová dos exércitos. ‘Mas quem agüentará o dia da sua vinda e quem se manterá de pé quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo do refinador e como a barrela dos lavadeiros. E terá de assentar-se como refinador e purificador de prata e terá de purificar os filhos de Levi; e terá de depurá-los como o ouro e como a prata, e hão de tornar-se para Jeová pessoas que apresentam uma oferenda em justiça. E a oferenda de Judá e de Jerusalém será realmente agradável a Jeová, como nos dias de há muito tempo e como nos anos da antiguidade.
3 “‘E vou chegar-me a vós para julgamento e vou tornar-me testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que agem fraudulentamente com o salário do assalariado, e com a viúva e com o menino órfão de pai, e os que repelem o residente forasteiro, ao passo que não me temeram’, disse Jeová dos exércitos.” — Malaquias 3:1-5; escrito em 443 A. E. C., depois da reconstrução do templo de Jerusalém.
4. Segundo a visão de Ezequiel, contra quem fora Jeová uma testemunha veloz no templo, e saindo dali, para onde mais foram os “seis homens” cumprir sua obra de esmagamento, até o fim?
4 Na visão dada a Ezequiel no templo, Jeová havia sido realmente uma “testemunha veloz” contra os setenta anciãos que haviam queimado incenso para esculturas idólatras, contra as mulheres sentadas que choravam o deus falso Tamuz e contra os vinte e cinco homens de costas viradas para o templo de Jeová, que se curvavam em adoração para o sol oriental. O homem “vestido de linho, com um tinteiro de secretário sobre os quadris”, não pusera um sinal salvador na sua testa, e, por isso, os “seis homens” de Jeová, com armas maçadoras, haviam matado aqueles profanadores do templo de Jeová. Depois de seu trabalho no templo, aqueles seis executores haviam percorrido a cidade de Jerusalém e esmagado todos os não marcados, sem consideração de idade, sexo ou estado civil. O que devia acontecer então à própria cidade, cheia dos cadáveres dos mortos? Ezequiel tinha ordens de dizer-nos:
5. O que se mandou então fazer o homem “vestido de linho”, e fez isso?
5 “E eu continuei a ver, e eis que havia na expansão sobre a cabeça dos querubins algo como pedra de safira, como o aspecto da semelhança de um trono, aparecendo por cima deles. E ele passou a dizer ao homem vestido de linho, sim, dizendo: ‘Entra no meio da rodagem, por baixo dos querubins, e enche a concavidade de ambas as tuas mãos com brasas de fogo tiradas de entre os querubins, e atira-as sobre a cidade.’ Ele entrou, pois, diante dos meus olhos.” — Ezequiel 10:1, 2.
6. Qual foi a decisão judicial de Jeová procedente do templo, e onde se deviam procurar os meios para se fazer isso, a serem usados por quem?
6 Assim se nos indica a decisão judicial de Jeová desde o templo: a cidade de Jerusalém tem de ser destruída e incendiada, não se poupando nem mesmo seu templo! Donde viria o material incendiário? De entre as rodas do carro, ao lado dos quais havia os quatro querubins. Ali se encontravam as brasas de fogo. Entretanto, as criaturas querubínicas, viventes, não eram as a quem se mandou diretamente que lançassem brasas de fogo sobre a Jerusalém cheia de cadáveres. Não deviam deixar seu lugar ao lado das rodas do carro celeste, mas deviam usar um agente. A quem? O homem “vestido de linho, com um tinteiro de secretário sobre os quadris”. Assim se verifica que a destruição ardente de Jerusalém e de seu templo é procedente do carro celeste de Jeová e que o lançamento das brasas de fogo procedentes dele é feito às ordens de Jeová. O profeta Ezequiel viu o homem vestido de linho ir para onde havia o fogo, a fim de se lhe encherem ambas as mãos com brasas de fogo. Isto, milagrosamente, não lhe feriu as mãos.
7, 8. Onde estavam parados os quatro querubins ao lado das rodas do carro, e como sabemos isso?
