A festa de casamento do Rei no propósito de Deus
“O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem, um rei, que fez uma festa de casamento para seu filho. E ele mandou os seus escravos chamar os convidados à festa de casamento, mas não quiseram vir.” — Mat. 22:2, 3.
1. O que se pregou às nações já por uns sessenta anos, e que exemplo histórico mostra se a reação delas será de proveito?
O MUNDO inteiro está em dificuldades. Não há motivo para se duvidar de que o sistema de coisas sob o qual vive esteja no predito “tempo do fim”. Durante os últimos sessenta anos, proclamou-se em todos os quadrantes do globo o “reino dos céus”, o “reino de Deus”, como a “única esperança” para a humanidade aflita. Mas a vasta maioria da humanidade não crê nesta solução divina. As pessoas em geral não a querem. São iguais a uma nação de pessoas, há dezenove séculos atrás, que não quis o “reino dos céus” quando lhe foi oferecido. Sua rejeição desta oferta válida não resultou em bem para a sua nação. À luz de sua experiência nacional, desviar-se hoje do “reino dos céus” não é de proveito para os que preferem projetos e arranjos humanos a esta “única esperança” para nosso mundo atribulado. — Dan. 12:4; Mat. 3:1, 2; 4:17; Mar. 1:14, 15; Luc. 6:20.
2. Quando, onde e a quem começou a ser pregado o “reino dos céus”, e a que nação havia de ser dado?
2 Há muito tempo atrás, o Império Romano estava apenas no seu primeiro século de governo sobre o Oriente Médio quando se começou a proclamar ali o “reino dos céus”, o “reino de Deus”. O ano 33 de nossa Era Comum foi o quarto ano de sua proclamação. Este reino foi assunto de discussões acesas na cidade Judaica de Jerusalém. As discussões sobre ele atingiram até mesmo o mundialmente famoso templo naquela cidade santa. No decorrer duma discussão, o principal Proclamador das boas novas do Reino disse aos seus muitos ouvintes, entre os quais estavam os principais sacerdotes e homens da seita dos fariseus: “O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.” (Mat. 21:43-46) Segundo estas palavras, o reino de Deus seria em breve tirado de sua nação e entregue a uma nação recém-formada, que produziria frutos que a identificariam como sendo governada pelo reino de Deus. As palavras do orador cumpriram-se pois, até o dia de hoje, a antiga nação favorecida não possui o reino de Deus.
3. Como iniciou o orador a ilustração relacionada com as suas Palavras proféticas?
3 Qual foi o motivo de se dar isso? O orador destas palavras proféticas prosseguiu, ilustrando isso por contar outra das suas parábolas cheias de significado. Um homem que a ouviu registrou-a para nós, e ele começa esta narrativa específica por dizer: “Em resposta adicional, Jesus falou-lhes novamente com ilustrações, dizendo: ‘O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem, um rei, que fez uma festa de casamento para seu filho. E ele mandou os seus escravos chamar os convidados à festa de casamento, mas não quiseram vir.’” — Mat. 22:1-3.
4. O que mostra a quem representava o “homem, um rei”, na ilustração de Jesus?
4 A figura principal desta ilustração era o “homem, um rei”. De quem era, pois, ilustrativo? Ilustrava o próprio Deus, porque a inteira parábola ilustrativa começa por dizer: “O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem, um rei”, tomando certa ação que produziu certa reação. A expressão “o reino dos céus” significa o mesmo que “o reino de Deus”, porque Deus rege supremo nos invisíveis céus espirituais. Por exemplo, o antigo governante de Babilônia passou por uma humilhação com o seguinte objetivo declarado: “até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser . . . depois de saberes que são os céus que governam.” (Dan. 4:25, 26) Jesus referiu-se a Deus ao dizer a respeito de Jerusalém: “Não jureis . . . por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.” Jesus ensinou seus discípulos a orar a este Rei celestial, dizendo: “Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” — Mat. 5:34, 35; 6:9, 10.
