Capítulo 10
O “sinal” de sua aproximação
1. Por que devemos estar animadamente Interessados em saber da proximidade do Milênio?
QUANDO o examinamos segundo o que a Bíblia diz, o Milênio é algo muito desejável para toda a humanidade, os vivos e os mortos. É por isso que o anúncio de que se aproxima é a notícia mais bem-vinda para todos os que entendem. Devemos estar animadamente interessados em saber quais os motivos válidos que temos para estar convencidos de que já está próximo. Quais são? Vamos tomar o tempo para considerar alguns deles?
2. (a) Que ajuntamento, que vemos em progresso é em si mesmo evidência clara da aproximação do Milênio? (b) Quem chefia a “guerra” do lado de Deus, e em que cargo já serve ele?
2 Do exame que fizemos até agora, do Milênio, apercebemo-nos de que precisa ser precedido logo antes pela guerra mais destrutiva de toda a história humana, “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Podemos agora ver que os governantes políticos ou “reis de toda a terra habitada” estão sendo ajuntados por forças além do controle humano para esta Guerra de todas as guerras. Isto já em si mesmo deve ser evidência clara de que o esperado milênio, que seguira à guerra, também se aproximou. (Revelação [Apocalipse] 16:13-16) O Líder dos exércitos celestiais de Deus, o chamado Fiel e Verdadeiro, a Palavra de Deus, tomará parte ativa nesta guerra, do lado de Deus, o Todo-poderoso. Este Líder celestial é Rei já antes de começar essa guerra do Har-Magedon. “Na sua cabeça há muitos diademas” e “sobre a sua roupa exterior, sim, sobre a sua coxa, ele tem um nome escrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores”. (Revelação 19:11-16) De modo que ele já é Rei reinante antes de entrar neste período de mil anos de reinado junto com seus 144.000 co-herdeiros cristãos. — Revelação 12:5; 14:1-4; 20:4-6.
3. Com referência ao reinado pré-milenar de Cristo, o que viu João quando foram abertos os primeiros dois selos do rolo (Revelação 6:1-4)?
3 A referência ao começo deste reinado pré-milenar deste Rei dos reis, Jesus Cristo, é feita num quadro anterior dos acontecimentos mundiais deste século vinte. Este quadro é apresentado no capítulo seis de Revelação, no qual o apóstolo João nos fala sobre o que viu quando o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, começou a abrir os sete selos que selavam o “rolo” que recebera da mão de Deus, que estava sentado no trono celestial. João diz: “E eu vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi uma das quatro criaturas viventes dizer com voz como de trovão: ‘Vem!’ E eu vi, e eis um cavalo branco; e o que estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória. E quando abriu o segundo selo, ouvi a segunda criatura vivente dizer: ‘Vem!’ E saiu outro, um cavalo cor de fogo; e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.” — Revelação 6:1-4.
4, 5. (a) A quem vemos simbolizado naquele cavaleiro no cavalo cor de fogo? (b) Quem saiu naquele tempo para vencer completamente e como preparou isso o cenário para o cumprimento do Salmo 2:1-6?
4 Vemos ali os símbolos que representam a primeira guerra mundial, que irrompeu no ano 1914 E.C., mas que foi apenas precursora da segunda guerra mundial, que tirou da terra a paz por mais seis anos. Aquela primeira das guerras mundiais assinalou o tempo em que o guerreiro justo, Jesus Cristo, recebeu a coroa celestial e avançou contra seus inimigos na terra, para vencer a luta, para derrotar completamente seus inimigos terrestres. Isto significava que mais tarde lutaria do lado de Deus na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Ser ele coroado como Rei no céu, no tempo da primeira guerra mundial, preparou o cenário para o cumprimento das palavras do Salmo Dois:
5 “Por que se alvoroçaram as nações e continuam os próprios grupos nacionais a murmurar coisa vã? Os reis da terra tomam sua posição, e os próprios dignitários se aglomeraram à uma contra Jeová e contra o seu ungido [seu Cristo, Versão dos Setenta grega], dizendo: ‘Rompamos as suas ligaduras e lancemos de nós as suas cordas!’ Aquele mesmo que está sentado nos céus se rirá; o próprio Jeová caçoará deles. Nesse tempo lhes falará na sua ira e os perturbará no seu ardente desagrado, dizendo: ‘Eu é que empossei o meu rei em Sião, meu santo monte.’” — Salmo 2:1-6; veja Atos 4:24-30.
6. Foi o Rei de Jeová, no Monte Sião, destronado pelas guerras mundiais e pelas Nações Unidas, e o que nos assegurará o resultado da guerra no Har-Magedon?
6 Apesar de todo o tumulto que perturbou as nações desde a primeira guerra mundial de 1914-1918 E.C., Jeová tem tido seu Rei, seu Filho Jesus Cristo, sentado na sede celestial do governo real, Siso. (Revelação 14:1; Hebreus 12:22) Nem a Primeira Guerra Mundial, nem a Segunda Guerra Mundial, nem a organização das Nações Unidas conseguiram destronar este Rei messiânico. A “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, o confirmará no seu trono celestial e ele estará presente para iniciar seu reino milenar com seus 144.000 co-herdeiros leais. (Revelação 19:19-21) Por este motivo vital assegura-se-nos o prometido Milênio com bênçãos vitalizadoras para a humanidade. Já se aproximou!
7. Por que não somos iguais àquela antiga “geração iníqua e adúltera”, contudo, onde encontramos um “sinal” dado por Jesus para nossa consideração?
