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Um novo canto ao longo do “rio dos pássaros”A Sentinela — 1986 | 15 de fevereiro
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experiências agradáveis e apresentaram-se detalhes sobre o novo prédio. Por fim, a assistência de 250 pessoas ouviu apreciativamente o discurso de dedicação, “Um Povo Feliz Que Tem Objetivo”, proferido por Delfos Beltramelli. Foi sem dúvida um dia memorável!
Olhando à Frente
Mas, o que reserva o futuro para a obra no Uruguai? Considere o rápido aumento que tivemos. Em 1964 tínhamos 2.000 Testemunhas. Em 1974 esse número dobrou. Em 1985 alcançamos um auge de 5.329. Que ainda existe potencial para aumento ficou bem evidente quando 15.243 pessoas — uma de cada 190, aproximadamente, no país — assistiram à Comemoração da morte de Cristo em 1985.
Ainda mais emocionante, porém, é a qualidade de cristianismo que os nossos irmãos no Uruguai manifestam. Por exemplo, por alguns anos eles tinham de viajar para o Brasil para seus congressos anuais porque o governo uruguaio lhes negava permissão para realizar congressos. Em 1982 o governo decretou que todos os cidadãos e residentes que deixassem o país tinham de pagar uma taxa. Para muitos irmãos isto significava uma pesada carga financeira. Contudo, irmãos com mais recursos ajudaram famílias mais pobres. Certo grupo até mesmo trabalhou na reparação de casas nas horas de folga para ajudar a pagar as despesas de outros. Assim, uns 3.500 uruguaios puderam viajar para o congresso no Brasil!
Daí, numa surpreendente mudança de acontecimentos, os irmãos receberam permissão para realizar um congresso em Montevidéu na semana anterior à dedicação do anexo na filial. Todos os arranjos tiveram que ser feitos em apenas 20 dias, incluindo a designação de partes no programa, a organização dos departamentos e os consertos e a limpeza no desusado e dilapidado hipódromo. Mas, com quanta alegria 6.245 pessoas se reuniram!
Portanto, podemos confiar que Jeová continuará a abençoar os esforços de nossos irmãos à medida que unidamente trabalharem para ‘cantar’ a gloriosa mensagem do Reino de Deus ao longo do Rio dos Pássaros — o Uruguai!
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Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1986 | 15 de fevereiro
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Perguntas dos Leitores
◼ Referia-se Jesus apenas aos cristãos ungidos quando disse, em João 6:53: “Digo-vos em toda a verdade: A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos”?
Por muitos anos temos explicado que estas palavras se limitavam aos cristãos ungidos que serão levados ao céu para governar com Jesus Cristo. Contudo, um estudo adicional deste assunto recomenda uma aplicação mais ampla de João 6:53.
No decorrer dos anos temos considerado este texto à luz de outros versículos que usam expressões similares. Por exemplo, a frase ter “vida em vós mesmos” é similar às palavras de Jesus em João 5:26, que tratam exclusivamente de Jeová e Jesus. Contudo, conforme explicado nas páginas 11 e 12 desta revista, o contexto de João 5:26 provê a base para se entender as palavras “ter vida em si mesmo” naquele versículo. Mas, João 6:53 foi pronunciado um ano mais tarde e tem um contexto diferente.
Outra coisa que influenciou o nosso conceito anterior sobre João 6:53 foi o comentário de Jesus a respeito de ‘comer a sua carne e beber o seu sangue’. Este tinha similaridades com o que Cristo disse ao instituir a Refeição Noturna do Senhor. Ao instituí-la, ele falou sobre sua carne e seu sangue e ordenou que os emblemas destes (pão não-fermentado e vinho) fossem partilhados por seus seguidores que seriam introduzidos no novo pacto e num pacto para um reino. (Lucas 22:14-22, 28-30) Mas, aqui também o contexto de João 6:53 precisa ser considerado.
Quando Jesus disse o que está registrado em João 6:53, o seu ato de instituir a Refeição Noturna do Senhor ainda estava um ano à frente. Ninguém dos que ouviram Jesus naquela ocasião tinha qualquer idéia sobre uma celebração anual com emblemas literais que representassem a carne e o sangue de Cristo. Em vez disso, o tema ou a linha de argumento de Jesus, em João, capítulo 6, tinha a ver com a sua carne ser comparada ao maná. Havia uma diferença, porém. A sua carne (e seu sangue, acrescentou) eram mais importantes do que o maná literal pois a sua carne seria dada pela vida do mundo, tornando possível a vida eterna. — João 6:48-51.
