Capítulo 20
Uma “terceira parte” é preservada numa terra purificada
1. Fracassou a cristandade em produzir a espécie de terra que as pessoas sinceras desejam? É da promessa de quem temos de depender, de produzir o Paraíso desejado?
O QUE pessoas decentes, sinceras e de inclinações justas desejam hoje em dia é um país cujos habitantes levem uma vida limpa e em que não haja hipocrisia religiosa, nem fraude, nem engano. A cristandade, depois de experimentar suas centenas de variedades de religiões chamadas cristãs, falhou em produzir tal país. Já se perdeu agora toda esperança de que ela consiga fazer isso. Ela não pode apresentar nenhum único país como amostra para provar que consegue eliminar a iniqüidade e a impureza religiosa. Em parte alguma produziu um paraíso espiritual entre suas centenas de milhões de membros das igrejas. Se o Criador do céu e da terra dependesse dela para produzir uma terra purificada, com uma religião pura e imaculada, essa nunca viria a existir. Mas o Deus Todo-poderoso a produzirá a seu modo, por meio de sua própria organização teocrática. Sua promessa neste sentido ainda está de pé, podendo confiar nela hoje todos os retos.
2. Depois de falar a respeito do choro por causa do ‘traspassado’, o que diz Jeová a respeito do que é aberto para o pecado e para uma coisa abominável?
2 É muito interessante examinar como Deus ilustra seu propósito de fazer tal coisa notável. Na sua “pronúncia”, ele acabava de falar sobre o choro e o lamento amargo na sua terra, por ter sido traspassado o Messias em quem os habitantes do país depositaram sua esperança. (Zacarias 12:1, 10-14) Logo a seguir, ele prossegue: “Naquele dia virá a haver uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para o pecado e para uma coisa abominável.” — Zacarias 13:1.
3. O que prova se a cristandade se aproveita da “fonte”’ aberta para o pecado e para uma coisa abominável?
3 Não vemos hoje o ‘pecado é uma coisa abominável’ prevalecer em toda a terra, mesmo na cristandade? Em caso afirmativo, então é evidente que a cristandade não se aproveitou da “fonte” que havia de ser aberta “naquele dia”. Estamos agora “naquele dia”, não estamos? A palavra “dia” não se refere aqui a um dia de vinte e quatro horas. Como podemos saber se estamos ou não neste “dia” favorecido? Podemos fazer isso por considerarmos todas as circunstâncias envolvidas.
4. (a) Quem abre esta “fonte” para fornecer água para que fim? (b) Segundo as Escrituras, quais são algumas das coisas abomináveis que não deve haver no templo de Deus?
4 Este “dia” é bem destacado por uma “fonte”. Esta fonte foi aberta por Jeová, pois é Ele mesmo quem a cava por meio de suas provisões amorosas. Ele cuida de que esteja cheia de água pura. Qual é a finalidade declarada desta água? Não a de se beber para saciar a sede, mas a purificação. A “fonte” com a sua água é aberta “para o pecado e para uma coisa abominável”. Entre as coisas abomináveis a Deus encontra-se a descrita em Levítico 20:21: “E quando um homem toma a esposa de seu irmão, é algo abominável. E a nudez de seu irmão que ele descobriu. Devem ficar sem filhos.” Uma coisa abominável ou impura não tem lugar no templo de Deus. (2 Crônicas 29:3-5) Uma coisa abominável deve ser lançada fora, mesmo que envolva prata e ouro. (Ezequiel 7:19) Quando alguém age escandalosamente perante Deus, ele se pode tornar “uma coisa abominável”. (Lamentações 1:8) O israelita que se profanava por tocar num cadáver era considerado abominável e não devia ser tocado até depois de se ter purificado com água misturada com as cinzas duma vaca vermelha sacrificada. — Números 19:2-22.
5. Como haviam tornado a terra os habitantes dela, antes de os israelitas tomarem posse dela, e por que abriu Jeová uma “fonte . . . para o pecado e para uma coisa abominável”’ a favor do restante restabelecido ali?
5 Antes de os israelitas terem tomado posse da terra de Canaã, esta terra havia sido tornada abominável, imunda e impura “por causa da impureza dos povos das terras, por causa das suas coisas detestáveis com que a encheram de uma ponta a outra com a sua impureza”. (Esdras 9:11) Mas depois de os próprios israelitas terem ocupado o país por algum tempo, eles também tornaram o país abominável, imundo e impuro, de modo que Jeová podia dizer: “A casa de Israel está morando sobre o seu solo, e eles continuam a fazê-lo impuro com o seu procedimento e com as suas ações. Seu procedimento tornou-se diante de mim como a impureza da menstruação.” (Ezequiel 36:16, 17; Levítico 15:19-33) Portanto, era correto que Jeová não quisesse que o país do seu restante restabelecido se tornasse novamente uma terra abominável ou que continuasse como tal. Foi por isso que ele abriu esta “fonte”, para eliminar o pecado e a coisa abominável.
6. (a) Visto que isto se deu após o seu restabelecimento de Babilônia, por que precisavam a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém” de tal forte para purificação? (b) A quantos se destinava realmente a “fonte” e como podiam estes aproveitar-se dela?
6 De modo que a “fonte” foi aberta “para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém”. Mas, não percamos de vista que estes eram do restante dos israelitas libertos de Babilônia e que haviam retornado à terra de Judá, para reconstruir o templo de seu Deus em Jerusalém. Por conseguinte, embora houvesse entre eles uma “casa de Davi”, não tinham um rei da linhagem do Rei Davi sentado num trono real em Jerusalém. Zorobabel, que havia vindo de Babilônia, era da “casa de Davi”, mas apenas fora nomeado pelo Rei Ciro, da Pérsia, para ser governador de Judá. (Zacarias 4:6-10; Mateus 1:6-13) o Messias ainda havia de vir, para eles obterem um rei da “casa de Davi”. Naturalmente, pois, a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém”, de que se fala aqui, precisavam ser limpos do “pecado” e de qualquer “coisa abominável”. Precisavam que se abrisse aquela “fonte”. De fato, a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém” representavam a sua nação inteira. A nação inteira precisava desta “fonte” com a sua água purificadora, e podiam aproveitar-se desta provisão divina quando vinham a Jerusalém para as suas festividades anuais.
