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Como escaparemos?A Sentinela — 1981 | 1.° de julho
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Como escaparemos?
“Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:36.
1. Por que é sempre emocionante a menção dum escape, e como se pode ilustrar isso?
ESCAPAR! Esta sempre é uma palavra emocionante. Não recorremos a ela a menos que haja um perigo real e a necessidade de ação urgente. Por exemplo, após uma reunião cristã no Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, na nossa localidade, talvez, por algum motivo, nos apressemos para voltar para casa. Mas não dizemos que tivemos de escapar, a menos que tenhamos visto repentinamente uma nuvem de fumaça. Ou tome outra ilustração: Vemos um prédio de apartamentos em chamas e corremos para lá. Numa janela, lá em cima, há uma mulher aterrorizada com uma criança nos braços! Ela se encontra muito para cima para poder pular, e seria muito arriscado deixar a criança cair. Qual é a esperança dela? Os bombeiros terão de chegar às vítimas por meio duma escada, ou então usar prontamente a escada de incêndio.
2. Que fatores estão, envolvidos num escape?
2 Na realidade, há sempre mais de um aspecto numa história de escape. Existem os seguintes fatores principais: (1) um lugar ou uma situação ameaçadora, da qual temos de fugir com um senso de urgência; (2) a necessidade dum lugar de refúgio ao qual podemos dirigir-nos em busca de proteção e segurança; e (3) a necessidade de acatar as instruções de alguém que vê nossos apuros, pode prover um lugar de segurança e está disposto a ajudar-nos a chegar ali. Tal pessoa é da máxima importância.
“PROVEDOR DE ESCAPE”
3. (a) De que nos pode lembrar o cabeçalho do Salmo 18? (b) Que fatores são enfatizados no Salmo 18:1-6?
3 Jeová Deus não tem igual como Provedor de escape. Veja o Salmo 18 e note que o cabeçalho diz que foi composto por Davi “no dia em que Jeová o livrara da palma da mão de todos os seus inimigos e da mão de Saul”. A mera menção do primeiro rei humano de Israel, Saul, talvez nos faça lembrar de quantas vezes Davi deve ter achado que encarava a morte. Ora, o rei tentara três vezes espetar Davi com a lança contra a parede! (1 Sam. 18:11; 19:10) Depois, por vários anos, Davi teve de fugir, sendo implacavelmente caçado por Saul. (1 Sam. 26:20) Com isso em mente, podemos bem imaginar quão profundo era o sentimento com que Davi proferiu as palavras iniciais do Salmo 18, onde lemos: “Terei afeição por ti, ó Jeová, minha força. Jeová é meu rochedo, e minha fortaleza, e Aquele que me põe a salvo. Meu Deus é minha rocha. Nele me refugiarei, meu escudo e meu chifre de salvação, minha altura protetora. Invocarei Aquele que deve ser louvado, Jeová, e serei salvo dos meus inimigos. Cercaram-me as cordas da morte; também me apavoravam enxurradas de homens imprestáveis. . . . Na minha aflição eu invocava a Jeová e clamava ao meu Deus por ajuda. Desde o seu templo passou a ouvir a minha voz, e chegou então aos seus ouvidos meu próprio clamor por ajuda perante ele.” — Vv. Sal. 18:1-6.
4. Que título grandioso é atribuído a Jeová, e como confirma o Salmo 18 a propriedade dele?
4 Que título grandioso e consolador é assim atribuído a Jeová: ‘Aquele que põe a salvo’ ou “Provedor de escape”. Será que Jeová Deus mostrou ser isso? Sim, porque depois de descrever atos poderosos de Jeová, Davi passou a dizer: “Livrava-me do meu forte inimigo e dos que me odiavam; porque eram mais fortes do que eu. Confrontavam-me no dia do meu desastre, mas Jeová veio a ser um esteio para mim. E ele passou a levar-me para fora a um lugar espaçoso; socorria-me porque se agradara de mim.” — Sal. 18:17-19.
