A desolação da cristandade pela “coisa repugnante”
1. Em vista de que situação se levantam dúvidas quanto à desolação da cristandade?
A CRISTANDADE é representada pelas suas centenas de seitas religiosas. Registra-se que ela tem um rol de mais de novecentos milhões de membros nas igrejas. Como pode tal organização religiosa, poderosa e numerosa alguma vez ser desolada, ser arruinada? Contudo, ela o será!
2. Quem foi que sugeriu esta coisa quase que incrível, e como?
2 Quem, porém, sugere tal coisa quase que incrível? Aquele cujas profecias nunca falharam até agora. É o Deus Todo-poderoso, Jeová Deus, Autor da Bíblia Sagrada. Ele predisse isso por meio de diversos de seus profetas, até mesmo mediante seu Filho Jesus Cristo. Fez-se um quadro, profético da destruição da cristandade, há dezenove séculos atrás. Aquele quadro mostrará em breve ser profecia veraz. Talvez se pergunte: Por quê? Como?
3. O que constituiu o tipo da hodierna cristandade lá no primeiro século, e como foi tipificada sua desolação?
3 O nome “cristandade” não se encontra em nenhuma profecia da Bíblia Sagrada. Mas ela teve seu tipo lá nos tempos bíblicos. Seu tipo, a figura profética dela, é a Jerusalém infiel do primeiro século de nossa Era Comum. Esta Jerusalém era considerada sagrada pelos judeus, até à sua destruição em 70 E. C., e ela era o tipo, o exemplo de aviso. (1 Cor. 10:6, 11) A cristandade é o antítipo ou aquilo que foi prefigurado há tanto tempo atrás. Portanto, embora não seja mencionada diretamente na profecia bíblica, ela foi tipificada ou representada profeticamente. A desolação da Jerusalém judaica incrédula, no ano 70 E. C., é tipo ou quadro profético da desolação da hodierna cristandade, que também é incrédula no que se refere à Bíblia Sagrada e ao seu Autor, Jeová Deus.
4. O que veio ao seu pleno término na destruição de Jerusalém em 70 E. C., e como se pode mostrar isso?
4 Na primavera do ano 33 E. C., Jesus Cristo proferiu a sua profecia sobre a desolação da Jerusalém judaica, que se mostrara incrédula para com ele, o Messias ou Cristo. Proferiu aquela profecia notável ao predizer “o sinal . . . da terminação do sistema de coisas”. (Mat. 24:3) A desolação de Jerusalém em 70 E. C. pôs término a um sistema judaico de coisas, que nunca mais foi restabelecido. O templo construído para a adoração de Jeová, como Deus, nunca foi reconstruído e nunca o será. O sacerdócio na família de Arão, irmão de Moisés, que oficiara nos serviços religiosos naquele templo, não existe mais. Nenhum judeu pode provar sua habilitação como membro verdadeiro daquela família sacerdotal. O pacto nacional feito com Deus, estabelecido à base da obediência à lei de Deus, conforme dada mediante o profeta Moisés, não existe mais, não vigora mais. Deveras, o sistema judaico de coisas, com aquelas particularidades, chegou à plena terminação com a desolação da antiga Jerusalém, em 70 E. C.
5, 6. (a) Para ser fiel ao tipo, dentro de que período precisa ocorrer a desolação da cristandade, e com a constituição de que associa Daniel este período de tempo? (b) Em conexão com o fim de que sistema precisa a cristandade ser desolada, e por quê?
5 Para corresponder ao protótipo, a desolação da cristandade tem de dar-se dentro do período em que um “sistema de coisas” chega à sua plena terminação. Visto que os “tempos designados das nações” findaram no ano 1914 E. C., o atual “sistema de coisas” mundial está no seu “tempo do fim.” (Luc. 21:24) O profeta Daniel associa o “tempo do fim” com a constituição da “coisa repugnante que causa desolação”, ao escrever: “Guarda em segredo as palavras e sela o livro até o tempo do fim. Muitos o percorrerão, e o verdadeiro conhecimento se tornará abundante. . . . tempo em que se remover o sacrifício contínuo e se constituir a coisa repugnante que causa desolação.” — Dan. 12:4-11; veja também 11:40.