7. Quando foi esta “fonte” aberta para a “casa de Davi” e para os “habitantes de Jerusalém”, e com que resultado inicial?
7 Quando foi aberta esta “fonte” para a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém”, e para a nação que representavam? Foi depois de ter sido ressuscitado dos mortos Aquele a quem haviam ‘traspassado’ até à morte por pendurá-lo numa estaca, fora das muralhas de Jerusalém, no Dia da Páscoa de 33 E.C. Isto o habilitou a subir ao céu e entrar na presença de Jeová Deus, apresentando-lhe o valor expiatório de pecados do seu sangue derramado. Depois, no dia festivo de Pentecostes, 6 de sivã de 33 E.C., Jeová Deus usou o Messias expiador de pecados, Jesus Cristo, para derramar espírito santo sobre os seus discípulos fiéis em Jerusalém, para começar, sobre cerca de 120 deles. Mais tarde, naquele mesmo dia, cerca de três mil judeus confessaram sua culpa por terem participado na matança do Messias, Jesus, e eles foram batizados em água para se tornar seus discípulos, e eles também foram batizados com espírito santo. — Atos 1:2-5, 15; 2:1-36.
8, 9. (a) O que significava o conselho de Pedro para aqueles milhares de judeus de consciência ferida, no dia de Pentecostes, com respeito à “fonte”? (b) Que garantia disso forneceu Pedro mais tarde aos judeus no templo?
8 Então, quando o apóstolo cristão Pedro disse aqueles milhares de judeus de consciência compungida: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados, e recebereis a dádiva gratuita do espírito santo”, o que queria dizer isso? (Atos 2:37, 38) Queria dizer que era ‘aquele dia’ predito em Zacarias 13:1. Significava que a “fonte” havia sido aberta “para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para o pecado e para uma coisa abominável”. Poderia ter havido uma “coisa abominável” maior do que a instigação à morte violenta do Messias, Jesus, e a participação nela? É provável que um número bastante grande de judeus dentre aqueles milhares de judeus havia olhado para o corpo de Jesus Cristo, pendurado na estaca, quando foi ‘traspassado’ pela lança do soldado romano de guarda. (João 19:37) No entanto, a água da “fonte” aberta podia limpar até mesmo esta “coisa abominável”. Pedro forneceu garantia disso ao dizer mais tarde aos judeus no templo em Jerusalém:
9 “E agora, irmãos, sei que agistes em ignorância, assim como também fizeram vossos governantes. Mas, deste modo Deus tem cumprido as coisas que ele anunciou de antemão por intermédio da boca de todos os profetas [inclusive Zacarias 12:10], que o seu Cristo havia de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e dai meia-volta, a fim de que os vossos pecados sejam apagados, para que venham épocas de refrigério da parte da pessoa de Jeová e para que ele envie o Cristo designado a vós, Jesus.” — Atos 3:17-20.
10. Segundo Paulo, quantos Judeus naturais se aproveitaram desta “fonte’, e por quanto tempo foi Jerusalém com sua “casa de Davi” aparentemente o lugar literal desta “fonte”?
10 Isto foi no ano 33 E.C., mas, mesmo até o ano 56 E.C., o apóstolo Paulo salientou sob inspiração que apenas um restante dos judeus naturais, circuncisos olhava com fé para o Messias ‘traspassado’, Jesus, aproveitando-se da “fonte” de água purificadora: “Apresentou-se também na época atual um restante, segundo uma escolha devida à benignidade imerecida.” (Romanos 11:5; 9:27, 28) No ano 70 E.C., a Jerusalém judaica foi destruída pelas legiões romanas e deixou de estar disponível para a aplicação literal a ela de Zacarias 13:1, e sua “casa de Davi” deixou de ser identificável por meio de registros genealógicos, porque estes se perderam.
11. De modo paralelo, quando se apresentou um restante de israelitas espirituais e o que apreciaram com respeito à ira de Deus para com eles (Isaías 12:1, 2)?
11 Entretanto, há um cumprimento paralelo de Zacarias 13:1 no restante dos israelitas espirituais que têm que ver com a “Jerusalém celestial”, a “cidade do Deus vivente”. Durante a primeira guerra mundial de 1914-1918 E.C., os do restante dos israelitas espirituais vieram a estar sob a servidão babilônica e mostraram-se culpados de faltas e impurezas espirituais. No ano 1919, houve a libertação deles da organização de Babilônia, a Grande, e de seus amantes políticos e militares. Começaram a apreciar e a discernir então a aplicação das palavras de Isaías 12:1, 2: “E naquele dia seguramente dirás: ‘Agradecer-te-ei, ó Jeová, pois, embora te irasses comigo, tua ira recuou gradualmente e passaste a consolar-me. Eis que Deus é minha salvação. Confiarei e não ficarei apavorado; porque Já Jeová é minha força e meu poder, e ele veio a ser minha salvação.’”a Portanto, agora, assim como no tempo de Zacarias, havia um restante restabelecido, liberto de Babilônia, a Grande, e devotado à edificação da adoração pura de Jeová no Seu templo espiritual.
12. (a) Quando foi aberta para eles a “fonte” de água purificadora, e por quê? (b) Como se cumpriu assim a profecia de Ezequiel 36:24, 25?
