Como se faz o “restabelecimento de todas as coisas”
1. Nos dias de Jesus, que pergunta era própria que os seus apóstolos lhe fizessem em vista da situação política dos judeus, e o que mostra a situação atual de Israel quanto à ação de Jesus?
TODOS os que conhecem a história sabem que no tempo da ascensão de Jesus a nação de Israel não tinha um reino. Por alguns anos haviam tido o reino dos macabeus, mas este havia sido um reino de sacerdotes judaicos, da tribo de Levi, e havia sido derrubado pelo Império Romano, no ano 63 antes de nossa Era Comum. Também, o posterior reino de Herodes, o Grande, não havia sido um reino judaico, mas sim um reino edomita, e havia sido imposto aos judeus pelo Senado Romano. Mas, quando Jesus ascendeu ao céu, Jerusalém se achava sob o governador romano Pôncio Pilatos, que o havia entregue para ser morto; e a província da Galiléia estava sendo governada por Herodes Ântipas, filho de Herodes, o Grande. (Luc. 3:1, 2; 23:6-15) Por isso os discípulos podiam perguntar corretamente a Jesus Cristo, antes de ele ascender: “Senhor, é neste tempo que restabeleces o reino a Israel?” (Atos 1:6) Ele não o fez então, e até hoje Israel não tem reino. O governo de Israel, no Oriente Médio, é uma república e é membro da organização em prol de paz e segurança mundiais, as Nações Unidas.
2. Qual é a atitude das Nações Unidas para com o reino messiânico de Jeová, e quem quer que seja restabelecido?
2 As Nações Unidas não querem a vinda do reino messiânico por meio da República de Israel. De fato, as Nações Unidas não desejam de forma alguma o reino messiânico de Jeová nem oram por ele. Não a cristandade, mas as testemunhas cristãs de Jeová é que desejam este reino messiânico e têm dado sua lealdade a ele.
3. Como mostraram os apóstolos, por meio de sua pergunta, que o estabelecimento do reino messiânico seria então um restabelecimento, e de que modo esperavam que ele o fizesse?
3 O estabelecimento deste reino messiânico, não na terra, mas no céu, é, segundo as Escrituras Sagradas, um “restabelecimento”. Por quê? Lembremo-nos de que os apóstolos de Jesus Cristo sabiam e reconheciam que ele era o Messias ou Cristo designado por Jeová ao Seu povo. Em certa ocasião, o apóstolo Natanael disse a Jesus: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.” E numa ocasião posterior, o apóstolo Pedro lhe disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente.” (João 1:49; Mat. 16:16) O título Cristo é a palavra grega equivalente à palavra hebraica Messias. Por conseguinte, quando os apóstolos perguntaram ao ressuscitado Jesus: “Senhor, é neste tempo que restabeleces o reino a Israel?” eles perguntaram se o verdadeiro Messias restabeleceria o Reino. Visto que ele era realmente o Messias ou Cristo, esperavam que ‘restabelecesse’ o reino. Como? Por ele mesmo se tornar Rei sobre Israel, naquele tempo.
4. Portanto, que espécie de reino deve ter sido o reino judaico até o ano 607 A. E. C., e por que nasceu o Filho de Deus, do céu, na linhagem de Davi?
4 Compreendemos agora a questão? O antigo reino de Israel, até a sua derrubada pelo Império Babilônico, no ano 607 A. E. C., era um reino messiânico. Este reino havia sido o governo da família real de Davi, de Belém. Quando Deus enviou seu Filho unigênito desde o céu, este nasceu na família do Rei Davi e recebeu o nome de Jesus, que significa “Jeová É Salvação”. Jesus era assim um herdeiro do trono do Rei Davi. (Mateus 1:1 a 2:6; Luc. 3:23-31) Até mesmo um anjo do céu declarou que Jesus era o Cristo ou Messias. Na noite em que nasceu em Belém, este anjo da parte de Jeová disse a pastores tementes de Deus: “Não temais, pois, eis que vos declaro boas novas duma grande alegria que todo o povo terá, porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo, o Senhor.” — Luc. 2:8-11.