5. Quem é o “filho” para quem o Rei celestial faz a “festa de casamento”, e que prova há disso?
5 Diz-se que o rei da ilustração de Jesus tinha um filho. No entanto, Deus, o Rei celestial, tem centenas de milhões de filhos espirituais, que são biblicamente chamados de “filhos de Deus”. (Jó 38:7; Dan. 7:9, 10) A qual destes muitos filhos se refere a parábola de Jesus? É ao Filho dos filhos, na família celestial de Deus. É para este filho mais destacado que o Rei celestial faz uma “festa de casamento”, e as Escrituras Sagradas mostram que este filho é o orador da parábola ilustrativa, o próprio Jesus Cristo. João Batista, que batizou Jesus, disse com referência ao batizado Jesus: “Eu não sou o Cristo, mas fui enviado na frente deste. Quem tem a noiva é o noivo. No entanto, o amigo do noivo, estando em pé e ouvindo-o, tem muita alegria por causa da voz do noivo. Esta alegria minha, por isso, ficou completa.” (João 3:28, 29) Em outra ilustração, Jesus referiu-se a si mesmo ao dizer: “O reino dos céus se tornará então semelhante a dez virgens que tomaram as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo.” — Mat. 25:1; 9:15.
6, 7. (a) Quem é a “noiva” deste Filho do Rei celestial? (b) Com que compara Efésios 5:23-32 a relação entre Jesus Cristo e sua congregação?
6 Assim como qualquer prospectivo noivo, Jesus deve ter tido grande prazer ao pensar e falar nesta “noiva”, que o Rei, seu Pai celestial, lhe daria. A “noiva”, naturalmente, não é uma única pessoa, não é um único discípulo de Jesus Cristo. Ao contrário, é uma pessoa composta ou coletiva, seu corpo inteiro ou congregação de fiéis discípulos ungidos. Isto não deve parecer estranho. Nas profecias da Bíblia, a antiga nação de Israel é comparada a uma esposa de Jeová Deus, porque a nação como que estava casada com Ele por ter aceito o pacto da Lei, mediado pelo profeta Moisés no monte Sinai, na Arábia. (Isa. 54:5; Jer. 3:14; 31:31, 32) De modo que a relação entre o Filho de Deus e sua congregação ungida é comparada à do marido com a esposa; conforme lemos:
7 “O marido é cabeça de sua esposa, assim como também o Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador deste corpo. Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela. É grande este segredo sagrado. Agora estou falando com respeito a Cristo e à congregação.” — Efé. 5:23, 25, 32.
8. Onde e como se realizará o casamento do Filho do Rei celestial e de sua “noiva”?
8 A realização do casamento entre o Filho do Rei e sua “noiva” figurativa se dará pela união de Jesus Cristo com sua congregação fiel nos céus espirituais, relacionada com o “reino dos céus”. Os membros desta congregação ungida precisam ser fiéis a Jesus Cristo, qual virgem noiva, até a sua morte. Em recompensa de sua fidelidade virginal até o fim de sua carreira terrestre, serão ressuscitados dentre os mortos para serem para sempre sua “noiva” celestial, sua congregação-noiva, na casa do Pai e Rei celestial. — 2 Cor. 11:2, 3.
“OS CONVIDADOS À FESTA DE CASAMENTO”
9. Na ilustração de Jesus, que relação com o rei tinham os convidados à “festa de casamento”, e o que demonstraria sua ação favorável para com o convite?
9 O convite à festa de casamento de seu filho era um grande favor da parte do rei. Os convidados eram pessoas sobre as quais era rei. Eram seus súditos. Conhecia-os por nome. Sabia onde moravam no seu domínio, e por isso podia enviar seus escravos ao endereço deles, para avisá-los quando a festa estava pronta, festa à qual já haviam sido convidados. A ação favorável destes convidados, ao serem avisados de que a festa estava pronta, demonstraria o devido respeito para com seu rei. Então, a quem representavam “os convidados à festa de casamento”, na ilustração de Jesus?
10. No tempo da ilustração, sobre que povo era Jeová Deus o Rei e por meio de que arranjo?
10 Ora, visto que o rei representava a Jeová Deus, então, quem eram aqueles sobre os quais Ele era rei naquele tempo? A quem foi que Jesus disse: “O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos”? Foi à nação judaica. No ano 1513 A. E. C., Jeová Deus os havia introduzido num pacto consigo mesmo, pela mediação de seu profeta Moisés, no monte Sinai. Entraram voluntariamente neste pacto, para guardarem seu código de Lei, cujas leis fundamenteis eram os famosos Dez Mandamentos. (Êxo. 19:1 a 24:8) Foi especialmente por meio deste arranjo do pacto que Jeová se tornou o Rei celestial deste povo, e isto significava que eram então uma “nação” sujeita a Ele. (Deu. 33:5) Os israelitas já haviam cantado Seus louvores qual Rei deles, depois de os ter libertado da morte no Mar Vermelho, cantando: “Jeová reinará por tempo indefinido, para todo o sempre.” — Êxo. 15:18.