5, 6. (A) Como ajuda o Salmo 37 ao povo de Jeová a ter confiança nele como “Provedor de escape”? (b) Como é salientado no Salmo 70 o senso de urgência?
5 Davi adotou muitas vezes este mesmo tema nos Salmos. Em quatro dos Salmos ele chama a Jeová de ‘Aquele que põe a salvo’ ou “Provedor de escape”. (Sal. 18:2; 40:17; 70:5; 144:2) Quando nós, como Testemunhas de Jeová, falamos a outros sobre as excelentes qualidades e os propósitos de Jeová, citamos muitas vezes partes do Salmo 37. Mas, note agora a sua grandiosa conclusão: “A salvação dos justos vem de Jeová; ele é o seu baluarte no tempo da aflição. E Jeová os ajudará e os porá a salvo. Ele os porá a salvo dos iníquos e os salvará, porque se refugiaram nele.” (Vv. Sal. 37:39, 40) Quanto estas palavras devem induzir o povo de Jeová a ter confiança nele!
6 O Salmo 70 transmite vividamente um senso de urgência. Foi quando Davi sentiu uma desesperada necessidade que ele rogou: “Ó Deus, para livrar-me, ó Jeová, para vir em meu auxílio age deveras depressa. . . Estou atribulado e sou pobre. Ó Deus, age deveras depressa por mim. Tu és minha ajuda e Aquele que me põe a salvo. Ó Jeová, não te atrases.” — Sal. 70:1, 5
7. Com que atitude podemos apropriadamente orar a Jeová quando temos necessidade urgente de ajuda?
7 Já se sentiu alguma vez assim? É tanto consolador como fortalece a fé saber que nós, como servos de Jeová, podemos confiar em que ele ‘agirá depressa’ em nosso favor. Ele conhece nossas necessidades e sabe como supri-las. Nosso amoroso Pai celestial é deveras “Provedor de escape” exatamente quando precisamos disso. As vezes, iguais a Davi, damo-nos conta de que nossas próprias falhas nos levaram a uma situação ruim. Mas, assim como Davi, podemos dirigir-nos a Jeová com sinceridade, talvez com “espírito quebrantado”, confiantes em que Ele ouvirá a nossa oração e responderá a ela. Podemos rogar, assim como fez Davi: “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e põe dentro de mim um espírito novo, firme.” — Sal. 51:10, 17.
8. Que papel desempenha Jesus Cristo em recebermos “ajuda no tempo certo”?
8 Outro fator a ter em mente é que nosso Deus proveu um Sumo Sacerdote que se pode “compadecer das nossas fraquezas” e por meio de quem podemos aproximar-nos “do trono de benignidade imerecida, para obtermos misericórdia e acharmos benignidade imerecida para ajuda no tempo certo”. Somos deveras gratos por este compassivo Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, o qual, sob a direção do Pai, pode ‘emancipar-nos’ ou prover-nos um meio de escape da servidão espiritual. — Heb. 2:15; 4:15, 16.
9. (a) Quando foi a única vez que Jesus falou sobre “escapar”? (b) Que duas coisas precisam ser observadas quando se quer escapar?
9 Segundo os registros evangélicos, Jesus Cristo, o Davi Maior, mencionou apenas uma vez “escapar”. Considerando a “terminação do sistema de coisas”, ele exortou seus discípulos: “Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” (Luc. 21:36; Mat. 24:3) Todavia, antes de examinarmos esta passagem em pormenores, repassaremos certos relatos emocionantes de escapes registrados nas Escrituras Hebraicas, observando algumas das lições importantes que devemos aprender e aplicar a nós mesmos. Quando estamos em perigo, invariavelmente há medidas essenciais a tomar e certas coisas a evitar, para conseguirmos escapar. Veremos isso ao considerarmos incidentes históricos.
ESCAPE DO DILÚVIO
10, 11. De que dependia o escape de Noé e sua família, mas quando se torna impossível o escape?
