Achando contentamento na Organização de Jeová
“Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens declarações de vida eterna.” — João 6:68.
1. Por que as criaturas de Jeová podem ter plena confiança nele?
JEOVÁ mantém e sempre manterá o pleno controle de tudo no universo. É a sua onipotência que mantém as estrelas, o sol, a lua e os planetas em suas respectivas órbitas e é Ele que amorosamente mantém e preserva a terra como lar do homem. Tudo que faz é absolutamente perfeito e, por causa disto, suas criaturas podem ter plena confiança em seu domínio soberano e em sua supervisão misericordiosa.
2. (a) Como é que Jeová exerce seus atributos? (b) Por que, então, alguns se queixam, e, contra quem, com efeito, se queixam?
2 Sendo onipotente e vendo tudo, Jeová exerce suas qualidades ilimitadas de amor, sabedoria, justiça e poder de modo perfeitamente equilibrado quando lida com suas criaturas. Jamais leva ao extremo sua justiça, sem temperá-la com amor e misericórdia. Jamais emprega mal seu poder ilimitado, mas sempre o exerce em amor e com sabedoria. Jamais se contradiz, nem é incoerente no uso de seus atributos. Visto que isto se dá, por que algumas de suas criaturas se queixam às vezes a respeito de seus arranjos e modos de fazer as coisas? Muitas vezes é por causa da falta de entendimento do modo pelo qual Jeová cumpre seus propósitos, ou por terem conceito muito míope dos tratos de Jeová com suas criaturas. Entretanto, ao passo que talvez aconteça que amiúde não avaliamos plenamente a razão pela qual Jeová faz certas coisas, o queixarmo-nos a respeito disto mostraria falta de confiança e fé em Jeová Deus e em sua habilidade de realizar coisas de seu próprio modo e no seu próprio tempo. Este é um erro seriíssimo. Há cerca de 3.500 anos atrás, quando o povo de Deus, Israel, peregrinava pelo deserto, na Palestina meridional, começou a queixar-se de seus superintendentes, Moisés e Aarão, a respeito da falta de comida. Moisés lhes mostrou quão sério era seu espírito queixoso quando disse: “Vossos murmúrios não são contra nós, mas contra Jeová.” — Êxo. 16:8.
ACHANDO ALEGRIA EM NOSSAS DESIGNAÇÕES
3. O que faz com que alguns se queixem a respeito de sua obra de pregação?
3 Alguns irmãos, atualmente, que já estão na verdade por vários anos, talvez comecem a mostrar um espírito descontente similar ao demonstrado pelos israelitas nos dias de Moisés. Durante muitos anos, têm dito a seus amigos e vizinhos que a batalha do Armagedom está bem perto. Sem dúvida voltaram às mesmas casas vez após vez com a mensagem do reino de Deus. Agora, contudo, acham que o Armagedom devia vir ràpidamente e começam a impacientar-se porque Deus não destrói de imediato toda a perversidade. Começam a proferir palavras queixosas.
4, 5. (a) Mencionem o relato bíblico do que aconteceu quando Jonas pregou aos ninivitas. (b) Qual foi o grande erro de Jonas, e como foi que Jeová lhe ensinou uma lição de misericórdia?
4 Seria bom que tais irmãos se lembrassem do profeta Jonas, que foi designado a pregar ao povo de Nínive no nono século A. E. C. Sua mensagem era emocionante: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída.” (Jonas 3:4, CBC) Logo que o povo da cidade ouviu isso, imediatamente se arrependeu de sua perversidade e se voltaram para Jeová. Até mesmo o rei se vestiu em roupas de pranto e instruiu todo o povo que jejuasse e invocasse a misericórdia de Deus. Disse: “Quem sabe se o verdadeiro Deus talvez não volte atrás e realmente sinta arrependimento e volte atrás de sua ira ardente, de modo que não pereçamos?” (Jonas 3:9) Por causa desta expressão em massa de arrependimento e humildade, Jeová não trouxe a destruição prometida depois de quarenta dias. O que pensou Jonas a respeito disto?