11, 12. (a) Como se tornou a nação de Israel o povo para o Nome de Deus? (b) Como foi que Deus podia enviar-lhes um convite pelo seu nome nacional?
11 Este Rei celestial tem um nome — Jeová — e em virtude de introduzir a nação de Israel no pacto da Lei, tendo a si mesmo por Deus deles, tornaram-se um povo para seu Nome. Invocava-se Seu nome sobre eles. O mediador Moisés disse ao povo pactuado de Israel: “Jeová te estabelecerá para si como povo santo, assim como te jurou, por continuares a guardar os mandamentos de Jeová, teu Deus, e teres andado nos seus caminhos. E todos os povos da terra terão de ver que o nome de Jeová foi invocado sobre ti e hão de ficar com medo de ti.” (Deu. 28:9, 10) Jeová disse a esta nação escolhida, pela boca de seu profeta Amós: “Somente a vós vos conheci dentre todas as famílias do solo.” (Amós 3:2) Não só era a nação identificada pelo Seu nome, mas Ele conhecia a nação por nome.
12 Disse-lhe pela boca do profeta Isaías: “E agora, assim disse Jeová, teu Criador, ó Jacó, e teu Formador, ó Israel: ‘Não tenhas medo, porque eu te resgatei. Eu te chamei pelo teu nome. Tu és meu.’” (Isa. 43:1) De modo que, se ele desejasse enviar-lhes um convite ou dar-lhes um convite permanente, podia fazer isso pelo nome nacional.
13. Como sabia o Rei celestial o endereço dos “convidados à festa de casamento”, e isto se mostrou no caso do nascimento de quem?
13 O rei da ilustração de Jesus conhecia os endereços dos que ele convidara à festa de casamento. Do mesmo modo, Jeová conhecia o “endereço” de seu povo escolhido, seu povo convidado. Sabia onde morava. Era a terra que Ele havia prometido aos seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó, e era a terra à qual Ele os havia levado em fidelidade. Mesmo depois do exílio deles na terra de Babilônia, Jeová os restaurou à mesma terra. Não foi com destino errado que Jeová, o Rei, enviou seu Filho Jesus àquela terra. Não foi um engano ou acaso que Jesus, o Descendente de Abraão e do Rei Davi, nascesse na cidade de Belém, na Província da Judéia, no outono no ano 2 A. E. C. Jeová, o Rei, havia predito o endereço deste nascimento milagroso com séculos de antecedência, pelo Seu profeta Miquéias. — Miq. 5:2.
14. Será que o convite inicial aos “convidados” foi feito pela primeira vez quando chegaram a eles os mensageiros de aviso, ou que relação teve o aviso com o convite?
14 No cumprimento da ilustração de Jesus, Jeová, o Rei, conhecia os endereços ou paradeiros dos “convidados à festa de casamento”. Assim, naturalmente, sabia aonde enviar seus mensageiros com o aviso na ocasião em que a festa de casamento, à qual já haviam sido convidados, estava pronta e era a hora de virem com apetite aguçado. O convite à festa não lhes foi feito pela primeira vez só quando os mensageiros de aviso chegaram aos seus lares, para dizer-lhes que a festa já estava pronta e que deveriam vir imediatamente. Tal chamada era apenas algo adicional, não o convite original. Ora, quando e de que modo já haviam sido “convidados” ou recebido a chamada inicial?
15. (a) Em que ano se fez o convite à “festa de casamento”, e a quem? (b) Nesta ocasião, o convite estava incluído em que, e em que termos?
