Um só Mundo, Um só Governo sob a Soberania de Deus
1. Como se define a soberania e como tem afetado a nossa terra?
DURANTE SÉCULOS se tem argumentado que a soberania dum governo tem por base o povo governado.a No domínio da ciência política, diz-se que a soberania é “o poder supremo num Estado pelo qual se administra o governo”.b Em tempos recentes, cada vez mais países adotaram a idéia de que a soberania está com o povo.c No entanto, em alguns países ainda se reconhece que o poder supremo no Estado está nas mãos do soberano, tal como o rei ou o imperador. Qualquer que seja o caso, não existe hoje nenhum homem ou grupo nacional de pessoas que exerça a soberania sobre toda a terra. Antes, nossa terra é um lugar de muitas soberanias. Esta é uma das principais causas de lutas e conflitos. A terra não tem descanso, não tem paz global.
2. Por que ficamos todos nós afetados pelas soberanias nacionais em volta da terra, e que atitude patriótica adotam alguns para com seu próprio governo nacional?
2 Todos nós somos afetados pelas soberanias exercidas em toda a terra. Relativamente poucos de nós, individualmente, são o que se pode chamar “homens sem terra”. A maioria de nós somos membros duma nação, cidadãos dum país. Como tais, espera-se que tenhamos certo orgulho nacional. Faz-se com que sejamos muito sensíveis quanto à nossa nacionalidade, de modo que nos ressentimos ou ofendemos com qualquer mácula para a nação que representamos. Durante disputas internacionais, muitos devotos de determinado governo adotam a atitude patriótica expressa nas palavras: “Meu país — certo ou errado!”
3. Que soberania interna e que soberania externa exercem hoje as nações?
3 Atualmente, mais nações do que em qualquer tempo anterior da história humana exigem a lealdade de seus cidadãos. Na corporação mundial conhecida como Nações Unidas, há atualmente cento e trinta e oito nações-membros de diversas feições políticas. Há outras nações que ainda não estão na organização das Nações Unidas. Cada uma destas nações, quer dentro, quer fora das Nações Unidas, tem ciúme de sua soberania interna e de sua soberania externa. Cada nação reivindica e protege os poderes governamentais investidos internamente no Estado político sobre os seus próprios cidadãos e até mesmo sobre os estrangeiros que moram dentro de suas fronteiras nacionais, bem como sobre navios particulares de seus cidadãos no alto mar. No exercício da soberania externa, cada nação insiste no seu direito e o exerce para entrar em relações com qualquer estado político estrangeiro, quer por celebrar tratados pacíficos, quer por declarar a guerra. Do atual ponto de vista humano, tudo isso parece direito e natural. É patriótico!
4. Durante este século, que movimento político tornou-se epidêmico, e que pergunta se faz sobre a fraternidade entre nações e pessoas?
4 Os fatos da história moderna mostram que neste século vinte pôs-se em evidência o nacionalismo, desde a primeira guerra que se travou em escala global. De acordo com o lado vencedor, ela foi travada para tornar o mundo seguro para a democracia. Os empenhos dos povos em toda a parte, em prol de soberanias nacionais pela criação de novos estados políticos, tornou-se epidêmica. O nacionalismo tornou-se uma praga para toda a humanidade. Em vez de apaziguar as condições mundiais, por satisfazer os povos locais que queriam ter nacionalidade, levou à multiplicação dos problemas nacionais e internacionais. Depois de dezenove anos de funcionamento da agora extinta Liga das Nações, e então, depois de trinta anos de funcionamento das Nações Unidas, não existe hoje nenhuma fraternidade das nações, assim como tampouco há qualquer “fraternidade do homem”. Contudo, não são todos os homens irmãos “debaixo da pele”? Não são todas as nações realmente nações irmãs, cujos cidadãos são irmãos “debaixo da pele”? Então, por que há tal ausência mundial de fraternidade, que deveria fazer com que todos os homens, em toda a parte, agissem quais irmãos amorosos de uma só grande família humana?
5. Temos na terra “um só mundo” sob “um só governo”? E para quem seria isso algo desejável?
5 Vemo-nos obrigados a confessar que a humanidade hoje não é “um só mundo”, e que, apesar da existência das Nações Unidas, não está sob “um só governo”. Gostaríamos que toda a humanidade vivente fosse “um só mundo” sob “um só governo”? Em vista da experiência humana durante os últimos seis mil anos, isso seria o mais desejável para todos os que queremos harmonia, paz, justiça, segurança, companheirismo humano e a alegria de viver.
6, 7. (a) Por que nunca estiveram os povos da terra tão juntos, tão interdependentes? (b) Quantos ficariam afetados por mais uma guerra mundial, e por quê?
