Está sendo explorado com palavras simuladas?
1. (a) Por que a pessoa usualmente verifica seu dinheiro, quando ouve dizer que há dinheiro falso em circulação? (b) A quem talvez tenha de se dirigir a fim de estar seguro, e, o que fazer se o que estiver envolvido forem palavras simuladas?
QUANDO se noticia que há dinheiro falsificado em circulação numa comunidade, o leitor de imediato examina o dinheiro em mãos, porque sabe que, se por acaso tiver algum dinheiro falsificado, isso talvez signifique considerável perda, e, o que é pior, talvez o envolva em grandes dificuldades, se tentar passar algum. Talvez se trate de falsificação tão perita que tenha de ir a seu banqueiro para o identificar. As palavras simuladas podem ser até mesmo mais deceptivas e prejudiciais. Teria de dirigir-se a uma fonte fidedigna de palavras e fatos verídicos pára descobrir a fraude.
2. (a) Que aviso deu Pedro para o nosso beneficio? (b) Como e devido a que podemos identificar o Cristianismo falsificado?
2 O apóstolo Pedro, um dos apóstolos mais íntimos do Senhor Jesus Cristo, pouco tempo antes de sua própria morte, escreveu inspirado aviso à congregação cristã, dizendo-lhes que estivessem alertas, pois, disse, bem entre as congregações cristãs haveria alguns que, com cobiça, ‘os explorariam com palavras simuladas’. (2 Ped. 2:3) Podemos estar seguros, então, de que nem tudo que se apresenta como Cristianismo é verdadeiramente cristão, e que a falsificação não é tentativa fraca e insignificante, mas é um trama de profundidade, dotado de forte poder de enganar. Felizmente, em virtude do cuidado que Deus tem por nós, podemos, examinando a Bíblia, fonte de palavras verídicas, e rebuscando o início e o desenvolvimento deste Cristianismo falsificado, desmascarar a falsificação. Como? Estas autoridades fidedignas esclarecem muitas perguntas para nós, achando-se entre elas: Por que há tantas seitas diferentes e divisões nos países conhecidos como cristandade, quando o Cristianismo realmente se originou duma pessoa, Jesus Cristo?
3. (a) O que aconteceu á religião babilônica depois de a cidade cair? (b) Como é que a religião babilônica conseguiu levar a nação judaica ao desfavor de Deus? (c) Que nova luta viu então o Diabo em suas mãos?
3 Em números prévios, temos observado a contenda entre Babilônia e Sião, ou Jerusalém. Temos visto como a antiga cidade tragou Jerusalém, porém, mais tarde, foi obrigada a libertar os seus cativos. Babilônia gradualmente entrou em decadência, mas sua religião permaneceu e veio a ser fortemente representada na religião da Roma pagã. Depois da queda de Babilônia diante de Ciro, o Persa, o deus da religião babilônica, Satanás, o Diabo, teve de adotar diferentes táticas para lutar contra Deus. Por aproveitar-se do egoísmo e da ganância dos líderes da nação judaica, ele se infiltrou naquela religião e trouxe uma condição apóstata. Tão distante estava da verdadeira adoração de Deus que obrigou tais líderes a matar o Messias, a quem as Escrituras Hebraicas predisseram. Como resultado, Deus os rejeitou. Não mais podia Israel ser usado por Deus como sua nação santa. Todavia, houve um fiel restante judeu que não queria seguir seus lideres mas que se apegou à verdadeira adoração de Deus e aceitou o Messias. Foram eles que formaram o núcleo do Cristianismo. O Diabo reconheceu que o Messias, Jesus Cristo, era o Descendente que estava predito para esmagar sua cabeça no devido tempo e que a pregação do reino de Cristo era poderosa força contra ele. Por conseguinte, tinha de empregar a religião babilônica de novo para opor-se a este novo arranjo de Deus. Tinha, se possível, de destruir o Cristianismo.