12 Este restabelecido restante ungido dos israelitas espirituais precisava ser purificado de todo o “pecado” e de toda “coisa abominável” que se apegara a eles durante a sua servidão sob Babilônia, a Grande, e os amantes mundanos dela. A “fonte” de água purificante, como algo que então era apropriado para as suas necessidades espirituais, foi-lhes aberta pelo misericordioso Jeová, naquele ano de libertação de 1919 E.C. Começaram imediatamente a aproveitar-se da água purificadora daquela “fonte”. Cumpriu-se, então, de modo espiritual a promessa divina de Ezequiel 36:24, 25: “E vou tirar-vos dentre as nações e reunir-vos dentre todas as terras, e vou fazer-vos chegar ao vosso solo. E vou aspergir-vos com água limpa e vós vos tornareis limpos; purificar-vos-ei de todas as vossas impurezas e de todos os vossos ídolos sórdidos.” Durante a sua servidão espiritual em Babilônia, a Grande, os do restante haviam tocado nas coisas mortas do mundo louco pela guerra; e era então como se Jeová, por meio de Cristo, aspergisse o restante arrependido com a “água de purificação”, misturada com as cinzas da vaca vermelha abatida. — Números 19:1-13.
13. Entre aqueles israelitas espirituais restabelecidos, quem deles precisava ser purificado, para corresponder à “casa de Davi” e aos “habitantes de Jerusalém”, e por quê?
13 Isto era necessário no caso de todos os membros arrependidos e restabelecidos do restante do Israel espiritual. Não havia ninguém elevado demais em importância ou responsabilidade, parecido à “casa de Davi”, nem alguém comum ou medíocre demais, e numerosos demais, parecidos aos “habitantes de Jerusalém”, que ficasse isento desta purificação por meio da água da “fonte” da provisão de Jeová. O corpo governante geral do restante do Israel espiritual e também os anciãos oficiais como superintendentes das congregações locais destes israelitas espirituais precisavam ser purificados do mesmo modo que os membros dedicados e batizados de suas congregações. (Atos 20:17-28; 14:23; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:1-7; 4:14; Tito 1:5-9) Havia uma purificação comunal entre eles. No seu domínio espiritual restabelecido, foram obrigados a ser puros na pregação, no ensino e na vida diária. Concordando com manterem-se imaculados deste mundo, foram levados à situação de manter uma neutralidade cristã estrita para com os conflitos violentos das nações que empilhavam os cadáveres. — Tiago 1:27; João 15:18, 19; 17:14.
A LEALDADE A DEUS ULTRAPASSA OS VÍNCULOS FAMILIARES
14, 15. (a) ‘Aquele dia’ deve ser também um tempo para se testar que qualidade para com Jeová? (b) Em Zacarias: 13:2, 3, que ilustração orientadora forneceu Jeová?
14 ‘Aquele dia’ em que a “fonte” é aberta “para o pecado e para uma coisa abominável” é também um dia de se provar o grau da lealdade da pessoa a Deus. Os do restante restabelecido, tirado de Babilônia em 537 A. E. C., foram avisados de antemão sobre isso. Descrevendo quão leais a Ele tinham de ser e seriam mesmo os seus adoradores, o Soberano Senhor Deus passou a dizer adicionalmente ao seu profeta Zacarias:
15 “‘E naquele dia terá de acontecer’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘que deceparei do país os nomes dos ídolos e eles não serão mais lembrados; e também farei passar para fora do país os profetas e o espírito de impureza. E terá de acontecer que, caso um homem ainda profetize, seu pai e sua mãe, aqueles que fizeram que nascesse, também terão de dizer-lhe: “Não viverás, porque falaste falsidade em nome de Jeová.” E seu pai e sua mãe, aqueles que fizeram que nascesse, terão de traspassá-lo por ele ter profetizado’.” — Zacarias 13:2, 3.
16. Qual é o “país” de que Jeová decepou “os nomes dos ídolos” e em que resultou isso entre os atuais israelitas espirituais?
16 No que se refere ao nosso tempo, desde o ano de 1919 E.C., Jeová dos exércitos fala aqui a respeito do domínio espiritual do restante restabelecido dos israelitas espirituais. Visto que este Deus, que exige devoção exclusiva a si, fez com que os nomes dos ídolos” passassem para fora do “país” de sua relação com Ele, recusam-se agora a adorar a “fera” que subiu do mar e também a “imagem” desta fera Ou, em linguagem clara, sem o uso dos símbolos bíblicos para instituições políticas, os israelitas espirituais negam-se a adorar o Estado político como um todo, em escala mundial, e também a liga das Nações e suas sucessoras, as Nações Unidas. Assim evitam sofrer a penalidade divina por levar a “marca” da “fera”. (Revelação 13:1-18; 14:9, 10) Visto que se chegaram “a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”, e estão “alistados nos céus”, sua “cidadania existe nos céus”. (Hebreus 12:2, 23; Filipenses 3:20) Por isso não se entregam ao delírio do nacionalismo terrestre. Não fazem gestos de adoração nem tomam tais atitudes para com os ídolos nacionalistas. Os nomes dos ídolos não são lembrados. Os israelitas espirituais, leais, louvam o nome de Jeová, como o verdadeiro Deus, em plena lealdade de coração a Ele.
17. Em vista de que avisos de Jesus Cristo e do apóstolo João era oportuno que Jeová fizesse os falsos profetas passar para fora do “país”?
17 Jeová fez também que os falsos profetas e o “espírito de impureza” passassem para fora do domínio espiritual do seu restante restabelecido. Jesus Cristo nos advertiu de antemão a respeito desta “terminação do sistema de coisas”, de que “surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios, a fim de desencaminhar, se possível, até mesmo os escolhidos”. (Mateus 24:3, 4, 24, 25) O apóstolo João advertiu: “Amados, não acrediteis em toda expressão inspirada [ou: todo espírito] mas provai as expressões inspiradas para ver se se originam de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (1 João 4:1) Concordemente, haveria necessidade entre os do restante restabelecido dos israelitas espirituais de se guardarem contra os falsos profetas que invadiriam seu domínio espiritual na terra ou surgiriam no meio dele.
18, 19. (a) O que exigiu do restante restabelecido do Israel espiritual fazer Jeová os falsos profetas passar para fora do país? (b) Que conselho do apóstolo Pedro a respeito de profecia acataram eles?
