A salvação da raça humana — ao modo do Reino
“Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” — Mat. 6:10.
1. Quais são as boas novas a respeito do homem e de que espécie de autoridade e fonte provêm?
O HOMEM não deixará de existir na terra. A raça humana será salva para a vida infindável na terra, em felicidade. Não constitui isso boas novas? Sim, e se baseiam na maior autoridade e vêm da fonte mais fidedigna de informações!
2. (a) Por que não nos referimos com isso aos cientistas hodiernos? (b) Que pergunta fazemos a respeito dos cientistas como autoridade?
2 Referimo-nos aos cientistas modernos do século vinte? Dificilmente! Os cientistas prevêem uma enorme catástrofe espacial dentro de alguns milhares de milhões de anos, em que a terra ficaria sujeita ao calor abrasador do sol ou de outros corpos ardentes no espaço, e os habitantes da terra seriam causticados e chamuscados até à morte e a terra carbonizada orbitaria depois em torno do sol como planeta sem vida. Tal previsão de longo alcance dum desastre universal não perturba a geração atual da raça humana. Mas há também previsões de curto alcance, feitas por cientistas que prevêem a extinção da raça humana. Por causa das ameaças a que a geração atual está sujeita, os homens de hoje têm motivos sérios para ficarem perturbados. Portanto, do ponto de vista dos cientistas da atualidade, até mesmo o futuro próximo de toda a humanidade é tenebroso. Mas, são os meros cientistas humanos a autoridade final neste assunto sério? Apesar de todas as suas experiências para descobrir fatos novos e verdades novas, provaram os cientistas com autoridade qual é o objetivo da existência do homem aqui na terra?
3. Por que nos podemos alegrar e ter bom ânimo em vista da autoridade e fonte de notícias mencionada aqui?
3 Nem mesmo os cientistas podem contradizer que apenas o Criador do homem conhece o objetivo da existência do homem na terra, sim, o motivo pelo qual ele criou a própria terra. Só o Criador sabe por que colocou o homem na terra. De modo que o Criador é a Autoridade Máxima. Visto que ele nunca se mostrou falso, é a fonte mais fidedigna de informações. Por isso não aceitamos uma utopia quando aceitamos dele as boas novas de que a nossa raça humana será salva para a vida infindável em felicidade numa terra embelezada. Por isso nos podemos alegrar e ter bom ânimo.
4. Por este motivo, por que não podemos ficar despreocupados?
4 Podemos, porém, pelo mesmo motivo sossegar e ficar despreocupados? De modo algum! O próprio assunto em consideração sugere que a raça humana da qual somos a parte atual se vê seriamente ameaçada de ser extinguida. A continuação de sua existência está sendo posta em dúvida, não apenas por homens comuns, mas por homens de destaque, por homens informados do mundo. É iminente um desastre. A lua não oferece via de escape. O homem ameaça destruir a si mesmo, se puder fazer o que bem entende. Seus projetos são mais destrutivos ainda nestes dias de ciência avançada.
5. Quais são alguns dos projetos modernos por meio dos quais o homem ameaça destruir a si mesmo?
5 Os projetos do homem não incluem apenas as armas nucleares e outras da guerra moderna, capazes de genocídio em alta velocidade. Os projetos do homem incluem também seu modo de arruinar a terra em tempo de paz, a saber, pelas suas providências de moradias para o homem, pela sua produção de alimentos para a vida humana, pela sua distribuição destes gêneros alimentícios, pela maneira em que elimina os resíduos das grandes indústrias, pela sua exploração dos recursos naturais da terra e pelo estrago que causa ao meio ambiente natural da humanidade. Os avisos a respeito duma fome mundial dentro de poucos anos não são sem fundamento válido. As fraquezas e a capacidade limitada das Nações Unidas como organização em prol da paz e segurança mundiais se manifestam cada vez mais. Os repetidos conselhos dados às nações, para que resolvam suas diferenças e parem com suas rivalidades dentro de dez anos, para não mergulharem num desastre mundial, se baseiam em bom senso e nas lições da história. Todos nós estamos envolvidos pessoalmente nisso.