5. Em que espécie de linhagem nasceu Jesus, portanto, e o que há para provar que os reis de Israel eram chamados de messias?
5 Este Jesus, que havia de ser o “Senhor” do Rei Davi, nasceu numa linhagem messiânica. Em que sentido? Porque o adjetivo messiânico significa “que diz respeito ao Messias”. Pois bem, foram os reis da linhagem de Davi, no antigo Israel, chamados “messias”? Ou seriam chamados “cristos” pelos judeus de língua grega? Sim, porque o título Messias significa Ungido, e Cristo também significa Ungido. Este título se aplicava a tais reis da linhagem real de Davi porque haviam sido ungidos pelo sumo sacerdote de Jeová em Israel com santo óleo de unção, para serem reis sobre o povo escolhido de Jeová. (1 Reis 1:34-39) Davi falou diversas vezes do Rei Saul, primeiro rei das doze tribos de Israel, como sendo o “ungido [ou: Messias] de Jeová”. Assim também se falava constantemente do próprio Davi, como rei, como sendo o ungido ou Messias de Jeová. (1 Sam. 24:6, 10; 26:9-23; 2 Sam. 1:14-16; 19:21; 22:51; 23:1) Até mesmo Zedequias, último rei da linhagem de Davi no trono de Jerusalém, é chamado de “ungido [ou: Messias] de Jeová”. — Lam. 4:20, nota ao pé da página da edição inglesa de 1958.
6. Em vista de que acontecimento em 607 A. E. C. exigia a promessa que Deus fez ao Rei Davi que o reino messiânico fosse restabelecido?
6 Após a derrubada do Rei Zedequias, na destruição de Jerusalém em 607 A. E. C., não houve rei messiânico no trono de Israel. Mas 463 anos antes disso, Jeová prometera ao Rei Davi, num pacto solene com ele: “Tua casa e teu reino hão de ficar firmes por tempo indefinido diante de ti; teu próprio trono ficará firmemente estabelecido por tempo indefinido.” (2 Sam. 7:16) Isto significava, portanto, que o reino messiânico da linhagem real de Davi tinha de ser restabelecido.
7. Por que era Jesus Cristo aquele com quem se restabeleceria o reino messiânico?
7 Jesus Cristo era aquele por meio de quem se faria este restabelecimento do reino messiânico, pois Jesus nascera na linhagem do Rei Davi. Antes de seu nascimento humano, um anjo disse a respeito de Jesus: “Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” E por ocasião do nascimento de Jesus, em Belém, um anjo anunciou que ele havia de ser “Cristo [ou: Messias], o Senhor”. (Luc. 1:32, 33; 2:11) Isto resolveu a questão; o restabelecimento do reino messiânico se daria com Jesus.
8. Embora Jesus não tivesse sido ungido pelo sumo sacerdote, em Jerusalém, por que era, não obstante, o Messias, e por que pode agora reinar para sempre?
8 É verdade que Jesus não havia de ser ungido rei sobre Jacó ou Israel por se fazer que o sumo sacerdote derramasse santo óleo de unção sobre a sua cabeça, em Jerusalém. Ao contrário, no ano 33 E. C., o sumo sacerdote de Jerusalém exigiu a morte de Jesus pela execução às mãos dos romanos. Mas isto não provava que Jesus não era o Ungido ou Messias. (Luc. 24:20; João 19:6, 15, 21) Jesus foi ungido por alguém mais elevado do que o sumo sacerdote de Israel. Ele era num sentido muito especial “o Ungido de Jeová”, pois fora ungido pelo próprio Jeová, não com santo óleo de unção, mas com o espírito de Jeová. Isto se deu após Jesus ter sido batizado em água por João Batista. (Mat. 3:13-17; Atos 10:38) Sua morte numa estaca de execução, fora de Jerusalém, não impediu que ele se tornasse para sempre o Herdeiro messiânico do Rei Davi, pois, no terceiro dia de sua morte, o Deus Todo-poderoso o ressuscitou e recompensou com imortalidade, com a vida incorrutível no espírito. (Rom. 1:3, 4; 1 Cor. 15:3-8; 1 Ped. 3:18-22) Assim, por motivo de sua vida infindável no céu, ele pode reinar para sempre como Rei messiânico.