7 Apesar da evidência que se acaba de apresentar, muitos céticos demandam um “sinal” antes de decidirem convencer-se de que o Milênio realmente se aproximou, sim, que começará na nossa geração. Não somos desta “geração iníqua e adúltera” dos escribas religiosos e dos fariseus de há dezenove séculos atrás, que queriam de Jesus Cristo um sinal para convencê-los de que ele era o Messias. (Mateus 12:38, 39) Entretanto, temos a descrição dum “sinal” que o próprio Jesus Cristo deu, e visto que ele o tornou disponível a nós, ficaríamos em séria ignorância se nos recusássemos a considerá-lo. A descrição está a nossa disposição nos capítulos vinte e quatro e vinte e cinco de Mateus, no capítulo treze de Marcos e no capítulo vinte e um de Lucas. A descrição do sinal foi dada aos seus apóstolos a pedido deles, não para provar que ele era o Messias ou Cristo, mas para indicar a proximidade de certos acontecimentos futuros, prometidos, prestes a se cumprir. Foi dada no dia onze do mês primaveril de nisã do ano 33 E.C., três dias antes de sua morte violenta.
A PROFECIA DO “SINAL”
8. Como indicou Jesus que ele iria embora, e que palavras seriam ditas no seu retorno?
8 Jesus acabava de predizer algo que soava muito terrível aos ouvidos dos judeus, a saber, a destruição de seu templo em Jerusalém. Declarara ali aos seus opositores religiosos: “Eis que a vossa casa vos fica abandonada. Pois eu vos digo: De modo algum me vereis doravante até que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome de Jeová!”’ (Mateus 23:38, 39) Isto indicava que ele ia embora. Ao retornar, haveria os que usariam as palavras proféticas do Salmo 118:26 e diriam: “Bendito aquele que vem em nome de Jeová!”
9. Como indicou Jesus que estas palavras de boas-vindas na sua volta não seriam proferidas por adoradores no templo em Jerusalém?
9 Evidentemente, não seria no templo material em Jerusalém que os adoradores de Jeová aclamariam com tais palavras proféticas aquele que vem em nome de Jeová. Jesus deu a entender isso de modo bem claro, segundo a narrativa que segue as suas palavras momentosas: “Afastando-se então, Jesus ia sair do templo, mas os seus discípulos aproximaram-se para mostrar-lhe os edifícios do templo. Ele, porém, disse-lhes: ‘Não observais todas estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.”’ — Mateus 24:1, 2.
10. No Monte das Oliveiras, que se sobreleva ao templo, que pergunta fizeram a Jesus quatro dos apóstolas e como é sua pergunta vertida por diversas traduções?
10 Os doze apóstolos só indagaram a respeito desta profecia terrível quando chegaram ao Monte das Oliveiras, que sobreleva Jerusalém e do qual se podia ter uma bela vista desse templo, que havia sido renovado pelo Rei Herodes, o Grande. A vista parece ter suscitado uma pergunta momentosa entre quatro dos apóstolos, que suscitou também o interesse dos outros, pois lemos: “Enquanto estava sentado no Monte das Oliveiras, aproximaram-se dele os discípulos, em particular, dizendo: ‘Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença [em grego: parousía] e da terminação do sistema de coisas?”‘ (Mateus 24:3) A Tradução Literal da Bíblia Sagrada de Young, em inglês, verte as suas palavras do grego: “Dize-nos, quando acontecerão? e qual é o sinal da tua presença e do fim completo da era?” A Bíblia Enfatizada de Rotherham, em inglês, reza de modo similar: “Dize-nos quando serão estas coisas, — e qual o sinal da tua presença e da terminação da era.” A Nova Tradução (Texto Corrigido) do Arcebispo Newcome reza: “Qual será o sinal do teu aparecimento e do fim da era?” — Edição de 1808, em inglês.
11. (a) Quando ocorreu a destruição do templo de Jerusalém, mas o que mais não ocorreu então? (b) Portanto, o que seria natural que fizéssemos a respeito da história?
11 Sabemos hoje quando se deu a destruição do templo literal de Jerusalém. Foi há dezenove séculos atrás, no verão do ano 70 E C., quando as legiões romanas debaixo do General Tito destruíram a cidade inteira. (Lucas 21:20-24) Mas que dizer daquelas outras coisas, do “sinal” da parusia (presença, aparecimento) de Cristo e da terminação da era ou do sistema de coisas (ou: estadoa), incluídas na pergunta dos discípulos? ˜ verdade que o fim total ou a terminação do estado ou sistema judaico de coisas foi alcançado no ano 70 E.C., mas não a terminação do sistema de coisas maior, do qual o sistema judaico foi apenas modelo ou tipo profético. Tampouco ocorreu naquele ano a parusia, presença ou aparecimento do Senhor Jesus Cristo. Já que vivemos neste século vinte E. C., a coisa mais natural a fazer é olhar para a história deste nosso século vinte para ver se o “sinal” predito apareceu durante a nossa própria geração.
12. Em vista do que Estêvão disse a respeito da primeira vinda de Cristo, por que devemos perguntar se os apóstolos indagavam sobre a “vinda” ou “Advento” de Jesus?
12 Devemos notar que os discípulos perguntaram sobre a parusia do Senhor Jesus Cristo. Neste respeito, estavam perguntando sobre a sua “vinda”? Ou sobre seu “Advento”, conforme alguns chamam isso? Esta pergunta merece ser feita, porque o mártir cristão Estêvão, ao falar sobre a primeira “vinda” do Senhor Jesus, disse ao Sinédrio judaico em Jerusalém: “A qual dos profetas foi que os vossos antepassados não perseguiram? Sim, mataram os que faziam anúncio antecipado a respeito da vinda [em grego: éleusis] do Justo, cujos traidores e assassinos vós vos tornastes agora.” (Atos 7:52) Notamos que ao falar sobre a primeira vinda de Cristo, Estêvão não usou a palavra parousía, mas a palavra grega éleusis. Estas duas palavras gregas não só são diferentes na forma e na derivação, mas são também diferentes no significado.
