“Tende sal em vós mesmos”
1. Com que deve ser temperada a nossa “pronunciação”, e por quê?
OS SAIS orgânicos e vegetais são bem vitais para nossa saúde física. Há outro sal que é bem essencial para a saúde do corpo organizacional dos adoradores de Deus. Em harmonia com isso há o conselho de um dos principais guardiães da saúde espiritual da congregação cristã no primeiro século, a saber, o apóstolo Paulo. Escrevendo a uma congregação que ainda não conhecia pessoalmente, ele disse: “Vossa pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.” — Col. 4:6.
2. Portanto, que pergunta surge sobre os apóstolos que tentaram impedir “certo homem” de expulsar demônios pelo uso do nome de Jesus?
2 Isto nos faz perguntar quanto desse “sal” temperava as pronunciações de homens na ocasião trazida à atenção de seu Instrutor, Jesus Cristo, pelo apóstolo João. Lemos sobre isso: “João disse-lhe: ‘Instrutor, vimos certo homem expulsar demônios pelo uso de teu nome, e tentamos impedi-lo, porque não nos acompanhava.’” — Mar. 9:38.
3, 4. (a) O que esperava João provavelmente, e por quê? (b) Que elemento egoísta aparece na explicação de João e o que indica isso a respeito do conceito que tinha sobre o assunto?
3 Parecia que João esperava algum elogio, uma batidinha de aprovação nas costas, do instrutor que lhes havia ensinado o caminho cristão. João talvez pensasse em como Jesus havia curado aquele caso especialmente obstinado de possessão demoníaca, lá no norte, perto de Cesaréia de Filipe. Talvez achasse estar protegendo o direito de Jesus, de autorizar outros a expulsar espíritos impuros, demônios, de vítimas indefesas. Do ponto de vista de João, alguém que não fora assim autorizado por Jesus não tinha o direito de usar o poderoso nome dele em exorcismar espíritos demoníacos, iníquos. Mas, há um elemento egoísta no motivo apresentado por João para tentar impedir certo homem anônimo de expulsar demônios. João disse que tomaram medidas preventivas “porque não nos acompanhava”.
4 A menção de ‘nós’ revela que João não pensava apenas em Jesus, mas também em todos os doze apóstolos. Numa ocasião anterior, Jesus enviara estes doze apóstolos a pregar as boas novas do Reino e a fazer curas, inclusive a libertação de vítimas de possessão demoníaca. (Mat. 10:1-8; Mar. 6:7-13) De modo que João encarava os apóstolos como equipe exclusiva, titular, dos que curavam.
5. Que comentário fez Jesus sobre esse “certo homem”, para a orientação de seus indignados e zelosos apóstolos?
5 Por conseguinte, segundo o raciocínio de João e dos outros apóstolos, que direito tinha esse “certo homem” de usar o nome de seu Instrutor na expulsão de demônios? Ao proceder assim, o homem infringia claramente os direitos de Jesus e de seus apóstolos. No entanto, encarou Jesus o assunto desta maneira? O registro bíblico mostra que ele não tinha palavras de aprovação para os seus indignados e zelosos apóstolos. “Mas”, prossegue Marcos 9:39-41, “Jesus disse: ‘Não tenteis impedi-lo, porque ninguém há que faça uma obra poderosa à base do meu nome que logo possa injuriar-me; pois quem não é contra nós, é por nós. Porque quem vos der um copo de água a beber em razão de pertencerdes a Cristo, deveras, eu vos digo que de nenhum modo perderá a sua recompensa.’”
6. Ao usar o nome de Jesus para expulsar demônios, o que fazia esse “certo homem” com respeito a esse nome?
6 Por que se devia impedir esse “certo homem” de sua obra de expulsar demônios pelo uso do nome de Jesus? Havia ele tentado injuriar o nome de Jesus por fazer isso? Havia assim rebaixado o nome do Messias, fazendo-o parecer vil e dando-lhe má conotação? Ele não usava o nome de Jesus da maneira em que os sete filhos do principal sacerdote judaico, Ceva, fizeram mais tarde como fórmula de exorcismo, como nome mágico. (Atos 19:13-16) O demônio não disse a esse “certo homem”: ‘Conheço Jesus, mas quem é você?’ negando-se então a abandonar a pessoa possessa por demônio. Mas, esse “certo homem” realmente tinha fé no nome de Jesus e conseguiu expulsar demônios. Por meio disso, realmente estava enaltecendo o nome de Jesus, tornando manifesto o poder dele.