PREDITO POR MOISÉS E POR PROFETAS POSTERIORES
9, 10. (a) Como indicou Pedro, quem havia de ser o Profeta semelhante a Moisés, porém, maior? (b) Em que sentido é este maior do que Moisés, e, por isso, por que não queremos resistir a ele?
9 A fim de mostrar quão grande é este Jesus, o apóstolo Pedro prosseguiu dizendo à multidão de judeus em volta dele, no templo: “De fato, Moisés disse: ‘Jeová Deus vos suscitará dentre os vossos irmãos um profeta semelhante a mim. A este tendes de escutar segundo todas as coisas que ele vos falar. Deveras, toda alma que não escutar esse Profeta será completamente destruída dentre o povo.’” (Atos 3:22, 23) Pedro citava ali as palavras do profeta Moisés, em Deuteronômio 18:15-19.
10 Jesus Cristo é aquele Profeta prometido que havia de ser semelhante a Moisés, porém, maior do que Moisés. Ele fez mais e maiores milagres do que Moisés, e é mediador do Novo Pacto entre Jeová e a congregação cristã, um pacto muito melhor do que o Pacto da Lei mediado por Moisés no monte Sinai, na Arábia. (Atos 2:22; Jer. 31:31-34; Heb. 8:6; 9:15; 12:24; 13:20) Certamente, pois, não desejamos ser encontrados entre os que se opõem ao restabelecimento do reino messiânico na pessoa de Jesus Cristo, o Profeta-Rei maior do que Moisés. Achar-se entre estes significaria nossa destruição completa.
11. Segundo as palavras de Pedro, quem, além de Moisés, havia proclamado esses dias e as bênçãos que aguardavam os israelitas?
11 Moisés, porém, não foi o único a profetizar sob inspiração divina a respeito deste Jesus, o Messias. Havia muitos outros, e por isso, o apóstolo Pedro prosseguiu dizendo aos judeus apinhados em volta dele, no templo: “E, de fato, todos os profetas, de Samuel em diante, e os em sucessão, tantos quantos falaram, declararam também distintamente estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus celebrou com os vossos antepassados, dizendo a Abraão: ‘E em teu descendente serão abençoadas todas as famílias da terra.’ Deus, depois de suscitar o seu Servo, enviou-o primeiro a vós para vos abençoar, por desviar a cada um de vós das vossas ações iníquas.” — Atos 3:24-26.
12. (a) Em que sentido eram verídicas estas palavras com respeito aos profetas? (b) Como providenciou Jeová que Israel fosse abençoado primeiro pelo Messias?
12 Foi o profeta Moisés quem registrou o pacto de Jeová com o patriarca Abraão para todas as famílias e nações da terra serem abençoadas por meio de seu Descendente. (Gên. 12:3; 22:18) Foi o profeta Samuel quem primeiro ungiu Davi, de Belém, para se tornar o rei de todo o Israel; e isto foi em si mesmo um ato profético apontando para Jesus Cristo. (1 Sam. 16:11-13) A série de profetas hebraicos, depois de Samuel, tiveram todos algo a dizer com referência ao reino messiânico de Jeová. Estas profecias nos ajudam a avaliar de que significado o reino messiânico do Filho de Deus será para toda a humanidade. É principalmente Jesus Cristo quem é este Descendente prometido de Abraão para a bênção de todas as famílias e nações. (Gál. 3:3-16) Deus o levantou e comissionou como “seu Servo” para trazer bênçãos ao povo. Deus enviou este Servo ungido para abençoar primeiro os judeus naturais, circuncisos, por fazer que seu Filho Jesus nascesse como judeu na linhagem do Rei Davi. Os judeus, para obterem esta bênção, tinham de se desviar de obras iníquas.
13. Quando Pedro exortou aqueles judeus a se arrependerem, apresentava-lhes ele uma esperança terrena ou uma celestial, e por quê?
