Feriados
Definição: Dias em que usualmente se suspendem o trabalho secular e as aulas com o fim de se comemorar um evento. Tais dias podem também ser ocasiões de festividades em família ou na comunidade. Os participantes talvez considerem tais feriados como sendo religiosos ou em grande parte acontecimentos sociais ou seculares.
Baseia-se na Bíblia a celebração do Natal?
Data da celebração.
A Enciclopédia Barsa diz: “A data real deste acontecimento [do nascimento de Jesus] . . . não foi ainda satisfatoriamente reconhecida. . . . O dia 25 de dezembro aparece pela primeira vez no calendário de Philocalus (354). No ano 245, o teólogo Orígenes repudiava a idéia de se festejar o nascimento de Cristo ‘como se fosse ele um faraó’.” — (São Paulo, 1968), Vol. 9, p. 437.
Lucas 2:8-11 mostra que havia pastores nos campos, de noite, quando Jesus nasceu. A obra Daily Life in the Time of Jesus declara: “Os rebanhos . . . passavam o inverno em abrigo; e somente disso já se pode ver que a data tradicional para o Natal, no inverno, é improvável quanto a ser a certa, visto que o Evangelho diz que os pastores estavam nos campos.” — (Nova Iorque, 1962), Henri Daniel-Rops, p. 228.
A Enciclopédia Barsa nos informa: “A data atual [25 de dezembro] foi fixada . . . a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa mitraica . . . que celebrava o natalis invicti Solis (“Nascimento do Vitorioso Sol”) e várias outras festividades decorrentes do solstício do inverno, como a Saturnalia em Roma e os cultos solares. . . . A idéia central das missas de Natal revelam claramente esta origem: as noites eram mais longas e frias, pelo que, em todos estes ritos, se ofereciam sacrifícios propiciatórios e se suplicava pelo retorno da luz. A liturgia natalina retoma esta idéia.” — (São Paulo, 1968), Vol. 9, pp. 437, 438.
A New Catholic Encyclopedia reconhece o seguinte: “A data do nascimento de Cristo não é conhecida. Os Evangelhos não indicam nem o dia nem o mês . . . Segundo a hipótese sugerida por H. Usener . . . e aceita pela maioria dos peritos hoje em dia, designou-se ao nascimento de Cristo a data do solstício do inverno (25 de dezembro no calendário juliano, 6 de janeiro no egípcio), porque, nesse dia, à medida que o sol começava seu retorno aos céus setentrionais, os devotos pagãos de Mitra celebravam o dies natalis Solis Invicti (aniversário natalício do sol invencível). Em 25 de dez. de 274, Aureliano mandou proclamar o deus-sol como o principal padroeiro do império e dedicou um templo a ele no Campo de Marte. O Natal se originou numa época em que o culto do sol era particularmente forte em Roma.” — (1967), Vol. III, p. 656.
Sábios, ou magos, dirigidos por uma estrela.
Aqueles magos eram realmente astrólogos procedentes do oriente. (Mat. 2:1, 2, NM; NE) Embora a astrologia seja popular entre muitos povos hoje em dia, ela é fortemente desaprovada pela Bíblia. (Veja as páginas 119, 120, sob o tópico geral “Destino”.) Será que Deus conduziria ao recém-nascido Jesus pessoas cujas práticas Ele condenava?
Mateus 2:1-16 mostra que a estrela guiou os astrólogos primeiro ao Rei Herodes e depois a Jesus, e que então Herodes procurou fazer com que Jesus fosse morto. Não há menção de que alguma outra pessoa, a não ser os astrólogos, visse a “estrela”. Depois de partirem, o anjo de Jeová avisou José para que fugisse para o Egito a fim de salvaguardar o menino. Era aquela “estrela” um sinal da parte de Deus ou de alguém que procurava mandar destruir o Filho de Deus?