10 O primeiro relato a ser considerado certamente é emocionante, porque envolve a destruição global dos iníquos. Podia haver escape para alguém? Lembre-se de que Jeová disse a Noé: “Quanto a mim, eis que estou trazendo o dilúvio de águas sobre a terra, para arruinar debaixo dos céus toda a carne em que a força da vida está ativa. Tudo o que há na terra expirará.” (Gên. 6:17) Todavia, Jeová já havia fornecido a Noé instruções detalhadas para a construção duma arca. Após o aviso sobre um dilúvio global, Deus deu a Noé instruções sobre o que este e sua família tinham de fazer, a fim de que, junto com certas outras criaturas viventes, pudessem ser preservados vivos e escapar de serem tragados por aquele dilúvio destrutivo.
11 De que dependia o escape? Isto foi claramente mostrado nas seguintes palavras: “E Noé passou a fazer segundo tudo o que Deus lhe mandara. Fez exatamente assim.” (Gên. 6:22) Quando Deus dá ordens ou instruções explícitas, requer-se obediência explícita. Caso se desconsidere alguma instrução ou aviso, torna-se impossível escapar. O resultado torna-se então similar ao que aconteceu aos demais da família humana, nos dias de Noé. Jesus disse a respeito da atitude deles e as conseqüências disso: “Não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos.” (Mat. 24:39) Para tais era impossível escapar, porque não admitiam a situação ameaçadora e não prestavam atenção às instruções sobre o escape dadas pelo “Provedor de escape” por meio de Noé.
12. De acordo com 1 Pedro 3:20, como e que as “oito, almas” escaparam nos dias de Noé?
12 Neste relato, mais um ponto é especialmente digno de nota. Como é que escaparam essas “oito almas”? Veja bem a resposta do apóstolo Pedro. Elas “foram levadas a salvo através da água”. (1 Ped. 3:20) Ficaram ‘bem no meio das coisas’ e não foram aliviadas por serem retiradas da terra, por exemplo, por meio duma viagem à lua. Conforme veremos, algo similar pode dar-se com os que hoje servem a Jeová.
LÓ ESCAPA DE SODOMA
13. Como aconteceu que Ló passou a morar em Sodoma?
13 A seguir, consideremos como Ló escapou de Sodoma. Lembre-se do fundo histórico. Por causa da insuficiência de pastagens para todos os seus animais, Abraão deu a Ló a oportunidade de decidir para onde queria ir. “Ló escolheu então para si todo o Distrito do Jordão, e Ló mudou seu acampamento para o leste. . . . Por fim armou a sua tenda perto de Sodoma. E os homens de Sodoma eram maus e eram grandes pecadores contra Jeová.” Ló certamente deve ter sabido da má reputação dos habitantes de Sodoma. Mas, havia naquele distrito o potencial de prosperidade material, pois “era uma região bem regada, . . . semelhante ao jardim de Jeová”. — Gên. 13:5-13.
14. Quando se deu um aviso urgente, qual foi a reação: (a) dos genros de Ló: (b) do próprio Ló, em dois casos? (c) da esposa de Ló?
14 No tempo devido, dois anjos, materializados como homens, vieram a Sodoma e falaram a Ló sobre a decisão de Jeová, de “arruinar a cidade”. Ló avisou imediatamente seus prospectivos genros. Mas, reconheciam estes a situação ameaçadora e a necessidade duma fuga urgente, que é um dos principais fatores dum escape bem-sucedido? Não, “mas ele [Ló] parecia aos olhos de seus genros como quem estava brincando”. (Gên. 19:12-14) De madrugada, “os anjos ficaram insistentes com Ló”, para que agisse imediatamente. Qual foi a reação dele? ‘Demorava-se.’ Mas, “então, na compaixão de Jeová para com ele”, os anjos conduziram rapidamente Ló, a esposa dele e suas duas filhas para fora da cidade. Foram então incentivados com as palavras: “Escapa-te, por tua alma! Não olhes para trás. . . . Escapa para a região montanhosa, para que não sejas arrasado!” Novamente, qual foi a reação de Ló? “Ló disse-lhes então: ‘Não isso, por favor, Jeová! . . . Ora, por favor, esta cidade está perto para se fugir para lá, e é uma coisa pequena. Por favor, posso escapar-me para lá — não é uma coisa pequena? — e minha alma viverá.’” Jeová, na sua compaixão misericordiosa, concedeu a Ló o seu pedido e este escapou para a cidade de Zoar. Mas, que dizer da esposa de Ló? Ela deliberadamente desconsiderou instruções específicas. “A esposa dele começou a olhar em volta, por detrás dele, e ela se tornou uma coluna de sal.” — Gên. 19:15-26.