7. Por que era esse “certo homem” a favor deles, embora não acompanhasse Jesus e seus apóstolos?
7 Portanto, esse “certo homem” que não acompanhava Jesus e seus apóstolos não era contra eles, nem detraía a atenção da obra de testemunho deles. Logicamente, não sendo contra eles, deve ter sido a favor deles, embora não os acompanhasse. Dificilmente se esperaria que num instante fizesse milagres que enalteciam o nome de Jesus e lhe davam fama, mas no momento seguinte falasse mal de Jesus. Seria incoerente e desarrazoado esperarmos que, por um poderoso milagre, o homem trouxesse honra e respeito ao nome, e depois falasse mal do nome, em particular, e agisse contra o portador dele e seus apóstolos. De modo que os apóstolos não deviam mais obstar ao homem.
8. À base de que princípio não deixaria de ser recompensado esse “certo homem”?
8 O homem anônimo não perderia sua recompensa pelo que fazia. Evidentemente, era candidato ao discipulado de Jesus Cristo. Fazia algo que se comparava favoravelmente com o que Jesus disse que mereceria uma recompensa, a saber, dar um copo de água a alguém sedento, à base de este ser discípulo pertencente a Cristo. Tal ato pareceria a última coisa que alguém faria para aliviar outro, mas era indicativo de algo que significava muito para Jesus Cristo. Significava que o dador do copo de água estava a favor de Jesus, como o Messias, e dava apoio à causa de Cristo, ao máximo de sua capacidade. A regra especificada mais tarde por Jesus aplica-se neste caso: “Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos, a mim o fizestes.” (Mat. 25:40) Jesus Cristo, como Rei, não deixaria isso sem recompensa.
FAZER ALGUÉM DE PROPÓSITO TROPEÇAR FATALMENTE
9. O que nos preocupa quanto ao efeito causado no “certo homem” pela interferência dos apóstolos de Jesus? Por quê?
9 Quando os apóstolos tentaram impedir esse “certo homem” de continuar a expulsar demônios pelo uso do nome de Jesus, expressaram-se a ele de modo gracioso, temperado com sal ou de bom gosto? Temos motivos para duvidar disso. O que nos interessa é: Será que as palavras e as ações dos apóstolos fizeram o homem tropeçar, quando estava fazendo uma obra excelente que não era desaprovada pelo Instrutor deles? Isto era algo muito sério, porque Jesus prosseguiu: “Mas, quem fizer tropeçar a um destes pequenos que crêem, melhor lhe seria que se lhe passasse em volta do pescoço uma mó daquelas que o burro faz girar e que fosse realmente lançado no mar.” — Mar. 9:42.
10. Causar deliberadamente o tropeço de tais “pequenos” seria equivalente a que, e por quê?
10 Aquele a quem se faz tropeçar para cair talvez seja um ‘pequeno’, mas isso não diminui em nada a seriedade do caso para aquele que faz o outro tropeçar. Por que não? Porque envolve “um destes pequenos que crêem”. Isto indica que é um crente em Jesus, como o Filho messiânico de Deus. A crença de tais “pequenos” coloca-os no caminho para a vida eterna. Portanto, se alguém deliberada, proposital e desatenciosamente faz com que tal ‘pequeno’ no caminho para a vida eterna assim se ofenda e tropece, saindo do caminho da vida para a destruição, é equivalente a cometer homicídio. Mostra falta de amor para com aquele que se faz tropeçar.
11. Em que sentido difere fazer-se alguém tropeçar, sem querer, de fazer-se isso deliberadamente?
11 Está escrito em 1 João 3:15: “Todo aquele que odeia seu irmão é homicida, e vós sabeis que nenhum homicida tem permanecente nele a vida eterna.” Talvez ofendamos alguém sem querer, sem nos apercebermos disso — o que já é bastante sério — e esperamos que não resulte numa queda irreparável, no afastamento da crença cristã. Quando tal ofensa se torna conhecida, deve receber a devida atenção e deve-se fazer a devida retificação. Mas quando alguém mostra indiferença e nenhuma preocupação para com o bem-estar espiritual dum concrente, argumentando que cada um tem direitos de consciência e está livre para aproveitar plenamente seus direitos, ele demonstra desconsideração egoísta e desamorosa para com a vida eterna do outro, e também para com a relação deste com Deus. Subestima o valor deste crente, pelo qual Cristo morreu. — Rom. 14:15.