6. Evidentemente o que só podemos esperar do próprio homem, e de que ou de quem não podemos esperar nada em nosso próprio benefício?
6 Evidentemente, o que se pode esperar do homem não é a salvação científica, mas a destruição da raça humana. Não podemos esperar ser salvos por aquilo que os cientistas chamam de “evolução do homem”, se só puder realizar isso em alguns milhões de anos. Não podemos esperar que os psicólogos e psiquiatras do mundo transformem o modo de pensar da humanidade e induzem os homens a criar uma nova personalidade, a fim de se unirem contra a catástrofe. Não podemos depender de nenhuma forma policial internacional, que seja bastante forte, independente e imparcial para fazer as nações comportar-se e tornar esta terra um lugar seguro em que viver.
7. (a) De quem, fora da terra e do próprio homem, não podemos esperar que venha em nosso auxílio quando mais o precisamos? (b) De quem é mais razoável que esperemos isso, e por quê?
7 Embora os cientistas não estejam dispostos a admitir isso, é bem evidente que precisamos olhar para além do próprio homem e além do lar terrestre do homem para obter libertação, se a raça humana há de ser salva. Naturalmente, não para alguns míticos “homens de Marte”, vindos de outro planeta em resposta aos nossos chamados por socorro, para virem e nos ajudarem. Nem podemos esperar que nossos astronautas ponham o pé em algum planeta além da lua e tragam de volta algum habitante de lá, com superinteligência e super-humanidade, que nos possa ajudar antes de ser tarde demais! Temos de esperar a salvação da parte de alguma pessoa inteligente lá fora, a qual é real e maior do que todos os homens juntos, não só sendo bastante sábia e poderosa, mas também suficientemente amorosa para vir em nosso auxílio quando mais o precisamos. De quem é mais razoável, mais sensato e mais inteligente esperar isso senão do próprio Criador da raça humana? Se a raça humana ainda vive hoje em dia, por certo, seu Criador superior também deve ainda estar vivo hoje em dia.
8, 9. (a) O que não estava nas cogitações do Criador quando criou a terra e colocou o homem sobre ela? (b) Onde e como diz ele isso?
8 A própria existência da raça humana aqui prova que o Criador não criou a nossa terra para ser ou se tornar um planeta carbonizado, sem vida, em órbita no espaço. Ele não criou a raça humana para ela por fim se destruir ou extinguir, ou desaparecer como a ave chamada dodó. Ele não trabalhou em vão para frustrar a si mesmo ou expor a si mesmo à frustração, quando criou a terra e colocou o homem sobre ela. Explicando seu propósito excelente de colocar a humanidade nesta terra, ele mesmo declarou:
9 “Assim disse Jeová, o Criador dos céus, Ele, o verdadeiro Deus, o Formador da terra e Aquele que a fez, Aquele que a estabeleceu firmemente, que não a criou simplesmente para nada, que a formou mesmo para ser habitada: ‘Eu sou Jeová, e não há outro. . . . Eu sou Jeová, falando o que é justo, contando o que é reto.’” — Isa. 45:18, 19.
10. (a) Quem ouviu estas palavras, e como? (b) Até que ponto se considera de valor para a raça humana o livro que contém estas palavras?
10 Quem, na terra, ouviu este Deus Jeová dizer tais palavras? Bem, segundo os fatos da história, foi um homem da antiguidade. Seu nome era Isaías, filho de Amoz, e ele vivia em Jerusalém nos dias de diversos reis daquela cidade famosa. Ouviu estas palavras divinas por meio de inspiração, quer dizer, por meio do espírito ou da força ativa invisível de Deus. (Isa. 1:1) O que ele ouviu e viu em visão, bem como os acontecimentos históricos dos seus dias, foram escritos por ele num livro chamado pelo seu nome, o livro de Isaías. Este é um dos sessenta e seis livros encontrados nos escritos sagrados da Bíblia Sagrada. E as palavras citadas se encontram neste livro de Isaías, no capítulo quarenta e cinco, versículos dezoito e dezenove. A Bíblia que contém o livro de Isaías tem sido considerada de valor tão elevado para toda a raça humana, que já foi traduzida em 244 idiomas, além de se traduzirem diversas partes dela em mais 1.169 idiomas. Até mesmo o personagem histórico Jesus Cristo citou muitas vezes as palavras do profeta Isaías como sendo verdade inspirada.
