Capítulo 13
Revelados outros mistérios relativos ao Messias
1, 2. Como tem sido definida a palavra “mistério”? (b) Que propósito em conexão com o Cristo tornou Deus para nós um segredo revelado?
MISTÉRIO tem sido definido como “qualquer verdade desconhecida exceto por revelação de Deus”. É um “segredo sagrado”, revelado por Deus no seu próprio tempo devido. (Romanos 16:25, 26) Durante longos períodos, foi mistério ou segredo sagrado exatamente quem seria o Messias, o “descendente” da “mulher” celestial de Deus. Também o propósito de Deus relacionado com o Messias ou Cristo foi por muito tempo mistério ou segredo sagrado. Mas no seu tempo designado, Deus revelou ou não manteve mais secreto que tinha o propósito de usar o Messias ou Cristo em conexão com uma administração de todas as coisas, assim como na administração duma casa por um mordomo. Tal administração em prol de união significava que Deus concentraria todas as coisas no Messias (Cristo) ou ajuntaria novamente todas as coisas sob a chefia do Messias ou Cristo. Revelar isto foi uma bondade de Deus, qual Administrador, assim como lemos:
2 “Esta ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e bom senso, por nos fazer saber o segredo sagrado de sua vontade. É segundo o seu beneplácito, que ele se propôs em si mesmo, para uma administração [mordomia] no pleno limite dos tempos designados, a saber, ajuntar novamente todas as coisas no Cristo [Mashíahh], as coisas nos céus e as coisas na terra. Sim, nele, em união com quem [nós, discípulos de Cristo] também somos designados herdeiros, visto que fomos predeterminados segundo o propósito [em grego: próthesis] daquele que opera todas as coisas segundo o modo aconselhado por sua vontade, a fim de que servíssemos para o louvor da sua glória, nós os que temos sido os primeiros a esperar no Cristo.” — Efésios 1:8-12.
3. O que significava a promessa de Deus, de um “novo pacto” para o antigo pacto da Lei mosaica e seu propósito?
3 Foi em harmonia com este propósito de Deus que o Messias Jesus começou a lançar o alicerce duma congregação, da qual seria o cabeça divinamente designado. Os membros individuais desta congregação, debaixo de Cristo, não foram pessoalmente predeterminados ou predestinados, apenas o número dos membros e suas caraterísticas cristãs foram predeterminados. Assim como ele mostrou pelos seus ensinos, Jesus sabia que a profecia de Jeremias 31:31-34 predisse que Jeová Deus faria um “novo pacto” com Seu povo. Por conseguinte, o antigo pacto da Lei, mediado por Moisés para os judeus naturais, chegaria ao fim. Conforme diz Hebreus 8:13: “Ao dizer ‘um novo pacto’, [Deus]tornou obsoleto o anterior. Ora, aquilo que se torna obsoleto e fica velho está prestes a desaparecer.” No tempo da carreira pública de Jesus, aquele pacto da Lei de Moisés tinha mais de 1.540 anos de existência. E depois de todo este tempo, havia fracassado em produzir “um reino de sacerdotes e uma nação santa”. (Êxodo 19:6) Mesmo até o dia de hoje, dezenove séculos depois, os judeus naturais que afirmam ainda estar sob o pacto da Lei mosaica deixaram de fornecer a Deus “um reino de sacerdotes e uma nação santa”, tendo desaparecido até mesmo seu sacerdócio arônico, desde 70 E. C.
4. O que se pode dizer sobre o alicerce da congregação cristã, e quando foi fundada?
4 Jesus lembrava-se de que a nação de Israel se fundava em doze patriarcas, os doze filhos de Jacó. (Gênesis 49:28) Por isso, Jesus escolheu dentre seus discípulos doze homens que chamou de “apóstolos” (enviados) e que haviam de ser alicerces secundários sobre ele, o alicerce principal da congregação. (Marcos 3:14; Lucas 6:13; Efésios 2:20) Referindo-se a si mesmo como rocha de alicerce, ele disse aos ouvidos dos doze apóstolos: “Sobre esta rocha construirei a minha congregação, e os portões do Hades não a vencerão.” (Mateus 16:18) No entanto, até o dia de sua morte, Jesus ainda reconhecia a nação de Israel como sendo a congregação de Deus, pregando nas suas sinagogas e ensinando no seu templo em Jerusalém. Foi somente a partir do qüinquagésimo dia desde o dia de sua ressurreição dentre os mortos que se formou a congregação, da qual ele era cabeça e alicerce principal. Em que base se pode dizer isso? Na seguinte base sólida:
5. O que foi derramado naquele dia festivo das Semanas, sobre quem e qual foi a explicação de Pedro sobre como foi derramado?
