Seja corajoso e forte mediante a fé
“Sê corajoso e mui forte para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei . . . a fim de que possas agir sabiamente.” — Jos. 1:7.
1. Como se provou Judas ser um traidor agente do Diabo, e o que indica que êle planejou tudo cuidadosamente?
ERA 14 de nisan de 33 E. C., noite de páscoa. Havia traição no ar de Jerusalém naquela hora da noite. O traidor tinha os seus planos bem traçados. Nada tinha sido desconsiderado. Sim, havia lua cheia, mas, pensou o traidor, podia estar nublado ou, no jardim de bonitas oliveiras, o Mestre podia estar sentado nas sombras de suas folhas. Por isso, precisará haver tochas e lampiões para clarear a subida do Monte das Oliveiras, onde era certeza encontrar-se o Mestre. Judas, o traidor, tendo “recebido a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas”. Como agente do Diabo, Judas finalmente confirmou ser o discípulo desleal de Cristo Jesus, pois era o líder da turba que logo se apoderaria do Filho de Deus. Ele “conhecia aquele lugar, porque Jesus ali estivera muitas vezes com seus discípulos”. — João 18:2, 3, ALA.
2. (a) Por que a traição não foi surpresa para Jesus? (b) Como demonstrou ele coragem na presença deles?
2 Não foi um ataque de surpresa para Jesus. Ele sabia que seria traído naquela mesma noite e que, naquela mesma páscoa, morreria numa estaca de tortura. “Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.” (João 13:1, ALA) Chegara a hora; e, ouvindo as passadas de muitos pés, vendo as luzes aproximarem-se e “sabendo, pois, Jesus todas as cousas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então Jesus lhes disse: Sou eu:” (João 18:4, 5, ALA) Para ele dizer isto precisava ter coragem! Sabia que significava a sua morte.
3. (a) Enquanto estava com os seus discípulos num cenáculo em Jerusalém, como demonstrou Jesus não desconhecer o que lhe aguardava? (b) Como foi demonstrada coragem da parte de Jesus na sua oração em Getsêmane?
3 Poucas horas antes, num “espaçoso cenáculo”, na cidade de Jerusalém, Jesus tinha apresentado algo novo aos seus onze discípulos fiéis. Judas nem soube disto. Ele não estava lá, quando Jesus “tomou um pão, deu graças, partiu-o e lhos deu, dizendo: ‘Isto significa meu corpo que há de ser dado em vosso favor. Continuai a fazer isto em memória de mim.’ Também o cálice, da mesma forma, depois de terem tomado a refeição noturna, dizendo ele: ‘Este cálice significa o novo pacto em virtude de meu sangue, que será derramado em vosso favor.’” (Luc. 22:19, 20) Jesus sabia que tinha que morrer para cumprir a vontade de seu Pai. No jardim de Getsêmane, Jesus orou ao Pai com tamanha devoção e fervor que “o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra”. Orou ele: “Não se faça a minha vontade, e, sim, a tua.” (Luc. 22:42, 44, ALA) Precisou de coragem para orar assim.
4. Contraste a coragem de Jesus com a bravura de Pedro.
4 Jesus tinha forças íntimas, cheio de confiança em Jeová Deus, seu Pai, saiu para a luz clara da lua cheia, das tochas acesas e das lanternas, enfrentando os homens com suas armas, espadas, cacetes e paus. Quando Jesus se lhes identificou, eles “recuaram e caíram por terra. Jesus de novo lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A Jesus, o Nazareno. Então lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu”. (João 18:4-8, ALA) Ele não temia os homens. Esperava em Jeová! Jesus era calmo, mas corajoso. Entretanto, Pedro, o impetuoso, era quem demonstraria bravura momentânea. O historiador, Marcos, nos diz que o traidor, Judas, “logo que chegou, aproximando-se [de Jesus], disse-lhe: Mestre. E o beijou. Então lhe deitaram as mãos e o prenderam. Nisto um dos circunstantes, sacando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha.” (Mar. 14:45-47, ALA) O servo chamava-se Malco. Jesus, porém, disse a Pedro: “Mete a espada na bainha; não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu? Assim a escolta, o comandante e os guardas dos judeus prenderam a Jesus, manietaram-no, e o conduziram primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano.” — João 18:10-13, ALA.
5. Mesmo sob grande tribulação da parte do inimigo, que proceder rejeitou Jesus, e como expôs ele o método de operação deles?