11. (a) O que indica a declaração divina feita nos dias de Isaías a respeito de Deus e do homem? (b) Com respeito a que tomará Deus a devida ação?
11 De modo que Deus, que revela seu nome como sendo Jeová, declarou ao profeta Isaías que ele não criou a terra simplesmente para nada, mas que a formou para ser habitada. Esta declaração foi feita cerca de trinta e três séculos depois de Deus, cujo nome é Jeová, criar os primeiros pais da raça humana, o primeiro homem e a primeira mulher. Isto não só prova que o Criador do homem ainda vivia, mas que ainda se interessava na terra e nos seus habitantes humanos. Ele não é Deus de quem se possa dizer que está morto, por ter abandonado a humanidade e se manter indiferente e alheio aos assuntos de sua própria criação humana. Os clérigos da cristandade estão completamente errados quando dizem que “Deus está morto”. Ele é imortal; vive para todo o sempre. É Deus por toda a eternidade. (Sal. 90:2) O Criador manteve seu interesse nas suas criaturas humanas desde a criação do homem, e ele tem observado o proceder da raça humana, para impedir que seja frustrado seu propósito eterno para com a humanidade. Ele estava atento à situação humana nos dias do profeta Isaías, há vinte e sete séculos atrás; está igualmente atento à situação da raça humana hoje em dia. Tomará a devida ação.
12. (a) Como se demonstrará que há alguém que é supremo? (b) Quem fracassará nos seus esforços de salvar a raça humana?
12 Dentro de pouco tempo se mostrará quão seriamente enganado estava o clérigo religioso citado no livro Deus não mais Existe (em inglês), para a própria vergonha dele, ao dizer: “Se houver um Deus, não podemos falar dele como ser supremo.” Contradizendo diretamente este clérigo, cumprir-se-á, e isto muito em breve, a oração inspirada dirigida ao Criador do homem nas seguintes palavras: “Fiquem envergonhados e perturbados para todo o sempre, e fiquem encabulados e pereçam; para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Sal. 83:17, 18) Ele nunca se deixou frustrar, em toda a história passada da humanidade; nem se deixará frustrar no perigo atual que confronta toda a raça humana. Isto exige a salvação da raça humana no seu momento mais crítico. Os atuais esforços do homem para salvar a raça humana não dão resultado, não são realísticos e estão condenados ao fracasso. O modo de Jeová salvar a sua criação humana é funcional, realístico e será bem sucedido. Seu modo de salvação é o modo do Reino.
NÃO UM MODO ANTIQUADO
13. (a) Que fator político, desde 1917 E. C., não deve criar em nós preconceito contra o modo de Deus, por este ser o modo do reino? (b) Por que não será impopular e antiquado o modo de agir de Deus?
13 Os reinos, como tipo de governo para a humanidade, não são muito populares hoje em dia. Atualmente há menos reinos sobre os homens do que havia no ano de 1917, antes do fim da Primeira Guerra Mundial. Foram substituídos por formas populares de governo. Isto não deve criar preconceito na nossa mente e no nosso coração contra o modo de Deus, por ser o modo do Reino. As democracias fracassaram tanto quanto os reinos políticos dos homens. Tanto as democracias como os reinos humanos ainda restantes se debatem hoje numa agonia mortal. Os reis da cristandade nunca regeram “pela graça de Deus”, conforme afirmavam. Aqueles reinos, iguais a todos os outros reinos deste mundo, foram apenas reinos humanos, estabelecidos por homens. Jeová Deus não usará a nenhum destes reinos no seu modo de salvar a raça humana. Portanto, o modo do Reino de Deus não será um modo impopular e antiquado.
14. (a) Qual é, então, o reino que Deus usará para salvar a nossa raça? (b) Quando e por que diminuiu a pregação deste reino, e por que deve ser pregado agora?