5 No dia festivo de Savuote ou Pentecostes, e em cumprimento da profecia de Joel 2:28, 29, foi derramado o espírito santo de Deus. Sobre quem? Sobre a nação de Israel que celebrava sua festividade das Semanas (Savuote) ali em Jerusalém? Não; mas sobre os cerca de cento e vinte discípulos fiéis de Jesus Cristo, congregados num sobrado em Jerusalém. Em prova visível e audível disso, “línguas, como que de fogo”, pairavam sobre a cabeça deles e começaram a falar em línguas diferentes de seu idioma nativo. O apóstolo Pedro explicou aos milhares de judeus espantados, reunidos, que estava ocorrendo o cumprimento de Joel 2:28, 29, sobre o derramamento do espírito de Deus, e depois acrescentou:
“A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que todos nós somos testemunhas. Portanto, visto que ele foi enaltecido à direita de Deus e recebeu do Pai o prometido espírito santo, derramou isto que vedes e ouvis. Realmente, Davi não ascendeu aos céus, mas ele mesmo diz: ‘Jeová disse a meu Senhor: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.”’ Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor como Cristo [Mashíahh], a este Jesus, a quem pendurastes numa estaca.” — Atos 2:1-36.
6. (a) O que significava o derramamento do espírito por Jesus quanto aos seus discípulos? (b) O que significava isso para a nação de Israel e seu pacto da Lei?
6 Assim, por derramar espírito santo de Deus sobre seus discípulos fiéis, Jesus os ungia com espírito santo e edificava sua congregação. O que significava isso então para a nação de Israel, que havia pendurado na estaca o Messias ou Cristo? Significava que ela não era mais a congregação de Jeová Deus. Significava que seu antigo pacto da Lei havia desaparecido. Havia sido cancelado, sendo que o próprio Deus como que o pregou na estaca em que Jesus Cristo foi pendurado qual maldição para a nação de Israel, no dia da Páscoa. (Colossenses 2:13, 14; Gálatas 3:13) Por aceitarem este Filho de Deus como seu Messias sacrificado, os judeus nascidos sob aquele pacto da Lei podiam sair de sua maldição e receber a bênção de Jeová Deus. — Atos 3:25, 26.
7. O que mediou Jesus então por meio de seu sangue e em que condição deixou isso a nação de Israel segundo a carne?
7 Além disso, quando Jesus Cristo apresentou ao seu Pai celestial o mérito ou valor de seu sangue vital humano, ele validou um novo pacto, o pacto prometido em Jeremias 31:31-34. Assim como Moisés havia mediado o antigo pacto da Lei com sangue de meros sacrifícios animais, assim mediava Jesus Cristo então, na presença de Deus, o novo pacto com seu próprio sangue sacrificial. Neste respeito, também, era Profeta semelhante a Moisés. (Deuteronômio 18:15-18) Portanto, um novo pacto havia substituído o antigo pacto da Lei, e a nação de Israel segundo a carne não estava neste novo pacto. Por conseguinte, a nação não era mais a congregação de Jeová Deus, não era mais o “Israel de Deus”. Portanto, todos os Judeus naturais, nascidos desde o cancelamento do pacto da Lei, nunca estiveram sob aquele pacto antigo, embora seus rabinos digam que estão.
8. Que espécie de Israel veio à existência naquele dia de Pentecostes e como mostrou Pedro o contraste entre este e o Israel natural?
8 Com aquele dia de Pentecostes de 33 E. C. veio à existência um “Israel de Deus”, espiritual, edificado sobre o Messias Jesus como a rocha de alicerce. “Pois” conforme diz Gálatas 6:15, 16, “nem a circuncisão é alguma coisa nem a incircuncisão, mas sim uma nova criação. E todos os que andarem ordeiramente segundo esta regra de conduta, sobre estes haja paz e misericórdia, sim, sobre o Israel de Deus”. Mostrando o contraste entre estes e a nação que rejeitou o Messias Jesus, o apóstolo Pedro escreveu a discípulos do Messias: “Mas vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” — 1 Pedro 2:8, 9.
