“Eu o hei de ressuscitar no último dia”
1. A que classe de pessoas, hoje vivas, não se aplicam as palavras de Jesus: “Eu o hei de ressuscitar no último dia”?
ESTAS palavras notáveis foram proferidas por Jesus, em João 6:54. Não podiam aplicar-se à “grande multidão” viva, que sobrevive à “grande tribulação” que se aproxima. (Rev. 7:9-17) Pois, então, em quem estava Jesus pensando, quando disse essas palavras, há dezenove séculos?
2. A quem proferiu Jesus estas palavras a respeito da ressurreição, e perto de que festividade dos judeus que envolvia a ele?
2 Os versículos bíblicos conexos a João 6:54 mostram que Jesus não estava dirigindo essas palavras apenas a judeus como tais, mas também a muitos de seus discípulos israelitas, inclusive seus 12 apóstolos. Aproximava-se então a Páscoa deles, “a festividade dos judeus”, do ano 32 E.C. (João 6:4) Em preparação para esta festividade, os judeus costumavam matar o cordeiro pascoal no templo, em Jerusalém, e os sacerdotes costumavam apanhar o sangue em bacias e lançá-lo contra a base do altar. (Veja a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, Volume 7, debaixo de “Páscoa”, p. 738, coluna 1, parágrafo 4, linhas 1-34; também, O Templo — Seu Ministério e Seus Serviços Como Eram no Tempo de Jesus Cristo, de Alfred Edersheim, 1874 E.C., pp. 190, 191, na edição em inglês.) Jesus pretendia assistir a esta festividade, para comemorar a primeira Páscoa celebrada no Egito, lá em 1513 A.E.C. Ele mesmo, de fato, era o antitípico Cordeiro pascoal, “o Cordeiro de Deus”. — João 1:29, 36.
3. Por que foram os judeus atrás de Jesus, após o seu milagre do dia anterior, e que justificativa lhe apresentaram para isso?
3 Os judeus, inclusive os discípulos dele, o haviam visto realizar um milagre notável no dia anterior à sua relatada palestra com eles, em Cafarnaum. Ele havia multiplicado cinco pães e dois peixes, para alimentar milhares de seus ouvintes. Por isso, os judeus patrióticos quiseram constituí-lo em rei, como seu Líder messiânico. Visto que Jesus devia ser um Rei messiânico celestial, afastou-se daqueles pretensos constituintes de rei. Mais tarde, andando sobre a água, ele se juntara aos seus 12 apóstolos, que estavam num barco no Mar da Galiléia. (João 6:14-21) Mas os judeus não se iam deixar frustrar tão facilmente no seu objetivo de seguir um Messias humano, terrestre. Por isso, foram atrás dele, pensando no milagre do dia anterior. Queriam um Rei messiânico que pudesse suprir-lhes alimento material, conforme Jesus demonstrara que podia fazer. Como justificativa, lembraram a Jesus que Deus, no ermo da península sinaítica, dera aos seus antepassados “pão do céu” para comer, na forma do maná milagroso. — João 6:22-31.
4. Como explicou Jesus se Moisés tinha, ou não, dado aos seus antepassados o verdadeiro “pão do céu”?
4 Em resposta a isso, Jesus disse-lhes que Moisés não dera aos antepassados deles o verdadeiro pão do céu. “O pão de Deus”, disse ele, “é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. — João 6:32, 33.
5. o que pediram então os judeus a Jesus, e o que disse ele para Lhes explicar o caminho para obterem a vida eterna?
5 Os judeus replicaram então: “Senhor, dá-nos sempre este pão.” Jesus identificou-se como sendo o pão, dizendo: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, não terá mais fome, e quem exerce fé em mim, não terá mais sede. . . . Pois esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que observa o Filho e exerce fé nele tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” — João 6:34-40.