18 Então, como manteve Jeová seu “país” ou domínio espiritual puro na adoração por cumprir sua promessa: “Também farei passar para fora do país os profetas e o espírito de impureza”? (Zacarias 13:2) Fez isso por causar que se corrigissem quaisquer mal-entendidos das profecias bíblicas que talvez tivessem antes de o restante ser restabelecido no seu “país” em 1919 E.C. O “tempo do fim”, a “terminação do sistema de coisas”, que começou em 1914, no fim dos Tempos dos Gentios, foi o tempo designado de Deus para cumprir muitas das profecias. Estas não podiam ser entendidas até estarem quase prestes a se cumprir ou depois de seu cumprimento. Portanto, à luz de tudo o que acontecia desde 1914, os do restante restabelecido examinaram de novo as profecias cujo cumprimento Deus reservara para o “tempo do fim”. (Daniel 12:4; Revelação 10:6, 7) Isto incluiu um novo estudo dos livros de Ezequiel e de Revelação, cuja explicação havia sido tentada e publicada em julho de 1917, no livro intitulado “O Mistério Consumado”. De modo que o restante restabelecido acatou as palavras:
19 “Temos a palavra profética tanto mais assegurada; e fazeis bem em prestar atenção a ela como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro, até que amanheça o dia e se levante a estrela da alva, em vossos corações. Pois sabeis primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação particular. Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.” — 2 Pedro 1:19-21.
20. Falando-se em sentido figurado, como traspassavam os pais carnais seu filho por profetizar falsamente?
20 As tentativas de interpretar a profecia, quando se mostraram incorretas à luz dos acontecimentos históricos e o entendimento mais claro da Bíblia, foram corrigidas, sem considerar quem havia provido a interpretação. A questão a ser enfrentada nisso era a lealdade a Deus e à sua Palavra inspirada. Portanto, como ilustração da lealdade exigida, mesmo que um filho carnal fizesse uma interpretação errônea duma profecia divina e persistisse nela, qual falso profeta, seus próprios pais carnais, na sua lealdade a Deus, não teriam mais nada que ver com ele em questões religiosas. Os pais cristãos não podiam fazer o mesmo que se fazia sob o pacto da Lei mosaica, a saber, entregá-lo à morte; mas podiam declará-lo espiritualmente morto para com eles mesmos, apesar de serem progenitores físicos dele. Desta maneira, falando-se de modo figurativo, eles tinham “de traspassá-lo por ele ter profetizado”. (Zacarias 13:3; veja Deuteronômio 13:1-5.) Com o pleno consentimento deles, tal falso profeta seria expulso, desassociado, da congregação cristã. Por meio de tal lealdade da parte de todos os membros do restante restabelecido far-se-ia com que o “profeta” de falsidade passasse para fora de seu “país”.
21. Como se fez também o “espírito de impureza” passar para fora de seu “país” espiritual?
21 Sim, também se faria assim com que o “espírito de impureza” passasse para fora de seu “país” espiritual. Se este espírito fosse uma expressão inspirada de impureza proferida por um pretenso profeta ou fosse uma tendência, propensão ou inclinação para a impureza, seria desaprovado e oposto pelos leais. Em conseqüência, qualquer impureza no ensino religioso ou em comportamento moral seria obrigada a passar para fora, sob a força propulsora do espírito santo de Deus. O domínio espiritual, dado por Deus, tinha de ser mantido como “país” em que prevalece o modo de vida puro, bíblico. Os espiritual e moralmente impuros tinham de ser desassociados dele. — 2 Coríntios 6:14 a 7:1; veja Deuteronômio 13:6-18.
EXPOSTA A HIPOCRISIA RELIGIOSA
22, 23. (a) Como envergonha Jeová os falsos profetas? (b) Como descreve Jeová os falsos profetas que procuram ocultar seu motivo de sentir vergonha?
22 Jeová, o Deus dos verdadeiros profetas, envergonhará todos os falsos profetas quer por não cumprir a predição falsa de tais pretensos profetas, quer por cumprir Suas próprias profecias de modo oposto ao que os falsos profetas predisseram. Os falsos profetas procurarão ocultar seus motivos de sentir vergonha por negar quem realmente são. Procurarão evitar ser mortos ou declarados espiritualmente mortos pelos adoradores leais de Jeová. Ele predisse isso por fazer com que seu verdadeiro profeta Zacarias prosseguisse, dizendo:
23 “E naquele dia terá de acontecer que os profetas ficarão envergonhados, cada um da sua visão ao profetizar; e não usarão um manto oficial de pelo com o fim de enganar. E ele certamente dirá: ‘Não sou profeta. Sou homem que lavra o solo, porque foi um homem terreno que me adquiriu desde a minha mocidade.’ E terá de dizer-se-lhe: ‘Que feridas são essas na tua pessoa entre as tuas mãos?’ E ele terá de dizer: ‘São de eu ter sido golpeado na casa dos que me amavam intensamente.”’ — Zacarias 13:4-6, NM; PIB; So; Figueiredo.
24. As feridas que deixam cicatrizes no profeta enganoso, foram admitidas por ele como tendo sido infligidas por quem? E o que indica isso quanto à lealdade a Deus, em comparação com o apego aos entes amados, carnais?
24 Jeová predisse assim que os de seu povo, no seu “país” restabelecido, estariam tão bem instruídos pela sua Palavra e seriam tão leais a Ele e às Suas profecias verdadeiras, que se negariam a ser amigos ou os que amavam intensamente qualquer falso profeta. Se não o matassem, então o disciplinariam e golpeariam tão duramente na sua indignação, que haveria feridas e cicatrizes visíveis disso. Tais marcas em alguém, sim, no peito, que ficaria parcialmente exposto, revelariam a sua identidade apesar de ter largado as vestes oficiais que presumiu usar como profeta de boa fé de Jeová Deus. De quem recebeu tais feridas que produziram cicatrizes? Dos que o amavam intensamente, quer seus próprios pais carnais, quer seus companheiros íntimos. Entretanto, sua lealdade intensa a Jeová como Deus de verdadeira profecia seria mais forte do que seu até então intenso amor a um profeta enganoso. Colocariam o amor a Deus e à sua Palavra inspirada acima de amizades pessoais com parentes carnais ou companheiros. Tal proceder faria com que passassem para fora do “país” do povo repatriado de Jeová “os profetas e o espírito de impureza”.