15. (a) Foi por conta própria que Ló escapou da destruição? (b) O escape de Ló pode suscitar que perguntas pessoais?
15 O que aprendemos de tudo isso? Foi inteiramente pelo próprio esforço de Ló que ele conseguiu escapar? Não, porque as implorações por misericórdia, feitas por Abraão, também desempenharam um papel. (Gên. 18:20-33) Por conseguinte, “quando Deus arruinou as cidades do Distrito, Deus lembrou-se de Abraão, tomando medidas para mandar Ló para fora da demolição”. (Gên. 19:29) Além disso, Deus livrou Ló, porque este, como “justo”, discordava completamente da conduta iníqua dos “que desafiavam a lei”, entre os quais havia morado. (2 Ped. 2:7) No entanto, Ló não estava com pressa de sair de Sodoma, onde ele tinha certos interesses. Teve de ser exortado e até mesmo tomado pela mão. (Gên. 19:16) Pensando em como Ló escapou, podemos muito bem perguntar a nós mesmos: Discordamos realmente das pessoas ímpias, que desafiam a lei? E a fim de escapar, estamos dispostos a dar ênfase maior aos interesses espirituais do que às supostas vantagens materiais? — Mat. 6:33.
16. Que contraste nas reações houve entre Ló e Abraão?
16 Em contraste com a relutância de Ló, de fugir depressa, considere o que aconteceu quando “Deus pôs Abraão à prova” e disse-lhe que devia apresentar seu amado filho Isaque como oferta queimada. É verdade que não estava envolvido o elemento de escape. Mas, como reagiu Abraão? Hesitou? Ou rogou ele para que houvesse uma oferta alternativa? Não! “Abraão levantou-se . . . de manhã cedo” e iniciou imediatamente a viagem de três dias, acompanhado por Isaque. Chegou ao ponto de tomar “o cutelo para matar seu filho”, quando Deus interveio para que Isaque fosse poupado com vida. — Gên. 22:1-14.
17. (a) Quando refletimos no assunto que acabamos de considerar, que lição devemos tomar a peito? (b) Que palavras de Jesus ajudam a nós, seus seguidores, a avaliar nossa situação com respeito ao atual sistema de coisas?
17 Esta é uma lição que podemos tomar a peito. Não adotemos um proceder justo apenas de modo passivo, contentando-nos com evitar a própria conduta má. Nunca devemos hesitar para ver quão perto podemos chegar a este sistema iníquo de coisas, ficando nas boas graças dele e tentando aproveitar dele todas as vantagens materiais e toda a diversão que podemos. Que os seguidores de Jesus não deviam ser mundanos na sua atitude tornou-se evidente quando Cristo disse em oração a Deus: “Tenho-lhes dado a tua palavra, mas o mundo os tem odiado, porque não fazem parte do mundo, assim como eu não faço parte do mundo.” — João 17:14.