Note que a narrativa bíblica não diz que encontraram o bebê Jesus numa manjedoura, conforme costumeiramente se representa nas criações artísticas do Natal. Quando os astrólogos chegaram, Jesus e seus pais moravam numa casa. Quanto à idade de Jesus nessa ocasião, seja lembrado que, à base daquilo que Herodes ficou sabendo dos astrólogos, decretou que fossem destruídos no distrito de Belém todos os meninos de dois anos ou menos de idade. — Mat. 2:1, 11, 16.
Dar presentes, como parte da celebração; histórias sobre São Nicolau, Papai Noel, etc.
O costume de dar presentes no Natal não se baseia no que os magos fizeram. Conforme demonstrado acima, eles não chegaram na ocasião do nascimento de Jesus. Outrossim, deram presentes, não entre si, mas à criança, Jesus, de acordo com o que era costumeiro quando alguém visitava pessoas eminentes.
A Grande Enciclopédia Delta Larousse declara que as saturnais eram “festas . . . que constituíram . . . ocasião para trocar presentes”. (Rio de Janeiro, 1972, Vol. 13, p. 6192) Em muitos casos isso representa o espírito natalino de dar presentes — uma troca de presentes. O espírito que se traduz nessa troca de presentes não produz verdadeira felicidade, porque viola os princípios cristãos, tais como os que se encontram em Mateus 6:3, 4 e 2 Coríntios 9:7. O cristão pode certamente dar presentes a outros como expressão de amor em outras ocasiões durante o ano, fazendo isso quantas vezes quiser.
Dependendo do lugar onde moram, diz-se às crianças que os presentes são trazidos por Santa Claus, São Nicolau, Papai Noel, Père Noël, Knecht Ruprecht, os magos, o elfo Jultomten (ou Julenissen), ou uma bruxa conhecida por La Befana. (The World Book Encyclopedia, 1984, Vol. 3, p. 414) Naturalmente, nenhuma dessas histórias é verdadeira. Será que tais histórias contadas às crianças consolidam o respeito delas pela verdade, e dá tal costume honra a Jesus Cristo, que ensinou que Deus tem de ser adorado com verdade? — João 4:23, 24.
Há alguma objeção a se participar de celebrações que porventura tenham raízes não-cristãs conquanto não se faça isso por razões religiosas?
Efé. 5:10, 11: “Persisti em certificar-vos do que é aceitável para o Senhor; e cessai de compartilhar com eles nas obras infrutíferas que pertencem à escuridão, mas, antes, até mesmo as repreendei.”
2 Cor. 6:14-18: “Que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial? Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo? E que acordo tem o templo de Deus com os ídolos? . . . ‘“Portanto, saí do meio deles e separai-vos”, diz Jeová, “e cessai de tocar em coisa impura”’; ‘“e eu vos acolherei, . . . e vós sereis filhos e filhas para mim”, diz Jeová, o Todo-poderoso.’” (O genuíno amor por Jeová e o forte desejo de lhe agradar ajudarão a pessoa a livrar-se de práticas não-cristãs que talvez tenham atração emocional. A pessoa que conhece e ama realmente a Jeová não sente que, por evitar práticas que honram deuses falsos ou promovem a falsidade, esteja de alguma forma privando-se da felicidade. O amor genuíno faz com que se regozije, não com a injustiça, mas com a verdade. Veja 1 Coríntios 13:6.)
Compare com Êxodo 32:4-10. Note que os israelitas adotaram uma prática religiosa egípcia, mas lhe deram um novo nome: “uma festividade para Jeová”. Mas Jeová os puniu severamente por isso. Hoje nós vemos apenas as práticas do século 20 que estão associadas com feriados. Algumas talvez pareçam inofensivas. Mas Jeová viu de primeira mão as práticas religiosas pagãs das quais essas se originaram. Não deve ser o conceito dele o que importa para nós?