14 Qual é, então, o reino que Deus usará para salvar a raça humana? É o reino proclamado por Jesus Cristo em toda a terra da Palestina, há dezenove séculos atrás, quando dizia: “O reino dos céus se tem aproximado.” (Mat. 4:17, 23; 10:7) Isto é o mesmo que dizer: “O reino de Deus se tem aproximado.” (Mar. 1:14, 15) O estabelecimento da cristandade, nos dias do imperador romano Constantino, no quarto século E. C., fez que praticamente não se ouvisse mais nada da pregação deste reino de Deus, visto que os clérigos religiosos aclamavam os reinos humanos da cristandade como sendo membros constituintes do reino de Deus. Mas o pregador Jesus Cristo disse que as boas novas do verdadeiro reino de Deus seriam pregadas em todo o mundo até o fim do atual sistema de coisas. Na sua notável profecia a respeito do sinal que precederia ao fim deste angustioso sistema de coisas, ele disse: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mat. 24:14) Hoje é evidente que o fim está próximo. Fiel à profecia, ouvimos o Reino ser pregado!
15. (a) Quando Jesus estava na terra a sua pregação da proximidade do reino de Deus salientou que particularidade importante a respeito deste? (b) O que se pode dizer sobre a perda da esperança de um reino mediante Cristo, quando ele foi executado numa estaca?
15 Ter Jesus Cristo pregado: “O reino de Deus se tem aproximado”, já há tanto tempo quanto no primeiro século E. C., salienta uma particularidade importante deste reino que não se origina dos homens na terra. Qual? Que Jesus Cristo, que então estava próximo, na terra, é o designado por Deus para reinar neste reino de Deus amplamente pregado. Mas não se perdeu toda a esperança do reino de Deus mediante Jesus Cristo quando ele morreu? Não foi ele morto por ter pregado o reino de Deus, dizendo os que clamavam pela execução dele como sedicioso: “Achamos este homem subvertendo a nossa nação e proibindo o pagamento de impostos a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, um rei”? (Luc. 23:1, 2) Não, não se perdeu a esperança do reino de Deus mediante Jesus Cristo, como Rei designado, quando ele foi executado injustamente numa estaca, fora de Jerusalém. Por que não? Porque no terceiro dia de sua morte, Jeová Deus, que nunca pode ser frustrado, ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos para a vida espiritual nos céus, revestindo-o de imortalidade, como recompensa. Ele provou a sua ressurreição pelas suas diversas aparições aos seus discípulos.
16. Que motivos há para Jesus Cristo, como regente, ser chamado de “rei”?
16 No entanto, por que se deve chamar Jesus Cristo de “rei” e seu governo de “reino”? Atualmente, os reis humanos são principalmente apenas chefes representativos e servem como símbolo da nação, ao passo que o verdadeiro trabalho de administrar o governo é executado por um primeiro-ministro e as leis são criadas por um parlamento ou legislativo. Contudo, no passado da história humana houve reis que regeram como “monarcas absolutos”, como governo de um só homem. E Jesus Cristo é corretamente classificado como rei, por ser descendente e herdeiro legal dum rei terrestre. Naturalmente, era filho de alguém maior do que o Rei Davi, pois, Jeová Deus declarou audivelmente, aos ouvidos de homens, que Jesus era seu Filho. Como tal, era Filho do Rei celestial, pois Jeová Deus se classificou como Rei do seu povo escolhido na terra. (1 Sam. 8:7; 12:12) E quanto a ser o Deus Altíssimo monarca absoluto, a profecia de Isaías, capítulo trinta e três, versículos vinte e dois, diz: “Jeová é o nosso Juiz, Jeová é o nosso Legislador, Jeová é o nosso Rei; ele mesmo nos salvará.” Mas aquele que Jeová Deus prometera suscitar a Davi como Herdeiro Permanente dele no reino era Jesus Cristo.
17. (a) Por causa do sincero cuidado de Davi para com o lugar de adoração de Deus, que arranjo foi feito com ele? (b) O que se exigiria de seu Herdeiro Permanente e que título receberia este?