9. Que ceia nova instituiu Jesus para seus discípulos e sobre que pacto falou ele?
9 Não estando sob o antigo pacto da Lei mosaica, este espiritual “Israel de Deus” não celebra a Páscoa anual. Ao terminar a última Páscoa que Jesus celebrou com seus apóstolas em Jerusalém, Jesus tomou um pão não levedado e um copo de vinho, iniciando uma nova ceia anual para seus seguidores, em comemoração de sua própria morte qual Cordeiro de Deus e Mediador do novo pacto. Depois de proferir uma bênção sobre o copo de vinho, ele disse aos seus apóstolos fiéis: “Bebei dele, todos vós, pois isto significa meu ‘sangue do pacto’, que há de ser derramado em benefício de muitos, para o perdão de pecados.” (Mateus 26:27, 28, compare isso com Êxodo 24:8.) Mas de que pacto estava Jesus falando? A narrativa de Lucas a respeito das palavras de Jesus nos informa qual, dizendo: “Este copo significa o novo pacto em virtude do meu sangue, que há de ser derramado em vosso benefício.” — Lucas 22:20; 1 Coríntios 11:20-26.
10. Como se comparava este pacto com o mediado por Moisés, e por que não foram aceitos neste novo pacto certos judeus naturais circuncisos?
10 Era o “novo pacto” predito em Jeremias 31:31-34 que o sangue de Jesus havia de validar, para produzir o perdão de Deus, dos pecados daqueles incluídos no novo pacto. Jesus validou este novo pacto ao apresentar o valor ou mérito de seu sangue a Jeová Deus, depois de sua ascensão ao céu. Em virtude disso, ele se tornou o Mediador do novo pacto, que é um pacto melhor do que o mediado por Moisés, no monte Sinai, em 1513 A. E. C. (Hebreus 8:6-13; 9:15-20; 12:24; 13:20; 1 Timóteo 2:5, 6) Infelizmente, os judeus naturais, circuncisos, que se negaram a aceitar Jesus como o Messias, não foram incluídos no novo pacto e por isso não se tornaram parte do “Israel de Deus”, espiritual.
11. Na nova ceia, o que disse Jesus aos seus apóstolos a respeito dum reino, e que êxito garantia isso ao novo pacto?
11 Depois que Jesus fez seus apóstolos beber o copo de vinho, que representava seu sangue a ser aplicado ao novo pacto, ele prosseguiu a falar com eles, dizendo: “Vós sois os que ficastes comigo nas minhas provações e eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas 22:28-30) Isto era uma garantia de que o novo pacto, validado pelo sangue de Jesus, seria bem sucedido em produzir um “reino de sacerdotes e uma nação santa”. Os membros fiéis do espiritual “Israel de Deus”, que são incluídos no novo pacto, participarão com Jesus Cristo no reino celestial, que há de governar mais do que apenas o território terrestre do Rei Davi. Eles servirão também como subsacerdotes do Senhor Jesus Cristo, o qual foi feito “sacerdote por tempo indefinido à maneira de Melquisedeque”. — Salmo 110:4.
REVELADO O MISTÉRIO RELACIONADO COM O “DESCENDENTE” DE ABRAÃO
12. Em Pentecostes de 33 E. C., que mistério foi revelado a respeito do “descendente” de Abraão e que espécie de “descendente” seria?
12 Desde a promessa pactuada de Deus feita ao patriarca Abraão, lá em 1943 A. E. C., existiu o mistério: Quem constituiria o prometido “descendente” de Abraão para a bênção de todas as famílias do solo? (Gênesis 12:1-3) No dia de Pentecostes de 33 E. C. revelou-se este mistério. O “descendente” havia de ser constituído por mais do que apenas o Messias Jesus, naturalmente, porque Deus havia prometido a Abraão que sua descendência se tornaria assim como as estrelas dos céus e os grãos de areia à beira do mar. O Israel natural, circunciso, tornou-se assim, mas o verdadeiro descendente de Abraão não havia de ser constituído pelo Israel natural, segundo a carne, mas pelo Israel espiritual, gerado pelo espírito de Deus para se tornar filhos espirituais de Deus com vistas a uma herança celestial. Deus é o Abraão Maior, nome que significa “Pai Duma Multidão”.
13. Em Pentecostes, a quem se concedeu a oportunidade de tornar-se parte do “descendente” espiritual de Abraão, e por quanto tempo se lhes ofereceu exclusivamente esta oportunidade? Por que?