13 Portanto, ao instar com aqueles judeus para que ‘se arrependessem e dessem meia-volta’ ou se convertessem, o apóstolo Pedro não apresentava àqueles judeus uma esperança terrestre, a esperança de herdar um Paraíso terrestre, sob o reino messiânico dos céus. Ele não lhes indicava o futuro distante, com a perspectiva de serem restabelecidos à vida e saúde humanas perfeitas num Jardim do Éden restabelecido na terra. Antes, Pedro indicava-lhes a oportunidade de se associarem com aquele Jesus Cristo, principal Descendente de Abraão, e assim participarem com Jesus Cristo na bênção de todas as famílias e nações da terra. Isto significava que eles também seriam associados com ele no seu reino messiânico, reinando com ele nos céus, para a bênção de toda a humanidade. Por isso, eles também receberiam a unção com o espírito de Jeová e se tornariam seus filhos espirituais. Serem israelitas naturais, circuncisos, não mais valia perante Deus. Precisavam tornar-se israelitas espirituais, circuncisos no coração, e constituir o espiritual “Israel de Deus”. — Gál. 6:15, 16.
14. (a) Quando a grande maioria dos judeus rejeitou a oportunidade do Reino, a quem se concedeu que se aproveitasse dela? (b) Por que se alegra hoje um restante destes herdeiros do Reino?
14 Quando a vasta maioria dos judeus se negou a se aproveitar desta oportunidade maravilhosa de serem associados com Jesus Cristo no seu reinado messiânico, celestial, a oportunidade foi oferecida a todas as nações não-judaicas. Um número predeterminado por Deus aproveita esta oportunidade. (Atos 10:1 a 11:18; 15:7-14; 13:46-48) Há na terra hoje um restante destes herdeiros, gerados pelo espírito, do reino messiânico, e eles aguardam ansiosamente participar com o Messias Jesus no seu reino celestial. (Rom. 8:14-17; 2 Tim. 2:10-12; Rev. 20:4-6) Alegram-se hoje especialmente porque sabem que já chegaram “os tempos do restabelecimento de todas as coisas, das quais Deus falou por intermédio da boca dos seus santos profetas, dos tempos antigos”. (Atos 3:21) O reino messiânico já foi restabelecido! Desde quando?
15. Desde quando foi restabelecido o reino messiânico, e por prosseguirem em que proceder serão destruídas as nações?
15 Desde o fim dos “tempos dos gentios”, ou “tempos designados das nações”, no ano de 1914 E. C. (Luc. 21:20-24) Jesus Cristo não ‘restabeleceu o reino’ por ocasião de sua ascensão ao céu, no ano 33 E. C. Ele sabia que tinha de esperar, e esperou, até o fim dos Tempos dos Gentios, naquele ano, quando irrompeu na humanidade a primeira guerra mundial. Naquele tempo, ele foi autorizado a fazer um pedido a Jeová, e Jeová predisse que concederia então o pedido do seu Messias. Daria ao Messias ou Cristo as nações políticas por sua herança e os “confins da terra” por sua propriedade. Estas nações se interessam hoje no domínio do mundo pelos políticos não ungidos com o espírito de Jeová. Entregam-se ao nacionalismo egoísta, junto com a soberania nacional, apesar de pertencerem à organização das Nações Unidas. Mesmo na sua situação desesperada, atualmente, não procuram o restabelecido reino messiânico de Jeová, nem oram por ele. Continuarem neste proceder significará seu aniquilamento. — Sal. 2:1-9.
RESTABELECIMENTO DA SOBERANIA UNIVERSAL
16. O que devemos desejar ver restabelecido, com o devido respeito para com Deus?
16 Que dizer de nós, porém? Temos fé na Bíblia Sagrada, bem como nas suas profecias e na sua tabela cronológica para os assuntos humanos? Alegramo-nos com estes “tempos do restabelecimento de todas as coisas” das quais o Deus da Bíblia falou? Se tivermos fé e por isso nos alegrarmos, então a primeira coisa que devemos desejar altruistamente, com o devido respeito por Deus, é o restabelecimento da soberania universal de Jeová, incluindo a nossa terra. Isto significará que Jeová provará positivamente que ele, como Deus, o Criador ainda é dono da terra e a controla assim como todo o resto do ilimitado domínio da criação, celeste e terrestre.
