Os cristãos frutíferos manifestam contentamento piedoso
“Tendo sustento e com que nos cobrir, estaremos contentos com estas coisas.” — 1 Tim. 6:8.
1. (a) Como é que ser a pessoa cristã influi em sua atitude para com os bens materiais? (b) Que conselho direto sobre este assunto se acha registrado em Hebreus 13:5?
OS VERDADEIROS cristãos não são pessoas que simplesmente vão a um local de adoração de vez em quando, e, então, vivem como o resto do mundo. Seu inteiro conceito sobre a vida se acha profundamente influenciado pelo fato de que são seguidores de Jesus Cristo; assim, levam a peito as coisas que ele e seus apóstolos ensinaram e fizeram. Como disse Jesus, “não fazem parte do mundo” e, por tal motivo, se forem cristãos maduros, não partilham o conceito do mundo materialista em volta deles. (João 17:16) Não colocam as posses materiais acima dos valores espirituais. Será que isto se dá com o leitor? Se for alguém que professa ser cristão, será que leva a peito o conselho registrado na Bíblia em Hebreus 13:5, que diz: “Vossa maneira de viver esteja livre do amor ao dinheiro, ao passo que estais contentes com as coisas atuais”? — NM; Young; Rotherham; Emphatic Diaglott, as três últimas em inglês.
2. (a) Antes do Dilúvio, como é que as pessoas manifestaram sua indiferença para com a mensagem pregada por Noé, e será que a mesma atitude se evidencia hoje em dia? (b) Será tal apatia o que se quer dizer com ficar ‘contente com as coisas atuais’?
2 Ficar ‘contente com as coisas atuais’ não significa que a pessoa seja indiferente a respeito de sua situação na vida. Por certo, não significa que é complacente quanto a assuntos espirituais. Não é como as pessoas que apàticamente “não fizeram caso” do aviso dado por Deus mediante Noé antes do dilúvio e que, em resultado disso, continuaram ‘comendo e bebendo, e casando-se, e dando suas filhas em casamento’ de um modo que indicava que não levavam a sério o que Noé pregava. (Mat. 24:38, 39) Mostraram pelas ações que não criam realmente que era impendente uma destruição global. Afirmou Jesus que a mesma atitude prevaleceria em nossos dias, e prevalece mesmo. Tal apatia impiedosa a respeito dos assuntos espirituais não deve ser confundida com o contentamento piedoso. — Luc. 17:26-30.
3. Por que nenhum cristão verdadeiro ficaria contente com o atual sistema iníquo de coisas?
3 Nem significa o conselho inspirado do apóstolo Paulo de se ficar ‘contente com as coisas atuais’ que a pessoa deve ficar satisfeita com o atual sistema iníquo de coisas. Este sistema de coisas está permeado do pecado e assolado pela doença, sofrimento e morte, que são os frutos do pecado. Caracteriza-se por homens que são “amantes do dinheiro” e que se empenham na desonestidade que tal amor gera. Está cheio dos que são “mais amantes de prazeres do que amantes de Deus”. (2 Tim. 3:1-5) Como poderia qualquer cristão verdadeiro ficar contente com tal estado de coisas? — Gál. 1:4.
4. (a) Assim, qual é o contentamento que a Bíblia nos encoraja a ter? (b) Neste sentido, que pergunta deveria cada um fazer a si mesmo?
4 Então, exatamente qual é o contentamento que a Bíblia nos encoraja a ter? É o contentamento com as necessidades materiais da vida. Isto não significa que se diz a alguém que seja preguiçoso, esperando que outros lhe façam provisões enquanto fica sem fazer nada. (2 Tes. 3:10, 12; Atos 20:33, 34) Mas, significa, sim, que se nos insta a que não fiquemos enredados no modo de vida materialista do mundo, esforçando-nos constantemente de aumentar nossos bens materiais, como se a própria vida dependesse de fazermos isso ou como se tais bens fossem a fonte da verdadeira felicidade. Por esta razão, Paulo disse com inequívoca clareza a seu companheiro cristão Timóteo: “Não trouxemos nada ao mundo, nem podemos levar nada embora. Assim, tendo sustento e com que nos cobrir, estaremos contentes com estas coisas.” (1 Tim. 6:7, 8; Ecl. 5:15) Pode o leitor, com toda a honestidade, dizer que isto se dá com a sua pessoa?