6. Por que se garante a ressurreição aos que vem a Jesus e têm fé nele como o Messias, durante este sistema de coisas?
6 De modo que estes que viessem a Jesus e exercessem fé nele, como sendo o Messias, durante o atual sistema de coisas, teriam a perspectiva de vida eterna. Por quê? Porque Jesus Cristo os ressuscitaria dentre os mortos, no último dia. Isto lhes garantiria uma ressurreição. Neste ponto, devemos notar que Jesus não disse, no caso em consideração, que a pessoa precisaria primeiro ter uma ressurreição, para depois vir a ele em fé e se alimentar dele, a fim de obter a vida eterna. É bastante evidente que Jesus não estava ali falando sobre os já mortos nos túmulos memoriais, como Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi e João, o Batizador. Jesus estava ali falando a judeus então vivos, inclusive a muitos dos seus discípulos, que estavam no pacto da lei mosaica.
7. Em resposta aos resmungos dos judeus, o que disse Jesus a respeito daquele que é atraído a ele e sobre ter vida?
7 Os ouvintes judeus começaram a resmungar entre si, numa disputa sobre a origem de Jesus. Em vista do comentário de Jesus, sobre isso, devemos poder identificar a quem, especificamente, ele dirigiu as suas palavras. “Em resposta, Jesus disse-lhes: ‘Parai de resmungar entre vós. Ninguém pode vir a mim, a menos que o Pai, que me enviou, o atraia; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: “E todos eles serão ensinados por Jeová.” Todo aquele que do Pai [como Instrutor] ouviu e aprendeu vem a mim. . . . Eu vos digo em toda a verdade: Quem crê, tem vida eterna.’” — João 6:41-47.
8. Que profecia citou Jesus, e que oportunidade ofereceu ali aos seus ouvintes judeus?
8 Jesus citou ali a profecia de Isaías 54:13, que é dirigida à “mulher” de Deus, à Sião celestial, dizendo: “E todos os teus filhos serão pessoas ensinadas por Jeová e a paz de teus filhos será abundante.” Estes são os filhos espirituais de Jeová Deus. São os que ele atrai a Jesus, pela fé atual que têm nele. São aqueles sobre os quais Jesus disse que entrariam na vida eterna, por ele os ressuscitar no último dia. Sua vida seria eterna na organização espiritual, celestial, de Jeová. Portanto, Jesus ofereceu aos seus ouvintes judeus, inclusive a muitos dos seus discípulos, a oportunidade de se tornarem filhos da “mulher” de Deus, a Sião celestial.
“MINHA CARNE A FAVOR DA VIDA DO MUNDO”
9-11. (a) Que pergunta suscitou dizer Jesus que o “pão” que ele dava era a sua “carne” e que fazia isso “a favor da vida do mundo”? (b) Como respondeu Paulo a esta pergunta, em 1 Coríntios 10:2-11?
9 Depois de Jesus dizer repetidas vezes que ele era “o pão da vida”, prosseguiu: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém [de vós, ouvintes,] comer deste pão, viverá para sempre; e, de fato, o pão que eu hei de dar é a minha carne a favor da vida do mundo.” — João 6:51.
10 Jesus era assim o verdadeiro Maná vitalizador do céu. Este simbólico pão, disse ele, era a sua carne. Esta carne, disse ele, destinava-se “a favor da vida do mundo”. Por acrescentar essas palavras, queria Jesus dizer que os judeus que comeram o maná no ermo, nos dias de Moisés, representavam o “mundo” da humanidade durante o reinado milenar de Cristo e de sua glorificada congregação?
11 Paulo respondeu: “Todos foram batizados em Moisés, por meio da nuvem e do mar; e todos comeram a mesma comida espiritual [o maná] e todos beberam a mesma bebida espiritual. Porque costumavam beber da rocha espiritual que os seguia, e essa rocha significava o Cristo. . . . Ora, estas coisas tornaram-se exemplos para nós [cristãos], para que não fôssemos pessoas desejosas de coisas prejudiciais, assim como eles as desejaram. . . . Ora, estas coisas lhes aconteciam como exemplos e foram escritas como aviso para nós [cristãos gerados pelo espírito], para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas.” — 1 Cor. 10:2-11; Êxo. 16:1-35; Núm. 11:1-9.
12. Como se contrasta a situação dos israelitas espirituais, durante este sistema de coisas, com a do mundo da humanidade durante o milênio?