25. Este proceder de suprema lealdade a Jeová foi adotado por quem, e desde quando, e como tem isso afetado seu “país” espiritual?
25 Este proceder de lealdade suprema ao Soberano Senhor Jeová foi adotado pelo restante ungido desde 1919 E.C. Isto resultou na desassociação ou excomunhão dos apóstatas ou rebeldes religiosos da organização teocrática que Jeová, o Teocrata celestial, estabeleceu entre os do seu restante obediente. Os do restante leal verificaram que não é o mero “manto oficial de pelo”, não o uniforme ou tipo de vestimenta profissional, que torna alguém verdadeiro profeta do único Deus vivente e verdadeiro. Foi por isso que abandonaram Babilônia, a Grande, inclusive a cristandade, com seus sacerdotes, pregadores, frades e freiras de vestimentas distintivas. O que constitui hoje alguém em verdadeiro profeta de Jeová é a sua verdadeira personalidade cristã como identificação e sua aderência leal à Palavra de Jeová e às suas profecias. Não é de se admirar, então, que as testemunhas de Jeová, ao atuarem como ministros da Palavra de Deus, usem trajes ou roupa comum do povo comum. Portanto, os do restante leal estão dispostos a deixar de lado o amor intenso a companheiros íntimos e a infligir “feridas” espirituais a tais, em desaprovação e rejeição dos apóstatas. Isto manteve o seu “país” teocrático como domínio espiritual de vida pura e piedosa.
GOLPEAR O PASTOR CAUSA UM ESPALHAMENTO
26. (a) Como profeta, Jesus Cristo foi golpeado e ferido por que motivo? (b) Como foi isso predito por Jeová mediante o profeta Zacarias?
26 O maior profeta de Jeová, na terra, foi golpeado e ferido mortalmente, mas isto foi por ele se mostrar verdadeiro profeta do Deus Altíssimo, até o fim. (Deuteronômio 18:15-22; Atos 3:13-23) Sua morte violenta causou um espalhamento temporário de seus discípulos que lhe eram leais. O verdadeiro profeta Zacarias foi usado para predizer isso, pois Deus prosseguiu, dizendo-lhe: “‘Ó espada, desperta contra meu pastor, sim, contra o varão vigoroso que é meu colega’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos. ‘Golpeia o pastor e sejam espalhadas as ovelhas do rebanho; e eu hei de fazer a minha mão voltar sobre os insignificantes.”’ — Zacarias 13:7.
27, 28. Para evitar o engano cometido por alguns tradutores modernos da Bíblia, a aplicação de Zacarias 13:7 feita por quem aceitaremos corretamente e segundo que registro dela?
27 Certos tradutores modernos querem aplicar estas palavras ao “pastor inútil”, o “pastor imprestável”, por transferirem as palavras de Zacarias 13:7-9 para logo após Zacarias 11:17. (Veja as traduções inglesas de Moffatt, An American Translation, The New English Bible.) Mas não cometeremos nenhum engano se fizermos a aplicação das palavras de Zacarias 13:7 assim como foi feita pelo maior Profeta de Jeová na terra, Jesus Cristo. Isto foi na noite da Páscoa judaica, em Jerusalém, em 14 de nisã de 33 E.C. Jesus acabava de celebrar a ceia pascoal e de inaugurar depois a Ceia (ou: Refeição Noturna) do Senhor, e estava então em caminho para o Jardim de Getsêmane, ao sopé do Monte das Oliveiras, junto com seus onze apóstolos fiéis. Neste ponto, lemos no registro:
28 “Jesus disse-lhes então: ‘Esta noite, todos vós tropeçareis em conexão comigo, pois está escrito: “Golpearei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão espalhadas.” Mas, depois de eu ter sido levantado, irei adiante de vós para a Galiléia.”’ - Mateus 26:31, 32; Marcos 14:27, 28.
29. (a) Ao despertar contra Jesus Cristo, como se deu que a espada despertou contra o Pastor de Jeová como contra “o varão vigoroso que é meu colega”? (b) Por que podia Jeová ter confiança em Jesus Cristo ao chamar para que a espada despertasse contra ele?
29 Fez o Grande Profeta Jesus uma aplicação veraz das palavras tiradas de Zacarias 13:7? Pouco depois, naquela mesma noite pascoal, a “espada” de guerra realmente despertou contra o verdadeiro Pastor de Jeová, sim, contra o varão vigoroso que era Seu mais antigo e mais íntimo colega, Jesus Cristo, seu Filho. Este era seu Filho unigênito, “o primogênito de toda a criação”, “o princípio da criação de Deus”. (João 3:16; Colossenses 1:15; Revelação 3:14) Antes de seu nascimento como criatura humana, ele havia usufruído a vida espiritual com Jeová Deus no céu e havia estado associado com seu Pai celestial quando criou todas as outras coisas, sendo que Jeová usou seu Filho unigênito como agente na realização disso. (João 1:1-3; Colossenses 1:16-18) Portanto, Jeová tinha a mais completa confiança no seu Filho, mesmo quando este era varão vigoroso, perfeito, na terra. Estava convencido de que seu Filho manteria a sua integridade sob a guerra travada pelo inimigo. Nesta certeza, ele convocou a “espada” marcial dos inimigos para ‘despertar’ contra seu Filho.