7 Enquanto Ezequiel observava, ele passou a descrever-nos o fundo da cena emocionante, dizendo: “E os querubins estavam de pé à direita da casa quando o homem entrou, e a nuvem enchia o pátio interno.” — Ezequiel 10:3.
8 Referia-se Ezequiel, com a expressão “direita da casa”, à sua direita ao encarar o templo? De modo tradicional, o lado direito representava o sul, para os hebreus. Mas aqui ele fala da “direita da casa quando o homem entrou”, que parece referir-se ao lado direito do homem ao entrar, lado direito que seria o norte. Adotando este ponto de vista, A Nova Bíblia Inglesa (1970) traduz esta parte do versículo três: “O querubim estava de pé do lado direito do templo conforme um homem entra.” Isto colocaria os querubins do lado setentrional, onde são situados pela descrição de Ezequiel 8:3, 4. De outro modo, teríamos de entender (embora Ezequiel não o dissesse) que o carro celeste com as suas rodas e os seus querubins se mudara do norte do templo para o lado sul (o lado direito quando se encara o leste) do santuário.
9. De que modo repete Ezequiel aparentemente Ezequiel 9:3 com respeito ao movimento da glória de Jeová e o ruído das asas dos querubins?
9 Ezequiel repete então, aparentemente, o que já descrevera (em Ezequiel 9:3), ao prosseguir: “E a glória de Jeová começou a elevar-se de cima dos querubins, junto ao limiar da casa, e a casa ficou aos poucos cheia da nuvem e o próprio pátio estava cheio da claridade da glória de Jeová. E o próprio ruído das asas dos querubins fez-se ouvir no pátio externo como o som de quando o Deus Todo-poderoso fala.” — Ezequiel 10:4, 5.
10. Como indicam três tradutores modernos que não houve movimento intermediário da glória de Jeová?
10 Indicando que não houve movimento de Jeová afastando-se do limiar do templo para cima do carro celeste e depois voltando novamente para o limiar do templo, a Tradução Literal da Bíblia Sagrada de Young (em inglês) reza: “E a honra de Jeová ficou alto por cima do querubim, acima do limiar da casa, e a casa encheu-se da nuvem, e o pátio havia-se enchido da luminosidade da honra de Jeová.” Também, Uma Tradução Americana (em inglês) verte Ezequiel 10:3, 4: “. . . e a nuvem encheu o pátio interno; pois, quando a glória do SENHOR passara de cima dos querubins para o limiar da casa, a casa enchera-se da nuvem, ao passo que o pátio ficara cheio do brilho da glória do SENHOR.” Também, Uma Nova Tradução da Bíblia (do Dr. James Moffatt, em inglês) reza aqui: “ . . . uma nuvem encheu o pátio interno. Quando o Esplendor do Eterno ascendeu dos querubins e foi para o limiar do templo, o templo ficou cheio da nuvem, e o pátio interno ficou cheio do brilho do Esplendor do Eterno.”
11. Quando o homem vestido de linho foi buscar as brasas, onde se encontrava a glória de Jeová? Qual era o efeito disso sobre o templo, de modo que os querubins traziam atenção a isso de que modo?
11 De modo que a glória de Jeová havia deixado o trono de safira acima da expansão semelhante ao gelo, que havia acima das rodas e dos querubins ao lado delas, e ainda se encontrava acima do limiar do Santíssimo do templo, quando o homem vestido de linho foi mandado apanhar brasas de fogo. (Ezequiel 1:25-27; 10:1, 2) Quanto ao templo por baixo da glória de Jeová, ficou cheio duma nuvem milagrosa, mostrando assim que Jeová dominava o templo e que ninguém mais podia entrar nele. (Compare isso com 1 Reis 8:10-13; Revelação 15:8.) A luminosidade da glória de Jeová acima do templo era tão grande, que seu brilho enchia o pátio diante do santuário, do templo. A presença de Jeová no templo, para a execução de sua decisão judicial, era altamente importante. Merecia tanta atenção, que os quatro querubins ao lado das rodas do carro puseram suas asas em movimento, não para voarem embora com o carro, mas para produzirem um forte ruído. Se alguém tivesse estado no pátio externo, poderia ter ouvido o ruído. Talvez soasse como um estrondoso trovão, como quando o Deus Todo-poderoso fala. — Veja Êxodo 20:18, 19; João 12:28-30.
