Capítulo 7
A “nova criação” entra em ação!
1, 2. (a) Que criação, de há menos de dois mil anos, foi mais maravilhosa do que a do homem e da mulher? (b) Segundo as palavras de Jesus em Lucas 24:46-48 e Atos 1:8, qual era o objetivo da unção da “nova criação”?
A CRIAÇÃO do primeiro homem e da primeira mulher, por volta de seis mil anos atrás, foi algo maravilhoso. (Gênesis 1:26-28) O nascimento duma “nova nação”, há menos de dois mil anos, foi ainda mais maravilhoso, ainda mais significativo, para toda a humanidade. Este nascimento ocorreu no dia de Pentecostes de 33 E. C., com o nascimento da congregação dos discípulos de Cristo, todos eles ungidos com espírito santo de Deus, para a proclamação de Seu reino messiânico.
2 Menos de duas semanas antes daquele dia histórico de Pentecostes, o ressuscitado Jesus Cristo dissera aos seus discípulos:
“Assim está escrito que o Cristo havia de sofrer e de ser levantado dentre os mortos no terceiro dia, e que, à base do seu nome, se havia de pregar arrependimento para o perdão de pecados, em todas as nações — principiando por Jerusalém, haveis de ser testemunhas destas coisas.” (Lucas 24:46-48) “Ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais distante da terra.” — Atos 1:8.
3. Quão grande era aquela designação de território e quando começaram os discípulos a dar testemunho nele, partindo de onde?
3 Poderia haver uma designação de território maior do que esta, para dar testemunho? Ela era global. Como se abrangeria todo este território com o testemunho messiânico? Isso exigiria tempo, sim, persistência e esforço corajoso. Contudo, assim que chegou sobre eles o prometido espírito santo, no dia de Pentecostes, eles entraram em ação como testemunhas perante outros, primeiro em Jerusalém.
4. Como passaram a acontecer as coisas no dia de Pentecostes exatamente como predito em Joel 2:28, 29?
4 Aconteceu exatamente assim como Joel 2:28, 29, predissera: os discípulos, cheios de espírito, começaram a profetizar, milagrosamente, até mesmo em línguas estrangeiras! Milhares de judeus, que estavam em Jerusalém para celebrar a festividade de Pentecostes, ajuntaram-se para presenciar o espetáculo. Ouviram a pequena congregação de discípulos de Cristo “falar”, como disseram, “em nossas línguas sobre as coisas magnificas de Deus”. — Atos 2:11.
5. Como usou Pedro a primeira das duas “chaves do reino dos céus” naquele dia de Pentecostes?
5 A fim de explicar o que estava acontecendo, o apóstolo Pedro usou a primeira das “chaves do reino dos céus” por tomar a dianteira em falar à multidão indagadora. (Mateus 16:19) Deu testemunho de Jesus, como sendo o Messias, aquele que fora rejeitado e morto pelos líderes judaicos, mas ressuscitado no terceiro dia e então já glorificado à mão direita de Deus. Os judeus cheios de remorsos perguntaram então: “Irmãos, o que havemos de fazer?” A resposta de Pedro foi: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados, e recebereis a dádiva gratuita do espírito santo. Porque a promessa [de Joel 2:28, 29] é para vós e para os vossos filhos, e para todos os que estão longe, tantos quantos Jeová, nosso Deus, chamar a si.” — Atos 2:14-39.
6. O que aconteceu com os judeus arrependidos que foram batizados, e de que foram salvos?
6 Aqueles que aceitaram a Jesus como o Messias ou Cristo obedientemente foram batizados em água. De modo que, naquele único dia, foram acrescentadas três mil almas. O glorificado Jesus Cristo batizou-os com espírito santo e eles nasceram de novo como filhos espirituais de Deus. Foram transferidos do pacto da Lei mosaica para o novo pacto, mediado por Jesus Cristo. Desta maneira, acataram a exortação urgente de Pedro, de serem “salvos desta geração pervertida”. Por procederem assim, escaparam de ser batizados com fogo, na destruição de Jerusalém, no ano 70 E. C., pelas mãos dos sitiantes romanos, sob o General Tito. — Atos 2:40; Lucas 3:16, 17.
7. Em que sentido deviam os ungidos imitar Jesus Cristo e que caminho foi aberto para os crentes pela execução da obra que ele predisse?