12 Portanto, aqueles israelitas no ermo sinaítico, sob Moisés, representavam os israelitas espirituais durante o atual sistema de coisas. Este sistema é mortífero, falando-se em sentido espiritual. É agora que os israelitas espirituais se alimentam do antitípico maná celestial, o sacrificado Jesus Cristo. Durante os 1.000 anos do reinado de Cristo, a humanidade ressuscitada não estará numa condição desértica, igual à do Sinai. Estará em progresso o restabelecimento do paraíso em toda a terra. Jeová não ‘atrairá’ então a humanidade a Jesus, assim como Ele, qual Instrutor, faz agora com os israelitas espirituais. (João 6:44) Antes, o Soberano Senhor Jeová estabelece seu Filho Jesus Cristo como Rei sobre a humanidade, e este Rei convoca os mortos para fora dos túmulos.
13. Para que esta “carne” fosse o antítipo do antigo maná, tinha de ser de que espécie e tratada de que maneira?
13 Pão feito de cereais é um comestível sem sangue, assim como o antigo maná. Jesus disse que o “pão da vida”, o antitípico maná, era sua carne “a favor da vida do mundo”. Para corresponder ao antigo maná, o termo “carne”, aqui, tem de ser entendido como referindo-se à carne de que se escoou o sangue. O que Jeová deu aos israelitas a beber no ermo era água, não sangue.
14. Por que entenderam os ouvintes de Jesus que ele se referiu a “carne” sangrada, mesmo que carne humana?
14 Os judeus que escutaram Jesus entenderam o assunto assim, porque, na sua disputa sobre o que ele queria dizer, comentaram: “Como [de que modo] pode este homem dar-nos sua carne para comer?” (João 6:52) Conheciam a lei de Deus sobre o assunto do sangue. Após o dilúvio dos dias de Noé, quando Deus ampliou a alimentação da humanidade, ele não Lhe deu sangue animal para beber, junto com carne animal como alimento sólido, para sustentar a vida. Deu-lhe água para beber e carne exangue para comer. Reivindicou o sangue para si mesmo, como Dador da vida de todas as criaturas de carne e sangue. (Gên. 9:1-4) Sob a lei mosaica, conforme dada à nação de Israel, a violação da lei de Deus, a respeito do sangue animal, era punida com a morte do violador. (Lev. 17:10-12; Deu. 12:16, 22-27) Comer carne humana, mesmo sangrada, era repugnante para os judeus que escutavam Jesus. Não queriam tornar-se canibais. — 2 Reis 6:26-31.a
15, 16. (a) Como se devia dar o comer da carne de Jesus? (b) De acordo com João 6:53-59, como enfatizou Jesus ainda mais este ponto?
15 Jesus quis que seus ouvintes judeus entendessem que se comeria a sua carne de maneira figurativa. Por isso, a fim de enfatizar este ponto ainda mais, ele disse a seguir algo que seria ainda mais objetável, se fosse tomado literalmente. Lemos:
16 “Concordemente, Jesus disse-lhes: ‘Digo-vos em toda a verdade: A menos que [vós, meus ouvintes judeus,] comais a carne do Filho do homem e bebais o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem [de vós, ouvintes,] se alimenta de minha carne e bebe meu sangue tem vida eterna, e eu o hei de ressuscitar no último dia; pois a minha carne é verdadeiro alimento, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue permanece em união comigo e eu em união com ele. Assim como o Pai vivente me enviou e eu vivo por causa do Pai, também aquele [de vós, ouvintes,] que se alimenta de mim, sim, esse viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como quando os vossos antepassados comeram [o maná, no ermo], e, não obstante, morreram. Quem se alimentar deste pão viverá para sempre.’ Estas coisas ele disse enquanto estava ensinando numa assembléia pública em Cafarnaum.” — João 6:53-59.
17. (a) Que impacto causaram as palavras de Jesus na sinagoga Judaica, mesmo em muitos de seus discípulos? (b) Portanto, as palavras de Jesus, em João 6:53, foram dirigidas na maior parte a quem, e o que se tornaram estes?