Ilustração: Digamos que pessoas em grande número vão à casa de certo cavalheiro, dizendo que estão ali para celebrar o aniversário natalício dele. Ele não é a favor de celebrações de aniversários natalícios. Não gosta de ver pessoas comer demais ou embriagarem-se, nem empenharem-se em conduta desregrada. Mas algumas dessas pessoas fazem todas essas coisas, e trazem presentes para todos os que se acham ali, menos para ele! E, ainda por cima, escolhem como data para tal celebração o aniversário natalício de um inimigo desse homem. Como se sentirá tal homem? Gostaria você de ser partícipe disso? É exatamente isso que se faz nas celebrações do Natal.
Qual é a origem da Páscoa da cristandade e dos costumes associados com ela?
The Encyclopædia Britannica comenta: “Não há indício da observância da festividade de Easter [nome inglês das celebrações pascoais na cristandade], quer no Novo Testamento, quer nos escritos dos Pais apostólicos. A santidade de épocas especiais era uma idéia alheia à mente dos primeiros cristãos.” — (1910), Vol. VIII, p. 828.
The Catholic Encyclopedia nos diz: “Muitíssimos costumes pagãos, celebrando a volta da primavera, gravitavam para Easter [Páscoa]. O ovo é emblema da vida germinante do princípio da primavera. . . . O coelho é símbolo pagão e sempre tem sido emblema da fertilidade.” — (1913), Vol. V, p. 227.
No livro The Two Babylons, de Alexander Hislop, lemos: “Que significa o próprio termo Easter? Não é nome cristão. Leva na própria testa sua origem caldéia. Easter não é outra coisa senão Astarte, um dos títulos de Beltis, a rainha do céu, cujo nome . . . encontrado por Layard em monumentos assírios, é Istar. . . . Esta é a história de Easter. As observâncias populares que ainda acompanham o período de sua celebração confirmam amplamente o testemunho da história quanto ao seu caráter babilônico. Os bolinhos quentinhos marcados com uma cruz, na sexta-feira da Paixão, e os ovos tingidos, do domingo da Páscoa ou Easter, constavam dos ritos dos caldeus exatamente como agora.” — (Nova Iorque, 1943), pp. 103, 107, 108; compare com Jeremias 7:18.
São objetáveis para os cristãos as celebrações do Ano-novo?
Segundo The World Book Encyclopedia, “o governador romano Júlio César fixou 1.º de janeiro como o Dia do Ano-novo em 46 AC. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões, das portas e dos começos. O mês de janeiro deriva o nome de Jano, que tinha duas faces — uma voltada para frente e outra para trás.” — (1984), Vol. 14, p. 237.
Tanto a data como os costumes associados com as celebrações do Ano-novo variam de país para país. Em muitos lugares fazem parte das festividades a folia e a bebedice. Entretanto, Romanos 13:13 aconselha: “Andemos decentemente, como em pleno dia, não em festanças e em bebedeiras, nem em relações ilícitas e em conduta desenfreada, nem em rixa e ciúme.” (Veja também 1 Pedro 4:3, 4; Gálatas 5:19-21.)
O que está por trás dos feriados em memória dos “espíritos dos mortos”?
A edição de 1910 de The Encyclopædia Britannica afirma: “Dia de Finados . . . dia reservado na Igreja Católica Romana para a comemoração dos falecidos fiéis. A celebração baseia-se na doutrina de que as almas dos fiéis, que na morte não foram purificados de pecados veniais ou não fizeram expiação de transgressões passadas, não podem alcançar a Visão Beatífica, e que se lhes pode ajudar nisso por oração e pelo sacrifício da missa. . . . Certas crenças populares relacionadas com o Dia de Finados são de origem pagã e de antiguidade imemorial. Assim, os camponeses, em muitos países católicos, acreditam que os mortos retornam aos seus lares anteriores na noite de Finados e partilham do alimento dos vivos.” — Vol. I, p. 709.