5 O Registro inspirado nos conta: “Para Jonas, contudo, isto foi altamente desagradável, e ficou ardendo de ira.” (Jonas 4:1) Jonas tinha um conceito muito desequilibrado e egoísta da situação inteira. Numa ocasião em que as vidas de dezenas de milhares de pessoas estavam em jogo, preocupava-se mais com seus próprios sentimentos, pensando que perdera prestígio por causa de sua profecia não se ter cumprido imediatamente. Desejava impacientemente que a destruição de Nínive ocorresse logo depois de quarenta dias, e, por causa disto, esqueceu a qualidade da misericórdia. Ao remoer de infelicidade com sua queixa, debaixo do sol quente, Jeová fez que uma grande planta crescesse para lhe dar sombra. No dia seguinte, contudo, fez que um verme secasse a planta, e Jonas de novo começou a queixar-se. Neste momento oportuno, Jeová inculcou o ponto em Jonas: ‘Tiveste compaixão de um rícino, . . . pelo qual nada fizeste, que não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite morreu. E então, não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil seres humanos, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e uma inumerável multidão de animais?” — Jonas 4:10, 11, CBC.
6. Que conceito tinha Pedro da misericórdia de Deus, e como podemos evitar a atitude impaciente e queixosa em nosso ministério?
6 Sim, Jeová é misericordioso e abundante em benevolência, e qualquer tempo que ele conceda antes de destruir os perversos no Armagedom é uma expressão maravilhosa de seu amor e de sua paciência. “Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa, . . . mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento.” (2 Ped. 3:9) Que sublime conceito das coisas! Por entendermos a mente de Jeová sobre este assunto e por imitarmos suas inigualáveis qualidades, jamais ficaremos impacientes, mas ficaremos contentes de esperar por Ele e o seu devido tempo. Continuaremos a pregar com o motivo do amor, aproveitando todo minuto que Jeová concede para os ajudarmos ao arrependimento. Por fazermos isto, ficaremos cheios de alegria em nosso ministério e evitaremos tornarmo-nos queixosos infelizes.
7. Expliquem como o espírito queixoso pode surgir na mente dum missionário.
7 Certo irmão talvez seja enviado a uma designação no estrangeiro como missionário e talvez caia no laço de queixar-se. Como? Por ter a atitude mental de que tudo em seu novo país deve ser comparável às condições em seu próprio país. Talvez espere os mesmos padrões de vida e confortos que usufruiu na Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia em Nova Iorque. Se verificar que isto não acontece, talvez comece a se sentir infeliz e descontente. Este espírito de descontentamento se espalha então rapidamente a outras coisas, tais como os costumes, a língua e os hábitos das pessoas em cujo país ele vive. Começa a criticá-los abertamente e muitas outras coisas pequenas que simplesmente acha que não estão certas. Algumas destas talvez não tenham nada que ver com a pregação das boas novas do Reino, mas ainda é franco ao se queixar delas. Queixa-se de coisas das quais normalmente jamais se queixaria em seu próprio país, porque agora tem um espírito dessatisfeito e descontente. Tal irmão jamais se sentirá feliz em sua designação enquanto tal atitude persistir.
8. Quem, nos tempos antigos, ficou insatisfeito com suas condições de vida, e, será que realmente tinham motivo de queixa?
8 Isto nos faz lembrar a multidão mista de fugitivos que abandonaram a terra do Egito para viajar junto com os israelitas no deserto, 1.500 anos antes do tempo de Jesus andar pela terra. Já viajavam por cerca de um ano sob a direção de Jeová, quando começaram a queixar-se. Jamais passaram fome, nem seus sapatos e roupa se tinham gasto na jornada. Tinham o suficiente para suas necessidades diárias. Todavia, não ficaram satisfeitos com isto. Começaram a comparar sua vida nômade com a sua vida anterior no Egito, e, por causa disto, até os israelitas se juntaram a eles em clamar: “Lembramo-nos dos peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos, os melões, os alhos bravos, as cebolas e os alhos. Agora nossa alma está seca. Não há mais nada, e só vemos maná diante de nossos olhos.” (Núm. 11:5, 6, CBC) Que tamanha falta de gratidão pela provisão feita por Jeová, de milagroso pão do céu!
9. Como é o apóstolo Paulo excelente exemplo para os missionários e pioneiros especiais da atualidade, e o que evitarão por imitá-lo?
9 Ao invés de imitarmos esta multidão mista ingrata e estes israelitas, devemos esforçar-nos de ser como o apóstolo Paulo, que viveu em muitas condições variadas e em muitos países diferentes. Referindo-se às suas experiências variadas como missionário, disse aos cristãos filipenses: “Aprendi a ser auto-suficiente em qualquer circunstância em que esteja. Eu sei, deveras, estar reduzido em provisões, sei, deveras, ter abundância. Em tudo e em todas as circunstâncias aprendi o segredo tanto de estar suprido como de ter fome, tanto de ter abundância como de sofrer carência. Para todas as coisas tenho força em virtude daquele que me confere poder.” (Fil. 4:11-13) Não importa onde Paulo fosse, aprendera a adaptar-se às condições ali e a sentir-se feliz e contente em qualquer designação que Jeová lhe desse. Os missionários e os pioneiros especiais hodiernos podem aprender muito deste excelente exemplo e, assim, evitarão as frustrações e as aflições de coração causadas pelas queixas infelizes a respeito de suas designações.