30. Por que citou Jesus Zacarias 13:7 como se Jeová desse o golpe, e por que não resistiu Jesus a ser golpeado?
30 Visto que foi Jeová quem deu profeticamente a ordem de ‘golpear o pastor’, foi como se Ele mesmo golpeasse o pastor. Jesus podia por isso citar as palavras proféticas de Zacarias 13:7 como se seu Pai celestial dissesse: “Golpearei o pastor.” (Veja a tradução inglesa da Versão dos Setenta grega na The Septuagint Bible, de Charles Thomson.) A multidão que veio naquela noite pascoal sob a orientação do traidor Judas Iscariotes veio com espadas e cacetes literais. Jesus não tentou resistir ao cumprimento da profecia. Se o seu Pai celestial havia dado a ordem para Jesus ser golpeado então, ele se sujeitava a isso.
31. Que pergunta fez Jesus depois de dizer a Pedro para que embainhasse sua espada que havia puxado em defesa, e que parte adicional de Zacarias 13:7 cumpriu-se então?
31 Portanto, quando o apóstolo Pedro tentou defender Jesus com uma espada, Jesus disse-lhe que devolvesse a espada à sua bainha e comentou: “Pensas que não posso apelar para meu Pai, para fornecer-me neste momento mais de doze legiões de anjos? Neste caso, como se cumpririam as Escrituras, de que tem de realizar-se deste modo?” Daí, depois de Jesus perguntar à multidão por que havia vindo contra ele, pregador pacífico e público, “com espadas e com cacetes, como contra um salteador”, ele acrescentou: “Mas tudo isso se tem realizado para que se cumprissem as escrituras dos profetas.” Neste ponto, o texto de Zacarias ainda não estava todo cumprido. Uma parte adicional cumpriu-se quando, conforme diz o registro: “Todos os discípulos o abandonaram então e fugiram.” Desta maneira foram espalhadas as “ovelhas do rebanho”. — Mateus 26:51-56; Marcos 14:47-50; João 18:1-9.
32. Quem eram os “insignificantes” e como fez Jeová voltar sua mão sobre eles, segundo Zacarias 13:7?
32 Jesus havia aplicado corretamente a profecia. Naquela noite, quando ele como Pastor Excelente foi golpeado com a “espada”, suas ovelhas ficaram espalhadas, tropeçando assim em conexão com ele. Mas, como se cumpriu a parte adicional de Zacarias 13:7: “E eu hei de fazer a minha mão voltar sobre os insignificantes”? Isto mostrou ser a volta misericordiosa e favorável da mão de Jeová, como no caso de Isaías 1:25, 26. Jeová dos exércitos protegeu as ovelhas espalhadas com a sua “mão” de poder aplicado. Estes apóstolos temerosos eram “insignificantes” em comparação com o seu Pastor Excelente, Jesus Cristo. Também, do ponto de vista do mundo judaico daqueles dias, eles eram “insignificantes”, sem importância bastante para ser detidos na noite da prisão de Jesus. Contudo, não eram “insignificantes” segundo a avaliação de Jeová, e ele lhes deu a sua atenção compassiva e os protegeu e preservou. No terceiro dia depois disso, em 16 de nisã, ele os reuniu novamente para que o ressuscitado Jesus lhes aparecesse e prosseguisse a pastoreá-los. — Lucas 24:33-43; João 20:1-29.
33. Como golpearam os inimigos o Pastor de Jeová com sua “espada durante a Primeira Guerra Mundial, com que intento e como fez Jeová voltar sua mão sobre os “insignificantes”?
33 No clímax da Primeira Guerra Mundial em 1918 E.C., houve um espalhamento similar das ovelhas do Pastor governamental Jesus Cristo, a quem Jeová havia entronizado nos céus, para que passasse a ‘subjugar no meio dos seus inimigos’. (Salmo 110:1, 2) Aqueles inimigos terrenos haviam realmente declarado guerra ao Pastor celestial, designado por Jeová para pastorear o mundo da humanidade. Incapazes de usar a “espada” de guerra diretamente contra o Pastor governamental de Jeová, golpearam “as ovelhas do rebanho” na terra por usar seus poderes, medidas e arranjos do tempo de guerra contra estas “ovelhas”, a fim de espalhá-las, na esperança de separá-las permanentemente, sem se poderem reorganizar. Mas, assim como no primeiro século, Jeová dos exércitos fez voltar a sua mão sobre estes “insignificantes” do restante do Israel espiritual. Protegeu-os e preservou-os maravilhosamente, e no primeiro ano do após-guerra, 1919 E.C., ele os reuniu novamente de modo organizado. Em vista desta revivificação e exaltação deles no Seu serviço, os inimigos, aparentemente triunfantes, ficaram assombrados e temerosos. — Revelação 11:7-13.
“DUAS PARTES” SÃO DECEPADAS
34. De que é decepada uma parte enorme da população do mundo e por quê?
34 O golpe dado ao Pastor e Colega de Jeová levou a conseqüências que afetaram toda a humanidade, até o dia de hoje. O paralelo hodierno disso em nosso século vinte teve efeitos acentuados sobre esta geração, que vive neste “tempo do fim”, nesta “terminação do sistema de coisas”. Uma parte enorme da população do mundo está sendo ‘decepada’ de qualquer participação no domínio espiritual, dado por Deus, ou no “país” de favor e bênção divinos. Em vista de sua preocupação com as coisas materiais, políticas e sociais deste atual sistema de coisas, são indiferentes ou ignorantes para com a profecia de longo alcance de Zacarias 13:8, 9 que se cumpre para com eles. Note o que ela diz:
35. Quantas “partes” seriam “decepadas” segundo Zacarias 13:8?
35 “‘E terá de acontecer em toda a terra’, é a pronunciação de Jeová, ‘que duas partes nela serão decepadas e expirarão; e quanto à terceira parte, será deixada sobrar nela. E eu certamente levarei a terceira parte através do fogo; e eu realmente os refinarei como se refina a prata e os examinarei como se examina o ouro. Ela, da sua parte, invocará o meu nome, e eu, da minha parte, lhe responderei’.”
36. Significava a libertação e o restabelecimento dos do restante espiritual no seu “país”, em 1919 E.C. que Jeová havia terminado de refiná-los e de examiná-los? Que quadro típico mostra se era assim ou não?