5 Jesus não demonstrou a sua coragem por lutar com armas carnais, nem queria que os seus discípulos demonstrassem a deles deste modo. De modo que tocou a orelha do homem que Pedro ferira e curou-a. Calmo e corajoso, Jesus, falando “aos principais sacerdotes, capitães do templo e anciãos que vieram prendê-lo, disse: Saístes com espadas e cacetes como para deter um salteador? Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas”. (Luc. 22:52, 53, ALA) Satanás, o inimigo de Jeová Deus e do Filho de Deus, não se apoderou de Jesus à luz do dia, enquanto ele pregava no templo. Ele fez que os executores covardes de sua manobra porca operassem furtivamente à noite. ‘Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas.” (1 João 2:9, ALA) Quão veraz foi a declaração de Jesus: “Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas”! Exigiu coragem para não reagir.
6, 7. (a) Em quem confiava Jesus quando foi julgado, e por quê? (b) Por outro lado, qual foi a reação dos discípulos de Jesus por ocasião de sua prisão?
6 Enquanto se discutia, os discípulos de Jesus foram-se afastando para trás e, “deixando-o, todos fugiram”. (Mar. 14:50, ALA) Porém, enquanto levavam Jesus e o trouxeram à casa do sumo sacerdote, Pedro os seguia a certa distância. “Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. Sendo este discípulo conhecido do sumo sacerdote, entrou para o pátio deste com Jesus. Pedro, porém, ficou de fora, junto à porta. Saindo, pois, o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, falou com a encarregada da porta e levou a Pedro para dentro.” (João 18:15, 16, ALA) Mas, tiveram estes dois discípulos coragem suficiente para permanecer do lado de Jesus naquele momento? Tinham eles a fé e a força necessárias para permanecer sozinhos como Jesus estava sozinho perante os líderes religiosos judeus e, mais tarde, perante os dominadores romanos? Eles seriam provados desta maneira. Jesus estava sob a maior prova de sua coragem. Ele estava plenamente ciente da luta que se travava entre ele e Satanás. Jesus confiava em Jeová! Estava estabelecendo o exemplo correto para todos os que amam a vida seguirem. Podia dizer: “Sê corajoso e fortifique-se o teu coração. Sim, espera em Jeová.” — Sal. 27:14.
7 Antes disto, naquela mesma noite de 14 de nisan, Jesus tinha dito aos seus onze discípulos fiéis: “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio.” Depois dirigiu as suas palavras a Pedro e disse: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça: tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” “Então Pedro respondeu e disse: “Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão, como para a morte. Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro, que hoje três vezes negarás que me conheces, antes que o galo cante.” (Luc. 22:28-34, ALA) Jesus sabia que Satanás tentaria peneirar todos os cristãos como trigo, e, portanto, todos precisavam de mais fé. Precisavam de um ajudador, o espírito santo de Deus, que Jesus lhes prometeu. Disse ele: “Digo-vos a verdade: É para vosso benefício que eu parto. Pois se eu não partir, o ajudador não virá para vós de forma alguma; mas se eu seguir meu caminho, eu vo-lo enviarei. E quando esse chegar, ele dará ao mundo evidência convincente a respeito do pecado, e a respeito da justiça, e a respeito do juízo.” — João 16:7, 8.
UMA AJUDA PARA A CORAGEM
8. Que ajuda para a coragem foi provida em Pentecostes, em cumprimento de que profecia, e com que resultado?
8 Este ajudador veio mais tarde, em Pentecostes, quando os fiéis seguidores de Jesus Cristo receberam o derramamento do espírito santo e este espírito santo de Deus os moveu a falar em muitas línguas “acerca das coisas magníficas de Deus”. (Atos 2:11) Pedro disse que isto também se dera em cumprimento da profecia de Joel. “‘E nos últimos dias’, diz Deus, ‘derramarei algo do meu espírito sobre toda espécie de carne’”, filhos, filhas, jovens e velhos bem como escravos. E acrescentou acentuadamente: “A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que somos todos testemunhas. Por conseguinte, porque ele foi exaltado à destra de Deus e recebeu do Pai o espírito santo prometido, ele tem derramado isto o que vedes e ouvis.” (Atos 2:17, 32, 33) Naquele dia festivo de Pentecostes “foram adicionadas cerca de três mil almas” à congregação cristã. Pessoas viram e ouviram o poder do ajudador, no dia de Pentecostes, e pessoas vêem os efeitos dele sobre as testemunhas de Jeová até hoje.