RESPEITO A AUTORIDADE TEOCRÁTICA
10. Por que alguns têm dificuldades em respeitar a autoridade teocrática, e ao que pode isto levar?
10 Visto que Jeová usa homens imperfeitos para representá-lo em sua organização terrestre, torna-se difícil alguns reconhecerem e respeitarem a autoridade teocrática. Perdem de vista que é Jeová quem designa tais pessoas e começam a ver apenas o homem fraco e imperfeito. Ao invés de respeitarem a posição ocupada por certo irmão, rapidamente se queixam quando ele comete algum errinho por causa de suas falhas herdadas. Este é um erro grave e pode levar a muita dessatisfação e descontentamento numa congregação do povo de Jeová.
11. (a) Que queixa fizeram mais de 250 israelitas contra Moisés e Aarão no deserto, suscitando que questão? (b) Como foi que Jeová expressou sua ira por esta falta de respeito aos seus representantes designados?
11 Há muitas centenas de anos atrás, um grupo de mais de 250 homens fizeram tal erro em considerar os representantes de Jeová, Moisés e Aarão. Tais homens acharam que eles eram tão habilitados para superintender a nação de Israel quanto estes dois e assim “congregaram-se contra Moisés e Aarão, e lhes disseram: ‘Isso já basta de vós, porque a inteira assembléia é toda ela santa e Jeová está no seu meio. Por que, então, deveríeis erguer-vos acima da congregação de Jeová?’” Assim acusaram indevidamente Moisés e Aarão de assenhorar-se da congregação. Datã e Abirã, dois deste grupo, disseram a Moisés mais tarde que ele tentava “bancar o príncipe” sobre eles. Era isto verdade? Tinham Moisés e Aarão se colocado em suas posições de supervisão para atingirem seus próprios fins egoístas, ou fora Jeová quem os colocara ali? No dia seguinte a nação inteira veio a saber a resposta do próprio Jeová. Por meio de abrir a terra e pelo fogo, Jeová exterminou os rebeldes e suas famílias, assim confirmando a declaração de Moisés: “Por meio disso sabereis que Jeová me enviou para fazer todas estas obras, que isso não vem do meu próprio coração.” Que nós nunca cometamos tal erro fatal de queixar-nos dos representantes designados de Jeová! — Núm. 16:3, 13, 28.
12. Qual é o perigo de se considerar os servos designados do ponto de vista carnal, e como foi que Jeová mostrou isto em suas palavras a Samuel, em 1 Samuel 16:7?
12 Como se deu com tais rebeldes desrespeitosos há muito tempo atrás, nenhum irmão atualmente usufruirá verdadeiro contentamento junto à organização de Jeová enquanto considerar os servos designados dum ponto de vista carnal ou humano. Notarão constantemente os pontos fracos dum servo e se queixarão abertamente da forma que cuida das coisas, achando, talvez, que poderiam, eles próprios, fazer as coisas mais eficientemente. É bom, contudo, lembrar-nos da ordem de Jeová a seu profeta Samuel, que foi encarregado da responsabilidade de ungir o seguinte rei em Israel. Samuel olhou para Eliabe, um dos filhos de Jessé, e ficou certo de que este tinha de ser o escolhido por Jeová, por causa de sua impressionante aparência pessoal. Jeová, contudo, avisou a Samuel: “Não olhes para sua aparência e para a altura de sua estatura, pois eu o tenho rejeitado. Pois não é do modo que o homem vê que é o modo em que Deus vê, porque o simples homem vê o que aparece aos olhos, mas, quanto a Jeová, ele vê o que é o coração.” (1 Sam. 16:7) Compreendendo isto, todos os cristãos dedicados respeitarão a designação de uma pessoa, feita por Jeová, até mesmo se em todas as aparências exteriores e do ponto de vista mundano, não parecer a melhor habilitada.