12. Como expressou Jesus indignação para com alguém que deliberadamente faz outros tropeçar, para caírem?
12 O que acontece quando um professo cristão não se importa de fazer tropeçar “a um destes pequenos que crêem” e assim revela o pouco valor que dá à vida eterna dele? Neste caso, Jesus Cristo não dá muito valor à vida daquele que deliberadamente faz outro cair. Jesus expressou sua indignação para com tal, que faz outro deliberadamente tropeçar. Como? Ele disse que seria melhor e mais seguro para os outros, se tal ofensor, criminosamente negligente, fosse mergulhado no mar aberto, impedindo seu ressurgimento com uma grande pedra de mó.
13. Contra que devemos especialmente precaver-nos quanto a fazer outros tropeçar?
13 De modo que é para nosso proveito não fazermos outros tropeçar para caírem, nem mesmo o mais insignificante deles. Faremos igualmente bem em não deixar que aqueles de quem esperamos mais, por causa de suas afirmações cristãs, nos façam tropeçar. Mas, damos bastante valor à nossa própria perspectiva de vida eterna, para não fazermos a nós mesmos tropeçar? O quê? Fazer a nós mesmos tropeçar? Sim. Como?
14. Segundo as palavras adicionais de advertência, de Jesus, como podemos fazer a nós mesmos tropeçar e cair?
14 Depois de falar sobre fazer “tropeçar a um destes pequenos que crêem”, Jesus acrescentou a advertência: “Se a tua mão te fizer alguma vez tropeçar, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado, do que ires com as duas mãos para a Geena, para o fogo inextinguível. E, se o teu pé te fizer tropeçar, corta-o; melhor te é entrares na vida coxo, do que seres com os dois pés lançado na Geena. E, se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora; melhor te é entrares com um olho no reino de Deus, do que seres com os dois olhos lançado na Geena, onde o seu gusano não morre e o fogo não se extingue. Porque cada um tem de ser salgado com fogo.” — Mar. 9:43, 45, 47-49.
15. O que era a Geena de que Jesus falou, e ele a usou como símbolo de quê?
15 Nos casos que se acabam de mencionar, Jesus indica a destruição por fogo. Nos dias de Jesus, a Geena, ou o Vale de Hinom, mencionado por ele, ficava ao sul e ao sudoeste de Jerusalém. As palavras dele confirmam o fato de que esta Geena era usada como incinerador para o lixo da cidade e que se lançavam ali os cadáveres de criminosos, considerados indignos dum enterro honroso com a esperança duma ressurreição. Se os cadáveres não caíssem no fogo, mas numa encosta ou saliência aquecida pelo fogo da Geena, seriam decompostos e consumidos pelos gusanos que geravam. O fogo era mantido continuamente aceso, dia e noite, para consumir totalmente tudo o que fosse lançado no depósito de lixo da cidade. De modo que a Geena passou a ser símbolo da destruição eterna, como quando Jesus disse aos escribas e fariseus judeus: “Serpentes, descendência de víboras, como haveis de fugir do julgamento da Geena?” — Mat. 23:33.
16. De que maneira não entram os lançados na Geena nem na vida, nem no reino de Deus?
16 Os sentenciados à Geena não entram no reino de Deus, nem no governo celestial com Cristo, nem no domínio terrestre dele, durante o reinado milenar de Cristo. Aqueles que Deus sentencia à Geena não entram em nenhuma vida, mesmo tendo todos os membros de seu corpo. Portanto, a Geena representa o estado da não-existência, do aniquilamento e da destruição, pela sentença adversa de Deus. Assim como os escribas e fariseus hipócritas, dos dias de Jesus, tropeçaram e caíram na Geena, assim um cristão dedicado e batizado, da atualidade, pode fazer a si mesmo tropeçar e vir a ser sentenciado por Deus à Geena, à destruição eterna. Lembremo-nos de Judas Iscariotes.