7 Daquele dia de Pentecostes em diante, a unção com espírito santo veio sobre cada vez mais crentes em Jesus, como sendo o Messias. O que deviam fazer então? Como ungidos, tinham a obrigação de imitar o exemplo de Jesus Cristo. O que fez ele depois de sua unção junto ao rio Jordão? Percorreu o país e pregou o reino de Deus. (Mateus 4:12-17) A pregação do reino de Deus não acabaria com a sua morte. Poucos dias antes de seu martírio em Jerusalém, ele predisse a destruição daquela cidade, pelos romanos, mas disse que, mesmo já antes daquela calamidade nacional, “estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações”. (Mateus 24:14-22) Com a chegada de Pentecostes, acompanhado pela sua unção com espírito santo, os ungidos não perderam tempo para começar a trabalhar! Esta pregação do Reino abriu o caminho para os crentes se tornarem co-herdeiros de Jesus Cristo no seu reino celestial.
8. Como foi a pregação do Reino levada aos samaritanos, e com que resultado?
8 Irrompeu uma perseguição violenta. Os discípulos foram espalhados de Jerusalém. Mas esta dispersão da congregação apenas serviu para a ampliação da proclamação do Reino. Como predito, o testemunho foi levado à província de Samaria. Obrigado a sair de Jerusalém, o discípulo Filipe voltou sua atenção para os samaritanos. “Quando acreditaram em Filipe, que estava declarando as boas novas do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, passaram a ser batizados, tanto homens como mulheres.” Mais tarde, numa visita de Pedro e João a Samaria, os samaritanos batizados receberam o espírito santo por meio dos apóstolos. — Atos 8:1-17.
9. (a) Que conversão inesperada ocorreu então entre os judeus? (b) Como usou Pedro a segunda das duas “chaves do reino dos céus”?
9 De repente, milagre dos milagres! O líder dos perseguidores tornou-se cristão. Saulo de Tarso foi convertido ao cristianismo. Ele se tornou um dos principais proclamadores do reino de Deus, nas mãos de Jesus, o Messias. (Atos 9:1-30) Seu nome anterior, Saulo, foi abandonado, e ele se tornou conhecido como o apóstolo Paulo. Depois desta notável conversão, houve uma destacada conversão de outra espécie. Foi a conversão do primeiro gentio, ou não-judeu, incircunciso. Isto aconteceu quando o espírito santo orientou o apóstolo Pedro a usar a segunda das duas “chaves do reino dos céus”. (Mateus 16:19) Pedro fez isso por pregar no lar do centurião italiano Cornélio, em Cesaréia. Lemos, em Atos 10:44-48:
“Enquanto Pedro ainda falava sobre estes assuntos, caiu o espírito santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que tinham vindo com Pedro que eram dos circuncisos, ficaram pasmados, porque a dádiva gratuita do espírito santo estava sendo derramada também sobre pessoas das nações. Pois, ouviam-nos falar em línguas e glorificar a Deus. Pedro respondeu então: ‘Pode alguém proibir a água, de modo que estes não sejam batizados, sendo que receberam o espírito santo assim como nós?’ Com isso mandou que fossem batizados no nome de Jesus Cristo.”
10, 11. (a) Começando com o lar de Cornélio, até onde se estendeu a pregação do Reino e em benefício de quem? (b) Embora fosse Pedro quem abriu o caminho para o mundo gentio, como e por que foi ultrapassado por Paulo?
10 Do lar do centurião gentio Cornélio espalhou-se a pregação das boas novas “até à parte mais distante da terra”. Isto se deu em benefício dos gentios, tanto quanto dos judeus naturais.
11 Embora Pedro abrisse o caminho para o mundo gentio, foi o apóstolo Paulo que ultrapassou todos os outros na pregação da Palavra de Deus a gentios incircuncisos, nos seus dias. Ele não se envergonhava de se chamar “apóstolo para as nações” gentias. Não minimizava este fato. Glorificava este seu ministério e por isso se empenhava arduamente nele. — Romanos 11:13.
12. Até que ponto distante queria Paulo ir pregar, mas até onde chegou ele naquela direção e o que fez ali?
12 Paulo quis levar as boas novas até mesmo à Espanha, mas a última coisa que ouvimos dele é sua detenção em Roma, na Itália. Lemos a respeito da primeira prisão de Paulo e de sua detenção na sua própria casa alugada em Roma: “Permaneceu assim por dois anos inteiros na sua própria casa alugada e recebia benevolamente a todos os que vinham vê-lo, pregando-lhes o reino de Deus e ensinando com a maior franqueza no falar as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento.” — Atos 28:30, 31; Romanos 15:24, 28.