A VIDA NÃO PROVÉM DOS BENS MATERIAIS
5. Que situação concedeu a oportunidade de Jesus indicar a atitude correta para com os bens materiais, e o que estava basicamente errado com o conceito do indagador sobre a vida?
5 Em certa ocasião, quando Jesus pregava no território da Judéia, surgiu uma situação que lhe concedeu a oportunidade de sublinhar a atitude correta para com os bens materiais. Alguém dentre a multidão lhe disse: “Instrutor, dize a meu irmão que divida comigo a herança.” Jesus não concordou em mediar tal disputa familiar quanto à herança, mas discerniu qual era a dificuldade e, assim, respondeu: “Mantende os olhos abertos e guardai-vos de toda sorte de cobiça.” O aviso de Jesus contra a cobiça parece indicar que o homem procurava realmente obter algo a que não tinha direito; aparentemente a disputa surgira da falha de respeitar a exigência da Lei de que duas partes de tudo fossem dadas ao filho mais velho. (Deu. 21:17) Mas, a dificuldade do homem não era somente de ele ser cobiçoso; ia mais longe do que isso. O que lhe fez pensar dessa forma em primeiro lugar foi que achava que os bens materiais são a grande coisa na vida, e Jesus deixou claro, tanto em seu benefício como no nosso, que tal forma de pensar não era bem fundada, ao dizer: “Mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” (Luc. 12:13-15) A vida provém de Deus. Como o apóstolo Paulo explicou aos homens de Atenas, “o Deus que fez o mundo e todas as coisas nele . . . Ele mesmo dá a todos vida, e fôlego, e todas as coisas”. — Atos 17:24, 25.
6. (a) Com que ilustração explanou Jesus o ponto que inculcava naquela ocasião? (b) Por que é vão o proceder semelhante ao do homem na ilustração de Jesus?
6 Explanando o assunto, Jesus usou uma ilustração: “A terra de certo homem [rico] produziu bem. Conseqüentemente, ele começou a raciocinar no seu íntimo, dizendo: ‘Que farei, agora que não tenho onde ajuntar as minhas safras?’ De modo que ele disse: ‘Farei o seguinte: Derrubarei os meus celeiros e construirei maiores, e ali ajuntarei todos os meus cereais e todas as minhas coisas boas; e direi à minha alma: “Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.”’” Mas, mesmo que estocasse todas as suas riquezas, será que havia alguma garantia de que viveria o suficiente para usufruí-las? Será que realmente tinha segurança? Não, como Jesus passou a dizer: “Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado, esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá então as coisas que armazenaste?’” (Luc. 12:16-20) E não é exatamente isso o que tão amiúde acontece na vida? Certo homem trabalha arduamente por muito anos, de modo que, ao se aposentar, fique financeiramente seguro, somente para morrer antes que até mesmo usufrua o que acumulou. Que vaidade! — Ecl. 2:17-19.
7. Como é que as pessoas hoje mostram com freqüência que são idênticas ao homem a respeito de quem Jesus falou?
7 Jesus não acusou o homem a respeito de quem falou de desonestidade nos negócios, nem disse que não tinha nenhum interesse em Deus. Seu grande erro, porém, foi de que tinha o conceito errado sobre a vida. Estava ocupado adquirindo bens materiais e não era “rico para com Deus”. (Luc. 12:21) Quão bem isso descreve a situação da maioria das pessoas atualmente! Talvez creiam em Deus’, como dizem, mas acham que, depois de se dizer e fazer tudo, o dinheiro lhes trará mais resultados do que a fé. Assim, devotam a maior parte de suas vidas à adquisição e usufruto dos bens materiais, mas, como garantia, por assim dizer, talvez incluam um pouco de religião em suas vidas. São pessoas que ‘têm uma forma de devoção piedosa, mostrando-se, porém, falsas para com o seu poder’, e as Escrituras instam conosco: “Destes afasta-te.” (2 Tim. 3:5) Não seja como elas.
SERÁ QUE OS INTERESSES ESPIRITUAIS VÊM EM PRIMEIRO LUGAR EM SUA VIDA?
8. (a) De que modo mostram muitas pessoas que os interesses espirituais não vêm em primeiro lugar em suas vidas? (b) O que lhes impede de ser cristãos frutíferos?