6 O atual “tempo do fim”, portanto, é o período de tempo em que a cristandade será desolada pela “coisa repugnante que causa desolação”. Deve ser lembrado que a cristandade é a parte dominante do atual “sistema de coisas” mundano, e por isso é inevitável que ela termine com ele.
7. (a) Por que não é a “coisa repugnante que causa desolação”, neste “tempo do fim”, o “povo” militar do Império Romano? (b) Com que luta pelo poder associa Daniel 11:31 a “coisa repugnante”, e o que se ‘constituiu em seu lugar’?
7 Mas, qual é a “coisa repugnante” que em breve desolará completamente a cristandade? Não é o “povo” militar ou as legiões do Império Romano pagão. Aquele império deixou de existir e Roma é hoje em dia o centro da parte mais populosa e mais poderosa da cristandade. Segundo a profecia de Daniel, capítulo onze, versículo trinta e um, a “coisa repugnante” é algo constituído durante a luta entre o “rei do norte” e o “rei do sul”. Aquele versículo reza: “E hão de constituir em seu lugar a coisa repugnante que causa desolação.” Neste “tempo do fim”, tanto com respeito ao democrático “rei do sul” como com respeito ao totalitário “rei do norte”, esta “coisa repugnante” constituída tem sido a organização internacional em prol de paz e segurança mundiais.
8. Como foi identificada a “abominação que desola” pelo livro “Luz”, Volume Dois, do ano 1930?
8 Depois da Primeira Guerra Mundial e até à Segunda Guerra Mundial, esta organização para a preservação da paz foi conhecida como a Liga das Nações. No ano de 1930, foi claramente chamada de “abominação que desola”, de Mateus 24:15, no volume dois do livro chamado “Luz”, em inglês, páginas 89 e 103, livro que foi publicado nove anos antes da Segunda Guerra Mundial. Mas esta organização, sob o título de “Liga das Nações”, não destruiu a cristandade.
9. Quem sucedeu à Liga das Nações, quando e principalmente promovidas por quem?
9 Hoje em dia, esta organização de paz e segurança é conhecida como Nações Unidas, que em 1945 se tornaram sucessoras da Liga das Nações, a qual havia fracassado em impedir a Segunda Guerra Mundial, tendo sido realmente morta por aquele conflito mundial. O principal promotor desta organização internacional em prol de paz e segurança mundiais foi a Sétima Potência Mundial, a potência mundial dupla, anglo-americana.
10. (a) O que tem professo a Sétima Potência Mundial, em sentido religioso, e que pergunta se levanta por isso? (b) Que motivo, portanto, há para a Bíblia chamar a organização internacional em prol da paz de “coisa repugnante” ou “abominação”?
10 Por mais de dois séculos, esta Sétima Potência Mundial tem professado ser cristã, e tem sido um baluarte da cristandade. Então, como podia a organização internacional de paz e segurança, promovida por ela, ser a “abominação” ou a “coisa repugnante”? Ora, as Nações Unidas de hoje não podem ser chamadas de organização cristã, pois cerca da metade das 127 nações-membros que a compõem não professam ser cristãs. Mas o principal motivo de a Bíblia chamá-la de “repugnante” ou abominável é que foi ‘constituída em lugar’ do reino messiânico de Deus, em prol do qual se ensinou que os cristãos devem orar. (Mat. 6:9, 10) De fato, em dezembro de 1918, o Conselho Federal das Igrejas de Cristo na América expressou-se publicamente a favor da então proposta Liga das Nações como sendo “a expressão política do reino de Deus na terra”.
IDENTIFICADA COMO O DESOLADOR
11. (a) Isto indica, então, a quem como o desolador da cristandade? (b) Como está envolvida nisso Babilônia a Grande, e quem é ela realmente?