9. Como a experiência de Pedro na noite da prisão de Jesus demonstrou que ele precisava de ajuda divina?
9 Pedro e os outros discípulos não tiveram este ajudador ou dom do espírito santo na ocasião em que Jesus foi preso, e manietado e levado a presença do sumo sacerdote. De modo que Pedro foi visto de fora, pensando no que aconteceria a Jesus. Quando “a criada, encarregada da porta, perguntou a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem?” ele respondeu: “Não sou.” (João 18:17, ALA) Lucas nos descreve o quadro comovedor de Pedro negar publicamente que era galileu como Jesus. Pedro disse a um outro inquiridor: “Homem, não compreendo o que dizes.” Nesse momento, “estando ele ainda a falar, cantou o galo. Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Então Pedro, saindo dali, chorou amargamente”. (Luc. 22:60-62, ALA) Pedro precisava das ajudas divinas, fé, espírito santo e associação com seus irmãos cristãos. Jesus, por outro lado, demonstrava grande fé no seu Pai celestial. Ele não tinha ajuda material. Tudo o que podia e queria fazer era esperar em Jeová! Assim, era corajoso.
10. Em que respeito preparou Jesus os seus discípulos para as provações com as quais se defrontariam, e por que foi necessário que Jesus morresse?
10 Se bem que Jesus tinha falado claramente aos seus discípulos referente a estas coisas e lhes tinha avisado o que reservava o futuro para os cristãos que não transigissem. Dissera ele: “Tenho-vos dito estas cousas para que não vos escandalizeis: Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim. Ora, estas cousas vos tenho dito para que, quando a hora chegar, vos recordeis de que eu vo-las disse. Não vo-las disse desde o princípio, porque eu estava convosco. Mas agora vou para junto daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?” (João 16:1-5, ALA) Jesus, homem perfeito, Filho de Deus, o Messias, um realizador de milagres, estando junto com os seus discípulos, dificilmente compreenderiam estes que ele deveria morrer numa estaca de tortura e ser levantado dentre os mortos para que pudesse estabelecer o reino eterno pelo qual lhes tinha ensinado a orar. Mas ele disse-lhes todas estas coisas, sabendo que as compreenderiam quando recebessem o espírito santo. Mas, para que recebessem o espírito santo dependia de ele morrer e ser ressuscitado dentre os mortos, a fim de que pudesse ir ao seu Pai e preparar um lugar para os seus 144.000 fiéis seguidores.
11. O que tornou possível que Paulo continuasse corajosamente para receber o prêmio da chamada celestial?
11 O apóstolo Paulo, tendo este lugar celestial preparado em mente, disse: “Prossigo em direção ao alvo para o prêmio da vocação de cima, a qual Deus oferece em Cristo Jesus.” (Fil. 3:14) Para ganhar este prêmio celestial buscava-o corajosamente. Permitiria ele que a opressão o esmagasse? Voaria em pedaços com o impacto da tribulação? Ele responde a estas perguntas por dizer: “Quem nos separará do amor do Cristo? Será tribulação, ou aflição, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Assim como está escrito: ‘Por tua causa estávamos sendo mortos o dia inteiro, fomos contados como ovelhas para a matança.’ Ao contrário, em todas estas coisas saímos completamente vitoriosos por meio daquele que nos amou.” (Rom. 8:35-37) Deste modo, Paulo podia continuar corajosamente.
12. (a) Como o fato de Jesus vencer o mundo é uma fonte fortalecedora para seus seguidores? (b) Qual, portanto, é a atitude dos cristãos para com os homens?
12 Paulo tinha uma fé tão forte que se manteve firme sob todas as espécies de dificuldades. É a sua tão forte assim? Paulo, através de suas próprias experiências, compreendia, então, o que Jesus dissera aos seus apóstolos naquela noite de páscoa: “Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo não estou só, porque o Pai está comigo. Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:32, 33, ALA) Quando Jesus disse: “Eu venci o mundo”, ele queria dizer que, se seus seguidores tivessem coragem, eles também venceriam o mundo. Jesus tinha um coração unificado, livre de novo dos homens. (Sal. 86:11) Assim também devem os seus seguidores ser corajosos, fortes mediante a fé e a esperança em Jeová. Com esta coragem, os seguidores das pisadas de Jesus Cristo, os que fazem a vontade de Deus, não temerão nenhum político, religioso nem homem de negócios, pois glorificarão somente o nome de Jeová. Respeitarão os homens, mas não os venerarão nem os temerão. “Tremer diante dos homens é o que armará um laço, mas aquele que confia em Jeová será protegido.” — Pro. 29:25.