13 No entanto, o povo do Israel natural recebeu a primeira oportunidade para se tornar membros do “descendente” espiritual de Abraão. No dia de Pentecostes de 33 E. C., foram judeus naturais, circuncisos, descendentes naturais de Abraão, que foram gerados pelo espírito santo de Deus como Seus filhos e incluídos no novo pacto. Com isso, Jeová Deus tornou-se o Abraão Maior para este “descendente” espiritual. Embora a nação de Israel participasse no decepamento do Messias na morte, na metade da ‘septuagésima semana de anos’ (de 29 a 36 E. C.), contudo, Jeová Deus continuou a mostrar-lhes favor durante a segunda metade desta septuagésima semana de anos, em consideração para com o seu pacto com Abraão, cujos descendentes carnais eram a nação de Israel. (Daniel 9:24-27) Por isso, a oportunidade de se tornarem o “descendente” espiritual de Abraão continuou a ser oferecida primeiro a eles, até o fim da septuagésima semana.
14. Como salientou Pedro, no templo de Jerusalém, esta provisão bondosa para a descendência natural de Abraão?
14 Alguns dias depois de Pentecostes, o apóstolo Pedro salientou esta provisão bondosa de Deus, ao falar a uma multidão de judeus no templo de Jerusalém: “E, de fato, todos os profetas, de Samuel em diante e os em sucessão, tantos quantos falaram, declararam também distintamente estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus celebrou com os vossos antepassados, dizendo a Abraão: ‘E em teu descendente serão abençoadas todas as famílias da terra.’ Deus, depois de suscitar o seu Servo, enviou-o primeiro a vós, para vos abençoar, por desviar a cada um de vós das vossas ações iníquas.” — Atos 3:24-26.
15. Então, a quem se concedeu primeiro a bênção do “descendente” de Abraão e como foram os abençoados libertos da escravidão?
15 Alguns anos depois, um anterior fariseu, que costumava ser muito zeloso nas tradições judaicas, escreveu as seguintes palavras:
“Cristo [Mashíahh] nos livrou da maldição da Lei por meio duma compra, por se tornar maldição em nosso lugar, porque esta escrito: ‘Maldito é todo aquele pendurado num madeiro.’ O propósito foi que a bênção de Abraão, por meio de Jesus Cristo, fosse para as nações, a fim de que recebêssemos o espírito prometido, por intermédio da nossa fé.”
“Mas quando chegou o pleno limite do tempo, Deus enviou o seu Filho, que veio a proceder duma mulher e que veio a estar debaixo de lei, para livrar por meio duma compra os debaixo de lei, para que nós, da nossa parte, recebêssemos a adoção como filhos. Ora, visto que sois filhos, Deus enviou o espírito do seu Filho aos nossos corações, e ele clama: ‘Aba, Pai!’ De modo que não és mais escravo, mas filho, e se filho também herdeiro por intermédio de Deus.” — Gálatas 3:13, 14; 4:4-7.
16. Baseia-se ser alguém membro do “descendente” espiritual de Abraão em alguma relação carnal ou em quê?
16 Explicando que alguém ser membro do “descendente de Abraão” não se baseia numa relação carnal com Abraão, mas no exercício duma fé tal como Abraão tinha, o escritor mencionado, o apóstolo Paulo, disse: “Certamente sabeis que os que aderem a fé é que são filhos de Abraão. Ora, a Escritura, vendo de antemão que Deus declararia justas a pessoas das nações devido à fé, declarou de antemão as boas novas a Abraão, a saber: ‘Por meio de ti serão abençoadas todas as nações.’ Todos vós sois, de fato, filhos de Deus, por intermédio da vossa fé em Cristo Jesus. Pois todos vós os que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Não há nem judeu nem grego, não há nem escravo nem homem livre, não há nem macho nem fêmea; pois todos vós sois um só em união com Cristo Jesus. Além disso, se pertenceis a Cristo, sois realmente descendente de Abraão, herdeiros com referência a uma promessa.” — Gálatas 3:7, 8, 26-29; Gênesis 12:3.
UM MISTÉRIO REVELADO GERAÇÕES MAIS TARDE
17. Quantos judeus tiveram fé semelhante à de Abraão e aproveitaram-se da ‘septuagésima semana de anos’ do favor divino para com eles?