A Enciclopédia Barsa diz: “A tradição do culto dos mortos foi, porém, uma das práticas fundamentais de quase todas as religiões, mesmo as mais primitivas. . . . a idéia central da festa dos mortos é a mesma dos ritos agrários e da fecundidade: . . . Hipócrates . . . nos diz que os espíritos dos defuntos fazem crescer e germinar as sementes.” — (1968), Vol. 6, p. 213.
A Encyclopædia Britannica relata: “Há pouca dúvida que a igreja cristã procurava eliminar ou suplantar a festa druídica dos mortos por introduzir a celebração alternativa do Dia de Todos os Santos em 1.º de novembro. Esta festa foi estabelecida para homenagear todos os santos, conhecidos ou desconhecidos, mas deixou de substituir a celebração pagã de Samhain.” — (1959), Vol. 11, p. 107.
O livro The Worship of the Dead indica esta origem: “As mitologias de todas as antigas nações estão permeadas de eventos sobre o Dilúvio . . . A força deste argumento é ilustrada pelo fato da celebração de uma grande festa dos mortos em comemoração desse evento, não só por parte de nações mais ou menos em comunicação umas com as outras, mas por outras amplamente separadas, tanto pelo oceano como por séculos de tempo. Outrossim, esta festa é realizada por todos no próprio dia ou quase no dia em que, segundo o relato mosaico, ocorreu o Dilúvio, a saber, o décimo sétimo dia do segundo mês — o mês quase correspondente ao nosso novembro.” (Londres, 1904, do coronel J. Garnier, p. 4.) Assim, essas celebrações começaram realmente com prestação de honras a pessoas que Deus destruíra nos dias de Noé por causa da maldade delas. — Gên. 6:5-7; 7:11.
Tais feriados em honra dos “espíritos dos mortos”, como se estivessem vivos num outro mundo, são contrários à descrição bíblica da morte como sendo um estado de total inconsciência. — Ecl. 9:5, 10; Sal. 146:4.
Quanto à origem da crença na imortalidade da alma humana, veja as páginas 246, 247, sob o tópico geral “Morte” e a página 36, sob “Alma”.
Qual é a origem do dia de São Valentim (dia dos namorados)?
The World Book Encyclopedia nos informa: “O Dia de São Valentim cai num dia festivo de dois mártires cristãos diferentes, de nome Valentim. Mas os costumes relacionados com este dia . . . provavelmente vêm duma antiga festa romana chamada Lupercalia, que se realizava todo 15 de fevereiro. A festa homenageava Juno, a deusa romana das mulheres e do casamento, e Pã, o deus da natureza.” — (1973), Vol. 20, p. 204.
Qual é a origem da prática de reservar um dia para honrar as mães?
A Encyclopædia Britannica diz: Uma festividade derivada do costume de adorar a mãe, na antiga Grécia. A adoração formal da mãe, com cerimônias para Cibele ou Réia, a Grande Mãe dos Deuses, era realizada nos idos [dia 15] de março, em toda a Ásia Menor.” — (1959), Vol. 15, p. 849.
Que princípios bíblicos explicam o ponto de vista dos cristãos sobre a participação nas cerimônias em comemoração de eventos na história política de uma nação?
João 18:36: “Jesus respondeu [ao governador romano]: ‘Meu reino não faz parte deste mundo.’”
João 15:19: “Se vós [os seguidores de Jesus] fizésseis parte do mundo, o mundo estaria afeiçoado ao que é seu. Agora, porque não fazeis parte do mundo, mas eu vos escolhi do mundo, por esta razão o mundo vos odeia.”
1 João 5:19: “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” (Compare com João 14:30; Revelação 13:1, 2; Daniel 2:44.)
Outros feriados locais e nacionais.
Há muitos. Nem todos podem ser considerados aqui. Mas as informações históricas providas acima dão indicações quanto a que observar no que diz respeito a qualquer feriado, e os princípios bíblicos já considerados fornecem ampla orientação àqueles cujo desejo é fazer primariamente o que agrada a Jeová Deus.