6 Todos nós, não importa onde vivamos neste planeta, estamos presos a está terra. É verdade que seis vôos espaciais levaram homens à lua, mas esses homens, para sobreviver, tiveram de voltar a esta terra. Ficaram satisfeitos de voltar a esta terra. É aqui que se destinavam a viver, e é só aqui que criaturas humanas, seres humanos, podem viver para sempre. Os homens, não importa onde vivam neste planeta, são vizinhos uns dos outros, porque todos são habitantes da mesma terra. Todos, em geral, estão sujeitos às mesmas necessidades da vida. E agora, pelos meios de comunicação rápida por telefone, telégrafo, rádio e televisão, e pelos diversos modos de viajar por terra, mar e ar, todos os povos foram achegados mais uns aos outros do que em qualquer tempo anterior. Nunca antes estiveram os povos da terra tão interdependentes.
7 Assim como num grande corpo humano, todas as outras partes da sociedade humana ficam afetadas pelo que acontece com uma só determinada parte da família humana. Em vista dos progressos na ciência da guerra moderna, mais outra guerra mundial, uma guerra com armas nucleares de mísseis balísticos intercontinentais teria efeitos desastrosos para todas as criaturas, humanas e animais, em nossa terra.
8, 9. (a) Que perigo é comum a toda a humanidade, e o que é necessário, da parte de todas as nações, para impedir o pior? (b) Que advertência de condenação foi feita no Extremo Oriente em janeiro último, pedindo a cooperação de quem?
8 O perigo de extinção é agora comum a toda a humanidade. Reconhece-se agora que é preciso um só esforço humano, global, comum, para impedir tal calamidade mundial. O flagrante interesse próprio da parte das pessoas exige tal coisa. Mas onde, entre as pessoas egoísticas da atualidade, existe o sentimento da extrema necessidade de cooperação para impedir o pior? Uma convocação a isso procede do Extremo Oriente:
9 Sob o cabeçalho: “Miki: Humanidade Está Condenada sem Cooperação”, o jornal Times de Singapura, Ásia, de 26 de Janeiro de 1975, noticiou: “TÓQUIO, sáb. — O Primeiro-ministro Tako Miki advertiu ontem que o mundo está condenado, se os interesses nacionais, individuais, forem levados avante ‘num sentido estreito, a curto prazo’. O Sr. Miki disse num discurso temático preferido na Dieta (no parlamento): ‘O mundo está ficando cada vez menor e a humanidade inteira compartilha a mesma sorte a bordo do mesmo navio.’ Ele salientou a necessidade de cooperação internacional e de interdependência das nações. . . . ‘Para nosso pesar, porém, o mundo ainda não atingiu o estágio em que esta interdependência seja plenamente compreendida. Se esta situação persistir, é evidente que, no futuro não muito distante, estaremos condenados. Nesta era, nenhuma única nação ou pessoa pode mais passar bem sozinha. O derradeiro objetivo do empenho diplomático de qualquer país, naturalmente, é assegurar seus interesses nacionais. Esta expressão, porém, não deve ser tomada num sentido estreito, a curto prazo.’”
O QUE FALTA NA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
10. O que prejudicaria a força unificadora da cooperação internacional que se recomendou?
10 Esta foi deveras uma advertência solene da parte do primeiro ministro japonês. Ele tinha a forte convicção de que a humanidade tem de escolher agora entre a plena cooperação internacional e a condenação! No seu conceito, porém, não se deve sacrificar a soberania nacional de cada estado político, mesmo enquanto prevalece tal cooperação. Por conseguinte, o “derradeiro objetivo do empenho diplomático” é o de garantir os interesses nacionais de cada país. Deste modo, os grupos nacionais, em toda a parte, continuariam a apegar-se à sua soberania nacional. Isto admitiria a continuação do orgulho nacional com todos os seus efeitos divisórios. Portanto, agiria contra a verdadeira união interna entre os grupos nacionais. Enfraqueceria a força da cooperação internacional. Nunca resultaria em “um só governo”! Nem tampouco em “um só mundo”!
11. Que coisa de suma importância estaria faltando em tal cooperação internacional?
11 Portanto, precisa-se apenas da cooperação entre os estados políticos, soberanos, para salvar o mundo da condenação? E evidente que se precisa de algo mais, algo de suma importância. A já extinta Liga das Nações não satisfez tal necessidade. As agora operantes Nações Unidas tampouco a satisfazem. Os cientistas políticos do mundo talvez pensem: De que é que se precisa, que falta em tais organizações, para haver cooperação internacional? Nós respondemos: É a cooperação altruísta com Aquele a quem muitas nações afirmam adorar. A identidade deste pode ser descoberta da canção que costumava ser tratada como hino nacional dum país norte-americano. Intitula-se “Meu País, a Ti Pertence”, ou simplesmente “América”. A última estrofe desta canção, por ocasião da qual os ouvintes costumavam pôr-se de pé, reza:
“Deus de nossos pais, a Ti,
Autor da Liberdade, a Ti cantamos.
Brilhe nossa terra por muito tempo com a santa luz da liberdade.
Protege-nos com o Teu poder,
Grande Deus, nosso Rei.”
12. (a) De que modo afirma outra nação também que Deus é seu Soberano celestial? (b) Como prova tal nação cantante se Deus é ou não é seu Soberano?