8 Qual é sua perspectiva na vida? Será que fixou o coração na adquisição das coisas materiais, ou vem em primeiro lugar o serviço de Deus? Há incontáveis pessoas neste mundo que são semelhantes ao homem a respeito do qual Jesus falou em sua ilustração. A preocupação com as privações e necessidades materiais vem em primeiro lugar em suas vidas. Estão ocupadas em ganhar o pão, comprar uma casa ou redecorar uma, receber convidados ou fazer viagens aqui e ali. Talvez digam que apreciam a mensagem do reino de Deus, mas isto fica sempre em segundo lugar. Acontece com elas o que Jesus disse — “as ansiedades deste sistema de coisas”, “o poder enganoso das riquezas” e os “prazeres desta vida” dominam suas vidas e sufocam a palavra sobre o Reino, de modo que não pode crescer e se tornar frutífera. (Mar. 4:18, 19; Luc. 8:14) Tal proceder não traz glória a Deus.
9. A respeito de quem é verdade que ‘persistem em dar muito fruto’, e com que resultados?
9 Por outro lado, há aqueles que têm levado a sério as palavras do Senhor Jesus, que disse: “Nisto é glorificado o meu Pai, que persistais em dar muito fruto e vos mostreis meus discípulos.” (João 15:8) Talvez se trate de homens que têm empregos seculares, sustentando suas famílias. Talvez se trate de mães que cuidam dos filhos. Talvez se trate de estudantes que freqüentam a escola. Mas, são, primeiro de tudo, servos de Deus. Manifestam os frutos do espírito de Deus em suas vidas, e também produzem o fruto do Reino, participando na proclamação do reino de Deus. Não colocam os interesses espirituais em segundo lugar, mas ‘oferecem sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que fazem declaração pública do seu nome’. (Heb. 13:15) Será que isto se dá com o leitor? Jesus mostrou que se dá com aqueles que têm “coração excelente e bom”, porque são os que recebem favoravelmente a palavra de Deus, “a retêm e dão fruto com perseverança”. (Luc. 8:11, 15) Este proceder glorifica a Deus e conduz à vida eterna. — Rom. 6:22.
10. Por que alguns jovens que têm participado no serviço de Jeová procuram obter educação universitária, e quais são os laços de tal proceder?
10 Algumas pessoas que têm dado fruto piedoso, contudo, desviam-se do proceder correto, e isto se dá amiúde porque não mais ficam “contentes com as coisas atuais”. Os jovens, por exemplo, são facilmente influenciados pelo conceito materialista do mundo em redor deles, e isto se dá especialmente se seus pais se inclinam a avaliar altamente a habilidade de se obter grande salário no mundo comercial. Em resultado, talvez fixem os corações na educação que é oferecida pelas instituições de “alta erudição” do mundo. Seu desejo não é o de simplesmente aprender uma profissão, de modo que possam trabalhar com suas mãos e não ser uma carga para os outros; não, desejam situar-se na categoria de maiores vencimentos. (1 Tes. 4:10-12) Mas, o que há de errado nisso? Jesus disse francamente que seria mais difícil o homem rico entrar no Reino do que um camelo passar pelo orifício duma agulha de costura. (Luc. 18:24, 25) Ao invés de se contentarem com ‘sustento e com que se cobrirem’, os que se devotam a obter “educação superior” usualmente desejam poder usufruir o “resto das coisas” que o dinheiro pode comprar. (Mar. 4:19) Se hão de ter êxito na educação que se propuseram a adquirir, terão de trabalhar àrduamente nisso. O estudo da Bíblia, a associação com a congregação cristã e a participação no ministério cristão sofrem diminuição. Predominam as associações mundanas; a filosofia mundana enche suas mentes. O que acontece? Talvez não o que esperavam, embora teriam sabido disto se levassem a sério o que a Bíblia diz. (1 Cor. 15:33; Col. 2:8) Talvez isto aconteça como um choque para os seus pais. Ora, bem recentemente um homem que desejava que seu filho obtivesse “boa educação”, de modo que a vida fosse mais fácil para ele, verificou que, em apenas um ano na faculdade, o rapaz perdera a fé — algo que nenhuma soma de dinheiro pode comprar.