12. Onde fez o homem com o tinteiro o seu relatório e a que deu então atenção?
12 O homem “vestido de linho, com um tinteiro de secretário sobre os quadris”, voltou então sua atenção para estes querubins. Relatara a Jeová, no templo, a respeito de sua obra anterior de marcar testas, dizendo: “Fiz exatamente como me ordenaste.” (Ezequiel 9:11) Voltou-se então para a “direita da casa”, para se dirigir ao carro celeste, conforme Ezequiel nos conta a seguir:
13. O que recebeu o homem “vestido de linho” de um dos querubins, e como?
13 “E aconteceu, quando ele ordenou ao homem vestido de linho, dizendo: ‘Toma fogo de entre a rodagem, de entre os querubins’, que ele passou a entrar e a ficar de pé ao lado da roda. O querubim estendeu então a sua mão de entre os querubins para o fogo que havia entre os querubins e o carregou e pôs nas concavidades das mãos daquele que estava vestido de linho, que o tomou então e saiu. E viu-se que os querubins tinham debaixo das suas asas a representação da mão de um homem terreno.” — Ezequiel 10:6-8.
SIMBÓLICAS “BRASAS DE FOGO” ATIRADAS SOBRE JERUSALÉM
14. Que espécie de brasas de fogo lança o homem vestido de linho sobre a cidade, e o que significa isso quanto à destruição de Jerusalém?
14 Esta foi a última vez que o profeta Ezequiel viu o homem “vestido de linho” na visão. Os olhos de Ezequiel deixam de seguir este homem na execução de sua missão para contemplar mais o carro celeste. Ezequiel poupa-nos assim a vista do incêndio da cidade de Jerusalém, quando este homem vestido de linho desvia suas mãos da obra salvadora de vidas da marcação de testas para a obra destrutiva de atirar “brasas de fogo” sobre a cidade. Não é um fogo de origem humana com que incendia a cidade; é fogo milagroso procedente da organização celestial de Deus. Não um homem, mas um querubim pertencente àquela organização pôs este fogo nas mãos do homem vestido de linho. O que significa isso? O seguinte: que a destruição completa de Jerusalém COMO QUE por fogo poderia ser uma expressão do furor e da fúria de Jeová contra aquela capital do Reino de Judá. O profeta Ezequiel viu este fogo milagroso “entre a rodagem”, não quando viu pela primeira vez o carro celeste, no ano anterior, em Babilônia, mas nesta ocasião, ao ver este carro no lugar em Jerusalém. Quando este carro atingiu Jerusalém, era tempo da destruição dela!
15. Por conseguinte, a quem comparou Jeremias, em Lamentações, a ira e o furor de Jeová derramados sobre Jerusalém?
15 O profeta Jeremias, ao lamentar amargamente a destruição de Jerusalém, comparou a ira e o furor de Jeová a um fogo. Disse em lamento: “Jeová tragou, não teve compaixão de qualquer lugar de permanência de Jacó [Israel]. Na sua fúria derrubou as praças fortes da filha de Judá. Pôs em contato com a terra, profanou o reino e os príncipes dela. No ardor da ira, ele cortou todo chifre de Israel Fez recuar a sua direita de diante do inimigo; e continua ardendo em Jacó como fogo chamejante que devora em todo o redor. Ele entesou seu arco como um inimigo. Sua direita tomou posição como um adversário, e ele matava a todos os desejáveis aos olhos. Derramou seu furor como fogo na tenda da filha de Sião.” (Lamentações 2:2-4) Usando apropriadas figuras de retórica, Jeremias prosseguiu: “Jeová levou a cabo seu furor. Derramou a sua ira ardente. E ele acende um fogo em Sião, que consome os alicerces dela.” — Lamentações 4:11.
16, 17. Segundo a fraseologia da narrativa de 2 Crônicas 36:16-20, a destruição de Jerusalém e de seu templo foi a expressão da ira de quem?