13. Por derivação, o que significa literalmente a palavra parousía, mas que explicação sobre seu significado dão autoridades em palavras gregas?
13 A palavra parousía significa literalmente “estando ao lado”, derivada da preposição grega pará (“ao lado”) e ousia (“estando”). O Léxico Grego-Inglês de Liddell e Scott, Volume II, página 1343, coluna 2, dá como primeira definição de parousía a palavra inglesa para “presença”. Dá como segunda definição dela chegada, e depois acrescenta: “Especialmente a visita dum personagem real ou oficial.” Concordando com isso, o Dicionário Teológico do Novo Testamento (em inglês, de Gerhard Friedrich), no Volume V, dá como “O Sentido Geral” a palavra “Presença”. (Página 859) Daí, como “O Uso Técnico dos Termos” no helenismo, dá “1. A Visita dum Governante”. Na página 865 diz a respeito do “Uso Técnico de pareimi [verbo] e parousía no N. T.”: “No N. T., os termos nunca são usados para a vinda de Cristo na carne, e parousía nunca tem o sentido de retorno. A idéia de mais de uma parousía é primeiro encontrada apenas na Igreja posterior.”
14. (a) Segundo o uso técnico do termo grego no helenismo, que expressão se usaria em lugar de “presença”? (b) Em que traduções é parousía constantemente vertida por “presença’, com que contraste mostrado em Filipenses 2:12?
14 Portanto, os discípulos de Jesus não estavam perguntando sobre a sua “chegada”, mas sobre depois de sua chegada. Estavam perguntando sobre a sua “presença”. E se em vez de usarmos a palavra “presença” recorrermos ao “uso técnico dos termos” no helenismo, entenderemos que os discípulos perguntaram a Jesus: “Qual será o sinal da tua [visita como personagem real] e da terminação do sistema de coisas?” Uma “visita” inclui mais do que apenas a “chegada”. Inclui uma “presença”. No chamado Novo Testamento, a palavra grega parousía ocorre vinte e quatro vezes, e em todas as suas ocorrências ali, não só a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas traduz a palavra cada vez por “presença”, mas também outras traduções fazem isso, tais como a Tradução Literal da Bíblia Sagrada de Young, de 1862 E.C.; A Dinglott Enfática, grega-inglesa, de Wilson de 1857-1868 E.C.; e A Bíblia Enfatizada de Rotherham, de 1897 E.C. Notamos quão apropriadamente se contrastam “presença” e “ausência” em Filipenses 2:12, onde o apóstolo Paulo diz: “Sempre obedecestes, não somente durante a minha presença, mas agora muito mais prontamente durante a minha ausência.”
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
15. Diversas particularidades do “sinal” predito por Jesus exigem que tradução de parusia, como, por exemplo, em que parábola?
15 O significado de “presença” para parousía é necessário em diversas particularidades da profecia de Jesus sobre o “sinal” da parusia e da terminação do sistema de coisas. Por exemplo, consideremos a parte da profecia geralmente chamada de parábola das virgens sábias e das tolas. Jesus acabava de profetizar sobre o “escravo fiel e discreto” e o “escravo mau”, e profetizou então sobre outro aspecto relacionado com sua parusia. “O reino dos céus”, disse ele, “se tornará então semelhante a dez virgens que tomaram as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo. Cinco delas foram tolas e cinco foram discretas. Pois as tolas tomaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo, ao passo que as discretas levaram óleo nos seus recipientes, junto com as suas lâmpadas.” — Mateus 25:1-4; 24:45-51.
16. Em que sentido são “virgens” estas mulheres, segundo a introdução da parábola?
16 Em primeiro lugar, devemos notar que esta parábola envolve uma classe de pessoas e por isso não deve ser aplicada na sua inteireza à vida e à morte de cada pessoa. As envolvidas são “virgens” em sentido específico, visto que representam o “reino dos céus”, porque “então”, conforme disse Jesus, “o reino dos céus se tornará [o quê?] . . . semelhante a dez virgens”. Este é o “reino” de que Jesus falara antes na sua profecia, dizendo: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” — Mateus 24:14.
17. (a) A quem representam as “virgens”, que são dez em número? (b) Quando começou o cumprimento da parábola, e por que então?
17 Visto que o número “dez” é biblicamente um número que significa perfeição com respeito a coisas terrenas, as “virgens”, por serem dez em número, representam todos os cristãos que são candidatos ou professam ser candidatos ao reino celestial, em herança conjunta com Jesus Cristo. Portanto, quando começou a ter cumprimento esta parábola profética? No domingo, 6 de sivã, no festivo Dia de Pentecostes, do ano 33 E.C. Por quê? Porque foi então que a classe virgem veio à existência. Isto se deu porque os discípulos fiéis de Jesus Cristo, reunidos numa sala de sobrado em Jerusalém, foram naquele dia batizados com espírito santo. Foram assim gerados por Deus para serem seus filhos espirituais, em condições de ser “herdeiros de Deus” e “co-herdeiros de Cristo”. (Romanos 8:17) Na Bíblia, porém, os herdeiros costumam ser os filhos; então por que se dá que, na parábola, todos os membros da congregação gerada pelo espírito dos discípulos de Cristo são representados como moças, como moças virgens que, numa noite de casamento, saem ao encontro do noivo? E quem é este “noivo”?