11. Como é que perderam sua espiritualidade outros que no passado foram ativos no serviço de Deus?
11 Outros, também, talvez no passado tenham prezado a verdade da Palavra de Deus e reservado tempo para ensiná-la a outros. Aplicaram o que a Bíblia disse em Colossenses 4:5: “Prossegui andando em sabedoria para com os de fora, comprando para vós todo o tempo oportuno.” Mas, não guardaram os corações. Conheciam a verdade em suas mentes, mas, com o tempo, seus corações começaram a ansiar mais coisas no sentido de bens materiais. O tempo que haviam remido do mundo, começaram a devotar de novo aos empreendimentos materialistas. No princípio, perderam algumas reuniões da congregação, daí, muitas. A participação no ministério de campo se tornou irregular, e, por fim, cessou. Ao assim fazerem, “alguns . . . foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores”. (1 Tim. 6:10) Não foi isto que planejaram, mas é o que aconteceu. Tornaram-se materialmente prósperos, mas espiritualmente empobrecidos. (Rev. 3:15-17) Isto destaca a veracidade das palavras de Jesus: “Não podeis trabalhar como escravos para Deus e para as Riquezas.” — Mat. 6:24.
12. (a) De que modo o proceder de algumas pessoas demonstra que não são realmente ‘ricas para com Deus’? (b) Por que é este um assunto para séria consideração agora?
12 Muitas são as pessoas que, até mesmo em sua busca daquilo que talvez possa ser considerado apenas as exigências normais da vida, permitem que sua produção dos frutos para o louvor de Deus seja contida. Associam-se com o povo de Jeová, mas não são realmente ‘ricas para com Deus’. O trabalho secular extra não raro impede a freqüência às reuniões congregacionais, porque o temor de desagradar ao seu empregador é mais forte do que o seu temor de desagradar a Deus. Talvez tenham participação simbólica no ministério de campo porque sabem que é um requisito cristão, mas seus esforços principais são canalizados para outros interesses. Qual será a posição delas quando irromper o Armagedom? Será que Jeová, que examina o coração, realmente verificará que são pessoas que o têm amado de todo o seu coração e de toda a sua mente, e alma e força? (Luc. 10:25-28) Será que as preservará para o Seu novo sistema de coisas? Este é um assunto que merece séria consideração. Não só no próximo mês ou no próximo ano, mas atualmente, enquanto ainda estamos vivos e podemos fazer coisas, é o tempo de provar que desejamos ser louvadores de todo o coração de Jeová, “daqui em diante e por tempo indefinido”. — Sal. 115:17, 18.
CONFIANÇA EM DEUS COMO PROVISOR
13. Que atitude para com a obtenção das necessidades da vida instou Jesus que seus discípulos tivessem, e como é diferente da atitude das pessoas do mundo?
13 Obviamente, quando a pessoa coloca em primeiro lugar na vida os interesses materiais, a espiritualidade sofre. A pessoa não pode produzir frutos que sejam realmente uma honra para Deus se não considerar as coisas do jeito de Deus. Qual é o conceito correto sobre este assunto? Jesus Cristo, quando estava na terra, tornou claro que jamais falou de si mesmo, mas que expressou a vontade de seu Pai no céu. (João 14:10) Assim, é com interesse que lemos suas palavras sobre o assunto. Logo depois da ilustração de Jesus, destacando que a vida da pessoa não resulta das coisas que possui, Jesus se voltou para seus discípulos e lhes mostrou como este princípio se aplicava em suas vidas. Falou, não de se acumular grandes riquezas, mas de se obter as necessidades da vida, dizendo: “Por causa disso eu vos digo: Deixai de estar ansiosos pelas vossas almas, quanto a que haveis de comer, ou pelos vossos corpos, quanto a que haveis de vestir.” Não provê Deus alimento para as aves? Não ‘veste a vegetação do campo’? Então, quanto mais cuidará de vós, que sois Seus servos! “Assim, deixai de buscar o que haveis de comer e o que haveis de beber, e deixai de estar em inquietação; porque todas estas são as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações do mundo.” Os cristãos não devem ser como as “nações do mundo”. Sua vida inteira não deve ser mera luta pela obtenção das necessidades materiais. (Ecl. 6:7) Não acontece que precisam menos destas coisas do que os descrentes. Como Jesus passou a dizer: “Vosso Pai sabe que necessitais destas coisas. Não obstante, buscai continuamente o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.” — Luc. 12:22-31.