16 Até mesmo o Historiógrafo inspirado, evidentemente o escriba sacerdotal Esdras, baseia sua narrativa para nos lembrar que a destruição de Jerusalém e de seu templo, em 607 A. E. C., foi uma expressão inconfundível da fúria justificada de Deus contra a cidade infiel. Por isso lemos em 2 Crônicas 36:16-20 a respeito dos judeus insensíveis:
17 “Caçoavam continuamente dos mensageiros do verdadeiro Deus e desprezavam as suas palavras, e zombavam dos seus profetas até que subiu o furor de Jeová contra o seu povo, até que não havia mais cura. Portanto, fez subir contra eles o rei dos caldeus, que passou a matar os seus jovens à espada, na casa do seu santuário, tampouco teve ele compaixão com o jovem ou com a virgem, com o velho ou com o senil. Tudo Ele lhe entregou na mão. E todos os utensílios, grandes e pequenos, da casa do verdadeiro Deus, e os tesouros da casa de Jeová, e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo ele levou a Babilônia. E passou a queimar a casa do verdadeiro Deus e a demolir a muralha de Jerusalém; e queimou com fogo todas as suas torres de habitação e também todos os seus objetos desejáveis, para causar a ruína. Além disso, ele levou cativos a Babilônia os que foram deixados pela espada, e eles vieram a ser servos dele e dos seus filhos até o começo do reinado da realeza da Pérsia.”
18. Prefigurava o homem “vestido de linho” os que na realidade queimaram Jerusalém? Portanto, o que realmente indicava lançar este homem brasas sobre Jerusalém?
18 Esta narrativa, e a narrativa mais plena de 2 Reis 25:8-21 mostram que foram os exércitos do rei de Babilônia que na realidade queimaram a cidade de Jerusalém. Isto não significa, porém, que tais babilônios fossem prefigurados pelo homem “vestido de linho”, o qual, na visão de Ezequiel, atirou brasas de fogo sobre Jerusalém. Não, mas este homem visionário continuava a representar os do restante fiel das testemunhas ungidas e batizadas de Jeová, que fazem a simbólica marcação de testas agora neste “tempo do fim” da cristandade. Portanto, atirar o homem brasas de fogo sobre Jerusalém representava primeiro que Jeová derramaria sua fúria ardente sobre Jerusalém. Por meio do homem vestido de linho, ele dava aviso antecipado disso aos habitantes de Jerusalém. Este derramamento da fúria divina foi executado mediante os exércitos babilônicos que realmente queimaram a cidade. De modo similar, o equivalente moderno do homem vestido de linho difunde a mensagem ardente da Palavra de Deus em toda a cristandade, e isto serve de aviso antecipado para ela, que a ira ardente de Jeová se expressará contra ela na vindoura “grande tribulação”.
19. Portanto, que relação há entre os do restante ungido, representado pelo homem vestido de linho, e a destruição da cristandade, e além de Jeová usar sua organização celestial, invisível, que outros instrumentos usará para destruir a cristandade?
19 Portanto, no cumprimento real das coisas no futuro próximo, os do restante ungido, representados pelo homem “vestido de linho”, não incendiarão realmente a cristandade, nem terão participação ativa na destruição dela. Apenas proclamam agora o “dia de vingança da parte de nosso Deus” contra a cristandade. (Isaías 61:1, 2) Receberam esta mensagem ardente de Jeová, por intermédio de sua organização celestial, seu carro celeste. Um dos querubins celestiais pertencente a este carro celeste como que pôs estas simbólicas “brasas de fogo tiradas de entre os querubins” nas concavidades das suas mãos, para irem e as atirarem sobre a cidade da cristandade como advertência. Além daquilo que a organização celestial, invisível, de Jeová, sob o glorificado Jesus Cristo, fará para com a eliminação literal da cristandade, ele usará agentes terrestres para causar a destruição violenta da cristandade, assim como fizeram os babilônios à Jerusalém hipócrita, lá em 607 A. E. C.
20. Visto que a cristandade é a parte destacada de Babilônia, a Grande, aguarda-a que espécie de destruição?
20 Quando nos lembramos de que a cristandade é a parte destacada da hodierna Babilônia, a Grande, o império mundial da religião babilônica, falsa, podemos compreender que aguarda a cristandade a destruição como que queimada por um fogo consumidor.