15 Isto se deu, de fato, no ano 1513 A. E. C., e a maneira em que se deu isso foi pela ação de Deus, o Rei, de introduzir o povo de Israel no pacto da Lei por intermédio de Moisés, qual mediador. A chamada ou o “convite” inicial foi feito aos israelitas como nação, não como indivíduos, porque seria a nação, em vez de os membros individuais, que continuaria a existir até que a “festa de casamento” do Rei estivesse preparada e pronta para ser realizada. A chamada ou o “convite” inicial à nação de Israel estava incluído nos termos em que Deus especificou os benefícios à nação de Israel por entrar no pacto da Lei com Jeová Deus e guardá-lo. Ao propor o pacto a Israel, no monte Sinai, Deus mandou que Moisés dissesse: “E agora, se obedecerdes estritamente à minha voz e deveras guardardes meu pacto, então vos haveis de tornar minha propriedade especial dentre todos os outros povos, pois minha é toda a terra. E vós mesmos vos tornareis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” — Êxo. 19:1-6.
16. (a) Em que base foi celebrado o pacto da Lei com a nação de Israel, e como? (b) A quem se aplicavam tanto as obrigações como o convite contido naquele pacto, e até quando?
16 Apresentaram-se assim à nação de Israel as perspectivas do reino, a oportunidade, realmente o convite, de se tornar um “reino de sacerdotes”. Tal reino sacerdotal agiria qual servo de Deus em benefício de todos os demais da humanidade. O povo de Israel aceitou este convite de seu Rei celestial por aceitar Sua proposta e dizer: “Tudo o que Jeová falou estamos dispostos a fazer.” Por conseguinte, Deus, o Rei, celebrou com a nação de Israel o pacto da Lei sobre sacrifícios feitos pelo mediador Moisés. (Êxo. 19:7, 8; 24:1-12) Não só as obrigações daquele pacto da Lei mosaica, mas também o convite de se tornarem um “reino de sacerdotes”, estenderam-se até os descendentes naturais daqueles israelitas pactuantes no primeiro século de nossa Era Comum. (Rom. 9:4, 5; Atos 3:25, 26) Visto que aqueles descendentes naturais, do primeiro século E. C., eram uma nação ‘convidada’, Deus, o Rei, agiu em harmonia com os termos do seu pacto ao suscitar João Batista e mandar que pregasse à nação de Israel: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” — Mat. 3:1, 2.
17. (a) Que relação com um reino tem a “festa de casamento” para o filho do rei? (b) Que função adicional será desempenhada pelos que constituem a “noiva” do Pai Eterno?
17 No entanto, o que tem um “reino de sacerdotes” que ver com uma festa de casamento de um rei para seu filho? O próprio Jesus Cristo deu a entender que havia uma relação entre as duas coisas por introduzir sua ilustração com as palavras: “O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem, um rei, que fez uma festa de casamento para seu filho.” (Mat. 22:1, 2) Naturalmente, a “noiva” com quem o filho do rei se casaria se tornaria princesa, e, costumeiramente, rainha eleita, rainha designada. De modo correspondente, a “noiva” com quem Deus, o Rei, casa seu Filho Jesus Cristo é sua congregação ungida de discípulos fiéis. Nos céus, estes fiéis discípulos ungidos hão de ser mais do que uma “noiva” para Jesus Cristo, que é aquele que se tornará o “Pai Eterno” para a raça remida da humanidade. Também hão de tornar-se co-herdeiros com seu Noivo celestial no Reino que Deus, o Rei, designa ao seu Filho Jesus Cristo, sobre toda a humanidade.
18. Como manteve Jesus a esperança do Reino perante seus discípulos no seu Sermão do Monte e na sua última Páscoa?
18 Jesus Cristo apresentava constantemente esta esperança do Reino aos seus verdadeiros discípulos. Disse-lhes no seu Sermão do Monte: “Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, porque a eles pertence o reino dos céus. Felizes os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque a eles pertence o reino dos céus. . . . Pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas. Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 5:3, 10; 6:32, 33) E na noite da última Páscoa com seus apóstolos fiéis, e depois de Jesus ter estabelecido a Ceia do Senhor, ele lhes disse: “Vós sois os que ficastes comigo nas minhas provações; e eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” — Luc. 22:23-30.