13. O que contribui muito para a alegria experimentada por um servo designado, mas, o que poderia destruir tal alegria?
13 Tal respeito e submissão de coração, bem como cooperação da parte dos publicadores e pioneiros numa congregação, ajudam a tornar a obra de um servo designado tanto alegre como recompensadora. É por isso que Paulo disse aos cristãos hebreus: “Sede obedientes aos que tomam a dianteira entre vós e sede submissos, pois vigiam sobre as vossas almas como quem há de prestar contas; para que façam isso com alegria e não com suspiros, porque isso vos seria prejudicial.” (Heb. 13:17) Quaisquer queixas feitas contra tais irmãos em posições de supervisão tirariam muita alegria da congregação. Seriam “prejudiciais” à congregação e indicariam um espírito de descontentamento com o arranjo de coisas de Jeová.
14. O que jamais deveria ser feito, até mesmo se um superintendente se torna negligente de seus deveres? Dêem um exemplo bíblico para apoiar sua resposta.
14 Como ficaria a situação, porém, se o superintendente numa congregação se tornasse negligente em fazer arranjos para as reuniões e deixasse de liderar o serviço? Talvez se passem dois ou três meses até que o servo de circuito venha visitar a congregação. Não seria correto, neste caso, um irmão queixar-se publicamente a respeito disto, chegando até mesmo a fazer com que todos os publicadores assinem uma petição para enviar à Sociedade, pedindo que este irmão seja removido de sua posição de superintendente? Não, isto definitivamente não seria apropriado! Lembre-se de que Davi não tentou usurpar o trono do iníquo Saul em Israel, muito embora soubesse que seria o próximo rei. Não se sentiu justificado a agir de modo a matar Saul, muito embora Saul fosse homem perverso que perdera o favor de Deus. Respeitou o fato de que Saul era “o ungido de Jeová” e estava disposto a submeter-se a este arranjo até que Jeová achasse apropriado removê-lo de sua posição. — 1 Sam. 24:6.
15. (a) Mostrem como alguém que se queixe dum servo designado está realmente mostrando falta de fé em Jeová. (b) O que faria um irmão maduro caso um superintendente negligenciasse seus deveres?
15 Davi mostrou grande fé em Jeová em todas as ocasiões. Sabia que Jeová mantinha pleno controle das coisas e sentia-se contente de esperar para o Seu devido tempo para agir. Diferente de Davi, qualquer irmão que democraticamente consiga uma petição ou se queixe abertamente contra um servo designado está mostrando lamentável falta de confiança e fé na habilidade de Jeová de superintender Sua organização. Com efeito, tal irmão afirma que, visto que Deus não cuida dos assuntos com suficiente presteza, ele vai precisar agir em lugar de Deus. Que modo míope e imaturo de considerar as coisas! Jeová nem sempre faz as coisas da forma que achamos que deveriam ser feitas, mas podemos estar seguros de que serão feitas corretamente e no tempo devido. Assim, a coisa a fazer é esperar em Jeová, manter-se ocupado no serviço, ajudar amorosamente nossos irmãos e encorajar o respeito pelo arranjo teocrático de coisas. Qualquer outra ação precipitada minaria o respeito pela autoridade teocrática e causaria muito dano espiritual à congregação.
16. Do que podemos ficar confiantes, e, assim, com o que deveríamos nos ocupar?
16 Podemos ter plena confiança que Jeová sabe o que se passa em toda congregação de seu povo. “E não há criação que não esteja manifesta à sua vista, mas todas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos daquele com quem temos uma prestação de contas.” (Heb. 4:13) Ele não dorme nem coisa alguma lhe passa despercebida. Não precisa ser informado pelo irmão queixoso, se algo precisar de correção. As Escrituras nos dizem: “Os olhos de Jeová estão em todo o lugar, vigiando tanto os maus como os bons.” (Pro. 15:3) Com este pensamento confortador, podemos contentar-nos em fazer nossas tarefas designadas, felizes em saber que o próprio Soberano Onipotente mantém completo controle sobre sua organização visível.
17. (a) Como pode um servo designado criar o espírito de queixa? (b) Do quê tal irmão perdeu a visão, e, assim, o que precisa fazer?