17. Como tropeçou Judas Iscariotes sozinho e caiu na ladroagem?
17 Este Judas de Queriote tornou-se o tesoureiro para Jesus e seus doze apóstolos. Com o tempo, ele ficou cobiçoso do que se punha na caixa de dinheiro. De modo que metia a mão nela e tirava o que seus olhos cobiçosos viam e o embolsava. Deixou que seu olho e sua mão o fizessem tropeçar e cair na ladroagem, furtando até mesmo do Messias de Jeová. Cinco dias antes da morte de Jesus, num banquete realizado em honra de Jesus, em Betânia, (perto de Jerusalém), Judas fez um comentário hipócrita a favor da caridade pública. Lemos sobre isso: “Ele disse isso, porém, não porque estivesse preocupado com os pobres, mas porque era ladrão e tinha a caixa de dinheiro e costumava retirar dinheiro posto nela.” — João 12:6.
18. Judas deixou finalmente que os membros de seu corpo o fizessem tropeçar em que, e como?
18 Finalmente, na ânsia de maior lucro financeiro, Judas deixou que seus pés o levassem a uma reunião com os principais sacerdotes e os capitães do templo, combinando com eles trair seu Amo Jesus por trinta moedas de prata. (Luc. 22:1-6) Daí, a fim de receber o pagamento de traidor nas suas mãos ávidas, os pés de Judas levaram o bando de homens armados para prender Jesus, no Jardim de Getsêmani, na noite da Páscoa. (Luc. 22:47, 48; Mar. 14:10, 11, 43-46; Mat. 26:14-16, 47-50; 27:3-5) Depois de seu ato traiçoeiro, Judas teve a satisfação, de curta duração, de pousar seus olhos cobiçosos naquelas trinta moedas de prata nas suas próprias mãos. Não havia então nenhuma maneira pela qual Judas pudesse desfazer a questão, criada em conjunto pelos seus olhos, suas mãos e seus pés. Ele deixara que estes membros do corpo o fizessem tropeçar no pecado imperdoável. (Mat. 27:4) Sem esperança, suicidou-se. Embora seu corpo eviscerado não fosse lançado na Geena literal de Jerusalém, sua “alma” foi destruída naquilo que a Geena simbolizava. (Atos 1:16-19; Mat. 10:28) Com boa razão, Jesus falara dele como sendo “o filho da destruição”. — João 17:12.
19. O que queria dizer Jesus com “cada um tem de ser salgado com fogo”?
19 Jesus concluiu sua palestra sobre o discípulo deixar-se fazer tropeçar pela sua mão, pelo seu pé e pelo seu olho, caindo na Geena, por dizer: “Porque cada um tem de ser salgado com fogo.” (Mar. 9:49) Quer dizer, todo aquele que é culpado de deixar que os membros de seu corpo o façam tropeçar numa queda irrevogável tem de ser “salgado com fogo”. O fogo com que ele tem de ser salgado assim é o “fogo” sobre o qual Jesus falou, o fogo da Geena. O que significa para alguém ser salgado assim? Não o mesmo que ser salgado com sal. Significa a destruição dele. Quando as antigas cidades de Sodoma e Gomorra foram salpicadas ou ‘salgadas’ com fogo desde o céu, na vizinhança do Mar Morto (ou Salgado), elas foram destruídas. (Luc. 17:28, 29) Jeová Deus apega-se a esta regra de lidar com aqueles que só podem culpar a si mesmos por tropeçarem e caírem, assim como Ele faz num inviolável “pacto de sal”. — Lev. 2:13; Num. 18:19; 2 Crô. 13:5.
20. A fim de nos protegermos contra ser ‘salgados com fogo’, como eliminamos mão, pé e olho ofensores?
20 Como proteção contra sermos ‘salgados com fogo’, como cortaremos nossa mão ou nosso pé ofensor, ou lançaremos fora nosso olho ofensor? Fazermos isso literalmente não corrigiria ou eliminaria os impulsos errados, que se expressam através da mão, do pé ou do olho natural. O processo de eliminação precisa ser levado a cabo de modo figurativo. O apóstolo Paulo indicou como se pode seguir o conselho de Jesus, dizendo: “Amortecei, portanto, [o quê?] os membros do vosso corpo que estão na terra, com respeito a fornicação, impureza, apetite sexual, desejo nocivo e cobiça, que é idolatria. Por causa destas coisas é que vem o furor de Deus.” — Col. 3:5, 6.