17 Aqui, a expressão “assembléia pública”, no texto grego original, literalmente é “sinagoga”. É a mesma expressão que Jesus usou em João 18:20, dizendo: “Numa sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem.” Portanto, Jesus dirigiu-se a uma assistência judaica, que estava no pacto da lei mosaica. Incluía muitos discípulos de Jesus. Podemos imaginar o impacto das palavras de Jesus, quando ele falou não só sobre alimentar-se de sua carne, mas também sobre beber o seu sangue. “Portanto, muitos dos seus discípulos, ao ouvirem isso, disseram: ‘Esta palavra é chocante; quem pode escutar isso?’” (João 6:60) Esta declaração mostra que nem todos os discípulos de Jesus ficaram chocados com o seu discurso. Além dos que ficaram chocados, havia outros “discípulos”, inclusive os 12 apóstolos. (João 6:61-66) De modo que as palavras de Jesus, em João 6:53, foram dirigidas na maior parte aos seus discípulos, e, além disso, aos que iam tornar-se seus discípulos antes do “último dia”. Estes tornaram-se judeus espirituais, israelitas espirituais. — Rom. 2:28, 29.
18, 19. (a) A quem pertencia o sangue da vítima sacrificial, e, portanto, o que significava tomar uma refeição a base do sangue e da carne de Jesus? (b) Como se referiu Jesus a tal refeição, em vista da fé demonstrada por um oficial gentio do exército e também por certo judeu, que comentou as palavras de Jesus num jantar?
18 Os judeus no pacto da lei mosaica sabiam que tanto o sangue como a gordura duma vítima sacrificial pertenciam a Jeová. (Lev. 3:16, 17) Quando Jesus subiu para o céu e compareceu na presença de Jeová, ele ofereceu a Jeová seu “sangue” ou o valor dele como preço de redenção. (Heb. 9:12-14; João 6:61, 62) Visto que o sangue pertencia a Jeová, beber dele e comer da carne de Jesus indicariam tomar uma refeição com Jeová. Deus compartilharia assim o sangue de seu Cordeiro, Jesus Cristo, com os discípulos deste Cordeiro. Jesus falou sobre tal refeição com Jeová, como o Abraão Maior, quando predisse que muitos crentes gentios (tais como o “oficial do exército” gentio, crente,) viriam de todas as partes da terra e ‘se recostariam à mesa, junto com Abraão [Jeová], Isaque [Jesus Cristo] e Jacó [a congregação cristã, gerada pelo espírito], no reino dos céus’. — Mat. 8:5-12.
19 Certa vez, ao falar sobre o mérito real duma ceia por causa dos convidados presentes, Jesus explicou por que possuía tal mérito, dizendo: “Porque se te pagará de volta na ressurreição dos justos.” Isto trouxe à mente da pessoa o privilégio de tomar uma refeição com Jeová Deus, pois lemos: “Ouvindo estas coisas, disse-lhe um dos convivas: ‘Feliz é aquele que comer pão no reino de Deus.’” (Luc. 14:12-15) Em resposta a esta exclamação, Jesus apresentou a parábola da “lauta refeição noturna” preparada por certo anfitrião. Jesus mostrou por meio dela que nem todos teriam a felicidade de jantar com Deus no Reino. — Luc. 14:16-24.
“VIDA EM VÓS MESMOS”
20. Aqueles que obtêm ‘vida em si mesmos’ por comerem a carne de Cristo e beberem seu sangue têm vida em que medida, e onde e quando usarão esta qualidade?
20 Em João 6:53, Jesus disse: “A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos.” Visto que aqui ocorre uma expressão similar como em João 5:26, Uma Tradução Americana, em inglês, verte João 6:53: “Eu vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e beberdes o seu sangue, não tereis vida auto-existente.” De modo que Jesus se referiu a uma “vida” de qualidade específica ao prosseguir, dizendo: “Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue tem vida eterna, e eu o hei de ressuscitar no último dia.” (João 6:54) Esta vida eterna deve ser usufruída por aquele que a obtém, não na terra, mas no reino celestial com Cristo. Entrará em tal vida quando for ressuscitado por Jesus Cristo no “último dia”. Aqueles que, junto com Cristo nos céus, tiverem tal ‘vida em si mesmos’ poderão conceder a outros os benefícios do sacrifício humano de Cristo. Farão isso quando os remidos da humanidade forem convocados para fora de seus túmulos memoriais, no “último dia”. — João 5:28, 29.