21. Portanto, a cristandade está inevitavelmente dentro do alcance de que palavras expressas em Revelação, capítulo dezoito, a respeito de Babilônia, a Grande?
21 De modo que a cristandade está inevitavelmente dentro do alcance das palavras proféticas procedentes do céu, ouvidas pelo apóstolo cristão João: “É por isso que as pragas dela virão num só dia, morte, e pranto, e fome, e ela será completamente queimada em fogo, porque Jeová Deus, quem a julga, é forte.” Daí, numa descrição dos que sofrem perda egoísta, pessoal, na destruição do império mundial da religião falsa (incluindo a cristandade), o apóstolo João prosseguiu: “E os reis da terra, que cometeram fornicação com ela e viveram em impudente luxúria, chorarão e baterão em si mesmos de pesar por causa dela, ao olharem para a fumaça do incêndio dela, enquanto estão parados à distância, por causa do seu temor do tormento dela, dizendo: ‘Ai, ai, ó grande cidade, Babilônia, forte cidade, porque numa só hora chegou o teu julgamento!’” — Revelação 18:8-10.
22. Segundo as palavras de Revelação, capítulo dezoito, a destruição é reconhecida como vinda da parte de quem? Como reagirão diante dela os simbolicamente marcados na testa?
22 Até mesmo o último escritor da Bíblia reconheceu a destruição da organização religiosa hipócrita como sendo uma destruição ardente da parte Daquele que anda sobre o carro celeste. Portanto, depois de descrever a tristeza de muitos por causa desta destruição, o apóstolo João disse: “Alegra-te por causa dela, ó céu, e também vós, santos, e vós, apóstolos, e vós, profetas, porque por vós Deus exigiu dela Judicialmente a punição!” (Revelação 18:20) Todos os marcados na testa pelo hodierno homem “vestido de linho” alegrar-se-ão com esta destruição ardente que procede do carro celeste de Jeová contra a cristandade hipócrita e todo o resto de Babilônia, a Grande. Certamente, todos nós queremos estar do lado daqueles que se alegrarão quando isto ocorrer.
A RODAGEM E OS QUERUBINS ENVOLVIDOS
23, 24. Que descrição faz Ezequiel, a seguir, das rodas e dos querubins, e o que indica sua correspondência com a descrição anterior quanto a origem da destruição?
23 Olhemos agora junto com o profeta Ezequiel para o carro celeste de Jeová, do qual procede a destruição ardente contra a cristandade. O modo de Ezequiel descrever isso corresponde de perto ao que ele disse em Ezequiel 1:5-28. A fim de identificá-lo como sendo o mesmo carro, Ezequiel escreveu:
24 “E continuei a ver, e eis que havia quatro rodas ao lado dos querubins, uma roda ao lado de um querubim e uma roda do lado de outro querubim, e o aspecto das rodas era como o brilho duma pedra de crisólito. E quanto ao seu aspecto, as quatro tinham a mesma semelhança, assim como quando se mostra haver uma roda no meio de uma roda. Quando iam, iam para os seus quatro lados. Não mudavam de direção ao irem, porque iam atrás do lugar para onde estava virada a cabeça. Não mudavam de direção ao irem. E toda a sua carne, e suas costas, e suas mãos, e suas asas, e as rodas estavam cheias de olhos em todo o redor. Os quatro tinham as suas rodas. Quanto às rodas, clamava-se para elas aos meus ouvidos: ‘Ó rodagem [hag-Galgal, em hebraico]!’” — Ezequiel 10:9-13.
25. Que nome se deu às rodas e a que particularidades das rodas traz isso a atenção?
25 Ezequiel talvez ficasse surpreso de ouvir as rodas ser chamadas por um nome: “Rodagem!” (Ezequiel 10:2) Este nome foi evidentemente dado por causa daquilo que a roda faz, a saber, rodar ou girar. Por isso podia ser chamada de rodante ou girante. Esta particularidade é salientada na Bíblia Enfatizada de J. B. Rotherham (em inglês), que traduz Ezequiel 10:13: “Para as rodas, para elas clamou-se: “Ó roda girante!” Ou segundo a versão marginal: “Ó tu que giras!” De modo correspondente, o nome da cidade israelita de Gilgal significa “Rodando”. — Josué 5:9.