11 Pois bem, é ela então o ‘desolador’? Queremos dizer que os membros das Nações Unidas desolarão em breve a organização religiosa da cristandade? Isto é quase que incrível! Mas este evento estranho faz parte de alguma coisa maior, a saber, da destruição de Babilônia, a Grande, conforme representada no último livro da Bíblia Sagrada, em Revelação, capítulo dezessete. Ali se representa aquela velha meretriz religiosa, Babilônia, a Grande, como montada numa fera cor de escarlate, que tem sete cabeças e dez chifres. Ela é uma meretriz religiosa internacional, pois os “reis da terra” cometem fornicação espiritual com ela, e os líderes comerciais da terra fazem negócios com ela. De fato, diz-se que ela é “a grande cidade que tem um reino sobre os reis da terra”. (Rev. 17:1-6, 18) Lá em 1930, o livro Luz, em inglês, Volume Dois, páginas 87-93, explicava que ela era “a religião cristã organizada” ou “o cristianismo organizado”, conforme exemplificado pela cristandade. Mas, conforme se compreende agora, Babilônia, a Grande, é realmente o império mundial da religião falsa, babilônica, da qual a cristandade é a parte mais populosa e mais poderosa. O que afeta Babilônia, a Grande, também afeta a cristandade. Forçosamente, pois, a desolação de Babilônia, a Grande, tem de incluir também a desolação da cristandade.
12. Que espécie de organização é retratada pela fera cor de escarlate, de sete cabeças e dez chifres?
12 O que, porém, é representado pela fera cor de escarlate que tem sete cabeças e dez chifres, e que é montada por Babilônia, a Grande? Igual às outras feras usadas como símbolos em Revelação e na profecia de Daniel, esta espécie repugnante e abominável de fera representa uma organização política. É uma organização composta, pois as suas sete cabeças simbolizam as sete potências mundiais da história humana, a saber, os antigos Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, Roma e a potência mundial dupla, anglo-americana. Conforme o anjo explicou as sete cabeças ao apóstolo cristão João: “Há sete reis: cinco já caíram, um é [a saber, a Roma imperial], o outro [a Potência Mundial Anglo-americana] ainda não chegou, mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo. E a fera que era, mas não é, é ela mesma também um oitavo rei, mas procede dos sete, e vai para a destruição.” — Revelação 17:9-11.
13. A fera cor de escarlate foi explicada como sendo o que, no número inglês da Sentinela de 15 de julho de 1926, e de que modo é ela um “oitavo rei”?
13 Precisamente, a organização internacional em prol de paz e segurança mundiais se deriva das sete potências mundiais precedentes ou das relíquias sobreviventes delas, e é em si mesma uma oitava potência mundial. Já há muito tempo, A Sentinela, no seu número inglês de 15 de julho de 1926, na página 215, explicava isso sob o título “Predita a Liga”. Naquele tempo, a organização de paz e segurança ainda existia; não havia deixado de existir, como aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial. (Rev. 17:7, 8) Depois da Segunda Guerra Mundial, ela subiu do abismo como as Nações Unidas, o “oitavo rei” ou potência mundial.
14, 15. (a) O que se pode dizer sobre o amor à cristandade entre as nações-membros das Nações Unidas? (b) Em que se transformará o amor que houver, e quem diz isso, e onde?
14 Dentre os 127 membros das Nações Unidas, será que as muitas nações não-cristãs amam a cristandade? Não, embora talvez ainda amem os diversos elementos religiosos não-cristãos de Babilônia, a Grande. O amor à cristandade não se vai aprofundar ou espalhar. Antes, o ódio suplantará qualquer amor a ela. Ora, o ódio levará dentro em pouco à destruição do império mundial babilônico de religião falsa. Tal ódio destrutivo, portanto, deverá atingir a cristandade, a organização cristã hipócrita. Todos os governantes políticos, representados pelos dez chifres, sim, de fato, todo o sistema político representado pela fera cor de escarlate a odiarão. Quem diz isso?
