Perguntas dos Leitores
● Na ilustração das 10 virgens (Mat. 25:1-13), quem deu o grito: “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele”?
Jesus não nos informou sobre isso. Num casamento hebraico, tal como Jesus usava na ilustração, o noivo provavelmente estava acompanhado de companheiros ou amigos. (João 3:29) Estes podem ter alertado o povo que esperava a comitiva do noivo. Mas, não havia necessidade de Jesus mencionar tais companheiros. Tampouco haveria uma aplicação figurativa deles. O ponto em questão é que houve um clamor que alertou as virgens, induzindo-as a agir.
● Mateus 4:1 diz que “Jesus foi . . . conduzido pelo espírito ao ermo, para ser tentado pelo Diabo”. Refere-se isso ao espírito santo de Deus?
Foi o espírito santo de Jeová que encaminhou Jesus ao ermo, após o batismo dele. Jesus jejuou, o que era um período de oração e meditação. (Veja Mateus 4:2; Marcos 1:35; Lucas 5:16.) É provável que Jeová usasse esse tempo para se comunicar com o seu Filho unigênito, a fim de dar-lhe instruções, esclarecimentos adicionais e uma garantia cordial, preparando-o para o que o aguardava.
Jeová podia saber de antemão que ser seu Filho levado ao ermo em conexão com o Seu próprio propósito também resultaria numa prova da parte do Diabo. Contudo, a tentação que veio ao fim dos 40 dias que Jesus passou no ermo não foi arranjada por Deus. Antes, ela foi apenas permitida.
É significativo que aquilo que aconteceu com Jesus é paralelo ao que se deu com Moisés. Este profeta esteve no monte durante 40 dias, para receber o pacto da Lei e as instruções relativas ao seu papel de mediador. (Êxo. 24:18; 34:28) Jesus, o profeta maior do que Moisés, deve ter recebido instruções, no ermo, a respeito do novo pacto, em que seus seguidores seriam aceitos como israelitas espirituais e do qual ele seria o mediador. (Deut. 18:18, 19; Luc. 22:20, 28-30) E assim como Moisés se confrontou com uma prova decisiva de sua lealdade e integridade quando desceu e viu os israelitas adorando um bezerro de ouro e querendo voltar ao Egito, Jesus também foi submetido a uma severa prova, no fim da experiência de 40 dias. — Êxo. 32:15-35.
● Indica Mateus 26:74 que o apóstolo Pedro, sob pressão, usou de linguagem imprópria?
Não. Este versículo descreve como Pedro reagiu quando ele, após a prisão de Jesus, foi acusado de ser seguidor dele. Lemos sobre a terceira negativa de Pedro: “[Pedro] principiou então a praguejar e a jurar: ‘Não conheço este homem [Jesus]!’” — Mat. 26:74.
Em certas línguas, as palavras “praguejar” e “jurar” podem referir-se a linguagem imprópria. Mas, quando Pedro ‘praguejou’ e ‘jurou’ ele não usou de linguagem suja ou imprópria, assim como muitos fazem quando se zangam.
Na Bíblia, tanto no original hebraico como no original grego, “praguejar” significava invocar o mal sobre alguém ou alguma coisa. Não era linguagem imprópria e talvez nem mesmo se ligasse à ira. (Gên. 3:14, 15; 4:11, 12) Alguém para confirmar a veracidade duma declaração, talvez praguejasse. Por meio disso ele dizia: ‘Se o que digo não for verdade, maldito seja eu; sobrevenha-me o mal.’ De maneira similar, alguém talvez ‘jurasse’ sobre um assunto, fazendo assim um juramento de que era verdade e que lhe sobreviesse uma calamidade se não fosse assim.
De modo que Pedro não usou de linguagem imprópria, mas, amedrontado, procurou convencer os que o cercavam de que sua negação era verídica. Naturalmente, isso era uma falsidade, pela qual teve de se arrepender. (Luc. 22:61, 62) A Bíblia, porém, torna claro que os cristãos devem evitar usar linguagem imprópria, dizendo-nos: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida.” — Efé. 4:29.