COMO SER BEM SUCEDIDO EM ESCAPAR
18. Como relacionou Jesus os relatos sobre Noé e sobre Ló, e aplica-se isso a nós, hoje?
18 Em certa ocasião, Jesus relacionou intimamente os relatos sobre Noé e sobre Ló, dizendo que eram proféticos dos vindouros “dias do Filho do homem”. Embora tivessem cumprimento na geração dos dias de Jesus, têm um cumprimento maior nos nossos dias, neste “tempo do fim”. (Luc. 17:26-33; Dan. 12:1-4) “Nos dias de Ló”, segundo o relato bíblico, as pessoas não somente comiam e bebiam, como nos dias de Noé, mas também compravam, vendiam, plantavam e construíam. Quão semelhante à atualidade, quando é tão fácil ficar totalmente absorto nos assuntos cotidianos da vida! De fato, as pressões adversas resultantes de coisas tais como a inflação e o nacionalismo, junto com os engodos para cada um “fazer o que bem entende” e progredir no mundo, são maiores do que nunca.
19. Na sua grande profecia, na terra, que desenvolvimento apresentou Jesus quanto a uma situação ameaçadora, acompanhando isso de que exortação?
19 Considere agora a grande profecia de Jesus, que descreve o desenvolvimento das coisas que aconteceriam em nossos dias, resultando numa situação muito ameaçadora e perigosa, da qual seria imperioso escapar. Ele disse que haveria “angústia de nações, . . . os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”. Isto culminaria na “grande tribulação”, em que seriam eliminados ‘os céus e a terra’ de Satanás. (Luc. 21:10-33; Mat. 24:21; 2 Ped. 3:7) Daí fez a exortação oportuna: “Mas, prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:34-36.
20. (a) Com é que Noé sempre “andou com o verdadeiro Deus”? (b) De maneira similar, o que devemos cuidar de fazer?
20 Então, como escaparemos? Não por sermos retirados do cenário de ação. Antes, precisamos imitar o exemplo de Noé, que foi cuidadosamente obediente em construir a arca, e, depois, em entrar nesta provisão divina junto com sua família. Durante aqueles anos difíceis, ele manteve uma condição aprovada perante Jeová. “Noé andou com o verdadeiro Deus.” (Gên. 6:9) Nós, iguais a Noé, precisamos admitir que há uma situação ameaçadora da qual temos de fugir com um senso de urgência. Também, iguais àquele homem de fé, devemos ter o cuidado de obedecer ao “Provedor de escape”, acatando as instruções divinas nestes tempos perigosos. Por um lado, temos de evitar entregar-nos à satisfação excessiva de nossos apetites ou ficar sobrecarregados com as ansiedades da vida diária, o que poderia resultar numa atitude sonolenta e indolente Assim sairíamos perdendo ao chegar aquele dia como um laço repentino. Por outro lado, temos de estar sempre atentos e espiritualmente despertos, dirigindo-nos a Deus em oração com fervorosos rogos. Não deve haver dúvida na nossa mente quanto a do lado de quem estamos — do lado do reino de Deus sob o seu Rei, Cristo Jesus. — Mat. 6:31-34.
21. Como somos incentivados a manter sempre uma posição aprovada?
21 É imperioso que procuremos manter uma posição aprovada perante o Filho do homem, Jesus Cristo, durante todos esses tempos críticos. Isso pode ser provador, mas não será mais difícil do que aquilo que podemos suportar, se nos mantivermos despertos e obedientes. O apóstolo Paulo assegura-nos: “Deus é fiel, e ele não deixará que sejais tentados além daquilo que podeis agüentar, mas, junto com a tentação, ele proverá também a saída, [não necessariamente para fugir da situação, mas,] a fim de que a possais agüentar.” De modo que precisamos cultivar a perseverança, para podermos vencer as tentações e as provações, a fim de “ficar em pé”, fiéis, no ‘fim destes sistemas de coisas’. — 1 Cor. 10:11-13; Mat. 24:3.
22. Onde devemos buscar orientação, a fim de podermos escapar, e por quê?
22 No entanto, há mais envolvido na resposta à pergunta: Como escaparemos? Para onde fugiremos? Há mais envolvido, e neste respeito, examinemos adicionalmente a Palavra de nosso Deus, Jeová, que conhece as nossas necessidades e cuidará de nós, ao passo que humildemente buscarmos a sua orientação — 1 Ped. 5:6, 7.