14. Segundo Jesus mostrou, para quem Deus faria esta provisão, e o que incluiria?
14 Observe bem que Jesus não disse que ninguém na terra deixaria de passar fome. Na verdade, predisse “escassez de víveres” para os nossos tempos. (Mar. 13:8) Nem foi dada nenhuma garantia de que os cristãos professos que simplesmente não gostam de trabalhar ou que se recusam a fazer um trabalho que consideram por demais degradante seriam bem cuidados. (2 Tes. 3:10) Aqueles que talvez sejam céticos a respeito de tudo isto não têm razão de crer que eles, com sua falta de fé, serão assim favorecidos por Deus. (Tia. 1:6-8; Heb. 11:6) Antes Deus faz a provisão para os ‘trabalhadores’, aqueles que ‘buscam continuamente o seu reino’, aqueles que ‘buscam primeiro o reino’. (Mat. 10:9, 10; 6:33) Não prometeu luxo material — apenas “sustento e com que nos cobrir”. — 1 Tim. 6:8; Luc. 12:22, 31.
15. Como é que o Pai celeste tem abençoado muitos superintendentes cristãos por ‘buscarem primeiro o reino’, e quem pode tirar proveito de seu exemplo de fé?
15 Há muitos milhares de pessoas em todo o mundo que estão vividamente cônscias da bênção do Pai celeste sobre seus esforços de obter as necessidades da vida, ao passo que colocam os interesses do Reino em primeiro lugar. Por exemplo, um superintendente cristão no Brasil, com esposa e quatro filhos, foi convidado para o curso especial de treinamento da Sociedade Torre de Vigia para superintendentes. Ele trabalha regularmente para manter sua família, mas, tendo recursos limitados do ponto de vista material, não tinha meios de sustentá-los enquanto estivesse ausente. Pouco antes de partir para a escola, orou a Deus a respeito do assunto. Tal oração foi respondida quando diversas pessoas na congregação se ofereceram para cuidar materialmente de sua família enquanto estivesse ausente, tornando-se melhor equipado para cuidar espiritualmente de todas elas. Em dezenas de casos, a fé de tais superintendentes foi colocada à prova. O pedido de licença para freqüentar a escola foi recusado pelos seus patrões — mas foi posteriormente concedido, e, com freqüência, com salário pago, quando compreenderam que o empregado deixaria o serviço se necessário e procuraria outro mais tarde, visto ser um homem que ‘buscava primeiro o reino’. Por certo, tais superintendentes têm uma fé que outros que adoram a Jeová podem imitar com proveito. — Heb. 13:7.
16. Qual tem sido a experiência dos pioneiros quando colocam o ministério à frente de seus esforços de satisfazer suas necessidades materiais?
16 Especialmente aqueles que se acham no serviço de tempo integral como pioneiros experimentam o cumprimento da promessa de que as necessidades materiais da vida seriam providas se colocassem em primeiro lugar o serviço de Deus. Em certo caso, um pioneiro voltou ao seu território designado, depois dum congresso cristão, com pouquíssimo dinheiro e nenhum abrigo. Ao decidir como passar seu primeiro dia de volta, relembrou das palavras de Jesus em Mateus 6:33. Durante o dia inteiro trabalhou no ministério de campo, e, ao ir passando, mencionava aos moradores que procurava um quarto para alugar, mas nada lhe foi oferecido. Posteriormente, durante a tarde, depois de dar testemunho a uma senhora favoràvelmente disposta, mencionou de novo sua necessidade de acomodações. Um pensionista da casa, que estava ouvindo do quarto anexo chamou a senhora da casa e disse-lhe: “Providencie que este senhor tenha um lugar para dormir, e convide-o para comer conosco. Se ele não puder pagar, eu pagarei. Ele faz a obra de Deus.” A experiência não é isolada; é comum entre os que deixaram lares e bens, para que pudessem devotar suas vidas inteiras ao serviço de Deus. — Atos 16:14, 15; Mar. 10:29, 30.
17. (a) Que atitude da parte do apóstolo Paulo o habilitou a ser produtivo sob circunstâncias dificílimas? (b) Que confiança de nossa parte nos habilitará a continuar a produzir os frutos piedosos, até mesmo em tempos de dificuldades econômicas?