15 O anjo de Deus, que disse ao apóstolo João: “E os dez chifres que viste significam dez reis, . . . E os dez chifres que viste, e a fera, estes odiarão a meretriz e a farão devastada e nua, e comerão as suas carnes e a queimarão completamente no fogo. Porque Deus pôs nos seus corações executarem o pensamento dele.” (Rev. 17:12, 16, 17) O cumprimento desta parte da profecia ocorre depois de a fera cor de escarlate subir do abismo, portanto, algum tempo depois do ano de 1945, quando ascendeu do abismo.
16. (a) Esperamos ver membros das Nações Unidas agir de que modo para com a cristandade? (b) Apesar de que se tem destacado a cristandade em montar as Nações Unidas, e por quê?
16 O cumprimento desta profecia significa forçosamente “grande tribulação” para a cristandade, a parte mais repreensível de Babilônia, a Grande. Tal tribulação significa a destruição completa dela! Aguardamos emocionados ver como os membros da organização mundial agirão em conjunto como a “coisa repugnante que causa desolação”. Lá no ano 70 E. C., na tribulação que sobreveio a Jerusalém, foram as forças armadas da Sexta Potência Mundial (a Roma imperial) que agiram como “coisa repugnante que causa desolação”. Na vindoura “grande tribulação”, conforme afeta a antitípica Jerusalém infiel (a cristandade), são os membros da Oitava Potência Mundial que farão o trabalho da “coisa repugnante que causa desolação”. E acham-se armados estes membros da Oitava Potência Mundial? Todos estes estão armados, de modo mais pesado e destrutivo do que foi no caso das nações em toda a história anterior. No entanto, apesar disso, a cristandade se tem destacado mais do que todos os outros associados dela em Babilônia, a Grande, quanto a montar a fortemente armada Oitava Potência Mundial (A Liga das Nações e as Nações Unidas), para ter sobre ela um reino, se possível.
17, 18. (a) O que sobreveio à Jerusalém judaica há dezenove séculos atrás, e por que afeta o antítipo disso a Babilônia, a Grande? (b) Por que significará “grande tribulação” para a cristandade o cumprimento de Revelação 17:16, e em que sentido é seu desolador igual ao do da antiga Jerusalém judaica?
17 Há dezenove séculos atrás, sobreveio à antiga Jerusalém judaica uma “grande tribulação”. Assim também, para cumprir o protótipo profético, tem de vir uma “grande tribulação” sobre o seu antítipo, a cristandade. A antiga Jerusalém judaica não era tipo de Babilônia, a Grande, mas era tipo da parte mais destacada e mais poderosa de Babilônia, a Grande, a saber, a cristandade. Portanto, o que afetar a parte mais importante, afetará também a parte restante ou remanescente de Babilônia, a Grande.
18 Portanto, quando Revelação 17:16 prediz que a fera simbólica e os seus dez chifres passarão a odiar a meretriz religiosa e “a farão devastada e nua”, e “comerão as suas carnes”, e “a queimarão completamente no fogo”, significa que a cristandade, a antitípica Jerusalém infiel, sofrerá e receberá tal tratamento. Ela, como os demais de Babilônia, a Grande, “nunca mais será achada”. (Rev. 18:21) Esta será uma “grande tribulação” para a cristandade, tribulação da qual não serão poupados os demais de Babilônia, a Grande, neste “tempo do fim”. Para ser fiel ao tipo de há dezenove séculos, quem é que terá parte em causar esta “tribulação”? A “coisa repugnante”!
“GRANDE TRIBULAÇÃO” ENVOLVE TODOS OS SISTEMAS DE COISAS
19. (a) A profecia de Jesus, a respeito da “coisa repugnante”, foi dada ao se predizer que “sinal”? (b) Termina o “sistema de coisas” ao ser desolada Babilônia, a Grande (inclusive a cristandade)?