TESTEMUNHO EM TODA A CRIAÇÃO, ANTES DE 70 E.C.
13. O que podia Paulo escrever aos cristãos em Colossos, já por volta de 60-61 E. C., por eles terem agido segundo a sua unção?
13 Muitos foram os cristãos que imitaram o apóstolo Paulo e outros apóstolos na pregação das boas novas do reino messiânico. A congregação gerada pelo espírito, como “nova criação”, foi ungida para fazer tal pregação. (Isaías 61:1-3; 2 Coríntios 1:21, 22) Os membros dela ficaram cheios de zelo e mantiveram-se ativos na divulgação das melhores novas na terra, a tantos quantos foi possível. Não é de admirar-se, pois, que, por volta dos anos 60-61 E. C., ou alguns anos antes de os romanos destruírem Jerusalém e seu suntuoso templo em 70 E. C., o apóstolo Paulo pudesse escrever de sua casa de detenção, em Roma, aos cristãos em Colossos, na Ásia Menor, e dizer, já naquele tempo: “[Aquelas] boas novas . . . foram pregadas em toda a criação debaixo do céu. Destas boas novas eu, Paulo, tornei-me ministro.” — Colossenses 1:23.
14. As realizações daquela congregação do primeiro século servem de exemplo para quem, hoje em dia, em vista de que obrigação que esses têm?
14 Esta proclamação do reino messiânico de Deus, em toda a criação, pela congregação dos discípulos ungidos de Cristo, no primeiro século, serve de exemplo notável para a congregação ungida no nosso século vinte. Esta congregação gerada pelo espírito, como “nova criação” de Deus, precisa terminar o testemunho mundial do reino estabelecido de Deus, antes de a “grande tribulação” sobrevir a todo o mundo e a cristandade hipócrita ser batizada com fogo, na sua destruição junto com todo o resto deste sistema iníquo de coisas. — Mateus 24:14-22; Marcos 13:10.
TESTEMUNHO DO ESPÍRITO A RESPEITO DA FILIAÇÃO
15. O que escreveu Paulo à congregação de Roma sobre o testemunho do espírito, e que pergunta surge agora sobre aqueles que esperam ir para o céu?
15 Lá no primeiro século E. C., os escritores cristãos da Bíblia e seus condiscípulos não tinham dúvida sobre a sua relação com Deus e sua responsabilidade para com Ele. Estavam realmente convictos de que eram filhos espirituais de Deus e que tinham em vista uma herança celestial. De modo que o apóstolo Paulo, antes de chegar a Roma, podia escrever, sem qualquer incerteza, à congregação que havia ali e dizer as seguintes palavras confiantes: “Recebestes um espírito de adoção, como filhos, espírito pelo qual clamamos: ‘Aba, Pai!’ O próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. Então, se somos filhos, somos também herdeiros: deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo, desde que soframos juntamente, para que também sejamos glorificados juntamente.” (Romanos 8:15-17) Hoje em dia, quem, daqueles que dizem esperar ir para o céu, tem tal testemunho do espírito de Deus com o seu próprio espírito?
16. Que espécie de interação havia entre o espírito de Deus e o espírito da congregação cristã do primeiro século?
16 Certamente, o espírito de Deus não daria tal testemunho a um professo cristão que na realidade não é herdeiro de Deus e co-herdeiro de Jesus Cristo. Para cada ação há uma reação correspondente. A reação pode ser favorável ou desfavorável, negativa. Em Romanos 8:15-17, o apóstolo Paulo fala sobre uma reação favorável. Descreve uma interação harmoniosa entre o espírito de Deus e o espírito do verdadeiro filho espiritual de Deus. Pois bem, como é que o espírito de Deus deu testemunho com o espírito dos membros da congregação cristã do primeiro século, aquela “nova criação”?
17. (a) Contestou a congregação do primeiro século o testemunho que o espírito santo lhes deu por meio de seus servos inspirados? (b) Portanto, como encarou a congregação de Tessalônica a mensagem apresentada por Paulo?