17. Que mudança de coisas significará tal restabelecimento, e com que refrigério para nós?
17 Isto significará uma mudança cabal nas coisas. Significará o restabelecimento da paz em todo o universo, celeste e terrestre. Quanto “refrigério” isto será para nós, quando o maior de todos os perturbadores da paz, Satanás, o Diabo, e seus demônios forem amarrados pelo reino messiânico de Jeová e lançados num abismo, para não mais poderem desencaminhar e oprimir os habitantes da terra! (Rev. 20:1-6) Por destruir toda a organização de Satanás, o reino de Deus vindicará a soberania universal de Deus.
18. O que está incluído em “todas as coisas” a serem restabelecidas?
18 O reino messiânico de Deus tem interesses legítimos na terra. Tais interesses se relacionam com “todas as coisas” das quais Deus falou por intermédio da boca de seus profetas dos tempos antigos e que precisam ser restabelecidas aqui. Por isto estão também incluídos súditos. Todas as criaturas humanas que vivem nesta terra precisam tornar-se súditos deste reino, para virem a estar sob a soberania universal de Jeová.
19, 20. (a) Quem já se sujeita a este reino messiânico, e com que perspectivas após o fim deste sistema? (b) Como é seu Rei descrito em Isaías 11:1-5?
19 Uma “grande multidão” de pessoas semelhantes a ovelhas reconhece e se sujeita hoje a este reino messiânico estabelecido nos céus no fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E. C., já agora, antes da destruição da organização visível e invisível de Satanás. Após o fim desastroso deste sistema iníquo de coisas, não sofrerão oposição e perseguição por continuarem a estar sujeitas ao governo messiânico então em pleno poder e controle indisputável. (Rev. 7:9-17) Adorarão unidamente o Soberano divino do universo, Jeová. Como seus “homens de boa vontade”, receberão toda ajuda e bênção de seu reino messiânico, bem como de seus próximos. Quão revigorante será a paz que então reinará em toda a terra! Quão sábio, justo e misericordioso lhes será seu Rei, o Messias Jesus! Falando a seu respeito como descendente de Jessé, de Belém, que era também pai direto do Rei Davi, a profecia de Isaías 11:1-5 diz:
20 “E do tronco de Jessé terá de sair um renovo; e das suas raízes frutificará um rebentão. E sobre ele terá de pousar o espírito de Jeová, o espírito de sabedoria e de compreensão, o espírito de conselho e de potência, o espírito de conhecimento e do temor de Jeová; e deleitar-se-á no temor de Jeová. E não julgará pelo que meramente parece aos seus olhos, nem repreenderá simplesmente segundo a coisa ouvida pelos seus ouvidos. E terá de julgar com justiça os de condição humilde e terá de dar repreensão com retidão em benefício dos mansos da terra. E terá de golpear a terra com a vara da sua boca; e ao iníquo entregará à morte com o espírito de seus lábios. E a justiça terá de mostrar ser o cinto de seus quadris, e a fidelidade o cinto de seus lombos.”
21, 22. (a) Como golpeará o Rei com a “vara da sua boca” e matará ele com o “espírito de seus lábios”? (b) A pacificidade de quem, hoje na terra, persistirá para o novo sistema, e como é a beleza disso descrita em Isaías 11:6-9?
21 Ele terá despedaçado a organização visível, terrestre, do grande inimigo da humanidade, Satanás, o Diabo, com a “vara da sua boca” ou com ordens de autoridade para golpear, procedentes de sua boca. Também terá de matar todos os iníquos da terra com o “espírito de seus lábios” ou com a irresistível força ativa expressa pelos seus lábios ao proferir os julgamentos de Deus. (Veja Revelação 19:15, 16, 21) Isto deixará apenas os verdadeiros amantes da paz vivos na terra. A revigorante paz já agora existente entre os “homens de boa vontade” de Deus, em todo o mundo, antes da vindoura destruição de todos os iníquos e não pacíficos, prosseguirá no sistema justo de coisas sob o reino messiânico. A beleza desta paz e harmonia, além de cumprir agora as palavras adicionais do profeta Isaías num sentido espiritual, tornar-se-á mais concreta no cumprimento literal destas mesmas palavras proféticas, que lemos em Isaías 11:6-9:
22 “E o lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles. E a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa. Não se fará dano nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.
