-
Filho Do HomemAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
O “sinal do Filho do homem”
No entanto, há evidentemente outra razão principal para que Jesus usasse frequentemente a expressão “Filho do homem” como se aplicando a si mesmo. Trata-se do cumprimento da profecia registrada em Daniel 7:13, 14. Em visão, Daniel viu ‘alguém semelhante a um filho do homem’ vindo nas nuvens dos céus, obtendo acesso ao “Antigo de Dias”, e sendo-lhe concedido “domínio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o servissem”, seu reino sendo duradouro.
Visto que a interpretação angélica da visão, nos versículos 18, 22 e 27, fala dos “santos do Supremo” como tomando posse deste reino, muitos comentaristas têm-se empenhado em mostrar que o ‘filho do homem’ é aqui uma “personalidade coletiva”, isto é, “os santos de Deus em seu aspecto coletivo . . . considerados conjuntamente como povo”, “o povo glorificado e ideal de Israel”. Tal raciocínio, contudo, resulta superficial à luz das Escrituras Gregas Cristãs. Deixa de considerar que Cristo Jesus, o Rei ungido de Deus, fez um ‘pacto para um reino’ com seus seguidores, para que eles pudessem compartilhar com ele o reino dele, e que eles, ao passo que hão de reinar como reis e sacerdotes, estarão sob a chefia dele, dispondo da autoridade que ele lhes concede. (Luc. 22:28-30; Rev. 5:9, 10; 20:4-6) Assim, recebem a autoridade de governar sobre as nações somente porque Jesus recebeu primeiramente tal autoridade do Deus Soberano. — Rev. 2:26, 27; 3:21.
O entendimento correto se torna ainda mais evidente através das declarações do próprio Jesus. A respeito do “sinal do Filho do homem”, ele declarou que “verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória”. (Mat. 24:30) Tratava-se claramente duma referência à profecia de Daniel. Assim, igualmente se referia a ela a resposta que Jesus deu à indagação do sumo sacerdote, dizendo: “Sou [o Cristo, o Filho de Deus]; e vós [as pessoas] vereis o Filho do homem sentado à destra de poder e vindo com as nuvens do céu.” — Mar. 14:61, 62; Mat. 26:63, 64.
Por conseguinte, a profecia da vinda do Filho do homem até a presença do Antigo de Dias, Jeová Deus, aplica-se sem sombra de dúvida a um indivíduo, o Messias, Jesus Cristo. A evidência é que o povo judaico assim a entendia. Os escritos rabínicos aplicavam tal profecia ao Messias. Foi indubitavelmente por quererem algum cumprimento literal desta profecia que os fariseus e os saduceus pediram a Jesus que “lhes mostrasse um sinal do céu”. (Mat. 16:1; Mar. 8:11) Depois de Jesus ter morrido como homem e ter sido ressuscitado para a vida espiritual, Estêvão teve uma visão em que os ‘céus se abriram’ e ele viu “o Filho do homem em pé à direita de Deus”. (Atos 7:56) Isto mostra que Jesus Cristo, embora sacrificasse sua natureza humana como resgate pela humanidade, retém de direito o designativo messiânico de “Filho do homem” em sua posição celeste.
A primeira parte da declaração de Jesus ao sumo sacerdote sobre a vinda do Filho do homem falava dele como “sentado à destra de poder”. Trata-se, como é evidente, de uma alusão ao profético Salmo 110, Jesus Cristo tendo mostrado antes que este salmo se aplicava a ele. (Mat. 22:42-45) Este salmo, bem como a aplicação dele feita pelo apóstolo em Hebreus 10:12, 13, revela que haveria um período de espera para Jesus Cristo, antes que seu Pai o enviasse para ‘subjugar no meio de seus inimigos’. Por conseguinte, parece que o cumprimento da profecia de Daniel 7:13, 14 se dá, não na época da ressurreição e da ascensão de Jesus ao céu, mas no tempo em que é autorizado por Deus a agir contra todos os oponentes, em vigorosa expressão de sua autoridade régia.
-
-
FilipeAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
FILIPE
[amante de cavalos].
1. Um dos primeiros discípulos entre os doze apóstolos de Jesus Cristo. Nos relatos evangélicos de Mateus, Marcos e Lucas, menciona-se nominalmente Filipe apenas nas listas dos apóstolos. (Mat. 10:3; Mar. 3:18; Luc. 6:14) Apenas o relato de João fornece algumas informações pormenorizadas sobre ele.
Filipe era da mesma cidade natal de Pedro e André, a saber, Betsaida, na margem N do mar da Galiléia. Ao ouvir o convite de Jesus, “Sê meu seguidor”, Filipe agiu quase da mesma forma que André tinha agido no dia anterior. André tinha procurado seu irmão, Pedro (Simão) e o trazido a Jesus, e Filipe então fez isto com Natanael (Bartolomeu), afirmando: “Achamos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José, de Nazaré. . . . Vem e vê.” (João 1:43-49) A declaração de que ‘Jesus achou Filipe’ pode indicar certo conhecimento prévio entre eles, assim como as palavras de Filipe a Natanael, visto que Filipe mencionou o nome, a família e a moradia de Jesus. Não se declara se havia qualquer outra ligação, além de amizade, entre Filipe e Natanael (Bartolomeu), mas nas listas bíblicas são geralmente colocados juntos, Atos 1:13 sendo a exceção.
Na ocasião da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, cinco dias antes da Páscoa de 33 E.C. (Mar. 11:7-11), alguns gregos desejavam ver Jesus. Solicitaram a Filipe que os apresentasse, possivelmente atraídos ao apóstolo por causa de seu nome grego, ou, talvez, simplesmente por ser aquele que estava disponível para tal solicitação. De qualquer forma, Filipe evidentemente não se sentiu apto a satisfazer a solicitação destes gregos (evidentemente prosélitos). Ele primeiro conversou com André, com o qual é mencionado em outras partes (João 6:7, 8) e que talvez mantivesse relações mais confidenciais com Jesus. (Compare com Marcos 13:3.) Juntos, apresentaram o pedido, e não os solicitantes, a Jesus, para que o considerasse. (João 12:20-22) Esta atitude circunspecta, um
-