17 Se o espírito de Deus nos dá testemunho sobre a nossa identidade cristã e nossa relação com Deus e suas provisões para nós, então devemos concordar com este espírito e não contestá-lo. Portanto, quando os cristãos do primeiro século recebiam uma carta dum apóstolo ou discípulo inspirado de Cristo, para ser lida à congregação de que eram membros batizados, aceitavam o que a carta lhes dizia, sobre sua situação, suas obrigações e suas esperanças para o futuro, no arranjo de Deus. Reconheciam que o espírito de Deus agia em tais apóstolos e discípulos autorizados e que atuava e escrevia por meio destes instrumentos humanos. Este fato é corroborado pela carta do apóstolo Paulo à congregação cristã de Tessalônica, no primeiro século. Esta reconhecia a verdade dela, quando Paulo escreveu: “Quando recebestes a palavra de Deus, que ouvistes de nós, vós a aceitastes, não como a palavra de homens, mas, pelo que verazmente é, como a palavra de Deus, que também está operando em vós, crentes.” — 1 Tessalonicenses 2:13.
18. Para serem coerentes, como aceitariam aqueles cristãos tessalonicenses a palavra escrita de Paulo, e, segundo o que Paulo disse, por que haviam sido escolhidos por Deus?
18 Por isso era coerente que estes crentes aceitassem também a palavra escrita de Paulo como sendo igualmente “a palavra de Deus”. Nesta carta, Paulo escreveu aos crentes tessalonicenses sobre a “escolha” deles por Deus. Por que haviam sido ‘escolhidos’? “Porque as boas novas que pregamos não se apresentaram entre vós apenas em palavra, mas também com poder e com espírito santo, e com forte certeza, assim como sabeis que sorte de homens nos tornamos para vós por vossa causa; e vós vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, visto que aceitastes a palavra sob muita tribulação, com alegria de espírito santo.” — 1 Tessalonicenses 1:4-6.
19. A concessão dos dons do espírito por meio dos apóstolos indicou a existência de que relação entre aqueles que os receberam e Deus?
19 Eles sabiam que Deus, por meio de espírito santo, falara ao seu povo escolhido nos tempos pré-cristãos. De modo similar, no seu próprio primeiro século E. C., Deus podia falar mediante a mesma força ativa por intermédio dos apóstolos inspirados de Jesus Cristo. Além disso, Deus usava aqueles mesmos apóstolos para transmitir aos crentes batizados os diversos dons do espírito santo. O recebimento de tais dons certamente indicou aos que os receberam que eles se tornaram filhos espirituais de Deus. — Atos 8:15-18; 19:2-6.
20. Como testemunhou o espírito santo à congregação do primeiro século, por meio das cartas dos escritores cristãos da Bíblia que sua relação com Deus era dum tipo específico?
20 Será que aqueles apóstolos e outros escritores cristãos da Bíblia apresentavam aos crentes batizados uma esperança terrestre, a esperança de se tornarem filhos do Pai Eterno, Jesus Cristo, e viverem para sempre na terra? Não! Apresentaram àqueles a quem pregavam e escreviam a esperança que havia naquele tempo para os gerados como filhos de Deus, os filhos de Jeová. (Isaías 9:6, 7) Nos inspirados escritos cristãos deu-se aos discípulos daqueles dias a certeza de que foram chamados para um reino celestial e que sua esperança era ser co-herdeiros de Jesus Cristo lá em cima. (Colossenses 1:13; 1 Coríntios 1:26-31; 2 Pedro 1:10, 11) Apresentou-se-lhes apenas uma coisa; não foram deixados na incerteza. Deste modo, o espírito santo deu testemunho àqueles discípulos do primeiro século de que eram filhos de Deus, herdeiros de Deus. Isto significava que, ao mesmo tempo, eram co-herdeiros do glorificado Jesus Cristo.
21. Como reagiu o espírito de tais cristãos do primeiro século em vista do testemunho do espírito de Deus e com que efeito sobre eles?
21 Seu próprio impulso íntimo, seu próprio espírito, reagiu em harmonia com este testemunho do espírito santo de Deus. O espírito do Pai celestial os animou e fortaleceu como Seus filhos espirituais e herdeiros. Ele não implantou neles um senso de filiação para com seu pai terreno, mas o senso de filiação para com seu Pai celestial, uma filiação espiritual.
22. (a) Os judeus cristianizados não se consideravam mais sob que pacto e em que condição? (b) Em resposta ao espírito de Deus, como foram os cristãos induzidos pelo seu próprio espírito a demonstrar que eram filhos espirituais de Deus?