19 Jesus proferiu a profecia a respeito da “coisa repugnante” quando predisse o “sinal da [sua] presença e da terminação do sistema de coisas”. (Mat. 24:3-15) O próprio “sistema de coisas” da atualidade não terminará com a desolação da antitípica Jerusalém (a cristandade) e dos demais de Babilônia, a Grande. A cristandade e os demais de Babilônia, a Grande, são apenas uma parte, a parte religiosa, deste velho “sistema de coisas”. O sistema inclui também a parte política, militar e secular, incluindo agora a Oitava Potência Mundial. De modo que a “grande tribulação” não acabará quando acabar a desolação de Babilônia, a Grande (incluindo a cristandade). Os elementos não-religiosos deste “sistema de coisas” cometeram com ela fornicação em sentido espiritual, participando com ela nos seus crimes contra o povo fiel de Jeová Deus e contra todas as demais de suas criaturas humanas, terrestres. Para falar a verdade, o inteiro sistema tem de acabar!
20. É por afeição a Deus que a fera cor de escarlate destruirá Babilônia, a Grande (inclusive a cristandade)?
20 A fera cor de escarlate e seus “dez chifres” devastarão Babilônia, a Grande (incluindo a cristandade), mas não porque querem glorificar a Jeová Deus e porque vieram a amá-lo, já que passaram a odiar a meretriz religiosa. Embora sejam usados como instrumento para causar a devastação de Babilônia, a Grande, não obtêm recompensa por isso. Por que não?
21, 22. (a) Por que não obtém a fera cor de escarlate uma recompensa por ser usada como instrumento na devastação de Babilônia, a Grande? (b) Como se descrevem em Revelação 17:12-14 os esforços finais da “coisa repugnante”?
21 Porque ainda lutam contra o reino messiânico de Deus, pois esforçam-se a manter a ocupação da terra por meio de seu poderio armado. Sim, a fera cor de escarlate, de dez chifres, ainda é aclamada por Babilônia, a Grande, como substituto do reino messiânico de Deus. Portanto, os que compõem a fera se opõem aos que praticam o verdadeiro cristianismo, pregando e apegando-se fielmente ao reino messiânico de Deus, no qual o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, serve como Rei sob Ele. Por isso lemos a respeito dos esforços finais da “coisa repugnante que causa desolação”, em Revelação 17:12-14:
22 “E os dez chifres que [tu, apóstolo João] viste significam dez reis, os quais ainda não receberam um reino [nos dias de João], mas eles recebem autoridade como reis por uma hora, junto com a fera [a organização internacional em prol de paz e segurança mundiais; a coisa repugnante que causa desolação]. Estes têm um só pensamento, e assim, dão o seu poder e autoridade à fera [à coisa repugnante]. Estes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque ele é Senhor dos senhores e Rei dos reis, o Cordeiro os vencerá. Também o farão com ele os chamados, e escolhidos, e fiéis.”
23. (a) Como se chama essa batalha, e onde é travada? (b) Portanto, com quem começa e termina a “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo”?
23 Esta batalha será a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, na situação mundial chamada de Har-Magedon, conforme predita em Revelação 16:13-16 e descrita simbolicamente em Revelação 19:11-21. Segundo a descrição fornecida ali, esta guerra triunfante da parte do Cordeiro de Deus causará uma “grande tribulação” aos anteriores patrocinadores e consortes de Babilônia, a Grande (incluindo a cristandade). Ela acabará completamente com o atual sistema de coisas. Será o grandioso final da “grande tribulação”. Durante este final, “ela [isto é, a fera cor de escarlate que subiu do abismo no ano de 1945] . . . vai para a destruição”. (Rev. 17:11) Por conseguinte, desde o começo da “grande tribulação” sobre a antitípica Jerusalém (a cristandade) e até o seu fim, sobre o remanescente do “sistema de coisas”, este tempo de dificuldades mostrará ser a “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”.