4. Como é que a luta de Babilônia contra o Cristianismo havia de ser uma luta mais dura do que a anterior?
4 Ao se lançar à luta contra o Cristianismo, porém, a religião de Babilônia enfrentava algo novo e diferente. O Cristianismo era muito mais vigoroso; ademais, era religião missionária — era pregado a todas as nações. A primitiva congregação cristã cresceu surpreendentemente rápido e, sob a liderança dos doze apóstolos, floresceu enquanto mantinha sua pureza original contra a perseguição judaica e oficial. Babilônia tinha de empregar táticas mais eficazes. Como a religião babilônica se lançou à luta contra o Cristianismo por meio de diabólica estratégia e até que ponto teve êxito é interessantíssima leitura e, ao mesmo tempo, algo que temos de conhecer. Significa o desvendamento dum mistério.
JESUS PREDIZ A FALSIFICAÇÃO
5. Será que Jesus não estava cônscio da luta que o Cristianismo teria? Como sabemos a resposta a esta pergunta?
5 Jesus Cristo, o líder do Cristianismo, previu a luta e sua conclusão. Avisou de antemão a seus discípulos, dando-lhes a seguinte parábola:
6. Descrevam a ilustração do trigo e do joio, conforme dada por Jesus.
6 “O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem que semeou excelente semente no seu campo. Enquanto os homens dormiam, veio seu inimigo e semeou por cima joio entre o trigo, e foi embora. Quando a [lâmina da] planta cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Vieram assim os escravos do dono da casa e disseram-lhe: ‘Amo, não semeaste excelente semente no teu campo? Donde lhe veio então o joio?’ Disse-lhes ele: ‘Um inimigo, um homem, fez isso.’ Disseram-lhe: ‘Queres, pois, que vamos e o reunamos?’ Ele disse: ‘Não; para que não aconteça que, ao reunirdes o joio, desarraigueis também com ele o trigo. Deixai ambos crescer juntos até a colheita; e na época da colheita direi aos ceifeiros: Reuni primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado, depois ide ajuntar o trigo ao meu celeiro.’” — Mat. 13:24-30.
7. Identifiquem os vários simbolismos usados na Ilustração.
7 Quando lhe perguntaram o significado da ilustração, Jesus explicou que ele próprio era o semeador; o campo era o mundo; a semente excelente era os verdadeiros cristãos como filhos do Reino; e o joio era os filhos do iníquo, semeados pelo Diabo – os cristãos hipócritas. A colheita seria uma conclusão dum sistema de coisas e os ceifeiros eram anjos.
8. Quando é que ocorreu o semear dos filhos de Imitação do Reino?
8 O Diabo não esperaria muito tempo depois da morte de Jesus para semear os filhos de imitação do Reino dentro da congregação cristã, não, isso aconteceria enquanto os homens estivessem dormindo, referindo-se a os doze apóstolos de Cristo dormirem na morte, ou ao sono mental ou fracasso da parte dos superintendentes designados da congregação cristã em manterem-se alertas espiritualmente.
ONDE SE ORIGINOU A FALSIFICAÇÃO
9. Como é que Pedro revelou de onde viriam os cristãos falsificados?
9 Assim o Diabo perpetraria uma falsificação. Este seria um meio muito mais eficaz de obstar a disseminação do verdadeiro Cristianismo do que lutar abertamente contra este. Apoiando as palavras de Jesus e mostrando justamente de onde viriam os enganosos cristãos falsificados, disse Pedro: “No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas destrutivas e repudiarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição veloz. Outrossim, muitos seguirão os seus atos de conduta desenfreada, e, por causa destes, falar-se-á de modo ultrajante do caminho da verdade. Explorar-vos-ão também em cobiça com palavras simuladas. Mas, quanto a eles, o julgamento, desde tempos antigos, não está avançando vagarosamente e a destruição deles não está cochilando.” – 2 Ped. 2:1-3.
10. Por que os cristãos falsificados seriam tão enganosos, e qual seria o resultado de seu proceder?
10 Nas palavras de Pedro, o mistério a respeito do método de lutar de Satanás, por meio da religião babilônica, é esclarecido. Os cristãos de imitação seriam fortes adeptos do Cristianismo, cristãos que se desviariam da verdade. Seriam líderes que até mesmo formariam seitas, pretendendo ser cristãs, mas sendo, em realidade, destrutivas para o verdadeiro Cristianismo. Negariam o amo que os comprou, não tão abertamente, mas pelo seu proceder hipócrita. O apóstolo Paulo os descreveu a Tito da seguinte forma: “Declaram publicamente que conhecem a Deus, mas repudiam-no pelas suas obras, porque são detestáveis, e desobedientes, e não aprovados para qualquer sorte de boa obra.” (Tito 1:16) O resultado entre os cristãos professos seria a conduta desenfreada e causaria que se falasse de forma ultrajante sobre o caminho da verdade.