EXEMPLOS HISTÓRICOS
13. Que exemplo de coragem temos em Moisés?
13 Há inúmeros exemplos de verdadeira coragem na vida do povo dedicado de Deus. Moisés foi um destes exemplos. Assim como Jesus admoestou aos seus discípulos a serem corajosos, assim também Moisés, muito antes disto, tinha admoestado a Josué e a toda a nação de Israel a serem corajosos. Moisés foi corajoso quando compareceu perante Faraó, falando-lhe das dez pragas que viriam sobre o Egito. Depois disto, exigiu coragem para Moisés conduzir os filhos de Israel para fora do Egito, através do Mar Vermelho e no deserto de Sinai. Também exigiu coragem para subir sozinho ao monte de Sinai e receber de Jeová Deus os Dez Mandamentos e estar disposto a guiar os filhos de Israel por eles.
14. Demonstrou-se verdadeira coragem em espionar a Terra Prometida?
14 Exigiu coragem dos doze espias que Moisés escolheu para ir à Terra Prometida e ver antecipadamente que espécie de país era. Eles foram ao norte de Neguebe e a uma região montanhosa para ver que espécie de habitantes havia naquela terra. Eram eles fortes ou fracos? Eram poucos ou muitos? Era a terra boa ou má? Deveriam espiar as cidades, as moradias, os acampamentos e as fortificações. Era a terra produtiva ou improdutiva, e havia nela árvores? Antes de enviar os espias, Moisés disse-lhes: “Mostrai-vos corajosos e tomai alguns dos frutos da terra.” Assim fizeram. “Finalmente, ao cabo de quarenta dias eles voltaram de espiar a terra.” (Núm. 13:17-25) Qual foi o relatório? A terra manava leite e mel. Como prova, trouxeram alguns dos seus frutos. Tudo isto era um bom relatório, mas dez espias estavam com medo do povo que habitava lá. Falaram de grandes cidades fortificadas. Medrosamente, disseram que não fossem à região. Mas Calebe, corajoso como Josué, disse: “Eia! subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela.” (Núm. 13:30, ALA) Porém, os israelitas estavam com medo, por causa do relatório da maioria. Não confiaram em Jeová Deus. Murmuraram contra Moisés e contra Aarão, seu irmão, e muitos disseram: “Oxalá tivéssemos morrido na terra do Egito! ou mesmo neste deserto!” — Núm. 14:2, ALA.
15. O que impediu os israelitas de entrar na Terra Prometida, mas, como se empenharam Josué e Calebe em encorajar o povo?
15 O medo do homem, o medo do governo que dominava a Terra Prometida impediu os filhos de Israel de prosseguir, embora tivessem, no ano anterior, passado através do Mar Vermelho, sendo libertos do Egito pela direção de Jeová Deus. Tudo isto deveria estar fresco na memória deles. Moisés e Aarão, ao verem a atitude do povo caíram com o rosto em terra perante toda a congregação de Israel. Josué e Calebe, os dois homens fiéis que tinham ido espiar a terra, rasgaram as suas vestes “e disseram a toda a congregação dos filhos de Israel: A terra, por meio da qual passamos para espiar, é terra muitíssimo boa. Se Jehovah se agradar de nós, então nos introduzirá nesta terra, que mana leite e mel, e nol-a dará. Tão somente não sejais rebeldes contra Jehovah, nem temaes o povo desta terra; porque são nosso pão. Retirou-se de sobre elles a sua defesa, e Jehovah está comnosco; não os temaes”. — Núm. 14:5-9, VB.
16. O que faltou aos israelitas, que fez que continuassem a vagar, pelo deserto?
16 Se estes israelitas tivessem tido o espírito de Davi, que viveu séculos depois deles, teriam clamado entusiasticamente: “Sede corajosos, e fortifique-se o vosso coração, todos vós que esperais em Jeová.” (Sal. 31:24) Teriam prosseguido. Mas não tiveram coragem e ficaram como nômades no deserto. Não tinham fé, portanto, não tinham coragem. Ficariam então como exilados por quarenta anos até que a geração sem fé morresse. Que lástima, quando eles, se tivessem coragem, teriam sido os conquistadores!
17. Como Moisés, com 120 anos de idade, demonstrou fé ao aconselhar os israelitas?
17 Quando os rebeldes morreram, em quarenta anos, chegou o tempo para a nação atravessar o rio Jordão para a Terra Prometida. Moisés, com 120 anos de idade, também estava perto de morrer. Mas não estava fraco na fé, pois, com convicção, ele disse à nação: “É Jehovah teu Deus que está passando deante de ti. Elle destruirá estas nações de deante de ti, e tu as desapossarás. Josué vae passar deante de ti, como Jehovah disse.” Depois veio uma forte admoestação de Moisés para toda a nova geração de Israel ouvir: “Sede corajosos e fortes; não temaes nem vos atemorizeis deante delles; porque Jehovah teu Deus é quem vae comtigo: Elle não te deixará, nem te desamparará.” — Deu. 31:3, 6, VB.