24. O que significa para o “sistema de coisas” a necessidade de se abreviarem os dias, para se salvar alguma carne?
24 E Jesus acrescentou: “De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” (Mat. 24:21, 22) Isto não significa outra coisa senão que todo o sistema de coisas, inclusive a antitípica Jerusalém infiel, será aniquilado para nunca mais ser restabelecido.
O PROCEDER DOS “ESCOLHIDOS”
25. (a) Que sinal se deu aos “escolhidos” de há dezenove séculos atrás para fugirem imediatamente da Judéia? (b) Que pergunta suscita isso a respeito dos “escolhidos” da atualidade?
25 Que acontecerá, porém, com o restante dos “escolhidos” de Deus, por cuja causa os dias da vindoura “grande tribulação” serão ‘abreviados’, a fim de que alguma carne seja salva, por se fazer que a tribulação não dure tempo demais? Há dezenove séculos, quando Jesus deu esta profecia, os “escolhidos” incluíam os apóstolos aos quais falava. Disse-lhes: “Quando avistardes a coisa repugnante que causa desolação, conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta, estar em pé num lugar santo, . . . então, os que estiverem na Judéia comecem a fugir para os montes. . . . Persisti em orar que a vossa fuga não ocorra no tempo do inverno, nem no dia de sábado; pois então haverá grande tribulação.” (Mat. 24:15-21) Os discípulos de Jesus, na Judéia, obedientemente, fugiram daquela província depois de verem o grande exército do General Céstio Galo sitiar a “cidade santa” de Jerusalém e depois se retirar subitamente. Terão os “escolhidos” de Deus hoje ainda um sinal similar para fugirem e começarem a fugir da antitípica Jerusalém infiel, a cristandade? O que indicou Jesus? Não indicou nenhuma data moderna como paralelo do ano 66 E. C., nem qualquer período moderno de três anos e meio para corresponder ao período de 66 a 70 E. C.
26. (a) O que mostra a história sobre os “escolhidos” terem esperado ou não até agora para fugir da antitípica Jerusalém? (b) Qual era o motivo disso?
26 Fugir da antitípica Jerusalém infiel (a cristandade) tem sido para eles a coisa certa a fazer desde o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918. Tal fuga de dentro da cristandade tem significado também fugir de Babilônia, a Grande, pois a cristandade é também parte integrante da religiosa Babilônia, a Grande. E conforme mostra a história moderna, os “escolhidos” ungidos de Jeová Deus têm fugido da escravidão à cristandade e à Babilônia, a Grande, desde o ano de 1919 E. C., ano em que se estabeleceu a “coisa repugnante que causa desolação”, embora não percebessem naquele ano que a Liga das Nações era então “a abominação das desolações” ou “a coisa repugnante que causa desolação”. Mas compreenderam a ordem de Deus: “Saí dela, povo meu”, quer dizer que saíssem de Babilônia, a Grande, inclusive da cristandade. Portanto, desde 1919, eles têm fugido da antitípica Jerusalém infiel. (Rev. 18:4) Não esperaram até depois do ano de 1945, nem até que compreenderam corretamente o que era a “coisa repugnante”.
27, 28. (a) Até quando esperaram os “escolhidos” de há dezenove séculos atrás, antes de fugirem de toda a Judéia? (b) Haveria algo similar no caso dos atuais “escolhidos”, e o que mostram neste respeito as palavras de Jesus em Mateus 24:29-31?
27 Há dezenove séculos, os “escolhidos” ungidos esperaram até que viram a “coisa repugnante” em pé no lugar santo, antes de acharem aconselhável e urgente fugir de Jerusalém e de toda a Judéia, quer dizer, a partir de 66 E. C. No entanto, a profecia de Jesus indicou algo diferente no caso dos “escolhidos” ungidos no atual “tempo do fim”, quando se aproxima a “grande tribulação” para a antitípica Jerusalém infiel (a cristandade). Este algo diferente não restringe a questão a um período hodierno de três anos e meio, em paralelo com o período de 66-70 E. C. Jesus disse, em Mateus 24:29-31:
28 “Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamentação, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.”