19. Como se dá que o Filho régio não permanece tal sem um reino, e como compartilha com ele a congregação-noiva?
19 De modo que a congregação-noiva de Jesus Cristo há de compartilhar com ele, sendo co-herdeiros dele no reino celestial e tendo seu Noivo por cabeça. Ele há de ser Governante semelhante ao antigo Melquisedeque, que era tanto rei de Salém como sacerdote do Deus Altíssimo, e, por isso, rei-sacerdote. (Gên. 14:18-20; Sal. 110:1-4; Heb. 5:5, 6; 6:20 a 7:28) Jesus Cristo serve como Sumo Sacerdote de Jeová, e a congregação-noiva de Cristo provê os subsacerdotes. Deste modo, a verdadeira congregação cristã torna-se um “reino de sacerdotes”. O apóstolo Pedro escreveu a esta congregação, dizendo: “Vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” (1 Ped. 2:9) Jesus Cristo, o Filho de Deus, não permanece assim qual Filho real sem reino, mas Deus, o Rei, designa ao Filho um reino especial sobre toda a humanidade, e sua classe da Noiva compartilha com ele neste reino messiânico. — Rom. 8:16, 17.
ATITUDE DOS “CONVIDADOS À FESTA DE CASAMENTO”
20. (a) Que pergunta sobre a geração surgiu quando informada de que era aquela que podia comparecer à festa de casamento? (b) Que pergunta surge sobre quantos responderiam favoravelmente?
20 Os da nação de Israel, por terem sido introduzidos no pacto da Lei mosaica, recebiam a oferta dum maravilhoso privilégio e “convite”. No que se refere à “festa de casamento” providenciada pelo seu Deus, Jeová, o Rei, eram uma nação de “convidados”. Mas havia condições relacionadas com eles se tornarem um “reino de sacerdotes”. Portanto, surge a pergunta: Qual seria a atitude da nação ao ser avisada de que ela era a geração favorecida com a oportunidade de então aceitar o convite de seu Rei e entrar nas festividades do casamento? Será que responderiam favoravelmente tantos da nação quantos havia lugares ou assentos dentro da sala da festa de casamento? Havia uma oportunidade para muitos, porque a ilustração indica que o rei convidou a muitos e que havia muitos leitos providos para os convidados se recostarem à mesa festiva.
21. Quando começou o Rei celestial a enviar seus “escravos” para avisar os “convidados” que a festa estava pronta?
21 No cumprimento da parábola, quando foi que Deus, o Rei, enviou seus “escravos” para avisar os “convidados” de que chegara o tempo para a “festa de casamento” e de que deviam vir imediatamente? Foi depois do batismo de Jesus em água e da sua unção com o espírito santo de Deus, para se tornar o Cristo, o ungido para ser Rei messiânico. Quando Jesus Cristo voltou depois de quarenta dias passados no ermo da Judéia, João Batista apontou para ele e disse aos ouvintes: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” João não só identificou a Jesus como o figurativo Cordeiro que havia de ser sacrificado para resgatar o mundo da humanidade da penalidade do pecado, mas também atestou que Jesus Cristo era o Filho de Deus. Pouco depois, o ungido Jesus começou sua obra de ensino com alguns dos que começaram a seguir a ele qual Messias. Um destes, de nome André, achou seu irmão Simão e disse-lhe: “‘Achamos o Messias’ (que, traduzido, quer dizer: Cristo).” (João 1:26 a 2:2) Assim Jesus começou a formar um corpo de discípulos.
22. Quanto durou o primeiro período de aviso e quem foi então avisado?
22 Jesus Cristo não só ensinava e pregava o reino messiânico de Deus, mas enviava também seus discípulos judaicos a pregar com ele: “O reino dos céus se tem aproximado.” (Mat. 10:1-7; Luc. 9:1-6; 10:1-9) Deste modo, o Rei celestial, Jeová Deus, enviou seus “escravos” sob o pacto da Lei dar o primeiro aviso. Isto continuou desde o outono (setentrional) do ano 29 E. C. até a primavera de 33 E. C., ou por cerca de três anos e meio. Estes “escravos” foram enviados apenas aos “convidados”. Quer dizer, à nação judaica sob o pacto da Lei mosaica que oferecia a oportunidade de se tornar um “reino de sacerdotes”. Em reconhecimento dos “convidados”, Jesus disse aos discípulos que enviou para anunciar que havia chegado o tempo: “Não vos desvieis para a estrada das nações, e não entreis em cidade samaritana; mas, ide antes continuamente às ovelhas perdidas da casa de Israel.” E com referência a si mesmo, Jesus disse: “Não fui enviado a ninguém senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” — Mat. 10:5, 6; 15:24.