11. (a) Descrevam como os apóstolos edificaram um baluarte contra a apostasia durante a sua vida. (b) Contudo, segundo o aviso de Paulo, como é que o Diabo faria incursões sobre a congregação cristã?
11 Quando os apóstolos de Jesus Cristo estavam vivos, trabalhavam arduamente para edificar a congregação cristã qual baluarte contra tal apostasia, que sabiam que ocorreria; e seus esforços não foram vãos, pois o verdadeiro Cristianismo realmente sobreviveu. Um caso em pauta é a congregação de Corinto, onde alguns tentavam dividir a congregação, mas Paulo rapidamente “cortou pela raiz” a ameaça separatista. (1 Cor. 1:17-19) No ano 56 E. C., vinte e três anos depois de Jesus Cristo morrer e ser ressuscitado, o apóstolo Paulo teve uma reunião com os superintendentes da congregação de Éfeso e lhes deu este aviso: “Sei que todos vós, entre os quais eu estive pregando o reino, não vereis mais o meu rosto . . . Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito santo vos designou superintendentes para pastorear a congregação de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio [Filho]. Sei que depois de eu ter ido embora entrarão no meio de vós lobos opressivos e eles não tratarão o rebanho com ternura, e dentre vós mesmos surgirão homens e falarão coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos. Portanto, mantende-vos despertos.” — Atos 20:16, 17, 25-31.
12. Mostre brevemente como Timóteo foi avisado e o que foi admoestado a fazer para acautelar a congregação cristã contra a apostasia.
12 Paulo morreu cerca de dez anos depois, ou por volta de 65 E. C. Nas cartas de Paulo a Timóteo, a última sendo escrita pouco antes de sua morte, repetidas vezes avisou a Timóteo sobre a apostasia e lhe deu forte admoestação para que se esforçasse vigorosamente a edificar a congregação cristã qual baluarte contra a apostasia. — 1 Tim. 4:1-3; 3:15; 6:3-5, 20; 2 Tim. 2:1, 2; 3:1-7; 4:1-5.
13. Será que há prova de que a apostasia fez algum progresso durante o primeiro século?
13 Para vermos como a hedionda falsificação não era inimigo comum, mas persistia em tentar levantar a cabeça, podemos olhar a certo ponto, próximo do fim do primeiro século. Por volta de 98 E. C., o apóstolo João escreveu: “Criancinhas, é a última hora, e, assim como ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora. Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas, saíram para que se mostrasse que nem todos são dos nossos.” — 1 João 2:17-19.
14. Como é que o Senhor Jesus mostrou que o sectarismo estava penetrando em algumas congregações antes de terminar o primeiro século?
14 Na Revelação dada a João, por volta de 96 E. C., o Senhor Jesus Cristo lhe disse que escrevesse à congregação em Éfeso, à qual Paulo avisara muito antes, tanto por palavra oral como por escrever a Timóteo em Éfeso. Jesus disse isto, mediante João: “Lembra-te do que tens decaído, e arrepende-te e pratica as ações anteriores. Se não, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, a menos que te arrependas. Todavia, tens o seguinte, que odeias as ações da seita de Nicolau, que eu também odeio.” Em aviso à congregação de Pérgamo, foi dito a João que escrevesse o seguinte: “Tenho algumas coisas contra ti, que tens aí os que se apegam ao ensino de Balaão, o qual foi ensinar a Balaque a pôr uma pedra de tropeço diante dos filhos de Israel, para que comessem de coisas sacrificadas a ídolos e cometessem fornicação. Assim, tu tens também os que se apegam igualmente ao ensino da seita de Nicolau. Arrepende-te, portanto. Se não, virei a ti depressa e guerrearei com eles com a longa espada da minha boca. — Rev. 2:1, 5, 6, 12, 14-16.