26. Dar-se a esta parte do carro celeste tal nome traz a atenção o que a respeito da organização celestial de Jeová?
26 Dar-se a esta parte do carro celeste tal nome traz à atenção a velocidade com que se locomove o carro celeste, a organização celestial de Jeová. Locomove-se com “rodas [galgal (usada aqui no plural)] como o tufão”. “Dir-se-iam . . . às rodas . . . um redemoinho.” (Isaías 5:28; Al) Os carros de guerra da capital assíria, Nínive, nunca andavam mais depressa do que este carro celeste, embora se dissesse daqueles carros de guerra assírios: “Estão correndo como os relâmpagos.” (Naum 2:4) Embora as rodas do carro celeste girassem com muitas revoluções por minuto, tinham olhos para ver o caminho.
27. Que observação fez Ezequiel a respeito dos querubins, e o que indica o movimento das rodas ao lado deles?
27 O profeta Ezequiel desviou então sua observação das rodas para os querubins acompanhantes. Olhando evidentemente primeiro para o lado esquerdo da criatura querubínica vivente, Ezequiel observou o seguinte a seu respeito: “E cada um tinha quatro faces. A primeira face era a face do querubim [uma face de touro, em Ezequiel 1:10], e a segunda face era a face de um homem terreno, e a terceira era a face de um leão, e a quarta era a face de uma águia. E os querubins elevavam-se — era a mesma criatura vivente que eu tinha visto junto ao rio Quebar — e quando os querubins iam, as rodas iam ao lado deles; e quando os querubins levantavam as suas asas para estarem alto acima da terra, as rodas não mudavam de direção) sim, elas mesmas, do lado deles. Quando eles ficavam parados, elas ficavam paradas; e quando se elevavam, elevavam-se com eles, porque havia nelas o espírito da criatura vivente.” (Ezequiel 10:14-17) Havia assim perfeita cooperação entre as rodas e os querubins. Não havia desarmonia ou desorganização no carro celeste de Jeová.
28. Para que lugar novo passou então a “glória de Jeová” e o carro celeste?
28 O “fogo” tirado de entre os querubins deste carro e atirado pelo homem vestido de linho sobre a cidade de Jerusalém ainda não havia atingido o templo. De modo que, na visão, a “glória de Jeová” ainda continuava a manobrar nesta área, assim como Ezequiel nos informa: “E a glória de Jeová passou a sair de cima do limiar da casa e a parar sobre os querubins. E os querubins levantaram então as suas asas e se elevaram da terra diante dos meus olhos. Quando saíram, as rodas também estavam bem perto deles; e começaram a parar junto à entrada oriental do portão da casa de Jeová, e havia sobre eles a glória do Deus de Israel, de cima. Esta é a criatura vivente que eu tinha visto debaixo do Deus de Israel junto ao rio Quebar [em Babilônia], de modo que vim a saber que eram querubins. Quanto aos quatro, cada um tinha quatro faces e cada um tinha quatro asas, e sob as suas asas havia a semelhança das mãos de um homem terreno. E quanto à semelhança das suas faces, eram as faces cuja aparência eu tinha visto junto ao rio Quebar, eram as mesmas. Eles iam, cada um, diretamente para a frente.” — Ezequiel 10:18-22.
29. Aonde tinha de ser levado então o profeta Ezequiel, e o que estamos interessados em saber a respeito dele agora?
29 Enquanto o carro celeste, com Jeová sentado no trono de safira acima dele, ficou parado junto à entrada oriental, externa, do templo, que instruções haviam de ser dadas ao profeta Ezequiel? Mas, primeiro, ele tinha de ser tirado do seu lugar no pátio interno do templo, a fim de ver o que podia ser visto desde o portão oriental externo que dava para o Monte das Oliveiras. Estamos interessados em saber o que ele viu e ouviu ali.