29, 30. (a) O que indicam estas palavras citadas a respeito dos “escolhidos” de agora? (b) O que não significam as palavras “imediatamente depois”, e o que diz o Dr. A. T. Robertson sobre “imediatamente”?
29 Estas palavras não salientam uma fuga para diversos lugares de segurança, mas o ajuntamento dos “escolhidos” pelos anjos.
30 As palavras de Jesus, “imediatamente depois”, não significam logo após a “grande tribulação” da antiga Jerusalém, em 70 E. C. Sobre a palavra “imediatamente” diz o Dr. A. T. Robertson nos seus comentários:
“Esta palavra, comum no Evangelho de Marcos como euthus, causa dificuldades quando se enfatiza o elemento tempo. O problema é saber quanto tempo decorre entre ‘a tribulação daqueles dias’ e os simbolismos vívidos do versículo 29. O uso de en tachei [‘em breve’], em Revelação 1:1, devem fazer-nos pausar antes de decidirmos. Temos aqui um panorama profético como que com perspectiva reduzida. O quadro apocalíptico no versículo 29 também exige sobriedade de julgamento.”a
31. Desde quando, após a “grande tribulação’’ da antiga Jerusalém, se tem realizado o ajuntamento dos “escolhidos”, e sob a orientação de quê?
31 Desde a “tribulação daqueles dias” sobre a antiga Jerusalém já se passaram dezenove séculos. A história fidedigna prova agora que o ajuntamento dos “escolhidos” ungidos de Jeová Deus começou em 1919, ou depois da Primeira Guerra Mundial, e que continua, pelo menos até certo ponto, até o momento. Seu ajuntamento, sem dúvida, tem sido feito sob a orientação ativa dos anjos celestiais, enviados por Jesus Cristo, que está presente invisivelmente.
32. (a) Como se fez esta obra de ajuntamento como que com “grande som de trombeta”? (b) Até quando se terá recolhido o pleno número, permitindo que Deus faça o quê?
32 Há outros textos bíblicos que confirmam tal orientação. O ajuntamento foi também feito com proclamação e aviso mundiais como que com “grande som de trombeta”, por meio do testemunho dado verbalmente e por publicações impressas pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, em muitos idiomas. Quando chegar o tempo para começar a “grande tribulação” sobre a antitípica Jerusalém infiel (a cristandade), os anjos já terão ajuntado todo o número predeterminado dos “escolhidos” separando-os de toda a participação com este condenado “sistema de coisas”. Por causa disso, Deus poderá então ‘abreviar’ o número dos dias da “grande tribulação”, para se salvar assim alguma “carne”.
33. (a) Que outro ajuntamento sob orientação angélica se tem efetuado desde 1935 E. C.? (b) Que salvação terão estes com relação à vindoura tribulação?
33 Também, conforme predito na parte final da profecia de Jesus, todas as nações têm sido ajuntadas diante do Filho do homem, Jesus Cristo, entronizado nos céus. Por meio de seus anjos, ele separa os membros individuais das nações assim como o pastor oriental separa as ovelhas dos cabritos. Desde 1935 E. C., uma “grande multidão” de pessoas semelhantes a ovelhas foram assim separadas de pessoas semelhantes a cabritos, que não praticam o bem para com os “escolhidos” ungidos, os irmãos espirituais de Jesus Cristo. Os semelhantes a ovelhas, ajuntados à destra do Rei Jesus Cristo, constituirão a “carne” salva pela abreviação dos dias da tribulação por causa dos “escolhidos” de Deus. Estes semelhantes a ovelhas não participarão com as nações em baterem em si mesmos em lamentação quando o Filho do homem tornar evidente a todos na terra que ele, embora invisível, como que envolvido nas nuvens do céu, vem com poder e grande glória para destruir os semelhantes a cabritos. — Mat. 24:30; 25:31-46.