18. Relacionado com assuntos matrimoniais, com quem comparou João Batista a si mesmo e a Jesus, e a quem encaminhou João seus próprios discípulos?
18 Em primeiro lugar, este “noivo” é o ressuscitado e glorificado Senhor Jesus Cristo. João Batista falou dele deste ponto de vista, e, por conseguinte, comparou-se ao “amigo do noivo”. Naqueles dias, o “amigo do noivo” costumava providenciar o casamento entre o noivo e a noiva. Na noite da união dos dois noivos, dava-se mais atenção ao noivo do que ao amigo do noivo. E foi por isso que João Batista disse aos seus discípulos, os quais ele preparava para Jesus Cristo, como figurativo “noivo” deles: “Eu não sou o Cristo, mas fui enviado na frente deste. Quem tem a noiva é o noivo. No entanto, o amigo do noivo, estando em pé e ouvindo-o, tem muita alegria por causa da voz do noivo. Esta alegria minha, por isso, ficou completa. Este tem de estar aumentando, mas eu tenho de estar diminuindo.” (João 3:28-30) Por isso, João encaminhava corretamente seus discípulos a Jesus.
19, 20. (a) Como se compara Jesus, na parábola e em Revelação, com um noivo? (b) Correspondentemente, como é chamada a Nova Jerusalém?
19 O próprio Jesus comparou-se a um noivo em outra parábola que proferiu. É a parábola da “festa de casamento” que um rei preparou para seu filho, e este filho representa o Filho do grande Rei da Eternidade, Jeová Deus. (Mateus 22:1-14) E na Revelação, que Jesus Cristo recebeu de Deus e transmitiu ao apóstolo João, Jesus, como o Cordeiro de Deus, é comparado a um noivo que se casa com a congregação de seus discípulos, nas seguintes palavras: “Alegremo-nos e estejamos cheios de alegria, e demos-lhe a glória, porque chegou o casamento do Cordeiro e a sua esposa já se preparou. Sim, foi-lhe concedido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro, pois o linho fino representa os atos justos dos santos. . . . Escreve: Felizes os convidados à refeição noturna do casamento do Cordeiro.” Além disso, o apóstolo João fala sobre um anjo que veio a ele e diz:
20 “Falou comigo, dizendo: ‘Vem para cá, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.’ Levou-me assim no poder do espírito para um grande e alto monte, e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém descendo do céu, da parte de Deus, e tendo a glória de Deus.” — Revelação 19:7-9; 21:9-11.
21. Em Efésios 5:23-27, com que compara Paulo a relação entre Jesus Cristo e sua congregação?
21 O apóstolo Paulo compara a relação entre Jesus Cristo e sua congregação de 144.000 co-herdeiros à do marido com a esposa. Escreveu: “O marido é cabeça de sua esposa, assim como também o Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador deste corpo. De fato, assim como a congregação está sujeita ao Cristo, também as esposas estejam sujeitas aos seus maridos, em tudo. Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela, para que a santificasse, purificando-a com o banho de água por meio da palavra, a fim de que apresentasse a congregação a si mesmo em todo o seu esplendor, não tendo nem mancha nem ruga, nem qualquer dessas coisas, mas para que fosse santa e sem mácula.” — Efésios 5:23-27.
22. Onde se dá o casamento e por que não menciona a parábola de Jesus a noiva do noivo?
22 O casamento do Noivo Jesus Cristo e sua “noiva” congregacional, naturalmente, deve dar-se no céu, onde serão unidos com a bênção de Jeová Deus, o Pai celestial. No entanto, deve-se notar que na parábola das dez virgens não se faz menção da noiva. Faz-se isso para evitar uma confusão de idéias. De fato, é porque a “noiva” é tirada ou escolhida dentre as próprias “dez virgens”. As “virgens” escolhidas são aqueles “felizes” que são “convidados à refeição noturna do casamento do Cordeiro”. (Revelação 19:9) Em harmonia com isso, a parábola de Jesus mostra as “virgens” habilitadas como entrando pela porta para a sala da festa de casamento. A parábola passa a ilustrar como se habilitam.
23. Serem os membros da congregação de Cristo comparados a “virgens” impõe-lhes que requisito?
23 Os membros da congregação-noiva de Cristo são comparados a “virgens” por mais do que o motivo de estarem comprometidos com um Noivo virgem. São “virgens” em mais um sentido espiritual. Assim como uma moça virgem é pura, casta, sexualmente intata, assim também estes membros fiéis da congregação cristã precisam ser puros e limpos por se manterem separados deste mundo, não tendo nenhuma relação com as organizações religiosas e políticas deste mundo. Não participam em nenhuma união entre Igreja e Estado. Mantêm sua virgindade espiritual por não se envolverem nos assuntos deste mundo. (2 Timóteo 2:3, 4) É a isto que se refere dizer-se a respeito dos 144.000 vistos em pé, com o Cordeiro de Deus, no Monte Sião espiritual: “Estes são os que não se poluíram com mulheres [tais como a meretriz religiosa Babilônia, a Grande, e suas filhas]; de fato, são virgens. Estes são os que estão seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá.” — Revelação 14:4; 17:3-5.
24. O que diz Tiago 1:26, 27, sobre a pureza exigida dos comparados a virgens?
24 No que se refere à pureza exigida, o discípulo Tiago diz: “Se algum homem achar que e adorador formal, contudo não refrear a sua língua, mas prosseguir enganando seu próprio coração, a forma de adoração de tal homem é fútil. A forma de adoração que é pura e imaculada do ponto de vista de nosso Deus e Pai é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas na sua tribulação, e manter-se sem mancha do mundo.” — Tia. 1:26, 27.