[Foto na página 18]
Noé e sua família acataram o aviso de Deus.
[Foto na página 20]
Acatamento do aviso angélico nos dias de Ló.
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Fuja para o Reino de Deus!A Sentinela — 1981 | 1.° de julho
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Fuja para o Reino de Deus!
1. Na carta de Paulo aos hebreus, o que se pode notar a respeito de escapar?
O APÓSTOLO Paulo, na sua carta aos hebreus, disse algumas coisas impor tentes a respeito de escapar. Abrangeu dois aspectos: coisas a serem observadas e coisas a serem evitadas. Apoiando seu argumento, freqüentemente cita as Escrituras Hebraicas, que os seus leitores daquele tempo — os judeus que se haviam tornado cristãos — conheciam muito bem.
2. Que comparação fez Paulo do Filho de Deus com os anjos, levando a que conclusão”
2 No primeiro capítulo de Hebreus, Paulo salientou a posição superior do Filho de Deus sobre os anjos. Daí, o apóstolo disse: “É por isso que é necessário prestarmos [nós, cristãos,] mais do que a costumeira atenção às coisas ouvidas por nós, para que nunca nos desviemos. Pois, se a palavra falada por intermédio de anjos mostrou-se firme, . . . como escaparemos nós, se tivermos negligenciado uma salvação de tal magnitude, sendo que começou a ser anunciada por intermédio do nosso Senhor [Jesus Cristo] . . .?” — Heb. 2:1-4.
3. (a) A esperança de salvação por meio de Cristo Jesus é melhor do que outra esperança, e em que sentido? (b) O que está conjugado com esta “melhor esperança”? (c) Que necessidade há, não importa se a nossa esperança é celestial ou terrena?
3 A esperança de salvação, dada por intermédio de Jesus Cristo, é muito melhor e maior do que a que foi oferecida por meio da Lei, “transmitida por intermédio de anjos”, no monte Sinai. (Gál. 3:19) É melhor porque se baseia num “pacto . . . melhor, que foi estabelecido legalmente em promessas melhores”, num sacrifício muito melhor (feito “uma vez para sempre”, provendo uma “melhor esperança”) e num sacerdócio superior, similar ao de Melquisedeque. (Heb. 7:15-25; 8:6; 9:23-28) Todavia, conjugada com esta “melhor esperança”, há uma responsabilidade maior. Por isso, é preciso prestar muita atenção e ser cuidadoso para evitar qualquer negligência, “para que nunca nos desviemos”. E embora a referência feita aqui seja à salvação celestial, responsabilidades similares recaem sobre aqueles que têm a esperança da salvação terrena, sob o reino de Deus.
4. O que significa desviar-se à deriva, e como pode isso aplicar-se aos cristãos?
4 Quanto esforço requer para alguém se desviar à deriva? Nenhum. Se estivermos num rio, quer num barco, quer na água, simplesmente somos levados rio abaixo pela corrente. O mesmo se dá na vida real. Se nós, cristãos, começarmos a ficar à deriva, então acompanharemos quaisquer influências que por acaso venham em nossa direção, quer venham de fora, quer de nossas tendências íntimas, herdadas. Começaremos a perder o apreço pelos valores espirituais. Isto se pode desenvolver gradualmente e é algo contra que devemos prevenir-nos. Senão, deixaremos de nos ‘apegar firmemente à verdadeira vida’ e correremos o perigo de perder totalmente a vida. (1 Tim. 6:19) Conforme Paulo salientou, como poderíamos escapar das derradeiras conseqüências desastrosas, se não controlarmos tal atitude e proceder negligentes?
5. A que perigosa condição de coração nos alertam as palavras adicionais de Paulo aos cristãos Hebreus?
5 Pelas palavras adicionais do apóstolo dirigidas aos cristãos hebreus, somos alertados a um proceder ainda mais perigoso. Ele escreveu: “Acautelei-vos, irmãos, para que nunca se desenvolva em nenhum de
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