Conseqüentemente, pesquisa adicional recente pôs em destaque que houve uma diferença de um ano entre as palavras de Jesus em João 5:26 e seus comentários em João, capítulo 6; e mais um ano passou antes de ele instituir a Refeição Noturna do Senhor. Maior peso foi dado, também, ao contexto imediato de João 6:53. Assim, o artigo nas páginas 15-20 apresenta uma aplicação ampliada de João 6:53, incluindo tanto os que são introduzidos no novo pacto para vida celestial como os que têm a perspectiva de vida infindável num paraíso terrestre.
◼ Os relatos dos Evangelhos e das obras de referência parecem divergir quanto a quando Jesus comeu na casa de Simão, o leproso, em Betânia, e foi ungido com óleo perfumado. Quando foi que isto ocorreu?
Parece que esses eventos ocorreram em 9 de nisã (calendário judaico) de 33 EC. Mas, conforme se vê abaixo, nas razões para esta conclusão, você verá por que o estudo contínuo da Palavra de Deus poderá significar melhoras no seu conhecimento e entendimento.
Os detalhes sobre essa recepção são apresentados em três dos quatro Evangelhos. (Mateus 26:6-13; Marcos 14:3-9; João 12:2-8) Mateus e Marcos mencionam essa recepção após falarem sobre a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém montado num jumento, seu gesto de amaldiçoar a figueira improdutiva e sua resposta à pergunta dos apóstolos sobre a terminação do sistema de coisas. Tanto Mateus como Marcos apresentam como seqüência do relato da recepção o contato de Judas com os líderes religiosos a respeito de trair Jesus. O ponto em que a refeição se localiza nestes relatos sugere que ela ocorreu em 12 de nisã, apenas dois dias antes da traição e da execução de Jesus, em 14 de nisã. Assim, a data que se tem dado à recepção em muitas tabelas que mostram os eventos da vida de Jesus é 12 de nisã, incluindo algumas em nossas publicações anteriores.
Em João, capítulo 12, a refeição na casa de Simão se situa num quadro diferente de acontecimentos. João 12:1 diz que Jesus chegou a Betânia, perto de Jerusalém, “seis dias antes da páscoa”, o que seria 8 de nisã. Daí, os versículos 2-8 de João 12 descrevem um jantar em Betânia, e os versículos 9-11 de João 12 nos informam sobre judeus que ficaram sabendo que Jesus estava perto e vieram vê-lo. Os versículos 12-15 de João 12 dizem que “no dia seguinte” Cristo entrou triunfantemente em Jerusalém. (Veja Atos 20:7-11.) Assim, João 12:1-15 indica que a refeição na casa de Simão foi em 9 de nisã de noitinha, o que segundo o calendário judaico marcaria o início de um novo dia, seguida pela entrada de Jesus em Jerusalém no período diurno deste mesmo dia (9 de nisã).
Dessas duas possibilidades, a segunda parece ser maior. Por quê? Bem, comparemos os relatos e seu contexto. Nem Mateus, nem Marcos, dão qualquer data para a recepção na casa de Simão. Ambos informam, no entanto, que naquela recepção houve queixas por causa do uso que Maria fez de óleo custoso, queixas estas que João indica foram lideradas pelo ganancioso Judas. (Mateus 26:8, 9; Marcos 14:4, 5; João 12:4-6) Como já vimos, tanto Mateus, como Marcos, colocaram na seqüência do episódio da recepção o contato de Judas com os sacerdotes para ver quanto receberia para trair Jesus. Assim, pode muito bem ter sido que Mateus e Marcos mencionassem o relato da recepção no ponto em que o fizeram por razões temáticas, ligando uma evidência da ganância de Judas com a derradeira expressão desta.
João, porém, realmente dá uma data específica para a recepção, indicando que ele a menciona na ordem cronológica. Isto apóia a conclusão de que o jantar na casa de Simão seguiu-se à chegada de Jesus a Betânia, em 8 de nisã de 33 EC. Ademais, lembre-se da informação de João de que judeus que ‘ficaram sabendo que Jesus estava em Betânia’ vieram de Jerusalém para vê-lo, e a Lázaro, que também morava em Betânia e cujas irmãs estavam na recepção. Esta vinda de judeus que acabavam de ‘ficar sabendo’ que Jesus estava em Betânia, teria mais provavelmente ocorrido antes de sua entrada em Jerusalém, e isto possivelmente contribuiu para a entusiástica recepção que Cristo teve quando entrou na cidade montado num jumento “no dia seguinte”, o período diurno do dia 9 de nisã.
A cuidadosa pesquisa adicional que leva a esta conclusão se reflete em impressões recentes da tabela “Eventos Principais da Vida Terrestre de Jesus”, tais como na edição de 1985 da Tradução Interlinear do Reino das Escrituras Gregas (grego-inglês). Embora este possa ser um ponto aparentemente pequeno, técnico, ilustra como podemos todos continuar a aumentar em conhecimento e entendimento dos pequenos detalhes na Palavra de Deus.
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