17 Por causa do sincero desejo do Rei Davi de construir um grandioso templo em Jerusalém, para a adoração do Deus Altíssimo, Jeová fez uma promessa solene ou um pacto com ele quanto a um reino eterno. Disse a Davi, por meio de seu profeta Natã: “Tua casa e teu reino hão de ficar firmes por tempo indefinido diante de ti; teu próprio trono ficará firmemente estabelecido por tempo indefinido.” (2 Sam. 7:1-17) O filho de Davi, Salomão, morreu, e assim também seus sucessores no trono de Jerusalém, nenhum deles mostrando ser herdeiro permanente de Davi, para perpetuar o reino de Davi para sempre. Exigia um descendente imorredouro de Davi para se tornar seu Herdeiro Permanente no reino, para cumprir o pacto do reino que Deus fez com Davi. Sendo sucessor do Rei Davi, este Herdeiro Permanente teria o título de “rei”.
18, 19. (a) A quem selecionou Jeová para ser a mãe do Herdeiro Permanente de Davi, e como lhe foi transmitido o direito legal ao reino? (b) Por que foi Gabriel enviado à futura mãe, e o que lhe disse ele?
18 Quando Jeová Deus, há quase dois mil anos atrás, selecionou uma moça virgem para se tornar mãe humana de seu Filho celestial, selecionou uma virgem da família real de Davi. Naquele tempo, ela era noiva dum homem que também era da família real de Davi, e que podia agir como pai de criação para o filho dela, de nascimento virgem, adotando-o como primogênito e transmitindo-lhe assim o direito legal ao reino de Davi. (Luc. 3:23-31; Mat. 1:1-18) Antes de Maria e José se uniram como esposa e marido, Deus enviou seu anjo Gabriel à virgem Maria para explicar-lhe o assunto e obter seu consentimento para que o Deus Todo-poderoso a fizesse grávida por meio de seu espírito ou sua força ativa invisível. Na explicação, Gabriel disse a Maria:
19 “Conceberás na tua madre e darás à luz um filho, e deves dar-lhe o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” — Luc. 1:26-38; Mat. 1:18, 19; Rom. 1:3, 4.
NASCIMENTO DUM SALVADOR
20, 21. (a) Onde havia de nascer o Herdeiro Permanente de Davi, e como se realizou isso? (b) Por que foi enviado um anjo aos pastores em Belém, e o que lhes disse?
20 Esta declaração feita a Maria era uma garantia de que este Jesus seria o Herdeiro Permanente do Rei Davi, em cumprimento do pacto do reino que Deus fez com Davi. Por conseguinte, o Filho celestial de Deus teve a sua vida transferida por meio do espírito de Deus para o ventre da virgem Maria, a fim de nascer na linhagem real de Davi. Em cumprimento da profecia de Deus em Miquéias 5:2, Maria e José se mudaram de volta para Belém, na província romana da Judéia, lugar onde nasceu o próprio Davi. Davi havia sido pastor em Belém, e ainda havia ali pastores, quando Maria deu à luz o seu Filho primogênito milagroso. Este evento era de importância para toda a raça humana. Por isso merecia ser confirmado por testemunhas oculares, por membros de nossa raça. Assim, na noite em que Jesus nasceu na cidade natal de Davi, Deus enviou seu anjo para anunciar aos pastores nos campos de Belém o nascimento humano de seu Filho. O anjo glorioso acalmou os temores dos pastores surpresos, dizendo:
21 “Não temais, pois, eis que vos declaro boas novas duma grande alegria que todo o povo terá, porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo, o Senhor. E este é um sinal para vós: achareis uma criança enfaixada e deitada numa manjedoura.” — Luc. 2:1-12.
22. (a) Em que sentido seria o menino recém-nascido o “Cristo”, de quem seria Senhor e para a alegria de quantos? (b) O que disse o exército de anjos naquela ocasião?