17 Nem todos os descendentes carnais de Abraão tinham a fé que ele tinha e que resultou em ele ser chamado justo e “amigo” de Deus, mesmo antes de ser circuncidado na carne. (Gênesis 15:6; Romanos 4:9-12; Tiago 2:21-23) Portanto, não foram muitos dos judeus naturais que se aproveitaram da ‘septuagésima semana de anos’, durante a qual o pacto abraâmico foi ‘mantido em vigor’ a favor dos descendentes carnais de Abraão Isaque e Jacó. (Daniel 9:27) Apenas um pequeno restante fez isso. O último algarismo referente àqueles judeus em Jerusalém, que aceitaram o Messias Jesus antes do fim da ‘septuagésima semana de anos’ em 36 E. C., foi dado como sendo de cerca de cinco mil. — Atos 4:4.
18. Quantos Israelitas espirituais se propôs Deus ter, e, assim que perguntas surgiram no fim da ‘septuagésima semana’?
18 Deus havia predeterminado um número muito maior do que este para seu “reino de sacerdotes e uma nação santa”, a ser produzido pelo novo pacto. O número exato que se propôs ter ele só revelou depois da destruição de Jerusalém em 70 E. C. e perto do fim do primeiro século. Daí, revelou ao idoso apóstolo João, sobrevivente, o número escolhido, proposto, de israelitas espirituais como sendo de 144.000. (Revelação 7:4-8; 14:1-3) Quando a ‘septuagésima semana’ terminou no outono setentrional de 36 E. C., o número dos judeus que haviam aceito Jesus como o Messias e que haviam sido batizados com espírito santo evidentemente era bem menor do que 144.000. E daí? Havia fracassado o propósito de Deus? Ou que passo surpreendente daria então para não deixar fracassar seu “propósito eterno” em Cristo?
19. Que revelação fez Deus então a respeito do corpo de crentes batizados sob o Messias Jesus qual Cabeça?
19 Até o outono de 36 E. C., a congregação dos seguidores batizados do Messias Jesus compunha-se exclusivamente de judeus naturais, de samaritanos cincuncisos e de outros que se haviam tornado prosélitos cincuncisos da crença judaica. (Atos 2:10; 8:1 até 9:30; 11:19) Os demais da humanidade eram incrédulos, “sem Cristo, apartados do estado de Israel e estranhos aos pactos da promessa”, ‘sem esperança’ e “sem Deus no mundo”. (Efésios 2:11, 12) Então veio a revelação: O corpo de crentes, sob o Messias Jesus qual sua Cabeça, não seria mais exclusivamente de pessoas tiradas da raça judaica e de prosélitos judaicos. Daí em diante, seriam aceitos no corpo dos messianistas crentes incircuncisos, pessoas tão incircuncisas como Abraão quando Deus o chamou e depois fez um pacto com ele, justificando-o para a amizade com Deus por causa da fé. Assim, estes não-judeus aceitos também tinham fé.
20. (a) Portanto o que não se interpunha mais como barreira entre judeu e não-judeu? (b) Por isso, a quem deu Deus então atenção favorável?
20 No meio da ‘septuagésima semana’, em 33 E. C., Deus havia abolido o pacto da Lei mosaica e havia inaugurado o “novo pacto” melhor com o Israel espiritual. De modo que o antigo pacto da Lei não devia mais ser barreira entre judeu e gentio. Assim, avançando por uma vereda limpa, conforme declarado em Efésios 2:13-18, Jeová Deus voltou sua atenção favorável para as nações gentias, incircuncisas, “a fim de tirar delas um povo para o seu nome”. — Atos 15:14; Amós 9:11, 12, Versão dos Setenta grega.
21. A quem enviou Deus então o seu anjo e o que fez este?
21 No fim da setuagésima semana de anos, a quem enviou Jeová Deus o seu anjo? A um gentio incircunciso na capital do governador romano da província da Judéia. Este homem gentio era Cornélio, centurião do destacamento italiano, mas “homem devoto e que temia a Deus, junto com toda a sua família, e ele fazia muitas dádivas de misericórdia ao povo e fazia continuamente súplica a Deus”. Ordenou-se a Cornélio que enviasse alguém ao sul, à cidade litorânea de Jope, para trazer de lá a Simão Pedro. Simão Pedro acompanhou os três homens que foram enviados para trazê-lo, tendo sido instruído a acompanhá-los e a ‘parar de chamar de aviltadas as coisas que Deus purificou’.