34. (a) Quando na grande tribulação será destruída a cristandade? (b) Com quem mais precisa Jeová Deus ajustar contas e por meio de quê?
34 Daí, no tempo predeterminado de Deus, começará com repentinidade surpreendente a “grande tribulação” que ultrapassará a tudo o que já houve na história humana. A antitípica Jerusalém infiel (a cristandade) sofrerá a desolação eterna. A hodierna “coisa repugnante que causa desolação”, a Oitava Potência Mundial, será instrumental na execução dela por Jeová Deus. Mas Jeová Deus tem contas a ajustar com os remanescentes do império mundial da religião falsa, a saber, Babilônia, a Grande. A mesma Oitava Potência Mundial será seu instrumento conveniente para tornar completa a desolação de Babilônia, a Grande.
35. Depois disso como mostrarão todas as outras partes do sistema de coisas que elas merecem ser destruídas?
35 Estará então terminada a “grande tribulação”? Não! Não só precisam ser para sempre desolados os elementos e particularidades religiosos deste iníquo “sistema de coisas”, mas também precisam ser destruídas todas as outras partes deste sistema mundial. Que estas partes merecem também ser destruídas será demonstrado a todo o universo quando o desolador repugnante, a poderosamente armada Oitava Potência Mundial, voltar as suas forças contra o Fundador do cristianismo, Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, no Har-Magedon. — Rev. 17:12-16; 19:11-21.
36. (a) Apesar da destruição de Babilônia, a Grande, de que realização nunca se poderá jactar a Oitava Potência Mundial? (b) Os sobreviventes desta série de atos destrutivos olharão para trás e verão que tudo foi o que, segundo as palavras de Jesus?
36 Embora a Oitava Potência Mundial se gabe por um pouco de tempo de que desolou toda a religião falsa incluída em Babilônia, a Grande, nunca se poderá gabar de ter desolado a única religião verdadeira de Deus, o verdadeiro cristianismo, preservado milagrosamente. Confiante demais, por ter sido usada para destruir toda a religião falsa, a Oitava Potência Mundial fará uma tentativa final para desolar a adoração verdadeira de Jeová Deus, num ato de desafio à Divindade e soberania de Jeová. Mas tudo será em vão! Pois a parte final da “grande tribulação” desolará então eternamente o desolador repugnante de toda a Babilônia, a Grande. Os sobreviventes, na terra, olharão para trás, para a desolação da cristandade e de toda a Babilônia, a Grande, bem como para a destruição sobrenatural de todos os remanescentes deste “sistema de coisas”, como tendo provado ser exatamente o que Jesus predisse. O quê? Uma “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”, pois não precisará ser repetida.
37. (a) Quem se deve regozijar em vista de tal perspectiva maravilhosa? (b) Que estejam entre os a quem se dirige que clamor de louvor a Jeová?
37 Que todos os semelhantes a ovelhas se regozijem em vista de tal perspectiva maravilhosa, na esperança de sobreviverem na “carne” à “grande tribulação”, segundo a promessa de Deus. (Rev. 7:9-17; Mat. 24:21, 22; 25:46) Que estejam entre os favorecidos para os quais clamará a grande multidão no céu”: “Louvai a Já! A salvação, e a glória, e o poder pertencem ao nosso Deus, porque os seus julgamentos são verdadeiros e justos. Pois ele executou o julgamento na grande meretriz que corrompia a terra com a sua fornicação, e das mãos dela vingou o sangue dos seus escravos.” — Rev. 19:1, 2.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja o Volume 1, páginas 192, 193, do livro Word Pictures in the New Testament, de 1930, de A. T. Robertson, M. A., LL. D.
[Foto na página 401]
A fera cor de escarlate, de Revelação, capítulo 17, é agora as Nações Unidas. Esta é a predita “coisa repugnante” que desolará a cristandade.