23. Como mostrou Jesus que era o tempo certo para a primeira chamada, mas como indicou sua ilustração a atitude dos convidados?
23 Era o tempo certo para esta obra inicial de aviso. Jesus lembrou aos da “casa de Israel” esta marcação divina do tempo para as coisas, dizendo aos judeus: “Tem-se cumprido o tempo designado e o reino de Deus se tem aproximado. Arrependei-vos e tende fé nas boas novas.” (Mar. 1:15) Mas resultou a pregação nacional pelos “escravos” do Rei celestial em arrependimento, conversão e aceitação nacional do Filho do Rei qual Messias real? Foi quase no fim da primeira chamada de aviso que Jesus descreveu como esta chamada inicial foi recebida. Ele prosseguiu dizendo na sua ilustração: “Mas não quiseram vir.”
24. Quão obstinada foi a falta de vontade dos “convidados”, e com que acontecimento terminou a primeira chamada?
24 Sim, não houve nenhuma conversão nacional, nenhuma aceitação nacional do Filho do Rei, Jesus Cristo, como o Messias para quem se preparara uma régia “festa de casamento”. Sua falta de vontade foi tão obstinada, que persuadiram o governador romano Pôncio Pilatos a entregá-lo à morte no dia da Páscoa de 33 E. C. Jesus morreu assim qual “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29, 36) Sua morte qual sacrifício humano perfeito havia de resultar em benefício duradouro para os “convidados” à régia “festa de casamento” do Rei. No entanto, esta morte sacrificial acabou com a participação direta e pessoal de Jesus Cristo na obra de aviso. Desta maneira acabou a primeira chamada dos “convidados”.
25. (a) Por que não falhou então o propósito de Deus quanto à festa de casamento? (b) Por que reconhecia Deus ainda os originalmente “convidados” segundo o pacto da Lei?
25 O que se seguiria? Foi em vão a preparação da “festa de casamento para seu filho” por parte do Rei? Estava então destinada ao fracasso? Não, não segundo o propósito de Deus, o Rei. O Deus Todo-poderoso ressuscitou seu fiel Filho Jesus Cristo dentre os mortos e o enalteceu ao lugar régio à mão direita de Deus, nos céus. (Atos 2:32-36; Sal. 110:1, 2; Mat. 22:41-45) O ressuscitado Jesus apresentou na presença de Deus o valor de seu sacrifício humano qual Cordeiro de Deus, e isto encerrou o pacto da Lei mosaica, com seus sacrifícios animais subumanos. Apesar deste cancelamento do pacto da Lei e do estabelecimento dum novo pacto com Jesus Cristo por Mediador, Jeová Deus, o Rei, ainda reconhecia misericordiosamente “os convidados à festa de casamento” segundo o pacto da Lei. Fazia isso porque eram a “casa de Israel” por nascença e descendentes naturais, carnais, do patriarca fiel Abraão, amigo de Deus. — Dan. 9:24, 27.
26. Como indicou o ressuscitado Jesus que se daria um segundo aviso aos convidados, para encherem exclusivamente todos os lugares?
26 Jeová Deus, o Rei, tinha motivo para sentir grande indignação contra a nação dos “convidados”, mas deu à nação mais uma oportunidade de ocupar exclusivamente todos os lugares na intencionada “festa de casamento para seu filho”. Enviou-lhes um segundo aviso, mas o final. Jesus Cristo indicou esta misericórdia concedida por Deus aos convidados, ao dizer aos seus discípulos pouco antes de sua ascensão ao céu: “Ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e [só depois disso] Samaria, e até à parte mais distante da terra.” — Atos 1:8.
27. Como ilustrou Jesus a reação dos convidados diante do segundo aviso?
27 Jesus predisse na sua ilustração a reação por parte da nação em geral a este segundo aviso, dizendo: “[O rei] mandou novamente outros escravos, dizendo: ‘Dizei aos convidados: “Eis que tenho preparado o meu repasto, meus touros e animais cevados já foram abatidos e todas as coisas estão prontas. Vinde à festa de casamento.”’ Mas eles, indiferentes, foram embora, um para o seu próprio campo, outro para o seu negócio comercial; mas os restantes, agarrando os escravos dele, trataram-nos com insolência e os mataram.” — Mat. 22:4-6.
28. Quando começou o segundo aviso, e que acusação do Supremo Tribunal judaico mostra que a nação de convidados estava sendo avisada?