36 Lembremo-nos de que estas palavras, por intermédio do profeta Zacarias, foram dirigidas ao restante repatriado de Israel no “país” de Judá. Aquele antigo restante israelita tipificaria ou prefiguraria profeticamente o restante ungido dos israelitas espirituais neste “tempo do fim”, nesta “terminação do sistema de coisas”, que começou quando terminaram os Tempos dos Gentios em 1914 E.C. Depois das severas provações e da escravidão pelas quais passaram durante a Primeira Guerra Mundial, os do restante israelita foram em 1919 libertos e restabelecidos no seu domínio espiritual ou “país” dado por Deus, na primavera daquele ano significativo. Passarem os do restante sobrevivente pelas perseguições e aflições daquele primeiro conflito mundial não significava que já terminara serem provados e examinados pelo Refinador celestial, Jeová Deus. Isto não se deu no caso do restante israelita (incluindo Zacarias), liberto em 537 A. E. C. da Babilônia caída. Eles tiveram muitas dificuldades para completarem o segundo templo de Jeová em Jerusalém, o que se deu só no ano 515 A. E. C. O mesmo tem acontecido com os do restante do Israel espiritual desde 1919.
37. O que profetizou Malaquias cerca de sessenta anos depois a respeito da obra de refinação de Jeová e o restabelecimento da adoração pura no Seu templo?
37 O profeta Malaquias, que profetizou na terra de Judá cerca de sessenta anos depois da vida de Zacarias, predisse que Jeová viria ao templo acompanhado pelo seu “mensageiro do pacto”. Ele se assentaria ali “como refinador e purificador de prata” e iria “purificar os filhos de Levi”. Por quê? Para realizar o restabelecimento da adoração pura do verdadeiro Deus no seu templo. Então, assim como predisse Malaquias: “Hão de tornar-se para Jeová pessoas que apresentam uma oferenda em justiça. E a oferenda de Judá e de Jerusalém será realmente agradável a Jeová, como nos dias de há muito tempo e como nos anos da antiguidade.” — Malaquias 3:1-4; escrito por volta de 443 A.E.C.
38. Que mais haveria, além da purificação dos filhos de Levi, a fim de purificar o país?
38 Haveria mais do que a purificação dos filhos de Levi, como funcionários do templo, para tornar o “país” de seu povo restabelecido uma terra dum modo de vida puro e piedoso. Jeová disse também: “‘E vou chegar-me a vós para julgamento e vou tornar-me testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que agem fraudulentamente com o salário do assalariado, com a viúva e com o menino órfão de pai, e os que repelem o residente forasteiro, ao passo que não me temeram’, disse Jeová dos exércitos. ‘Pois eu sou Jeová; não mudei. E vós sois filhos de Jacó [Israel]; não chegastes ao vosso fim. . . Retornai a mim e eu vou retornar a vós’, disse Jeová dos exércitos.” — Malaquias 3:5-7.
39. Houve no primeiro século E. C. um cumprimento da profecia de Malaquias? E o que indica se deve haver, ou não, um cumprimento da profecia de Malaquias desde 1914 E.C.?
39 Houve um cumprimento da profecia de Malaquias no primeiro século, no tempo em que o Messias Jesus estava presente em carne entre a nação de Israel. (Mateus 11:7-10; Marcos 1:11, 12; Lucas 7:24-27) Haveria também um cumprimento adicional da profecia de Malaquias após a entronização de Jesus Cristo nos céus, no ano 1914 E.C., passando assim a estar presente no seu reino. No tempo devido depois disso, Jeová Deus, acompanhado por ele como “mensageiro do pacto”, tinha de vir ao seu templo espiritual para o julgamento de todos os seus adoradores ali, inclusive os que apenas professavam adorá-lo. Jeová certamente deve ter estado no seu templo espiritual como Juiz Supremo por volta do ano 1919, quando libertou os israelitas espirituais de Babilônia, a Grande, e os restabeleceu no seu “país” ou domínio espiritual dado por Deus na terra.
40. De que modo agiu Jeová como Refinador de metal precioso, e que estava para ser ‘decepado’ a partir de 1919 E.C.?
40 Em harmonia com o quadro profético, Jeová agiria como refinador de seu povo professo. Eliminaria os que fossem como escória. Prezaria e guardaria os que fossem como metal precioso, puro, como prata e ouro refinados. Portanto, a partir de 1919 E.C., seria o tempo de alguns serem decepados do “país” habitado pelo seu povo restabelecido. Falando-se em sentido espiritual, tais ‘decepados’ teriam de ‘expirar’ quanto a ter uma relação vital com Jeová.
41. O que disse Jesus na parábola do semeador a respeito do decepamento de alguns?
41 Então, quem são as “duas partes nela” que são “decepadas e expirarão”? (Zacarias 13:8) Isto é algo que deve ser indicado a nós pelo Rei Jesus Cristo, como “mensageiro do pacto”. Tem que ver com a “terminação do sistema de coisas”, o “tempo do fim” em que vivemos desde 1914. (Daniel 12:4; Mateus 24:3-14; 28:20) O que disse Jesus a respeito deste período crítico? Explicando a parábola do semeador, ele disse:
“O semeador da semente excelente é o Filho do homem; o campo é o mundo; quanto à semente excelente, estes são os filhos do reino; mas o joio são os filhos do iníquo, e o inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é a terminação dum sistema de coisas e os ceifeiros são os anjos. Portanto, assim como o joio é reunido e queimado no fogo, assim será na terminação do sistema de coisas. O Filho do homem enviará os seus anjos, e estes reunirão dentre o seu reino todas as coisas que causam tropeço e os que fazem o que é contra a lei, e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de seus dentes. Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no reino de seu Pai. — Mateus 13:37-43.