18. Ao falar com Josué, que conselho Moisés lhe deu, e como correspondeu o povo à liderança corajosa de Josué?
18 Moisés falou pessoalmente com Josué, o líder, e, disse: “Sê corajoso e forte, porque entrarás com este povo na terra que Jehovah prometteu com juramento a seus paes que lhes havia de dar. Tu os farás herdai-a.” (Deu. 31:7, VB) Demonstraram os israelitas coragem para seguir o seu novo líder corajoso? A história prova que sim. Marcharam com Josué através do Jordão e Jeová deu-lhes vitória sobre seus inimigos.
CORAGEM EM FACE DO NOVO MUNDO
19. O que exigiu da parte dos israelitas para entrarem na sua nova terra?
19 Para os filhos de Israel era como se estivessem entrando num novo mundo. Era uma nova terra, não um deserto, mas uma terra muito agradável, a bem dizer, um jardim do Éden. Eles tinham que trabalhar por ela, de fato, de lutar por ela, mas não na própria força deles. Exigia fé em Deus, pois o seu servo, Moisés, disse: “Elle destruirá estas nações de deante de ti.”
20. (a) Que perguntas quanto às perspectivas do Novo Mundo surgem apropriadamente nestes últimos dias? (b) Como muitos provam grandemente a fé no novo mundo de Deus?
20 Nestes últimos dias, na conclusão deste sistema de coisas, quantas pessoas têm a coragem de se dirigir para o novo mundo de justiça? Sim, quantas até mesmo o desejam? Quantas têm a coragem de pregar publicamente e de casa em casa? Crê que o Maior que Moisés, Cristo Jesus, morreu para que pudéssemos viver nesta terra prometida, o verdadeiro Jardim do Éden? Quanta fé tem no novo mundo de justiça? Apenas a suficiente para orar em silêncio ou dentro dos edifícios religiosos: “Venha o teu reino. Faça-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra”? (Mat. 6:10) Centenas de milhares de homens e mulheres de todas as nações, não só crêem na oração pelo reino, mas estão também proclamando-o audível e publicamente, assim como Jesus e seus seguidores fizeram há mil e novecentos anos atrás. Está o leitor?
21, 22. Como podemos nós atualmente beneficiar-nos do conselho que Jeová deu a Josué?
21 Leia o que Paulo escreveu para nós hoje: “Ora, estas coisas . . . foram escritas para aviso a nós, sobre quem já têm chegado os fins consumados dos sistemas de coisas.” (1 Cor. 10:11) Sente-se como Josué sentiu-se, quando Jeová lhe disse: “Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido”? (Jos. 1:7, 8, ALA) A fé e a coragem fizeram isto naquele tempo! A fé e a coragem farão isto hoje, se os crentes não se separarem do “livro da lei”, a Bíblia Sagrada. Leia-a! Estude-a! Viva-a! Faça da questão de adquirir conhecimento de Jeová Deus e de seu Filho a sua vida, pois é exatamente isto. — João 17:3.
22 Ninguém pode separar-se das instruções de Jeová Deus, nem para a direita nem para a esquerda e proceder sabiamente. A sabedoria procede de Jeová Deus. Ele é a fonte de todo o conhecimento, e as informações que os homens precisam atualmente se encontram na Palavra escrita de Jeová. Ah, sim, muitos dirão que a Bíblia está fora de moda, que é um livro de história antiga. É? Bem, a sua salvação está escrita nela. A vida ou a morte — qual delas escolhe? Exige coragem atualmente para examinar a Bíblia, estudá-la ou discuti-la com outros. Se foi necessário que Jeová dissesse a Josué: “Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite”, a fim de que ‘agisse sabiamente’ (NM), quanto mais precisamos nós hoje para agirmos com sabedoria! Tenhamos coragem para fazer isto agora, neste mundo. Uma pessoa que creia e viva de acordo com os ensinos de Cristo, terá a coragem necessária de agir mesmo quando confrontada com tribulação. Satanás, “o deus deste sistema de coisas”, não será amigo assim como não foi de Jesus. Satanás foi adversário de Jesus. É também adversário de todos os cristãos, mas eles podem vencer corajosamente o mundo.