22 Os judeus ou israelitas cristianizados não se consideravam mais escravos sob o antigo pacto da Lei mosaica, ainda à espera do Messias. Sentiam e sabiam que eram filhos espirituais de Deus, a quem adoravam segundo o novo pacto. Seu próprio espírito, a força impelente que emanava de seu coração, induziu-os a reagir em harmonia com as operações do espírito de Deus. Como filhos, clamaram espontaneamente a Deus: “Aba, Pai!” Aplicaram a si mesmos os mandamentos de seu Pai para os filhos espirituais dele. Empreenderam amorosamente as tarefas que ele havia designado aos seus filhos. Aceitaram as promessas celestiais dele para seus filhos espirituais e se esforçaram a se mostrar dignos de seu cumprimento no caso deles. Adotaram a esperança celestial que Ele ofereceu aos seus filhos e se esforçaram a viver segundo esta esperança. Sofreram voluntariamente maus tratos às mãos deste mundo.
23. Por causa de que esperança estavam dispostos a sofrer junto com Cristo e a morrer na semelhança de sua morte?
23 Eles sabiam que haviam de tornar-se filhos glorificados de Deus, junto com Jesus Cristo, ‘desde que sofressem juntamente’. (Romanos 8:17) Por isso estavam dispostos a sofrer por viverem em harmonia com sua esperança celestial. Aceitavam o fato de terem de morrer na semelhança do Filho de Deus, Jesus Cristo, a fim de poderem participar na semelhança de sua ressurreição. — Romanos 6:5-8.
24. (a) O espírito deles juntou-se ao espírito de Deus num testemunho unido de que fato? (b) Suas orações e sua vida harmonizaram-se com que esperança, mesmo até que ponto?
24 Deste modo, o espírito daqueles filhos espirituais de Deus, do primeiro século, juntou-se ao espírito santo dele no testemunho unido de que eram filhos de Deus, por um segundo nascimento, e com uma herança que os aguardava lá no céu. Por conseguinte, seu próprio espírito agia como força impelente na sua vida, a fim de formular suas orações ao seu Pai celestial em perfeita harmonia com o testemunho que Seu espírito lhes deu, não contrário a ele. Incluíam os textos bíblicos que se referiam à sua herança celestial nas suas orações a Deus. Tais orações iluminavam sua esperança de receber a herança celestial. Por isso viviam, pensavam, falavam e agiam em harmonia com suas orações e sua esperança. Suas orações os fortaleciam para suportar tribulações e perseguições, a fim de obterem uma condição aprovada perante Deus; e sabiam que esta condição aprovada perante Ele fortalece a esperança que nunca será desapontada. Sabiam que, para alcançar a esperança celestial, tinham de mostrar-se ‘fiéis até a morte’. — Romanos 5:3-5; Revelação 2:10.
25. Por que deve tudo isso servir de guia para o cristão dedicado e batizado em saber qual a sua relação com Deus, especialmente desde o segundo trimestre de 1935 E. C.?
25 Tudo isso deve servir hoje de orientação para os cristãos dedicados e batizados, para saberem se o espírito de Deus dá testemunho com o seu próprio espírito, de que são Seus filhos espirituais e herdeiros, bem como co-herdeiros de Jesus Cristo no seu reino celestial. Deve ser assim, especialmente desde o segundo trimestre de 1935 E. C. Por que desde então? Porque foi então que se explicou que a “grande multidão” descrita em Revelação 7:9-17 era uma classe terrena, não ‘nascida de novo’. Antes, ela tem diante de si a perspectiva de sobreviver à “grande tribulação” do mundo, que é iminente, e sair dela para a nova ordem justa de Deus, a fim de usufruir ali o paraíso terrestre sob o reino celestial de Jesus Cristo e seus 144.000 co-herdeiros. (Lucas 23:43) Por serem obedientes ao Reino e provarem sua devoção à soberania universal de Jeová Deus na prova final, nunca mais precisarão morrer na carne e extinguir-se da superfície da terra. Pertencem às “outras ovelhas” sobre as quais o Pastor Excelente, Jesus Cristo, falou em João 10:16.