21. Como realizamos o processo do ‘amortecimento’?
21 Para fazermos tal ‘amortecimento’ precisamos realmente exercer autodomínio sobre os membros literais do corpo, que estão na terra. Por exemplo, temos de refrear os olhos de ler literatura pornográfica, ou de ver filmes ou programas de televisão sujos, ou nossas mãos de se empenharem em ladroagem ou em práticas imorais, nem devemos satisfazer o impulso de nossos pés de participar em danças sugestivas ou de acompanhar um ‘amigo do mundo’ a locais de tentação. Temos de espiritualmente matar nosso amor às “coisas no mundo”, quer dizer, “o desejo da carne, e o desejo dos olhos, e a ostentação dos meios de vida da pessoa”. — 1 João 2:15-17; Pro. 6:16-19.
O “SAL” QUE DEVEMOS TER EM NÓS MESMOS
22, 23. (a) Por fim, a que espécie de salgar se referia Jesus? (b) Que espécie de sal mandou Jesus que seus apóstolos tivessem em si mesmos, e por que eles?
22 Jesus não terminou sua palestra sobre o sal de maneira desfavorável. (Mar. 9:33-49) Prosseguiu dizendo: “O sal é excelente; mas, se o sal perder a sua força [ou fica sem salinidade], com que é que o temperareis? Tende sal em vós mesmos e mantende a paz entre vós.” — Mar. 9:50, e variante marginal da edição em inglês.
23 Como tempero, o sal literal em geral é excelente. “Comer-se-ão coisas insípidas sem sal”, pergunta Jó (6:6), “ou há sabor na seiva viscosa da altéia?” O sal, certamente, pode tornar os comestíveis mais saborosos. Mas, se o tipo de sal usado nos dias de Jesus perdesse a sua salinidade, não podia ser refinado dos componentes estranhos e tornava-se impróprio para cozinhar e ingerir. Não podia ser novamente tornado salino para o consumo humano. Apropriadamente, Jesus usou o sal como ilustração. Ele disse aos seus doze apóstolos: “Tende sal em vós mesmos.” Mas, por que disse Jesus isso a eles? Disse-o porque, na discussão que tiveram entre si, no retorno a Cafarnaum, eles haviam revelado falta deste excelente sal figurativo dentro deles.
24. O que é este figurativo “sal”?
24 O sal desta espécie retrata aquela qualidade da personalidade que faz com que se atue com bom gosto no tratamento dispensado aos outros. Torna aquilo que se diz mais agradável aos outros e mais fácil de assimilar, mais aceitável ao modo de pensar dos outros. Faz com que a pessoa seja companhia mais agradável e desejável. — Pro. 16:21, 23.
25. Que resultado benéfico tem até mesmo o consumo de sal literal na companhia de outro?
25 Consumir sal na companhia de outro, como no caso dum anfitrião e seu convidado, produz uma sensação de bem-estar, de relação excelente entre os comensais. O sal era até mesmo usado como pagamento pelos serviços prestados por um empregado. (Esd. 4:14) Termos o figurativo sal como traço de nossa personalidade é algo bom e valioso, conforme enfatizou o apóstolo Paulo, quando escreveu: “Prossegui andando em sabedoria para com os de fora, comprando para vós todo o tempo oportuno. Vossa pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.” (Col. 4:5, 6) Veja também Provérbios 15:1
26. Termos em nós mesmos “sal” figurativo ajuda-nos a acatar que admoestação final de Jesus aos seus apóstolos, e com que conseqüências para nós mesmos, como seus discípulos?
26 Termos sal em nós mesmos e temperarmos nossas pronunciações com ele ajuda-nos a fazer o que Jesus disse, quando terminou sua palestra com os seus doze apóstolos: “Mantende a paz entre vós.” (Mar. 9:50) Usarmos de tato e consideração, e sermos benéficos e pacíficos na pronunciação e na conduta certamente promoverá relações pacíficas entre nós, como discípulos de Cristo. Tornará evidente que o espírito de Deus está no nosso íntimo, pois “os frutos do espírito são amor, alegria, paz”. (Gál. 5:22) Também, “a sabedoria de cima é primeiramente casta, depois pacífica”. (Tia. 3:17) De modo que revelamos um alto grau de sabedoria se obedecemos à admoestação de Jesus a respeito da paz. Distingue o verdadeiro discipulado cristão no meio dum mundo competitivo, desunido e desintegrante. Mantém-nos unido como povo organizado de Deus, sob Cristo.
[Foto na página 28]
Ter ‘sal em si mesmo’ significa possuir a qualidade que faz com que se aja de bom gosto para com os outros.