17 Às vezes, até mesmo um servo designado é influenciado pelo espírito de queixa, achando que tem muito trabalho a fazer. Talvez se sinta sobrecarregado em cuidar do rebanho de Deus ou talvez se torne impaciente com os irmãos, queixando-se de que não cooperam com ele ou não entendem as coisas tão fàcilmente como ele gostaria que acontecesse. Tal irmão perdeu temporariamente de vista que é com a organização de Jeová que ele trabalha e são as “ovelhas” de Jeová que ele superintende. Fica pensando que a inteira carga de cuidar destas “ovelhas” caiu sobre seus ombros. Isto não é verdade, contudo. É Jeová quem assume a responsabilidade de cuidar de suas “ovelhas” e é Jesus Cristo, seu Filho, quem deu a sua vida por elas. Nenhum superintendente deveria tentar assumir a responsabilidade de cuidar sozinho das “ovelhas” de Jeová. Precisa confiar plenamente em Jeová e mostrar completa fé nele. Davi, que tinha a experiência de trinta e três anos como o superintendente duma nação inteira, instou: “Lança tua carga sobre o próprio Jeová, e ele mesmo te susterá. Ele nunca permitirá que o justo fique abalado.” — Sal. 55:22.
18, 19. (a) Como é que Moisés mostrou uma atitude queixosa em certa ocasião, mas, poderíamos dizer que era queixoso? (b) Por que os superintendentes, atualmente, têm todo motivo de ser otimistas?
18 Moisés, superintendente designado, certa vez se permitiu adotar uma disposição mental queixosa, quando guiava no deserto os israelitas rebeldes. Até mesmo dirigiu sua queixa a Deus em oração, dizendo: “Por que afligis vosso servo? Por que não acho eu favor a vossos olhos, vós que me impusestes a carga de todo esse povo? Porventura sou eu que concebi esse povo? ou acaso sou eu que o dei à luz, para me dizerdes: Leva-o sobre o teu seio como a ama costuma levar o bebê, . . . ? Eu sòzinho não posso suportar todo este povo; ele é pesado demais para mim. Em lugar de tratar-me assim, rogo-vos que me façais antes morrer.” — Núm. 11:11, 12, 14, 15, CBC.
19 Moisés era normalmente um servo feliz, contente de Jeová e por certo não era um queixoso habitual. Todavia, nesta ocasião, o murmúrio dos israelitas foi demais para ele, e ficou infetado do espírito de queixa. Não obstante, nenhum superintendente humano atualmente tem de cuidar de uma congregação tão grande, e poucos têm de lidar com os problemas difíceis que Moisés enfrentou. Também, os superintendentes hoje em dia têm a amorosa orientação da organização para apoiá-los, junto com o apoio de Jeová e de seu Rei entronizado. Assim, não há razão de se sentirem sobrecarregados ou de se queixarem. Por manterem em vista seu maravilhoso privilégio e o considerarem com alegria, podem imitar o “Agente Principal e Aperfeiçoador de nossa fé, Jesus”. Por fazerem isto, e por lidarem com os irmãos de modo amoroso, não esperando demais deles, o superintendente não expressará queixas, mas, antes, será otimista e feliz, assim disseminando uma atmosfera elegre por toda a congregação. — Heb. 12:2.
CONTENTES COM A VERDADE REVELADA
20. Como é que alguns se queixam a respeito da explicação das Escrituras feita pela Sociedade, e por que isto é perigoso, tanto para eles próprios como para outros?
20 Às vezes ouvimos irmãos falarem de modo queixoso a respeito das explicações e das verdades publicadas em A Sentinela. Não podendo entender plenamente por que certo ponto é destacado ou por que um entendimento mais claro de determinado ponto é oferecido, começam a exprimir suas dúvidas a outros. Isto, por certo, cria confusão entre os irmãos, especialmente os mais novos, e por certo não ajuda de nenhuma forma o queixoso. Mostra um espírito de descontentamento com o canal de comunicações de Jeová, em muitos casos fazendo isso mui precipitada e prematuramente, sem o pleno conhecimento de todos os fatos envolvidos.
21. (a) Por que alguns dos discípulos de Jesus deixaram de segui-lo? (b) Em contraste com isto, que atitude recomendável assumiram os doze apóstolos, com que resultados?