15. Como é que as palavras de Jesus à congregação em Pérgamo indicam que a religião babilônica se havia infiltrado?
15 Sugestiva da influência babilônica na congregação de Pérgamo era a existência do “ensino de Balaão”, visto que o Balaão original era da Mesopotâmia, a região da antiga Babilônia. Pérgamo era a cidade para onde foi o sacerdócio babilônico ao fugir da queda de Babilônia diante de Ciro, para estabelecer seu colégio religioso central. Ali colocaram no lugar que Baltazar e seus predecessores ocuparam, os reis de Pérgamo, destarte preenchendo o lugar de Baltazar e de seus sucessores, que haviam sido os cabeças da religião babilônica. — Deu. 23:4, 5; Núm. 22:5; 31:8, 16.
ONDE ENCONTRAMOS A FALSIFICAÇÃO HOJE
16. (a) Onde se acha representada atualmente a grande falsificação? (b) Por que é bom que analisemos a descrição do apóstolo Paulo sobre esta falsificação?
16 Talvez ao ler isto, o leitor já esteja pensando a respeito das coisas que ouviu de muitas seitas que afirmam ser cristãs, e dos representantes delas. Já discerniu algumas palavras simuladas destas fontes. De modo correspondente, tal descrição da Bíblia indica claramente que a grande falsificação se acha representada nas seitas religiosas da cristandade, e que os lideres religiosos dela, o clero da cristandade, são aqueles sobre os quais avisaram os apóstolos Pedro e Paulo. O apóstolo Paulo dá-nos, provavelmente, a descrição mais pormenorizada da obra desta classe de falsificações religiosas e fala da mesma como ‘mistério daquilo que é contra a lei’. Assim como Jesus Cristo mostrou na ilustração do trigo e do joio, Paulo também mostra que, no tempo do fim, no tempo da segunda presença do Senhor Jesus, a apostasia, junto com os que a apóiam, terá fim. Analisemos as palavras do apóstolo Paulo para a descrição e clara identificação deste simulacro, a fim de que saibamos que proceder tomarmos a fim de evitarmos ser explorados com palavras simuladas. Paulo, muito preocupado, admoesta-nos:
17. Que questão perturbava a congregação em Tessalônica?
17 “No entanto, irmãos, com respeito à presença de nosso Senhor Jesus Cristo e de sermos ajuntados a ele, solicitamo-vos que não sejais depressa removidos de vossa razão, nem fiqueis provocados, quer por uma expressão inspirada, quer por intermédio duma mensagem verbal, quer por uma carta, como se fosse da nossa parte, no sentido de que o dia de Jeová está aqui.
18. (a) O que responde Paulo que tem de vir antes da segunda vinda do Senhor Jesus? (b) Até que ponto de orgulho iria o homem que é contra a lei?
18 “Que ninguém vos seduza, de maneira alguma, porque não virá a menos que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem que é contra a lei, o filho da destruição. Ele se coloca em oposição e se ergue acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência, de modo que se assenta no templo de O Deus, exibindo-se publicamente como sendo deus. Não vos lembrais de que, enquanto eu estava ainda convosco, costumava dizer-vos estas coisas?
19. O que diz Paulo quanto à fonte e o destino do “homem que é contra a lei”?
19 “E assim, agora sabeis o que age como restrição, visando que ele seja revelado no seu próprio tempo devido. Verdadeiramente, o mistério daquilo que é contra a lei já está operando; mas apenas até que aquele que agora mesmo age como restrição esteja fora do caminho. Então, deveras, será revelado aquele que é contra a lei, a quem o Senhor Jesus eliminará com o espírito de sua boca e reduzirá a nada pela manifestação de sua presença. Mas a presença daquele que é contra a lei é segundo a operação de Satanás, com toda obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos, e com todo engano injusto para com os que estão perecendo, em retribuição por não terem aceito o amor da verdade, para que fossem salvos. De modo que é por isso que Deus deixa que vá ter com eles a operação do erro, para que fiquem acreditando na mentira, a fim de que todos êles sejam julgados, porque não acreditaram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça.” — 2 Tes. 2:1-12.