SAI AO ENCONTRO DO “NOIVO”
25. De que modo começou a congregação de Cristo, em Pentecostes de 33 E. C., com uma religião pura e imaculada do ponto de vista de Deus, e que evidência tiveram disso?
25 No festivo Dia de Pentecostes do ano 33 E.C., quando o espírito santo desceu como batismo sobre os discípulos fiéis de Jesus Cristo, ao esperarem em Jerusalém, a congregação cristã começou com a “forma de adoração que é pura e imaculada do ponto de vista de nosso Deus e Pai”. Eram espiritualmente uma classe virgem, separados da organização religiosa que havia rejeitado a Jesus Cristo e causado que ele fosse pendurado numa estaca pelo governador romano Pôncio Pilatos. (Atos 2:1-42) Começaram com os ensinos do Messias Jesus e com os ensinos de seus doze apóstolos, e mantiveram-se separados daquela “geração pervertida”, saturada de tradições religiosas antibíblicas, transmitidas pelos antepassados desencaminhados. (Atos 2:40; Gálatas 1:13-17; Mateus 15:1-9) O batismo do espírito santo junto com o dom de línguas foi evidência de que tinham a religião verdadeira, e eles sabiam disso. Precisavam então permanecer “virgens” nela.
26, 27. (a) Em sentido espiritual de quem ficou noiva a congregação cristã em Pentecostes de 33 E.C? (b) Como falou Paulo, qual “amigo do noivo”, aos cristãos em 2 Coríntios 11:2-5?
26 Foi naquele dia (6 de sivã de 33 E.C.) que a congregação cristã ficou esposada, comprometida como noiva, prometida em casamento ao Noivo celestial, Jesus Cristo. Todos os que depois foram acrescentados àquela congregação original de 120 discípulos em Jerusalém tornaram-se parte desta classe noiva e ficaram obrigados a manter-se “virgens”. O apóstolo Paulo refere-se a isso quando adverte os cristãos em Corinto contra violarem seu noivado com Jesus Cristo e se casarem com um cristo falso. Parecido a um “amigo do noivo”, Paulo disse:
27 “Estou ciumento de vós com ciúme piedoso, porque eu, pessoalmente, vos prometi em casamento a um só marido, a fim de vos apresentar como virgem casta ao Cristo. Mas tenho medo de que, de algum modo, assim como a serpente seduziu Eva pela sua astúcia, vossas mentes sejam corrompidas, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo. Pois, do modo como é, se alguém vem e prega um Jesus diferente do que nós pregamos, ou recebeis um espírito diferente do que recebestes, ou boas novas diferentes do que aceitastes, vós facilmente o suportais. Porque eu considero que em nem uma única coisa me mostrei inferior aos vossos superfinos apóstolos.” — 2 Coríntios 11:2-5.
28. Como foram os discípulos informados, tanto por Jesus como pelos anjos, que ele viria qual noivo Judaico para levá-los para casa?
28 Seu casamento com o Noivo virgem no céu seria no futuro indefinido, num tempo distante daquele dia de noivado de Pentecostes de 33 E.C. Cinqüenta e dois dias antes disso, na noite em que foi traído pelo apóstolo infiel Judas Iscariotes, Jesus dissera aos seus apóstolos fiéis: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não, eu vos teria dito, porque vou embora para vos preparar um lugar. Também, se eu for embora e vos preparar um lugar, virei novamente e vos acolherei a mim, para que, onde eu estiver, vós também estejais. E sabeis o caminho para onde vou.” (João 14:2-4) Quarenta e dois dias depois disso, quando ascendeu do Monte das Oliveiras e subiu ao céu diante dos olhos de diversos dos seus discípulos, apareceram-lhes dois anjos e disseram: “Homens da Galiléia, porque estais parados aí, olhando para o céu? Este Jesus, que dentre vós foi acolhido em cima, no céu, virá assim da mesma maneira em que o observastes ir para o céu.” (Atos 1:9-11) Portanto, os discípulos sabiam que, igual ao noivo judaico na noite de casamento, Jesus, que se ausentara, voltaria para levá-los ao lar de seu Pai celestial, assim como Jesus já lhes havia assegurado. — João 14:1-3.
29. (a) Quando começou a classe das “virgens” a ir ao encontro do Noivo? (b) Que pergunta surgiu então, e o que é indicado por ambas as espécies de virgens serem de número igual?
29 Com tal perspectiva de casamento, a classe noiva da virgem passou a ir ao encontro do Noivo, para acolhê-lo e se alegrar com ele. Tinham de ficar vigilantes, porque ‘não sabiam nem o dia nem a hora’. (Mateus 25:13) Quantos dos que começaram no dia de Pentecostes de 33 E.C. e dos milhares daqueles que se lhes juntaram mais tarde se mostrariam semelhantes às virgens “discretas” da parábola, e quantos se mostrariam iguais às virgens “tolas” ou injudiciosas? A parábola representa como igual o número das discretas e o das tolas, indicando que havia oportunidade igual para todos os que realmente começaram, e também para não indicar que haveria mais de uma espécie do que da outra; o assunto foi deixado indefinido. Mas a parábola predisse que nem todos os que começaram como “virgens” se mostrariam dignos de ser admitidos a entrar para a “refeição noturna do casamento do Cordeiro” e participar dela. — Lucas 12:35-38.