21 Este mesmo espírito existia entre alguns dos primitivos seguidores de Jesus. Certa vez, depois de ouvirem Jesus lhes ensinar algumas novas verdades poderosas, alguns disseram: “Esta palavra é chocante; quem pode escutar isso?” O registro inspirado nos conta o resultado disto, afirmando: “Devido a isso, muitos dos seus discípulos foram embora para as coisas deixadas atrás e não andavam mais com ele.” Por causa disto, Jesus perguntou a seus doze apóstolos: “Será que vós também quereis ir?” Pedro respondeu prontamente: “Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens declarações de vida eterna.” (João 6:60, 66-68) Aqueles que tropeçaram se precipitaram em descontentar-se. Não usaram tempo nem fizeram o esforço de examinar as verdades explicadas, para ver se estavam em harmonia com a Palavra de Deus. Os apóstolos, contudo, ficaram contentes de permanecer com Jesus e aprenderem gradualmente dele. Isto não significou que entendiam plenamente tudo que ele lhes dizia naquela ocasião, visto que havia muitas coisas que não podiam discernir. Não obstante, tinham verdadeira fé. Sabiam que Jeová não lhes daria uma pedra se lhe pediam pão, e, por conseguinte, ficaram satisfeitos de ouvir e aprender, fazendo perguntas quando não podiam discernir plenamente certo ponto. (Mat. 7:9-11) Por isso, foram ricamente abençoados e receberam plena visão da vontade de Jeová naquele tempo, quando receberam o espírito santo em Pentecostes de 33 E. C.
22. Expliquem o que deveria ser feito quando tivermos dificuldade em discernir um ponto da verdade, e mostrem por que este é o único proceder razoável.
22 Podemos aprender muito do exemplo destes homens fiéis. É verdade que alguns pontos são difíceis de discernir de início, mas, ao invés de nos queixarmos ou argüirmos a respeito deles, destarte efetivamente colocando nosso insignificante conhecimento em oposição à onipotente sabedoria de Jeová, e à experiência de sua organização orientada pelo espírito, não seria mais sábio considerar mais a fundo o assunto? Depois de estudá-lo cuidadosamente, converse a respeito dele com irmãos maduros, não de forma queixosa, mas para saber o que pensam do assunto. Se, depois de fazer isto, ainda tiver dificuldades em entender o ponto, seria melhor deixar as coisas como estão por certo tempo, aguardando maior esclarecimento, assim como fizeram os apóstolos. Leve o assunto a Jeová, em oração, pedindo sabedoria para entender o ponto da verdade. Pleno entendimento lhe será concedido no tempo devido, à medida que Jeová o revelar mediante sua organização, uma vez que se apegue a tal organização com fé.
23. Como podemos evitar tornar-nos como os apóstatas descritos em 1 Timóteo 6:3-5?
23 Por certo, não queremos ser como os mencionados por Paulo em 1 Timóteo 6:3-5: “Se algum homem ensinar outra doutrina e não concordar com as palavras salutares, as de nosso Senhor Jesus Cristo, nem com o ensino concordante com a devoção piedosa, ele está enfunado de orgulho, não entendendo nada, mas tendo mania de criar questões e debates sobre palavras. Destas coisas procedem inveja, rixa, linguagem ultrajante, suspeitas iníquas, disputas violentas sobre ninharias, da parte de homens corrompidos na mente e espoliados da verdade.” Muitos se tornaram apóstatas por permitirem que o espírito de queixa os deixasse amargurados contra a organização de Jeová. A fim de evitar tornar-nos como eles, temos de evitar as queixas até mesmo sobre coisas pequenas, “ninharias”, mas precisamos ficar contentes com a verdade revelada que procede de Jeová.
24. Que falta revelam aqueles que se queixam da organização de Jeová, e como isto pode ser contrabalançado?
24 Conforme mostram os exemplos considerados, as queixas contra a organização geralmente provêm da falta de entendimento do modo de Jeová fazer as coisas, e da falta de completa fé nele e em seus arranjos. Por conseguinte, a fim de vencer a tendência de queixar-nos, precisamos cultivar nossa fé em Jeová e Sua organização, adquirir visão mais profunda e entendimento maduro, por meio do estudo pessoal, da oração e da íntima associação com Seu povo.
25. Como podemos estar seguros de obter muitas alegrias, tanto agora como no “vindouro sistema de coisas”?
25 Portanto, que todos nós fiquemos contentes de trabalhar em nossos lugares designados na organização, reconhecendo a Jeová como o único Fundador e Organizador de Seu povo e avaliando que Jesus Cristo é seu Rei designado, agora já entronizado nos céus. Por fazermos nossa obra sem nos queixarmos, teremos muitas alegrias agora, junto com nossos irmãos na congregação, e, no “vindouro sistema de coisas”, usufruiremos muito mais bênçãos do que nossas mentes podem agora discernir, à medida que Jeová desenvolve seus gloriosos propósitos nos séculos vindouros. Não perca este futuro deleitoso por se tornar um queixoso infeliz e míope, mas goze a verdadeira satisfação e paz mental junto com o povo provado e fiel de Jeová. — Efé. 2:7.