22 Temos nisso a declaração do propósito divino: Este recém-nascido Jesus havia de tornar-se o Messias ou Cristo, o Ungido para ser rei, assim como seu antepassado Davi havia sido ungido para ser rei sobre o povo escolhido de Deus. Além disso, havia de ser um rei maior do que Davi havia sido, pois tornar-se-ia “Senhor” de Davi, em cumprimento do profético Salmo 110:1, 2. Havia de ser também “Salvador”, e se isto não havia de significar que seria Salvador de nossa raça humana, então por que teria “todo o povo” uma “grande alegria” por causa das boas novas de seu nascimento? Já tinha havido “grande alegria” em todos os santos céus por causa deste nascimento milagroso de importância universal. Em evidência disso, lemos num documento escrito por um homem que vivia nos dias em que Jesus estava na terra, nas seguintes palavras: “E repentinamente houve com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e dizendo: ‘Glória a Deus nas maiores alturas, e na terra paz entre homens de boa vontade.’” — Luc. 2:13, 14.
23, 24. (a) Entre quem, na terra, se havia de iniciar então aquela “grande alegria”? (b) Como chegaram estes a ter tal “grande alegria”?
23 Havia chegado o tempo para começar na terra “grande alegria”, por causa das boas novas, entre homens para com os quais Jeová Deus tinha boa vontade. O anjo glorioso lhes havia falado das “boas novas duma grande alegria”, e eles tinham de verificar então a base histórica para estas boas novas, por irem e se tornarem testemunhas oculares deste nascimento numa manjedoura, em Belém, cidade de Davi. O anjo lhes deu o “sinal” para distinguir este menino recém-nascido dos outros meninos que talvez tivessem nascido naquela noite dentro ou fora de Belém. Desejavam eles “não se envolver”, ou desejavam verificar o “sinal” e se tornar testemunhas oculares, responsáveis, deste nascimento mais importante que já houve na terra? A narrativa do investigador sincero nos diz a resposta:
24 “Assim, quando os anjos se afastaram deles para o céu, os pastores começaram a dizer uns aos outros: ‘Vamos de todos os modos até Belém e vejamos esta coisa que ocorreu, que Jeová nos fez saber.’ E foram apressadamente e acharam Maria, bem como José, e a criança deitada na manjedoura. Quando a viram, fizeram saber a declaração que se lhes fizera a respeito desta criancinha. E todos os que ouviram isso maravilhavam-se com as coisas que os pastores lhes contavam; Maria, porém, começou a preservar todas essas declarações, tirando conclusões no seu coração. Os pastores voltaram então, glorificando e louvando a Deus por todas as coisas que ouviram e viram, exatamente como se lhes dissera.” — Luc. 2:15-20.
25. (a) Que coisas se conjugaram, assim, para mostrar que aquele não era um nascimento comum, segundo argumentam os clérigos hodiernos? (b) Como nos podemos hoje juntar àqueles pastores, ou iguais a quem daquele tempo podemos ser?
25 Se tivesse sido um nascimento comum dum menino concebido por uma mulher que primeiro teve relações sexuais com seu marido, teria sido esta uma ocasião para Deus, os anjos e homens tementes a Deus fazerem tanto caso disso? Devemo-nos juntar aos muitos clérigos da cristandade, hoje em dia, que disputam o “sinal” que os pastores confirmaram ser veraz, e que dizem que o nascimento virgem teria sido impossível quanto a Jesus? Devemos juntar-nos aos pastores que foram testemunhas oculares e sentir “grande alegria”, em vista do “sinal” confirmado, glorificando e louvando a Deus, bem como falando a outros sobre isso, ou devemos ser como o Rei Herodes, o Grande, que então reinava em Jerusalém? Cerca de dois anos depois, quando ele soube do nascimento de Jesus, temeu pelo seu próprio reino e procurou matar a Jesus. Só conseguiu mandar matar os meninos de dois anos ou menos de idade em Belém. Mas o menino Jesus escapou, e o Rei Herodes foi frustrado nos seus próprios esforços de frustrar o modo de Deus de salvar a raça humana mediante Cristo, o Senhor. — Mat. 2:1-23.
26. Participa a cristandade nesta “grande alegria” por ocasião do Natal, e que fatores básicos a respeito do “Natal” precisam ser considerados?