42. Quem, especificamente, são os do “joio” simbólico e de que são decepados? Por quem?
42 Esta parábola ilustrativa predisse o decepamento de grande parte na terminação do sistema de coisas, em que vivemos agora desde 1914 E.C. A parte decepada durante este tempo é o joio simbólico, que representa “os filhos do iníquo”, Satanás, o Diabo, o “inimigo” que semeou tal joio. Eles foram por muito tempo confundidos com o trigo simbólico, foram confundidos como sendo os “filhos do reino”, quer dizer, os cristãos ungidos que têm uma vocação para o reino celestial. Pretendiam ser cristãos, e por isso foram confundidos com os verdadeiros cristãos ungidos, que são herdeiros do Reino. Mas o seu desenvolvimento para o estado real do que são, neste tempo da “colheita” mostrou que são “joio”, cristãos de imitação, os quais, assim como seu semeador, o Diabo, são inimigos do Reino. São corretamente ‘decepados’ da associação com os da classe do “trigo”. Os anjos celestiais, como “ceifeiros”, é que são os usados para decepá-los. Eles lançam o “joio” no “fogo”, e o joio não passará incólume pelo “fogo”. Sua identidade falsa é destruída, e finalmente eles mesmos também.
43. Na sua profecia sobre o “sinal” da terminação do sistema de coisas, como descreveu Jesus a colheita dos escolhidos e o decepamento de quem predisse para depois disso?
43 No entanto, há outra “parte” ou classe ‘decepada’ nesta “terminação do sistema de coisas”. Jesus Cristo predisse esta “parte” ou classe na sua maravilhosa profecia a respeito do “sinal” de sua presença e da terminação do sistema de coisas. (Mateus 24:3) Nesta profecia, ele fala a respeito da “colheita” que, segundo a história, começou no ano de 1919 E.C., e disse: “Enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” (Mateus 24:31) Daí, no meio desta profecia, ele disse:
“Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem mima hora em que não pensais.
“Quem é realmente o escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado? Feliz aquele escravo, se o seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim. Deveras, eu vos digo: Ele o designará sobre todos os seus bens.
“Mas, se aquele escravo mau disser no seu coração: ‘Meu amo demora’, e principiar a espancar os seus co-escravos, e a comer e beber com os beberrões inveterados, o amo daquele escravo virá num dia em que não espera e numa hora que não sabe, e o punirá com a maior severidade e lhe determinará a sua parte com os hipócritas. Ali é onde haverá o seu choro e o ranger de seus dentes.” — Mateus 24:44-51; Compare isso com Lucas 12:42-46, com a sua parábola similar.
44. Portanto, que classe é prefigurada por aquele “escravo mau”, e por que é decepada esta classe? De que é decepada?
44 Ali é o “escravo mau” que é ‘decepado’, determinando-se-lhe a sua parte, não com os co-escravos de seu amo, mas com os hipócritas, com os infiéis, depois de ter sido punido com a maior severidade. Assim como o “escravo fiel e discreto” representa uma classe de cristãos ungidos, que estão realmente na casa do Amo Jesus Cristo como seus “domésticos”, assim também o “escravo mau” representa uma classe. Esta classe de cristãos, dessemelhantes do “joio”, foi ungida com o espírito de Deus e fazia parte da casa do Amo, sendo co-escrava nela. Entretanto, esta classe se torna infiel, egotista, perdendo o autodomínio nos seus apetites, maltratando co-escravos num abuso de poder e autoridade e tornando-se descuidada e indiferente para com o assunto de ter de prestar contas ao seu Amo na vinda dele. Portanto, durante esta “terminação do sistema de coisas”, neste tempo de sua segunda “presença” invisível como Rei, ele decepa os desta classe do “escravo mau”. Ele os desassocia para ficarem com os hipócritas religiosos e com os infiéis. Ali eles expiram.
45. Assim, quantas “partes” foram “decepadas” e quem foi levado através do fogo? Por que invocam estes o nome de Deus?
45 Assim, ser cristãos, neste tempo, são decepados do “país” ou do domínio espiritual dado por Deus do restante restabelecido de Jeová. Mas o Soberano Senhor Deus fez com que uma “terceira parte”, uma minoria dos que professam ser herdeiros do reino celestial de Deus, passasse incólume pelo “fogo” da prova e do exame de sua fé, personalidade e obras. Estes se sujeitaram humildemente ao processo de refinação aplicado pelo grande Refinador, embora fosse provador. Para suportar o calor figurativo, tiveram de invocar o nome de Jeová, e ele lhes respondeu segundo a sinceridade de seus corações.
46. Que disse Jeová a esta “terceira parte” e como? O que disse esta “parte” em resposta?
46 No cumprimento da profecia de Zacarias 13:9, o Supervisor celestial de seu “país” não decepou esta “terceira parte” do domínio espiritual dado por Deus de seu restante restabelecido. Ele disse, por meio de seu evidente favor para com eles e pelos seus tratos maravilhosos com eles como Suas testemunhas: “É meu povo.” Por sua vez, os do fiel restante ungido disseram: “Jeová é meu Deus.” Fizeram isso notavelmente desde 26 de julho de 1931, quando os deste restante ungido adotaram o nome “testemunhas de Jeová”. Permaneceram ativos até hoje no seu “país” espiritual, louvando seu Deus.
47. Quem, de todas as nações, agarra-se a esta “terceira parte”, para participar na adoração no templo de Jeová?
47 É a esta “terceira parte” deixada restar neste “país” espiritual que se agarram os “dez homens dentre todas as línguas das nações”, segurando a aba da veste destes judeus ou israelitas espirituais fiéis. A estes, os da “grande multidão” internacional, prefigurados pelos “dez homens” estão dizendo: “Iremos convosco, pois ouvimos que Deus está convosco.” (Zacarias 8:20-23) Eles se associam em números cada vez maiores, às dezenas de milhares cada ano, aos do restante ungido no seu “país” e adoram a Jeová no seu templo. — Revelação 7:9-15.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja The Watch Tower de 1.º de junho de 1928 e seu artigo principal intitulado “Enaltecido Seu Nome”, tendo por texto temático Isaías 12:4.