22. O que pregou Pedro no lar gentio a respeito do ajuntamento e o que disse sobre o perdão de pecados?
22 Assim, reprimindo o preconceito que tinha contra entrar no lar dum gentio, Simão Pedro entrou no lar de Cornélio, em Cesaréia. Ao ser convidado, pregou a este gentio e aos que tinha ajuntado na sua casa para ouvirem o apóstolo Pedro. Pedro pregou-lhes sobre o Messias que Deus havia enviado a Israel. “Também” prosseguiu Pedro, “ele nos ordenou que pregássemos ao povo e que déssemos um testemunho cabal de que Este é o decretado por Deus para ser juiz dos vivos e dos mortos. Dele é que todos os profetas dão testemunho, de que todo aquele que deposita fé nele recebe perdão de pecados por intermédio de seu nome”. — Atos 10:1-43; 11:4-14.
23. Em vista de que milagre mandou Pedro que seus ouvintes fossem batizados, e em nome de quem?
23 Estas palavras bastavam a Cornélio e aos que escutavam com ele. Também, Deus viu o coração deles e tomou ação. Lemos:
“Enquanto Pedro ainda falava sobre estes assuntos, caiu o espírito santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que tinham vindo com Pedro [seis crentes judeus, circuncisos], que eram dos circuncisos, ficaram pasmados, porque a dádiva gratuita do espírito santo estava sendo derramada também sobre pessoas das nações. Pois, ouviam-nos falar em línguas e [magnificar] a Deus. Pedro respondeu então: ‘Pode alguém proibir a água, de modo que estes não sejam batizados, sendo que receberam o espírito santo assim como nós?’ Com isso mandou que fossem batizados no nome de Jesus Cristo. Solicitaram-lhe então, que permanecesse alguns dias.” — Atos 10:44-48; 11:1-17.
24. O que fizeram em resposta os judeus em Jerusalém, ao ouvirem a explicação de Pedro?
24 Voltando mais tarde a Jerusalém, Pedro explicou ali aos crentes judaicos circuncisos seu proceder, dizendo: “Se Deus, portanto, deu a mesma dádiva gratuita a eles como também dera a nós, os que temos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para poder obstar a Deus?” Nós, hoje, devemos ser como aqueles lá atrás, que ouviram a explicação de Pedro: “Ora, quando ouviram estas coisas, assentiram, e glorificaram a Deus, dizendo: ‘Pois bem, Deus tem concedido também a pessoas das nações o arrependimento com a vida por objetivo.’” — Atos 11:17, 18.
25. A que ordem do ressuscitado Jesus obedeceram então os judeus circuncisos?
25 A partir de então, os apóstolos e concrentes judaicos não se restringiram apenas a judeus e prosélitos, mas fizeram o que o ressuscitado Jesus lhes mandou fazer: “Ide, portanto, e fazei discípulos” — de quem? — “de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando” as a observar todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas”. — Mateus 28:19, 20.
26. Especialmente que apóstolo escreveu a respeito do mistério de Deus com referência a gentios crentes?
26 Antes da conversão de Cornélio ao discipulado do Messias Saulo de Tarso que havia sido consciencioso perseguidor dos crentes messiânicos de seu próprio povo judaico, ficou também convertido. Prontamente começou a pregar a outros judeus circuncisos, mostrando-lhes nas inspiradas Escrituras Hebraicas que este Jesus, filho de Davi, era o predito Messias ou Cristo. Com o decorrer do tempo, recebeu a condição de apóstolo e foi chamado Paulo, e foi tornado especialmente “apóstolo para as nações”. Foi especialmente ele quem escreveu sobre quão maravilhoso era o mistério ou “segredo sagrado” que Deus revelou ali em 36 E. C., por Ele admitir gentios crentes no corpo dos discípulos de Cristo quais membros do “descendente de Abraão”. — Romanos 11:13.