ESPÍRITO SANTO COMO INTERCESSOR
26. Segundo Romanos 8:23-27, que outra função tem o espírito santo para com os “santos”?
26 Além de dar testemunho aos filhos espirituais de Deus, esta santa força ativa tem também outra função. O apóstolo Paulo traz à atenção esta função, na sua carta à congregação em Roma, a qual, segundo Paulo, se compunha de cristãos “chamados para serem santos”, sendo, também, “deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo”. (Romanos 1:7; 8:16, 17) Paulo escreveu:
“Não somente isso, mas também nós mesmos, os que temos as primícias, a saber, o espírito, sim, nós mesmos gememos em nosso íntimo, ao passo que esperamos seriamente a adoção como filhos, sermos livrados de nossos corpos por meio de resgate. Pois fomos salvos nesta esperança; mas a esperança que se vê não é esperança, porque quando um homem vê uma coisa, acaso está esperando por ela? Mas, se esperamos por aquilo que não vemos, persistimos em esperar com perseverança.
“De maneira semelhante, o espírito também se junta com ajuda para a nossa fraqueza; pois não sabemos em prol de que devemos orar assim como necessitamos, mas o próprio espírito implora por nós com gemidos não pronunciados. Contudo, aquele que pesquisa os corações sabe o sentido do espírito, porque está intercedendo de acordo com Deus, a favor dos santos.” — Romanos 8:23-27.
27. Sob que circunstâncias precisam os cristãos de espírito santo como suplicante?
27 Neste respeito, são bem apropriadas as palavras de Provérbios 13:12: “A expectativa adiada faz adoecer o coração.” No meio desta gemente criação humana, os cristãos que são filhos espirituais de Deus esperam seu livramento do corpo humano, imperfeito, e o recebimento de sua herança celestial. Para eles, às vezes, é um problema expressar-se claramente em oração a Deus, não sabendo exatamente o que devem orar em circunstâncias aflitivas. É nisso que precisam dum intercessor, a saber, o espírito santo de Deus, como suplicante.
28, 29. (a) No caso dos escritores das Escrituras Hebraicas, por que era como se o espírito santo estivesse falando e escrevendo? (b) Como se comparam esses escritores hebreus da Bíblia com os membros da congregação cristã quanto às emoções e aos padecimentos?
28 O apóstolo Paulo disse que “nós mesmos”, quer dizer, Paulo e seus irmãos cristãos, gerados pelo espírito de Deus, “temos as primícias, a saber, o espírito”. (Romanos 8:23) Paulo queria dizer ali que tinham a invisível e santa força ativa de Deus. Esta força ativa inspirou homens a falar e também a escrever o que haviam falado. Era como se o próprio espírito falasse e escrevesse. Em harmonia com isso, lemos: “Nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação particular. Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.” (2 Pedro 1:20, 21) As inspiradas Escrituras Hebraicas, citadas por Paulo em apoio do cristianismo, foram escritas por meras criaturas humanas. Estas tinham as mesmas emoções e fraquezas físicas que os membros da congregação cristã têm. Por isso podemos sentir afinidade com eles, neste sentido.
29 “Nós também somos humanos, tendo os mesmos padecimentos que vós.” Assim disseram o apóstolo Paulo e seu companheiro missionário Barnabé a pagãos idólatras que os confundiram com deuses sobre-humanos que apareceram em carne, aos homens. — Atos 14:15.
30. (a) Os escritos da Bíblia são realmente expressões de que força, e, por isso, são de que proveito? (b) As situações e condições dos personagens bíblicos abrangiam que campos que necessitam de mais do que ajuda humana?
30 Os escritos inspirados da Bíblia, na realidade, eram expressões do espírito santo de Deus. Por este motivo, esses escritos inspirados são ‘proveitosos para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra”. (2 Timóteo 3:16, 17) Nestes escritos ‘proveitosos’ havia orações feitas a Deus, não só por escritores da Bíblia, mas também por outras pessoas devotadas a Jeová Deus. Tais orações haviam sido feitas a Deus sob todo tipo de circunstâncias. Essas pessoas, com os mesmos padecimentos comuns a nós, sentiam as pressões de circunstâncias especiais e de condições ameaçadoras que existiam. Suas situações precárias variavam o bastante para corresponder a situações em que os cristãos genuínos, mesmo hoje, podem às vezes encontrar-se. Essas tornam-se situações em que se precisa de mais do que ajuda humana. Então, como devemos orar?
31, 32. (a) Portanto, até que ponto não sabem os cristãos como devem orar? (b) Então, como roga o espírito santo, que inspirou os escritos da Bíblia, a favor dos cristãos, e como compreende e responde Deus?