30. (a) O que distinguiu as virgens discretas daquelas tolas? (b) Começaram todas com lâmpadas acesas, e, assim, qual era a questão vital neste respeito?
30 Então, o que distingue as virgens discretas ou prudentes das virgens tolas ou imprudentes? O seguinte: “As tolas tomaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo, ao passo que as discretas levaram óleo nos seus recipientes, junto com as suas lâmpadas.” (Mateus 25:3, 4) No entanto, todas elas sabiam que terem lâmpadas acesas até o fim da procissão de acolhimento serviria para identificá-las, como prova de seu merecimento de ser admitidos à festa de casamento. Em vista disso, precisavam de óleo bastante para durar-lhes até que a procissão de casamento chegasse ao lar do noivo. No cumprimento da parábola, o que foi prefigurado pelo óleo? Começaram a ir ao encontro do noivo antes de se anunciar a sua chegada, e suas lâmpadas estavam acesas quando partiram. Assim, pelo menos então havia óleo nas suas lâmpadas. Mas bastava para manter as lâmpadas acesas até que a procissão de casamento entrasse na casa do noivo?
31, 32. (a) O que pretendia a parábola mostrar a respeito daquelas “virgens” simbólicas? (b) Que atitude de espera devem manter; conforme expresso por Paulo em Filipenses 3:20, 21?
31 O óleo era um líquido de iluminação. Sem ele, o pavio na lâmpada não podia dar uma luz constante e continua. O que simbolizava levarem uma lâmpada acesa à festa de casamento? Em resposta a essa pergunta, precisamos lembrar-nos do objetivo com o qual Jesus proferiu esta parábola. O objetivo era mostrar que os que desejavam ser admitidos ao casamento celestial teriam de ter certa identificação, certa personalidade, e teriam de retê-la até o próprio fim, não importando quando começasse e se realizasse a procissão de casamento até chegar finalmente ao lar do Noivo para a sua “noiva”. Em primeiro lugar, os da classe do “reino dos céus”, enquanto na terra no meio deste mundo tenebroso, teriam de manter-se “virgens” em sentido espiritual. Têm as suas esperanças fixas no Noivo celestial, e esta atitude não permite nenhuma contaminação deles com o mundo impuro. Têm de estar “seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá”. (Revelação 14:4) Têm de permanecer assim como o apóstolo Paulo, que disse:
32 “A nossa cidadania existe nos céus, donde também aguardamos ansiosamente um salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual remodelará o nosso corpo humilhado para ser conforme ao seu corpo glorioso, segundo a operação do poder que ele tem, sim, de sujeitar todas as coisas a si mesmo.” — Filipenses 3:20, 21.
33. (a) Por quanto tempo têm de manter a sua virgindade espiritual. a fim de se mostrarem dignos de que? (b) Que disse Jesus sobre eles refletirem tal condição aceitável?
33 Portanto, sua virgindade espiritual mantida se deve ao seu desejo e à sua determinação de se mostrarem dignos de ser aceitos pelo Noivo celestial como sua “noiva”. Sua vida diária deve refletir isso no meio da escuridão deste mundo da humanidade. Jesus Cristo, o Noivo, disse aos seus discípulos no seu Sermão do Monte, no ano 31 E.C.: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo do cesto de medida, mas no velador, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixai brilhar a vossa jaz perante os homens, para que vejam as vossas obras excelentes e dêem glória ao vosso pai, que está nos céus.” — Mateus 5:14-16.
34. Segundo as palavras de Paulo em Filipenses 2:14-16, como deviam os cristãos brilhar?
34 Também o apóstolo Paulo disse aos concristãos: “Persisti em fazer todas as coisas livres de resmungos e de argüições, para que venhais a ser inculpes e inocentes, filhos de Deus sem mácula no meio duma geração pervertida e deturpada, entre a qual estais brilhando como iluminadores no mundo, mantendo-vos firmemente agarrados à palavra da vida, para que eu tenha causa para exultação no dia de Cristo, de que não corri em vão nem trabalhei arduamente em vão.” — Filipenses 2:14-16
35. Portanto, o que é representado por erguerem as virgens suas lâmpadas acesas, em expectativa de quê?
35 Para que os da classe do “reino dos céus” brilhem como a “luz do mundo” precisam empenhar-se em “obras excelentes” que glorificam o Pai celestial; precisam fazer tudo sem resmungos e argüições, mantendo-se inculpes e inocentes no que se refere à sua vida cristã, mostrando-se sem mácula como filhos de Deus. Precisam fazer isso na expectativa da vinda do Noivo para levá-los ao lar de seu Pai celestial. Fazerem tudo isso é representado por erguerem as virgens as suas lâmpadas acesas. É algo que deleita o Noivo no meio da noite de escuridão do mundo.
O ÓLEO E OS RECIPIENTES SIMBÓLICOS
36. O que representa o “óleo” como líquido iluminador?
36 Então, o que representa o óleo, o líquido iluminador? Simboliza aquilo que mantém os da classe do “reino dos céus” brilhando como iluminadores no meio dum mundo em escuridão. Concordemente, representa a “palavra da vida”, a que precisam manter-se “firmemente agarrados”; pois está escrito: “Lâmpada para o meu pé é a tua palavra e luz para a minha senda.” (Salmo 119:105) “A própria exposição das tuas palavras dá luz, fazendo que os inexperientes entendam.” (Salmo 119:130) Como representação, o “óleo” incluiria também o espírito santo de Deus, porque esta santa força ativa, invisível, de Deus, ajuda no entendimento da Palavra de Deus. (João 16:13) Também, este espírito santo no cristão manifesta-se nos frutos, nos frutos do espírito, tais como amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura e autodomínio. (Gálatas 5:22, 23) Tal “óleo” espiritual tem poder iluminador.