21, 22. (a) Em que sentido eram a carne e o sangue de Jesus “verdadeiro alimento” para os que os consumissem? (b) Tais consumidores têm que relação com ele e que dependência dele?
21 Quando contemplamos a qualidade da “vida eterna” a ser obtida no céu, sabemos avaliar por que Jesus disse: “A minha carne é verdadeiro alimento, e o meu sangue é verdadeira bebida.” (João 6:55) Depois desta observação, ele mostrou a relação especial em que seus discípulos obedientes entrariam, por acrescentar as palavras: “Quem se alimenta de minha carne e bebe meu sangue permanece em união comigo e eu em união com ele. Assim como o Pai vivente me enviou e eu vivo por causa do Pai, também aquele que se alimenta de mim, sim, esse viverá por causa de mim.” (João 6:56, 57) Jesus referiu-se assim a seus discípulos como permanecendo em união com ele, e ele com eles. Mais tarde, numa fraseologia similar, ele disse numa parábola:
22 “Permanecei em união comigo, e eu em união convosco. Assim como o ramo não pode dar fruto de si mesmo, a menos que permaneça na videira, do mesmo modo tampouco vós podeis, a menos que permaneçais em união comigo. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Quem permanece em união comigo, e eu em união com ele, este dá muito fruto; porque separados de mim não podeis fazer nada.” — João 15:4, 5.
23. Então, por que Judas Iscariotes deixou de obter ‘vida em si mesmo’?
23 Embora Judas Iscariotes permanecesse na companhia pessoal de Jesus Cristo ainda por mais de um ano, não permaneceu em união com seu Amo. De modo que não passou a alimentar-se do corpo sacrificial de Jesus, nem bebeu seu sangue, a partir de Pentecostes de 33 E.C. Deixou de obter ‘vida em si mesmo’. — João 6:66-71.
24. (a) De que modo era Jesus o “pão” que desceu do céu? (b) De que maneira vive Jesus por causa do Pai, e como vivem por causa dele aqueles que se alimentam dele?
24 No entanto, Jesus lembrou a Judas e aos demais de seus ouvintes judeus, lá naquela assembléia em Cafarnaum, que os antepassados deles comiam o maná no ermo para se sustentarem. Encerrando seu discurso, ele disse: “Este é o pão que desceu do céu. . . . Quem se alimentar deste pão viverá para sempre.” (João 6:58) Ele havia sido “a Palavra” de Deus, lá no céu, mas, no tempo devido de Deus, ele “se tornou carne” (João 1:14) Assim, como perfeito Filho carnal de Deus, era “o pão vivo que desceu do céu”, o antitípico maná. Sua carne, que serviu qual simbólico maná para os israelitas espirituais,b também serviu “a favor da vida do mundo”. (João 6:51) Hoje, Jesus Cristo vive novamente nos céus, de modo imortal, por causa de seu Pai celestial, porque este “Pai vivente” o ressuscitou dentre os mortos para a vida espiritual. De maneira correspondente, o discípulo que se “alimenta” do antitípico maná (da “carne” de Cristo), antes da vinda do “último dia”, conforme Jesus disse, “viverá por causa de mim”, porque o vivente Jesus o ressuscitará “no último dia”. — João 6:54, 57, 58.
25. (a) Será que aqueles que se alimentam do sacrifício de Cristo na terra continuarão a fazer isso no céu? (b) Em que cargo sagrado servirão, e com que benefício para a humanidade?
25 No céu, tendo ‘vida em si mesmos’, os ressuscitados israelitas espirituais não precisarão mais comer a carne de Jesus e beber o seu sangue. (João 6:53) Terão o privilégio de servir quais “sacerdotes de Deus e do Cristo” e poderão assim transmitir à humanidade os benefícios eternos do sacrifício expiatório de Cristo. (Rev. 20:6) Visto que, no céu, eles têm vida eterna, não precisarão de sucessores no cargo sacerdotal. Iguais ao Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, poderão servir como subsacerdotes, continuamente, durante todo o milênio. Desta maneira, participarão com Cristo em soerguer a humanidade à perfeição humana na terra.
