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PortentoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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Assim, o apóstolo Pedro, quando se referia a Joel 2:30, que predisse “portentos [plural de mohphéth] nos céus e na terra”, falou de “portentos [plural de téras] em cima no céu e sinais [plural de semeíon] em baixo na terra” (Atos 2:14, 19), que é o modo como o texto de Joel reza na Septuaginta grega. Nas Escrituras Gregas Cristãs, téras é empregado coerentemente em combinação com semeíon (“sinal”), ambos os termos sendo usados no plural. — Atos 7:36; 14:3; 15:12; 2 Cor. 12:12.
Basicamente, a palavra téras se refere a qualquer ato ou coisa que suscite admiração, assim sendo, é devidamente traduzida “prodígios” em alguns casos. (Mat. 24:24; João 4:48) Quando o futuro se acha mais claramente envolvido, “portento” é mais apropriado. As “poderosas obras, e portentos, e sinais, que Deus fez por intermédio dele“ serviam como credenciais de Jesus, de que ele era o “Enviado” de Deus. (Atos 2:22) As miraculosas curas e ressurreições efetuadas por Jesus não só provocavam admiração; também eram portentos do que faria, em escala maior, no futuro. (João 6:54; compare com João 1:50, 51; 5:20, 28.) Alguns atos eram portentos de sua atividade futura como Sumo Sacerdote de Deus, perdoando pecados e atuando como Juiz. (Mat. 9:2-8; João 5:1-24) Outros serviam qual evidência da autoridade e do poder futuros de Jesus de atuar contra Satanás e seus demônios, lançando-os no abismo. (Mat. 12:22-29; Luc. 8:27-33; compare com Revelação 20:1-3.) Todos estes atos apontavam para o Governo Messiânico de Jesus como Rei Ungido de Deus.
Similarmente, os discípulos de Jesus, como testemunhas de seus ensinos e de sua ressurreição, eram apoiados por Deus com “sinais, e também com portentos e várias obras poderosas”. (Heb. 2:3, 4; Atos 2:43; 5:12) Estes evidenciavam os modos de Deus lidar com a recém-formada congregação cristã, e eram portentos de Sua utilização futura dessa congregação para cumprir Sua vontade e Seu propósito. — Compare com João 14:12.
Assim como surgiram falsos profetas em Israel, a predita apostasia na congregação cristã igualmente produziria um “homem que é contra a lei”, cuja presença seria evidenciada pela “operação de Satanás, com toda obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos”. (2 Tes. 2:3-12) Assim, a evidência acumulada em apoio do movimento apóstata não seria fraca nem insignificante, mas manifestaria o poderio de Satanás. Contudo, os portentos seriam mentirosos, quer se provando fraudulentos diante dum exame superficial, quer enganosos quanto às conclusões a que levariam. Parecendo manifestar a benevolência e a bênção de Deus, eles, em realidade, desviariam as pessoas da fonte e da vereda da vida. — Compare com 2 Coríntios 11:3, 12-15; veja MILAGRES; PODER, OBRAS PODEROSAS; SINAL, I.
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PórticoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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PÓRTICO
A entrada coberta dum prédio, ou um local de espera antes de se entrar nele. A palavra hebraica ’ulám significa, basicamente, “a parte anterior, frente”, e, assim, “vestíbulo, pórtico”. Nas Escrituras Hebraicas, tal palavra não é empregada com relação a uma parte arquitetônica de casas singulares, de moradias particulares. É difícil determinar se as casas dos israelitas possuíam um pórtico de alguma espécie. Os remanescentes arqueológicos de algumas casas em Megido, porém, indicam que elas foram construídas ao redor dum pátio, e que “um aposento do térreo servia como vestíbulo de entrada”. [The Biblical Archaeologist (O Arqueólogo Bíblico), maio de 1968, pp. 46, 48.] Nas Escrituras, ’ulám é aplicada a dois dos prédios públicos que Salomão construiu (veja PÓRTICO DAS COLUNAS; PÓRTICO DO TRONO), à parte frontal do templo de Salomão e a certas partes dos portais e do templo que foi mostrado, em visão, a Ezequiel.
O TEMPLO DE SALOMÃO
Ao passo que as partes fundamentais do templo eram o Santo e o Santíssimo, em frente ao Santo (na direção E) havia um pórtico maciço que servia como entrada para o templo. O pórtico tinha 20 côvados (c. 9 m) de frente — acompanhando a largura do templo — e 10 côvados (c. 4,5 m) de fundo. (1 Reis 6:3) Tinha 120 côvados (c. 53 m) de altura. O texto de 2 Crônicas 3:4 fornece a altura do pórtico no contexto de outras medidas da casa, medidas estas que, em geral, são aceitas, e que se harmonizam com as de Primeiro Reis. (Compare 2 Crônicas 3:3, 4 com 1 Reis 6:2, 3, 17, 20.) Assim, o pórtico teria a aparência de uma torre alta, evidentemente retangular, que se estendia bem acima da parte restante do prédio do templo. Na frente dele se erguiam duas colunas maciças de cobre, chamadas Jaquim e Boaz. (1 Reis 7:15-22; 2 Crônicas 3:15-17) O pórtico também possuía portas (o Rei Acaz as fechou, mas o filho dele, Ezequias, posteriormente as abriu e restaurou). (2 Crô. 28:24; 29:3, 7) Especialmente pela manhã, quando o sol que nascia no E brilhava diretamente sobre ele, o majestoso pórtico do templo deve ter sido uma vista assaz impressionante.
A VISÃO DO TEMPLO QUE EZEQUIEL TEVE
Na visão dum templo-santuário que Ezequiel teve, menciona-se um bom número de pórticos. O próprio prédio do templo tinha um pórtico frontal (na direção do E), como tinha o templo de Salomão. No entanto, este pórtico tinha 20 côvados (c. 10,4 m, baseando-se no côvado longo [Eze. 40:5], de c. 52 cm) de comprimento; e 11 côvados (c. 5,70 m) de largura, não se declarando a sua altura. Este pórtico possuía colunas frontais, bem como pilastras laterais, e havia um alpendre de madeira, provavelmente perto do seu topo. (Eze. 40:48, 49; 41:25, 26) Cada um dos três portões
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