27. Que grandioso “segredo sagrado” dava Paulo a conhecer entre as nações gentias?
27 Por exemplo, Paulo escreveu a respeito do aspecto há muito tempo secreto da congregação messiânica: “Tornei-me ministro desta congregação de acordo com a mordomia que me foi dada da parte de Deus, no vosso interesse, para pregar plenamente a palavra de Deus, o segredo sagrado [ou mistério] que estava escondido dos sistemas passados de coisas e das gerações passadas. Mas agora tem sido manifesto aos seus santos, a quem Deus se agradou de dar a saber quais são as riquezas gloriosas deste segredo sagrado entre as nações. É Cristo em união convosco, a esperança da sua glória.” (Colossenses 1:25-27) Que grandioso “segredo sagrado” a ser revelado depois de períodos tão longos de tempo, de que os crentes dentre as nações gentias recebiam a “esperança” celestial de serem glorificados com o Messias, Cristo! Era deveras honra e privilégio ser ministro duma congregação com tal esperança!
28, 29. (a) Esta consideração amorosa para com os crentes gentios estava incluída no propósito de Deus relacionado com quem? (b) Expressando gratidão por sua parte neste respeito, o que escreveu Paulo a respeito do “propósito eterno” de Deus?
28 Pensar-se que toda esta consideração amorosa está dentro do propósito sublime que Deus formou em conexão com seu Messias, de modo a fazer os crentes gentios parte do “descendente” espiritual de Abraão para abençoar toda a humanidade! Quão admirável é que o Deus amoroso se apegou a esta particularidade generosa de sua vontade, porque faz parte de seu “propósito eterno”! Expressando apreço de sua própria parte dada por Deus neste respeito, Paulo disse:
29 “A mim, um homem menor que o mínimo de todos os santos, foi dada esta benignidade imerecida para que eu declarasse às nações as boas novas acerca das riquezas insondáveis do Cristo, e para que eu fizesse os homens ver como se administra o segredo sagrado que desde o passado indefinido tem estado escondido em Deus, que criou todas as coisas. Isto se deu com o fim de que, por intermédio da congregação, se desse agora a conhecer aos governos e às autoridades nos lugares celestiais a grandemente diversificada sabedoria de Deus, segundo o propósito [em grego: próthesis] eterno que ele formou em conexão com o Cristo, Jesus, nosso Senhor.” — Efésios 3:8-11.
30. (a) Segundo o Seu “propósito eterno”, como passou Deus a manifestar sua “grandemente diversificada sabedoria”? (b) Por que somos altamente favorecidos de vivermos neste tempo?
30 De modo que Deus agiu de tal maneira com o seu “segredo sagrado”, que, “segundo o propósito eterno que ele formou em conexão com o Cristo”, se manifestasse agora, neste tempo, aos governos e às autoridades nos lugares celestiais, “a grandemente diversificada sabedoria de Deus” por produzir a congregação cristã como exemplo dela. Não somos altamente favorecidos de viver neste tempo do entendimento do “segredo sagrado” de Deus, segundo o seu “propósito eterno”? Paulo disse:
“Em outras gerações, este segredo não foi dado a conhecer aos filhos dos homens assim como agora tem sido revelado aos seus santos apóstolos e profetas, por espírito, a saber, que os das nações haviam de ser co-herdeiros e membros associados do corpo, e co-participantes conosco da promessa, em união com Cristo Jesus, por intermédio das boas novas.” — Efésios 3:5, 6.
31, 32. (a) Nos tempos pré-cristãos, quem estava interessado em entender estas coisas? (b) Portanto, de quem será composto o “corpo” de Cristo?
31 Antigos profetas pré-cristãos, sim, até mesmo anjos, estavam interessados em saber exatamente como este “segredo sagrado” seria administrado por Jeová Deus.
“Acerca desta mesma salvação fizeram diligente indagação e cuidadosa pesquisa os profetas que profetizaram a respeito da benignidade imerecida que vos era destinada. Eles investigaram que época específica ou que sorte de época o espírito neles indicava a respeito de Cristo, quando de antemão dava testemunho dos sofrimentos por [destinados reservados a] Cristo e das glórias que os seguiriam. Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós que ministravam as coisas que agora vos foram anunciadas por intermédio dos que vos declararam as boas novas com espírito santo enviado desde o céu. Nestas coisas é que os anjos estão desejosos de olhar de perto.” — 1 Pedro 1:1-12, NM; Matos Soares.
32 Assim, no tempo devido de Deus, revelou-se que o pleno rol de membros do “corpo” de Cristo incluiria tanto gentios como judeus. O “propósito eterno” de Deus, conforme primeiro formado no jardim do Éden, tomou em conta esta congregação, que tem o Messias por Cabeça. Nela foram unificados os judeus com os gentios.