28 Esta parte na ilustração de Jesus começou no dia de Pentecostes do ano 33 E. C., quando espírito santo foi derramado sobre os discípulos de Jesus que esperavam, e eles começaram a pregar as boas novas do reino messiânico de Deus, em Jerusalém, aos judeus e prosélitos circuncisos do judaísmo. O registro inspirado não diz quantas centenas de milhares de celebrantes, de muitas partes da terra, estavam ali em Jerusalém. Milhares de celebrantes começaram a ouvir as boas novas sobre o ressuscitado Jesus, o Messias. Não demorou muito até que o Supremo Tribunal judaico dissesse aos doze apóstolos de Jesus Cristo: “Eis que enchestes Jerusalém com o vosso ensino, e estais resolvidos a trazer sobre nós o sangue deste homem.” (Atos 5:27, 28) Sem dúvida, a nação de “convidados” estava sendo avisada, então pela segunda vez.
29. Como reagiram os convidados diante da segunda chamada do rei, e que registro mostra quão veraz era a ilustração de Jesus neste respeito?
29 Como reagiram as massas da nação ao segundo lembrete do Rei celestial de seu convite para a “festa de casamento” então já pronta? Com insultos para o Rei e desprezo para com seu Filho casadouro, por mostrarem mais preocupação pessoal com seus interesses materialistas do que por dignificarem o Rei por se apresentarem na festa de casamento para seu Filho! Recorreram até mesmo ao flagrante assassinato dos “escravos” obedientes dele, dos pregadores cristãos das boas novas do reino messiânico de Deus. Só é preciso ler o livro dos Atos dos Apóstolos, capítulos três a nove, para ter um registro histórico de quão veraz foi neste respeito a ilustração profética de Jesus.
30, 31. (a) Quando terminou o segundo convite? (b) Na ilustração, o que fez o rei depois da rejeição de seu segundo convite?
30 Não foi de modo diferente, pois, que o segundo aviso dado aos convidados chegou ao fim, que tinha de chegar ao fim, segundo a profecia. Isto se deu no ano 36 E. C., três anos e meio depois do martírio de Jesus Cristo em Jerusalém. Como? A ilustração de Jesus mostrou como. Indicando a punição que havia de sobrevir à nação dos “convidados” por rejeitar em deslealdade o convite de seu Rei celestial, Jesus disse:
31 “O rei, porém, ficou furioso e enviou os seus exércitos, e destruiu aqueles assassinos e queimou a cidade deles. Depois disse aos seus escravos: ‘A festa de casamento, deveras, está pronta, mas os convidados não eram dignos. Ide, portanto, às estradas que saem da cidade e convidai a qualquer que achardes para a festa de casamento.’ Concordemente, esses escravos foram às estradas e ajuntaram a todos os que acharam, tanto iníquos como bons; e a sala para as cerimônias do casamento ficou cheia dos que se recostavam à mesa.” — Mat. 22:7-10.
32. Significa a ordem das palavras na ilustração de Jesus que o rei adiou ainda mais os arranjos da festa de casamento, até depois de ter destruído a cidade daqueles “convidados”?
32 Não devemos entender da ordem acima das palavras de Jesus, ao dar os pormenores da ilustração, que o rei, antes de prestar mais atenção à festa de casamento, ordenasse aos seus exércitos a entrar no serviço ativo e os enviasse contra a cidade em que moravam os “convidados” não apreciativos e ‘destruísse’ aqueles assassinos e queimasse a cidade deles’. Senão, significaria que o Rei celestial, Jeová Deus, enviou seus escravos para ajuntar pessoas indiscriminadamente à festa de casamento só em fins do ano 70 de nossa Era Comum, porque foi no verão daquele ano que Jerusalém foi arrasada pelos romanos, sob o General Tito, filho do Imperador Vespasiano. Aqueles “assassinos” foram então deveras mortos. Conforme relata Flávio Josefo, 1.100.000 judeus pereceram no sítio e na destruição de Jerusalém e 97.000 foram levados cativos, para serem vendidos como escravos. — Luc. 21:20-24; 19:41-44.
[Foto na página 401]
Numa parábola a respeito dum rei que deu uma festa de casamento, Jesus mostrou que alguns do que pensam ir para o céu não o conseguirão.