PROVISÕES DIVINAS PARA UMA VIDA HUMANA PERFEITA
26. Desde quando começou a formar-se a “grande multidão”, e que necessidade do sangue do Cordeiro Jesus Cristo sentem os membros dela?
26 Conforme sabemos, desde os meados da quarta década de nosso século 20, tem-se formado uma “grande multidão” das “outras ovelhas” de Cristo. (Rev. 7:9, 10; João 10:16) Elas também tirarão proveito deste sacerdócio de mil anos. O apóstolo João, que teve a visão apocalíptica da “grande multidão”, foi lembrado de que os que pertencem a ela também têm apreço do sangue derramado do Cordeiro Jesus Cristo. Reconhecem-no como meio de purificação, porque João foi informado: “Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro.” (Rev. 7:14) Sabem que não podem servir aceitavelmente a Deus no Seu santo templo, se continuarem trajados de vestes imundas. — Veja Zacarias 3:3-10.
27. Embora não necessitem duma ressurreição, precisarão dos benefícios de que serviços, durante o milênio?
27 Os da “grande multidão” atribuem a Deus e ao Cordeiro Jesus Cristo, não a ressurreição dos túmulos memoriais, mas a “salvação” do meio da “grande tribulação”. São preservados vivos através da “grande tribulação”. Por isso não precisam ser ‘ressuscitados no último dia’, como os mencionados em João 6:54. Entretanto, necessitam dos benefícios dos serviços do Sumo Sacerdote Jesus Cristo e de seus 144.000 subsacerdotes, durante o milênio.
28. Que “hora” se aproxima, com respeito à humanidade morta e remida, e que oportunidade se lhe oferecerá?
28 Aproxima-se então uma “hora” maravilhosa. É a “hora” em que Jesus Cristo, como juiz adjunto de Jeová, convoca “todos os que estão nos túmulos memoriais” para saírem como seus remidos. Todos serão tornados súditos terrestres do seu reino celestial, quer gostem disso, quer não. Apresentar-se-á a todos eles a oportunidade de obter a vida humana, perfeita, na terra paradísica. — João 5:28, 29.
29. o que beberão e comerão então a “grande multidão” e os ressuscitados da humanidade, e que oportunidade excecional terá então a “grande multidão”?
29 O que terão os súditos de Cristo para beber então? O que comerão? A Revelação dada ao apóstolo João mostra então “um rio de água da vida” manando de debaixo do trono de Jeová Deus e do Cordeiro, Jesus Cristo. Em ambas as margens do “rio” havia “árvores da vida”, produzindo cada mês uma safra de frutos. Suas folhas eram para a cura das nações. É destas provisões divinas que os da “grande multidão” e os mortos ressuscitados comerão e beberão. (Rev. 22:1-3) Aproveitando-se plenamente de toda esta benignidade imerecida de Jeová Deus, por meio de Jesus Cristo, os apreciativos e obedientes farão com que a sua tenha sido “uma ressurreição de vida”. Os desta “grande multidão”, sem ressurreição, das “outras ovelhas” de Cristo terão assim a oportunidade de continuar a viver sem jamais morrerem e voltarem ao pó do solo.
[Nota(s) de rodapé]
a O equivalente hebreu para “canibal” é okhél adám, significando “comedor de homem terreno”, ou okhél ben minó, “comedor do filho de sua espécie”. Quanto ao horror expresso diante dum caso desses, em Jerusalém, em 70 E.C., veja “Guerra dos Judeus”, de Josefo, Capítulo 3, livro 6, na edição em inglês, ou parágrafos 458 e 459 na tradução de Vicente Pedroso, em português.
b Note que, segundo Revelação 2:9, 17 o “maná escondido” é reservado para os israelitas espirituais que são vencedores. — Veja Hebreus 9:4.
[Foto na página 25]
Assim como o maná sustentou os israelitas no ermo, assim Jesus, “o pão da vida”, sustenta agora os israelitas espirituais.