20. Será o “homem que é contra a lei” uma só pessoa? Expliquem.
20 Notamos que o apóstolo Paulo personifica os líderes cristãos falsificados como o “homem que é contra a lei”. Este não se poderia referir a uma pessoa só, pois Paulo diz que tal homem já fazia seu trabalho nos dias de Paulo e seria finalmente eliminado no tempo da presença do Senhor Jesus. Um homem só não poderia viver tanto tempo, nem poderia realizar as coisas atribuídas por Paulo ao “homem que é contra a lei”.
21. (a) Contra quem é cometida a anarquia do “homem que é contra a lei”? (b) Será o pecado dele o de afastar-se da verdade, ou o que é, e que efeito tem sobre os outros?
21 A anarquia deste “homem” não é contra os governos deste mundo, embora, às vezes, tenha sido culpado disto. Vemos, contudo, que o clero da cristandade priva da intimidade dos governantes do mundo e tenta influenciá-los nos assuntos políticos. Às vezes, quando não convém a seus propósitos, têm sido culpados de anarquia contra tais governantes. Mas, a anarquia aqui mencionada é anarquia contra Deus. Não se trata de mero desvio ou afastamento do Cristianismo o que tal homem comete, mas é apostasia, uma rebelião deliberada e calculada contra a soberania de Deus. Por desorientar as pessoas e explorá-las com palavras simuladas, realmente as desvia do Rei, Jesus Cristo, que domina em nome de Deus. O clero segue o padrão do clero da nação judaica ao rejeitar o Messias, o Rei, enviado àquela nação por Jeová. O orgulho deste “homem que é contra a lei” é tão grande que “se coloca em oposição e se ergue acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência”. Achamos um caso assim nas palavras de Lúcio Ferraris, professor de direito canônico da Ordem Franciscana de monges, do século dezoito, que diz:
22. Dê um exemplo de o “homem que é contra a lei” se exaltar “acima de todo aquele que se chame ‘deus’”.
22 “O papa tem tal dignidade e magnitude que não é simplesmente homem, mas é como se fosse Deus, e o vigário de Deus. . . . O papa é como se fosse Deus na terra, o único príncipe dos fiéis de Cristo, o maior rei dentre os reis, possuidor da plenitude de poder, a quem é confiado o governo do reino terrestre e celestial. . . . O papa tem tão grande autoridade e poder que pode modificar, declarar ou interpretar a lei divina. . . . O papa pode, às vezes, contrapor-se à lei divina, por limitá-la, explicá-la”, etc.a
23. (a) A que se opõe o “homem que é contra a lei”, e como é que se ergue acima de tudo que seja objeto de reverência? (b) Como é que se “assenta no templo de O Deus”?
23 Sim, a soberania de Deus sofre oposição e as palavras e a lei de Jeová Deus mesmo são desafiadas. E não é somente o clero católico, mas é o clero de toda a cristandade, que adota a mesma atitude, ensina doutrinas babilônicas e comete fornicação espiritual com os governos deste mundo. Colocam suas tradições e suas próprias opiniões acima da Palavra de Deus e afirmam ser encarregados de todos os interesses religiosos do povo. Quando as testemunhas de Jeová entram numa cidade ou comunidade pregando a verdade bíblica, eles fazem objeções às Testemunhas como invasores do seu pasto. Não respeitam os verdadeiros cristãos, os irmãos ungidos de Jesus Cristo, que trazem a mensagem do Reino a eles, nem respeitam as palavras dos próprios apóstolos. Afirmam ser as pedras vivas do templo espiritual de Deus, constituindo sua congregação.
24. Quando foi revelado o “homem que é contra a lei”, ou foi trazido à proeminência?
24 Paulo prossegue dizendo que tal apostasia estava restrita nos seus dias, mas que tal restrição seria removida do caminho, e então o “homem que é contra a lei” floresceria e se tornaria proeminente. Ao ler as cartas dos apóstolos, podemos ver que tal restrição foi removida pela morte dos apóstolos e seus associados imediatos que viveram mais do que eles. Portanto, não foi necessário esperar muito, depois do fim do primeiro século.
‘OBRAS PODEROSAS’ QUE ENGANAM A MUITOS
25. (a) Quais são algumas das ‘obras poderosas’ e “sinais e portentos” que o “homem que é contra a lei” realiza? (b) Como é que Jesus considerou tais obras, que têm aparência impressionante?