37. O que representa terem as virgens um suprimento de óleo nos seus “recipientes”? E por quê?
37 Na parábola, as “virgens” tinham de ter um suprimento de óleo em recipientes, dos quais podiam derramá-lo nas lâmpadas que levavam. Não podiam transformar seus próprios corpos em “recipientes” por beber o óleo e depois, conforme necessário, regurgitá-lo para as lâmpadas, a fim de mantê-las acesas. Contudo, terem “recipientes” cheios de óleo significava que tinham um suprimento de óleo, naturalmente, não nos seus próprios corpos quais vasilhames. De modo que os da classe do “reino dos céus” possuem, sim, em si mesmos, um suprimento da Palavra de Deus e de Seu espírito santo. Apropriadamente, pois, os “recipientes” retratados na parábola representam os próprios membros da classe “virgem” como possuidores do “óleo” simbólico. Certamente, precisam dum suprimento amplo de tal “óleo” ao saírem ao encontro do Noivo e se juntarem à sua procissão.
38. Então o que é simbolizado pelas lâmpadas das virgens, e de que modo há iluminação?
38 Na parábola, as dez virgens usavam lâmpadas de óleo para iluminar o cenário noturno. Portanto, o que representam as lâmpadas no cumprimento atual da parábola? O mesmo que os “recipientes” de óleo, porque as antigas lâmpadas continham óleo iluminador do mesmo modo que os “recipientes” de suprimento. Os próprios membros da classe do “reino dos céus” são as lâmpadas simbólicas. Não é que bebam inteiramente o óleo e depois derramem óleo sobre si, incendiando-se quais “tochas vivas” enfileiradas ao longo do caminho da procissão, quais mártires que se sacrificam em honra do Noivo. Não, mas estão cheios da Palavra iluminadora de Deus e de seu espírito santo, e isto os torna brilhantes de modo espiritual para a honra do glorioso Noivo celestial. Eles mesmos são “iluminadores no mundo”, por causa de suas qualidades espirituais. Por causa da espécie da que levam sob a influência da Palavra e do espírito de Deus, brilham para a glória Dele.
39. (a) Por que não sabiam as “virgens” quanto tempo teriam de esperar pelo noivo? (b) Portanto, que acharam as virgens discretas aconselhável fazer?
39 Visto que não se fixou a hora da noite em que o noivo partia da casa onde se lhe deu a noiva e depois encabeçava a procissão de volta ao seu próprio lar, para a vida de casado, as virgens da parábola não sabiam exatamente quanto tinham de esperar até o noivo aparecer. Por isso não sabiam por quanto tempo tinham de manter suas lâmpadas acesas. Portanto, era aconselhável que não só enchessem as lâmpadas, mas também um recipiente com óleo adicional. As virgens “discretas” ou prudentes compreenderam isso e “levaram óleo nos seus recipientes”, junto com a suas lâmpadas acesas. As virgens “tolas” ou injudiciosas, imprudentes, não fizeram isso, e sua tolice neste respeito tornou-se evidente com o tempo.
40. (a) No cumprimento da parábola, de que modo levam os da classe das virgens “discretas” óleo consigo nos seus recipientes? (b) Como os ajuda isso a se mostrarem fiéis no seu noivado com o seu Noivo?
40 No cumprimento da parábola, os representado’ pelas cinco virgens “discretas” tomam consigo óleo extra nos seus recipientes, por assim dizer, enchendo-se com a Palavra de Deus, tendo-a na mente e no coração por meio do estudo pessoal, em particular, por assistir às reuniões cristãs onde se ensina e considera a Palavra de Deus e por fazer uso desta Palavra de Deus por, transmiti-la a outros. Oram pelo espírito de Deus e procuram estar continuamente “cheios de espírito”. (Efésios 5:18) Em qualquer tempo futuro de emergência, esta plenitude de “óleo” espiritual os ajudaria a renovar sua faculdade de perseverança e a continuar brilhando como a “luz do mundo”, em prova de que se mantêm fiéis ao seu noivado com o Noivo celestial.
“DEMORANDO O NOIVO”
41. (a) Quando foi pela primeira vez que os gentios se tornaram parte da classe da “virgem casta” que saiu ao encontro do Noivo? (b) Em vista do que aconteceu aos judeus em 70 E.C., encontraram-se as “virgens” naquele tempo com o Noivo?
41 No outono (setentrional) do ano 36 E.C., abriu-se a porta a não judeus incircuncisos, a gentios, para serem convertidos ao cristianismo, que é a “forma de adoração que é pura e imaculada” do ponto de vista de Deus. Estes gentios crentes receberam o espírito santo de Deus e seus dons, do mesmo modo como os crentes judaicos haviam recebido no dia de Pentecostes de 33 E.C. (Atos 10:1 a 11:18; 15:7-19) Assim também estes se tornaram parte da classe da “virgem casta” ‘prometida em casamento’ a Cristo. (2 Coríntios 11:2) Daí em diante, tinham parte no cumprimento da parábola das “dez virgens”, e, usando-se a linguagem da parábola, “tomaram as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo”. No ano 70 E.C., a cidade de Jerusalém e seu suntuoso templo foram destruídos pelas legiões romanas, mas, embora esta destruição horrível fosse uma expressão do julgamento de Deus contra os judeus descrentes, anticristão, a classe da “virgem casta” não se encontrou com o Noivo celestial, ao encontro de quem foi, para dar-lhe boas vindas. — Lucas 21:20-24; Mateus 24:15-22; Marcos 13:14-20.
