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Lago De FogoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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Revelação, tornam evidente a qualidade simbólica do lago de fogo, este tem sido usado por alguns para representar um lugar de fogo literal, e Revelação 20:10 tem sido utilizado como evidência consubstancial, uma vez que menciona o Diabo, a fera e o falso profeta como sendo “atormentados dia e noite, para todo o sempre”. A palavra “atormentados” traduz aqui o termo grego basanízo. O Theological Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento; 1964, editado por G. Kittel, Vol. 1, pp. 561-563) declara que seu infinitivo “significa estritamente ‘testar pela pedra de toque’ (βάσαυος [baʹsa·nos]), i.e., ‘esfregar nela’, ‘testar a genuinidade de’, ‘examinar ou provar’, assim sendo, ‘aplicar meios de tortura para descobrir a verdade’, ‘assolar ou torturar’ numa audiência, ou perante um tribunal. No N[ovo] T[estamento] só é encontrada no sentido geral de ‘afligir’ ou ‘atormentar’.” Como evidência, citam-se textos tais como Mateus 8:6, 29; Marcos 5:7; Lucas 8:28; 2 Pedro 2:8 e Revelação 12:2. Frisam-se pontos similares no que tange às palavras relacionadas, basanismós (Rev. 9:5; 18:7) e basanistés. (Mat. 18:34) A respeito de basanistés, a obra adrede mencionada declara que “não ocorre no N[ovo] T [estamento] no sentido original de ‘testador’, mas só se encontra em Mt. 18:34, no sentido dum ‘atormentador’ ”. Visto que uma prisão era, amiúde, um lugar de tormento, o carcereiro às vezes era chamado de “atormentador” (basanistés), como se dá em Mateus 18:34. Os lançados no “lago de fogo” vão para a “segunda morte”, da qual não há ressurreição, assim sendo, são ‘encarcerados’ ou restringidos na morte e ficam como que sob a custódia de carcereiros, “atormentadores”, por assim dizer, por toda a eternidade. Que uma condição restritiva pode ser mencionada como tormento, pode-se depreender dos relatos paralelos de Mateus 8:29 e Lucas 8:31. — Veja Geena.
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Lamentações, Livro DeAjuda ao Entendimento da Bíblia
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LAMENTAÇÕES, LIVRO DE
Nos tempos bíblicos, compunham-se lamentações ou endechas, que eram entoadas em memória dos amigos falecidos (2 Sam. 1:17-27), das nações devastadas (Amós 5:1, 2) e das cidades arruinadas (Eze. 27:2, 32-36). O livro de Lamentações fornece um exemplo inspirado de tal composição lamentosa. Consiste em cinco poemas líricos (em cinco capítulos) que lamentam a destruição de Jerusalém às mãos babilônias, em 607 AEC.
O livro reconhece que Jeová trouxe com justiça a punição sobre Jerusalém e Judá devido ao erro de seu povo. (Lam. 1:5, 18) Também sublinha a benevolência e a misericórdia de Deus, e mostra que Jeová é bom para aquele que espera nele. — Lam. 3:22, 25.
NOME
No hebraico, este livro é chamado pela palavra inicial ’Elikháh, que significa “Como!” Os tradutores da Septuaginta chamaram o livro de Thrénoi, que significa “Endechas; Lamentos”. No Talmude, é identificado pelo termo Qinóhth, que significa “Endechas; Elegias”, e é chamado por Jerônimo de Lamentationes (latim). O nome em português, “Lamentações”, provém deste último título.
LUGAR NO CANON BÍBLICO
No cânon hebraico, o livro de Lamentações é usualmente contado entre os cinco Meghillóhth (Rolos), consistindo em O Cântico de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester. No entanto, nas cópias antigas das Escrituras Hebraicas, diz-se que o livro de Lamentações seguia o livro de Jeremias, como o faz nas Bíblias atuais em português.
ESCRITOR
Na Septuaginta este livro é introduzido pelas palavras: “E sucedeu que, depois de Israel ter sido levado cativo, e Jerusalém ficar desolada, que Jeremias se sentou chorando, e lamentou com esta lamentação sobre Jerusalém, e disse.” Os Targuns também identificam Jeremias como o escritor, introduzindo-o como segue: “Jeremias, o profeta e grande sacerdote, disse.” A introdução da Vulgata é: “Aconteceu que, depois da redução de Israel ao cativeiro e de Jerusalém a deserto, o profeta Jeremias sentou-se chorando; ele proferiu esta lamentação sobre Jerusalém; e com espírito amargo, e soluçando penosamente, disse.” (Veja BJ, nota; CBC, nota.)
ESTILO
Os cinco capítulos do livro de Lamentações consistem em cinco poemas, os primeiros quatro sendo acrósticos. O alfabeto hebraico tem vinte e duas letras distintas (consoantes) e, em cada um dos primeiros quatro capítulos de Lamentações, os versos (ou estrofes) sucessivos começam com uma das vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Os capítulos um, dois e quatro têm, cada um, vinte e dois versos, dispostos em ordem alfabética, conforme o alfabeto hebraico, o verso um começando com a primeira letra hebraica, ’áleph (álefe), o verso dois começando com a segunda letra, behtli (bete), e assim por diante, até o fim do alfabeto. O capítulo três possui sessenta e seis versos e, nele, três versos sucessivos começam com a mesma letra hebraica, antes de passar para a letra seguinte.
Nos capítulos dois, três e quatro, há uma inversão das letras ‘áyin (aine) e pe’ (pê) (ali não se acham na mesma ordem como em Lamentações, capítulo um, e no Salmo 119). Mas isto não significa que o escritor inspirado de Lamentações tenha cometido um erro. Tem-se observado, numa consideração do assunto: “A irregularidade em pauta deveria, menos ainda, ser atribuída a uma falha por parte do compositor . . . , pois a irregularidade é repetida em três poemas. É, ao invés, ligada a outra circunstância. Pois verificamos em outros poemas alfabéticos também, especialmente os mais antigos, muitos desvios da regra, o que inegavelmente prova que os compositores só
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