25 Para ser eficazmente enganoso o “homem que é contra a lei” deveria realizar “toda obra poderosa”. Isto não significa necessariamente milagres da espécie que fez o Senhor Jesus Cristo, mas, por exemplo, tem feito obras poderosas por converter o povo por meio do estado, pela conversão de populações inteiras, pela união da igreja com o estado, pelas cruzadas. Tais obras poderosas foram realizadas, não só pela seção católica da cristandade, mas também pela seção chamada protestante, em tais coisas como a reforma, manobrar governos, fazer que poderosas leis fossem sancionadas para manter o povo em mais estrita sujeição às suas organizações. Então, há “sinais e portentos” que infundem reverência nas pessoas para com eles, por exemplo, sua pretensão da sucessão apostólica, seus muitos concílios, reformas, escolas e hospitais operados por ordens religiosas, santuários onde afirmam ter havido curas, o Conselho Mundial de Igrejas, encíclicas, discursos perante as Nações Unidas e influência sobre elas, e muitas outras coisas semelhantes. Até mesmo reconhecem o espiritismo e a astrologia e têm consentido na ação dos líderes políticos em procurar adivinhadores da sorte e médiuns quanto a perguntas de estado. Estas atividades podem parecer boas e podem exercer poderosa influência sobre as pessoas e os políticos, mas não sobre Jesus. Diz: “Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e não expulsamos demônios em teu nome, e não fizemos muitas obras poderosas em teu nome’ Contudo, eu lhes confessarei então: Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei.” — Mat. 7:22, 23.
26. Como é que Deus os tem recompensado pela sua oposição a ele e à verdade?
26 Por conseguinte, o apóstolo Paulo diz que, visto que estes homens arrogantes se têm exaltado contra ele e não têm aceito o amor da verdade, de modo que pudessem ser salvos, Deus tem permitido que a operação do erro vá ter com eles e realmente creiam na mentira. São aqueles “que estão perecendo”, mas, em realidade, têm concordado com o modo simulado de Satanás e aceitaram-no ao ponto de crerem que são santos e que Deus os deixará escapar.
27. (a) Como sabemos que Satanás não teve êxito em acabar com o verdadeiro Cristianismo? (b) Qual deverá ser o destino do “homem que é contra a lei”?
27 Assim, Satanás, mediante o babilônico “homem que é contra a lei” fez muita coisa em sua luta contra o verdadeiro Cristianismo, mas que não teve êxito em eliminar este se torna claro pelo fato de que podemos ler a respeito da grande falsificação, entendê-la e identificá-la atualmente, e também pelo fato de que mais de um milhão de cristãos proclamam as boas novas do Reino às pessoas de todo o mundo. Em breve, as palavras do apóstolo serão cumpridas de que o Senhor Jesus, agora em poder e em grande glória nos céus; acabará com a falsificação pelo espírito de sua boca e o reduzirá a nada pela manifestação de sua presença.
28. O que nos ajuda a identificar a falsificação da religião babilônica, mas, do que mais precisamos a fim de obtermos pleno entendimento do que é Babilônia, a Grande?
28 Com esta consideração dos avisos da Bíblia e dos fatos da história do primeiro século, identificamos a falsificação que a religião de Babilônia tem usado em sua luta, e chegamos mais perto do entendimento do que é Babilônia, a Grande. Há mais o que aprender, contudo, a respeito de fatos históricos, não só a respeito da infiltração de homens egoístas em posições de liderança para produzir a apostasia e estabelecer o “homem que é contra a lei”, mas também exatamente como as doutrinas de Babilônia foram levadas por tais homens à apóstata cristandade. Temos de conhecer estas coisas de modo que possamos desmascarar cabalmente a falsificação. Pois, ser explorado com palavras simuladas deste “homem que é contra a lei” e, destarte, cair nas mãos de Babilônia, a Grande, significaria para nós uma destruição como a dela. Examinemos os números vindouros desta revista, para obtermos estes fatos históricos.
[Nota(s) de rodapé]
a O Ecclesiastical Dictionary (Dicionário Eclesiástico), autoridade-padrão católico-romana, sob a palavra papa.