POR FIM, PAZ E SEGURANÇA EM TODA A TERRA!
23, 24. (a) Que condições existentes sob o reinado do antigo Rei Salomão serão restabelecidas? (b) A quem trará de volta o Salomão Maior, para usufruírem então tais condições terrenas?
23 Sob o Messias Jesus, que é “algo maior do que Salomão”, restabelecer-se-á a paz existente sob o reino unido do sábio Rei Salomão, filho de Davi, sobre cujo reinado está escrito: “Judá e Israel eram muitos, em multidão, iguais aos grãos de areia junto ao mar, comendo e bebendo, e alegrando-se. E Judá e Israel continuaram a morar em segurança, cada um debaixo da sua própria videira e debaixo da sua própria figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão.” (1 Reis 4:20, 25; Mat. 12:42) Será nesta próspera paz em toda a terra que todos os mortos remidos, da humanidade, serão ressuscitados. O Messias Jesus, um de cujos títulos é “Príncipe da Paz”, não trará de volta dos túmulos homens de todas as nações e famílias para continuarem sob o seu reino as disputas e guerras inter-raciais, internacionais, intertribais e interfamiliares, em que se empenharam antes, até à morte. Ele profetizou sobre o seu reinado:
24 “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão, . . . para uma ressurreição.” — João 5:28, 29.
25. Por que resultará a ressurreição de alguns, sob o reino do Messias, ser uma ressurreição de julgamento ou de condenação, e a de outros ser uma de vida?
25 Em que resultará a ressurreição de cada um à vida na terra sob o reino messiânico? Isto dependerá do proceder de cada um. Haverá oportunidade para cada um alcançar a vida infindável numa terra paradísica, e esta poderá ser aproveitada pela obediência de coração ao governo messiânico. Os que se negarem a dar plena submissão e obediência ao restabelecido reino messiânico sobre a terra serão julgados como não merecendo nenhuma vida e serão destruídos, condenados à extinção absoluta. Mas os que aprenderem a praticar a obediência, receberão os plenos benefícios do sacrifício humano perfeito de Jesus Cristo, como resgate. Eles mesmos serão soerguidos à perfeição da vida humana como filhos obedientes do Rei messiânico. Assim poderão usufruí-lo como seu Pai dador de vida, pois outro dos seus títulos proféticos é Pai Eterno. — Isa. 9:6.
26. Que território será restabelecido ao reino messiânico de Jeová, e em que será transformado?
26 O reino messiânico dos reis do antigo Israel só possuía o território dado por Deus na Terra da Promessa, lá no Oriente Médio. O reino messiânico do Filho de Deus, Jesus Cristo, recuperará este território. Também possuirá a África, a Ásia, a Europa, a Austrália, as Américas do Norte, Central e do Sul, a Antártida e todas as ilhas dos sete mares, sim, toda a terra. Tudo isto será transformado num Paraíso de Prazer, num Jardim do Éden, pois todos os interesses pertencentes à soberania universal de Jeová naquelas partes de nosso planeta serão restabelecidos ao seu Rei messiânico Jesus Cristo. (Luc. 23:43) Este Governo Messiânico cuidará de que todos estes interesses terrestres, pertencentes ao Criador, sejam conservados para sempre, para o louvor de Jeová e o eterno bem do homem.
27. Que tempos já chegaram agora, e devemos cuidar de que sejam o que para nós?
27 Deus falou de todas estas coisas que hão de ser restabelecidas, fazendo-o por intermédio da boca de seus santos profetas dos tempos antigos. (Atos 3:21) Já chegaram agora os prometidos “tempos do restabelecimento de todas as coisas”. Cuidemos de que sejam uma bênção para todos nós.
[Foto na página 628]
Deus prometeu ao Rei Davi que seu reino ficaria estabelecido por tempo indefinido. Isto significava o restabelecimento do reino messiânico na linhagem real de Davi.