31 Em nossa incapacidade e perplexidade, “nós mesmos gememos em nosso íntimo”. (Romanos 8:23) Não sabemos exatamente como rogar ou suplicar a Deus com sentenças corretamente formuladas ou que expressões devemos fazer ao nosso Ajudador celestial. Todavia, Deus compreende a nossa situação e percebe exatamente o que gostaríamos de ter, com toda a sinceridade.
32 Se nós mesmos não pudermos formular orações, ora, há orações já formuladas para nós. Onde? Nas proféticas Escrituras Sagradas, que foram inspiradas pelo espírito santo de Deus. Deus está plenamente familiarizado com as orações registradas na sua Palavra. Ele sabe o “sentido” delas. Sabe quais as que são apropriadas para nós, os que queremos orar de modo certo. De modo que Deus considera tais orações apropriadas, registradas, como se fossem feitas pelos próprios cristãos gementes. Essas orações não foram proferidas pelos próprios cristãos em necessidade, mas Deus as ouve, como se o espírito santo estivesse rogando a ele, segundo as orações inspiradas pelo espírito, na Bíblia. É provável que ele responda de modo similar àquele em que respondeu à oração registrada há muito tempo, nos tempos bíblicos.
33. Portanto, como se junta o espírito com ajuda para a nossa fraqueza, e com que êxito?
33 Visto que o espírito santo inspirou o registro das orações originais, nas quais se roga a Deus, pode-se dizer que o espírito implora “de acordo com Deus, a favor dos santos”. Desta maneira, “o espírito também se junta com ajuda para a nossa fraqueza”. (Romanos 8:26, 27) Deus não deixa de responder a tais rogos, que têm seu espírito santo por intercessor.
34. O que achamos a respeito do que foi expresso em orações registradas na Bíblia e por que não são em vão nossos “gemidos não pronunciados”?
34 Por isso não é estranho que os cristãos, examinando as orações inspiradas que foram registradas nos Salmos e em outras partes das Escrituras Sagradas, encontrem orações que expressam exatamente o modo em que pensam, orações que dizem exatamente o que querem pedir a Deus, quer para si mesmos, individualmente, quer de modo coletivo, como congregação cristã. Ficam profundamente emocionados no coração ao encontrarem tais orações, induzidas por espírito santo a dizer coisas com tal propriedade exata. Seus próprios “gemidos não pronunciados” não foram em vão, não foram mal entendidos ou desconsiderados. Assim, das Escrituras inspiradas pelo espírito, chegam a saber as palavras fraseadas com que o “espírito” tem rogado perante Deus a seu favor. Eles mesmos são fortalecidos na convicção expressa pelo apóstolo Paulo, ao passo que ele prossegue: “Ora, nós sabemos que Deus faz que todas as suas obras cooperem para o bem daqueles que amam a Deus.” — Romanos 8:28.
35, 36. (a) Que força opera poderosamente ao passo que Deus faz com que todas as suas obras cooperem para os que o amam? (b) Qual é o livramento iminente para a “nova criação” e o que indica isso também para a humanidade gemente?
35 Seu espírito santo opera poderosamente em cooperação com todas as obras de Deus, para o bem eterno daqueles que amam a Deus. Que provisão grandiosa é esta santa força ativa da parte de Deus! O espírito de Deus, que se expressa tão fortemente por meio da Bíblia inspirada, é infinitamente mais eficaz do que qualquer roda de orações, pagã, ou qualquer livro de rezas, compilado por clérigos da cristandade, com orações especialmente fraseadas, para serem lidas em ocasiões ou circunstâncias específicas, ou para certos personagens.
36 A velha criação humana, a humanidade, não tem este espírito, e, neste século vinte, ela geme mais do que nunca, procurando algum modo para se livrar da escravidão à corrução sob o velho sistema de coisas. Mas, há dezenove séculos, passou a viver e entrou em ação a “nova criação” de Deus. Isto se deu sob a força ativadora do espírito santo de Deus, que começou a ser derramado no dia festivo de Pentecostes de 33 E. C. Foram em vão os esforços da maioria da velha criação humana, de destruir a “nova criação” de Deus, a congregação cristã, gerada pelo espírito. Atualmente, esta “nova criação” se aproxima do tempo de seu livramento do corpo terreno de corrução. A proximidade de seu glorioso livramento indica um grande bem para toda a humanidade. Indica que o livramento da humanidade gemente também é iminente. Indica que agora é iminente uma nova ordem justa, apoiada pelo espírito santo de Deus.