42, 43. (a) Perto do fim do primeiro século, que revelação deve ter animado os da classe da “virgem casta” na sua esperança, mas como terminou aquela revelação? (b) Na primeira carta que João escreveu depois disso, à presença de quem já se referiu João?
42 Passaram-se anos, e perto do fim do primeiro século E.C., por volta do ano 96 E.C., o apóstolo João recebeu a maravilhosa Revelação, com o que tinha para revelar sobre o Noivo celestial, Jesus Cristo, e sua “noiva”, representada como a Nova Jerusalém. (Revelação 21:1 a 22:17) Isto deve ter sido de indizível encorajamento para os da classe da “virgem casta”, que ainda persistiam na sua esperança de se encontrar com o retornado Noivo. No entanto, o Noivo celestial encerrou aquela Revelação por dizer: “Aquele que dá testemunho dessas coisas diz: ‘Sim; venho depressa.”’ Em resposta, o idoso apóstolo João respondeu: “Amém! Vem, Senhor Jesus”, e depois João acrescentou, em conclusão: “A benignidade imerecida do Senhor Jesus Cristo seja com os santos.” (Revelação 22:20, 21) Talvez dois anos depois disso, por volta de 98 E.C., o apóstolo escrevesse a primeira de suas três cartas, dizendo nela:
43 “Criancinhas, é a última hora, e, assim como ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora.” “Sabemos que todo aquele que tem nascido de Deus não pratica pecado, mas o Nascido de Deus vigia sobre ele, e o iníquo não o segura. Sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” — 1 João 2:18; 5:18, 19.
44. (a) A morte posterior de João abriu o caminho para a entrada de quem? (b) Mas, então, quanto devem ter brilhado as lâmpadas acesas da classe das “dez virgens”, e que esperança havia de se encontrar o Noivo?
44 Pouco depois de escrever as suas três cartas e também a narrativa da vida de Jesus, conhecida como Evangelho de João, o idoso apóstolo deve ter morrido, sem dúvida como último dos “doze apóstolos do Cordeiro”. O falecimento de João, portanto, permitiria a abertura gradual da porta, não para a entrada de Cristo, o Noivo, mas para a do anticristo, a respeito de quem João advertira. (2 Tessalonicenses 2:7, 8) A “luz do mundo” foi então quase que apagada. As “lâmpadas” simbólicas da classe representada pelas “dez virgens” devem ter iluminado muito pouco. De fato, o número das verdadeiras “virgens” deve ter ficado muito pequeno. Outros interesses, interesses materiais do mundo, em vez de o desejo da volta do Senhor Jesus, devem ter ocupado a atenção dos que apenas professavam ser cristãos. Passava-se tanto tempo, e ele ainda não aparecia.
45. Como se cumpriu que, “demorando o noivo, todas elas cochilaram e adormeceram”, especialmente já por volta do tempo de Constantino?
45 Isto foi o que a parábola das dez virgens predisse, nas seguintes palavras: “Demorando o noivo, todas elas cochilaram e adormeceram.” (Mateus 25:5) De modo similar, dentro do grupo religioso que professava ser a congregação cristã, os membros estavam ficando cansados de esperar a vinda do Noivo. De fato, com a chamada “conversão” de Constantino, o Grande, e tornar ele o cristianismo professo nos seus dias a Religião Estatal do Império Romano, não parecia haver necessidade da volta de Cristo. A cristandade achava-se então estabelecida, sendo que muitos dos bispos religiosos das igrejas tornaram-se aliados do Estado romano e começaram a reinar em sentido religioso. Não só os apóstolos genuínos de Jesus Cristo estavam adormecidos na morte, mas tais bispos que professavam ser cristãos também adormeceram para com a responsabilidade cristã e a necessidade de manter a congregação cristã pura e livre das filosofias e tradições dos homens, e de ter de manter-se absolutamente puros e imaculados do mundo, numa forma pura e imaculada de adoração perante Deus.
46. (a) De que modo é este sono da classe das “dez virgens” paralelo ao que Jesus predisse na parábola do trigo e do Joio? (b) Quanto tempo duraria o sono espiritual e quando se daria o tempo do cumprimento da fase final da parábola?
46 Esta situação religiosa parece ser paralela àquela retratada na parábola de Jesus a respeito do trigo e do joio, na qual ele disse: “O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem que semeou excelente semente no seu campo. Enquanto os homens dormiam, veio seu inimigo e semeou por cima joio entre o trigo, e foi embora.” (Mateus 13:24, 25) Apenas após um longo período de crescimento viria a colheita e o tempo para o “homem” da parábola vir para o trabalho da colheita e mandar que se arrancasse o joio e se ajuntasse o “trigo” puro nos seus celeiros. É interessante que Jesus, ao explicar toda esta parábola, usou a mesma expressão que seus apóstolos usaram quando lhe fizeram a pergunta registrada em Mateus 24:3. Jesus disse: “A colheita é a terminação dum sistema de coisas.” (Mateus 13:39) Ainda faltaria muito tempo até a terminação do sistema mundano de coisas, e o cochilo predito na parábola das “dez virgens” mostrou ser longo. O cumprimento das particularidades finais da parábola das virgens faria parte do “sinal” de que estamos na “terminação do sistema de coisas”.
(Notas de rodapé)
a The Sacred Writings of the Apostles and Evangelists of Jesus Christ Commonly called the New Testament, de Campbell, Macknight e Doddridge, de 1828 E. C.