26 Certamente se devia hoje comparar a cristandade àqueles pastores de Belém, não se devia? Não mostra o quase um bilhão de membros de suas igrejas “grande alegria”, glorificando e louvando a Deus cada ano por celebrarem o Natal? A História responde que aqueles pastores de Belém não celebravam nenhum Natal cada ano depois de terem visitado o menino Jesus na manjedoura. Maria não celebrava um Natal depois disso, no aniversário de ela o dar à luz neste mundo. Tampouco os apóstolos e outros discípulos de Jesus celebravam anualmente o Natal, dando-lhe muitos presentes e banqueteando-o no seu aniversário natalício. Ora, a Bíblia Sagrada, que nos fala de seu nascimento milagroso e que foi completada cerca de cem anos após o nascimento dele, nem nos fornece a data de seu nascimento, para podermos celebrar aquele dia. A Bíblia nem mesmo contém o nome Natal. É um nome criado pela cristandade após o estabelecimento dela no quarto século e esta festa é celebrada numa data fictícia, sendo que os católicos romanos e os protestantes a celebram numa data, e os gregos ortodoxos em outra.
27. Como se pode julgar se a cristandade tem hoje realmente “grande alegria” por causa do nascimento de Jesus naquele tempo, e que relação com este assunto tem Eclesiastes 7:1, 8?
27 O que tem dado a cristandade a “todo o povo” para fazê-lo ter “grande alegria” por causa do nascimento virgem de Jesus Cristo? Está ela cheia de “grande alegria” por causa daquilo que Jesus Cristo é hoje, e, por isso, está cheia de “grande alegria’’ por ele ter nascido há tanto tempo? Terem hoje certas pessoas “grande alegria” por Jesus Cristo ter nascido há muito tempo em Belém significa que têm “grande alegria” por causa daquilo que ele é hoje, em resultado daquele nascimento. Conforme diz a Bíblia Sagrada: “Um nome é melhor do que bom óleo, e o dia da morte é melhor do que o dia em que se nasce. Melhor é o fim posterior dum assunto do que o seu princípio.” (Ecl. 7:1, 8) Jesus Cristo, como pessoa, está em situação muito melhor do que quando era menino recém-nascido, há dezenove séculos.
28. (a) Como recompensou Deus a Jesus Cristo pela sua fidelidade até à morte de mártir? (b) Que perguntas pertinentes se suscitam, portanto, com respeito à cristandade neste sentido?
28 Como recompensa pela sua fidelidade aos interesses do reino de Deus, mesmo até à morte de mártir em Jerusalém, Jesus Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, por Jeová Deus, à vida imortal no céu. Deus “lhe deu bondosamente o nome que está acima de todo outro nome, a fim de que, no nome de Jesus, se dobre todo joelho dos no céu, e dos na terra, e dos debaixo do chão, e toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai”. (Fil. 2:5-11) Mas que dizer da cristandade, que celebra o Natal? Dobra ela o joelho no nome de Jesus, para mostrar submissão a Deus como Altíssimo? Visto que a cristandade celebra um dia de aniversário natalício, reconhece ela abertamente, com a sua língua, que Jesus Cristo é seu Senhor para a glória de Deus, o Pai de Cristo? A história do século vinte responde que não!
29. Por que responde a história do século vinte com um não a estas perguntas?
29 Até o dia de hoje, a cristandade não renunciou à sua alegação de ser o reino de Cristo. Quem é que reina e rege nela? Não Jesus Cristo, mas seus reis, presidentes e governadores políticos, que procedem de alguma dinastia humana ou criada pelos homens, ou que foram eleitos para o cargo pelo povo comum, ou que se apoderaram do poder por algum golpe militar ou político. Os governantes políticos da cristandade não cedem a sua soberania a Jesus Cristo, como Senhor, embora suas línguas talvez o chamem de “Senhor”. Quanto ao povo, este demanda o governo das nações para si mesmo, o povo, e não para qualquer rei. Quer com respeito aos seus governantes políticos, quer com respeito aos seus povos, a cristandade não reconhece a Jesus Cristo no seu cargo oficial que hoje ocupa como Rei reinante.
[Foto na página 236]
Deus não usará reinos humanos para salvar a raça humana; tais reinos serão arrasados pelo reino de Deus, que regerá a terra para sempre.