17 Isto não significa que a pessoa que ‘busca continuamente o reino’ sempre terá abundância de provisões, mas terá contentamento. A respeito de sua experiência, o apóstolo Paulo, então numa prisão em Roma, escreveu à congregação de Filipos, na Macedônia: “Aprendi a ser auto-suficiente [contente] em qualquer circunstância em que esteja. Eu sei, deveras, estar reduzido em provisões, sei, deveras, ter abundância. . . . Para todas as coisas tenho força em virtude daquele que me confere poder.” (Fil. 4:11-13) Paulo não era alguém que desistia quando as coisas ficavam difíceis. Até ali, na prisão, continuava a buscar os interesses do reino de Deus. Pregava aos guardas, e a outros que ele podia fazer arranjos de virem visitá-lo. (Atos 28:16, 30, 31; Fil. 1:13) Durante o tempo em que estava preso, escreveu seis cartas de maravilhoso conselho espiritual, que se tornaram parte da Bíblia. Sim, até mesmo sob condições adversas, quer devido à perseguição quer a dificuldades econômicas, a pessoa pode continuar a produzir frutos piedosos. Como diz Jeremias 17:7, 8 (CBC): “Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor [Jeová], e cuja esperança é o Senhor. Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio. Venha o calor, e não será temido, e sua folhagem continuará verdejante. Não o inquieta a seca de um ano; continua a produzir os frutos.” Tendo plena confiança em Jeová, continua a colocar os interesses espirituais em primeiro lugar. — Heb. 13:5, 6.
PROCURANDO ALGO MELHOR
18. Como podemos hoje em dia mostrar que temos fé semelhante à de Abraão, Isaque e Jacó, e por que devemos desejar fazer isso?
18 Ao seguirem tal proceder, as testemunhas cristãs hodiernas de Jeová demonstram que têm fé semelhante à dos homens da antiguidade que são mencionados com aprovação na Palavra de Deus. Abraão partiu da materialmente próspera cidade de Ur, na antiga Caldéia, sob as ordens de Deus, e tornou-se residente temporário na terra de Canaã. “Pela fé residia como forasteiro no país da promessa, como numa terra estrangeira, e morava em tendas, com Isaque e Jacó, herdeiros com êle da mesmíssima promessa. Pois aguardava a cidade que tem verdadeiros alicerces, cujo construtor e criador é Deus.” Lá naquele tempo, então, no século vinte A. E. C., dispunham-se a abandonar muitos dos confortos que o mundo oferecia, porque seus corações estavam fixos na cidade permanente que Deus construiria, um governo celeste sob o qual poderiam viver. Se continuassem pensando no lugar que deixaram atrás, poderiam ter retornado para lá. Mas, não fizeram isto. “Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus.” (Heb. 11:8-16) Será que Deus está igualmente satisfeito com o proceder que o leitor segue?
19. (a) Por que o nosso é um tempo de grande urgência? (b) O que talvez faça que alguns que sabem destas coisas percam as bênçãos do novo sistema de coisas de Deus, e que aviso oportuno dá Jesus?
19 Atualmente, vivemos em tempos críticos. Estes são os “últimos dias” deste iníquo sistema de coisas. Já se passaram cinqüenta e dois anos desde o estabelecimento do Reino no céu, em 1914. O fim dos seis mil anos da história humana está bem próximo. Os fatos físicos que assinalam nosso tempo como a “terminação do sistema de coisas” são inconfundíveis. (Mat. 24:3) É tempo de grande urgência. Será que cremos nisto? O fato é que alguns que professam crer nisso talvez percam as bênçãos do novo sistema de coisas de Deus porque não mantêm as mentes e os corações fixos na esperança à frente. Ao invés de ficarem contentes com ‘sustento e com que se cobrirem’, junto com a devoção piedosa, estão sendo sugados pelo redemoinho materialista do mundo. Sua busca dos prazeres do mundo é mais ardente que o seu serviço a Deus. É por isso que Jesus avisa: “Prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:34-36.
20. De que modo poderemos continuar a provar que somos cristãos frutíferos?
20 Se abundar o nosso amor a Deus, e tivermos conhecimento preciso de sua Palavra, não nos permitiremos arrastar para os empreendimentos mundanos, mas manteremos nossas vidas orientadas para “as coisas mais importantes”. Desta forma, provaremos que somos cristãos frutíferos, “cheios de fruto justo, que é por intermédio de Jesus Cristo, para a glória e o louvor de Deus”. — Fil. 1:9-11.