12 Além disso, este hino era cantado segundo a melodia do hino nacional britânico, intitulado “Deus Salve o Rei (a Rainha)”. Segundo a última estrofe de “América”, o Supremo Tribunal daquela nação classificou os Estados Unidos como nação cristã. Na Inglaterra, também, ainda há união entre Igreja e Estado, sendo a Igreja Anglicana a Igreja Estatal estabelecida. A deidade a que se alude com isso é o Deus da Bíblia Sagrada. Todas as nações da cristandade professam adorar este Deus das Escrituras Sagradas. Ao cantarem para ele as palavras “Grande Deus, nosso Rei”, os estadunidenses que entoam tal canção patriótica reconhecem em melodia a Deus, o “Deus de nossos pais”, como Soberano, como superior ao executivo principal dos Estados Unidos da América. Mas, será que os que entoam o hino dizem na realidade mais do que intencionam? Deixam realmente que ele seja o Soberano de sua própria nação, bem como do restante do universo? Os cantores provam se Ele é ou não seu verdadeiro Soberano por cooperarem submissamente com ele ou por não o fazerem.
13. (a) Quem é o Soberano do Universo conforme mostram a Versão Autorizada do Rei Jaime e outras da Bíblia? (b) Portanto, como somente poderá haver “um só mundo” sob “um só governo”?
13 A tradução da Bíblia Sagrada em inglês que foi autorizada pelo Rei Jaime I da Grã-Bretanha, em 1611, para ser lida nas igrejas daquele país, indica a soberania deste Deus. Reza no Salmo 83:18: “Para que os homens saibam que tu, a quem só pertence o nome de JEOVÁ, és o altíssimo sobre toda a terra.” (Veja Almeida, rev. e corr.) Em cumprimento da oração contida neste Salmo, todos os homens, todos os habitantes humanos da terra, ainda saberão que o Deus, cujo nome é Jeová, é o Soberano Altíssimo sobre todos, e, portanto, é também o Soberano da nossa terra. Hoje em dia, a maior parte das nações políticas não adoram a Jeová como seu Deus, assim como afirmam fazer as nações da cristandade. Mas, embora as nações chamadas “cristãs” professem adorar o Deus, cujo nome, segundo a Bíblia, é Jeová, de fato não cooperam com Ele. Portanto, na realidade, nem uma única das nações que são membros da organização das Nações Unidas coopera com o Deus Altíssimo, Jeová. Apenas quando toda a humanidade vivente cooperar em obediência com este Soberano Universal poderá vir a haver “um só mundo” sob “um só governo”.
A FAVOR DA SOBERANIA DE QUEM NOS DECIDIREMOS?
14. Por que é agora necessário que cada um de nós faça uma decisão pessoal sobre a questão que precisa ser resolvida para toda a terra?
14 É isso o que queremos de todo o nosso coração? Visto que os estados políticos não querem tal coisa do modo de Deus, e visto que se negam a cooperar com Ele, então cabe a cada um de nós fazer sua própria decisão pessoal na questão que em breve terá de ser resolvida para toda a terra. Mostrará cada um de nós o devido respeito para com a soberania universal de Jeová e viverá em harmonia com ela? Apenas por fazermos isso teremos o privilégio de usufruir “um só mundo, um só governo sob a soberania de Deus”.
15. O que explica o motivo pelo qual fracassaram os projetos das nações, apesar da cooperação internacional?
15 Sempre que todos nós cooperamos e agimos como grupo unido, em geral conseguimos realizar alguma coisa. Quando cooperamos com o Soberano Senhor Deus Jeová, podemos estar certos de trabalhar em prol do bom êxito. Este fato ajuda-nos a entender por que as nações falharam em ser bem sucedidas nos seus projetos internacionais. E verdade que as nações, nos seus atuais apuros desesperados, procuram unificar o mundo sob um só arranjo governamental. Ora, fala-se até mesmo em entregar a soberania mundial à organização das Nações Unidas. No entanto, no que se refere a “um só mundo” da humanidade sob “um só governo”, que as nações gostariam de produzir em prol de paz e segurança mundiais, será que este seria o “um só mundo” sob “um só governo” que o Soberano Senhor Deus tem em mente? É isto o que Ele predisse na sua infalível Palavra escrita, a Bíblia Sagrada?
16, 17. (a) De que maneira cooperaram nações de modo mau há dezenove séculos atrás, em Jerusalém? (b) Como se dirigiram a Deus os que oraram e mencionaram tal cooperação má, e o que Lhe pediram fazer?
16 Sabemos que as criaturas humanas e as nações podem cooperar tanto em obras más como em obras boas. Não fazem ainda dois mil anos que as nações se juntaram numa obra má. Cooperaram entre si, mas não cooperando com o Deus Altíssimo do céu. Isto foi trazido à atenção dum modo muito solene, na cidade de Jerusalém, depois de uns homens terem sido presos por pregarem no templo da cidade, julgados no Supremo Tribunal e soltos sob ameaças. Acerca do choque de soberanias que estava ali envolvido então, a narrativa histórica nos diz nas seguintes palavras, segundo a versão atualizada da tradução de João Ferreira de Almeida:
17 “Uma vez soltos, procuraram aos irmãos e lhes contaram quantas cousas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. Ouvindo isso, unanimes levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de nosso pai Davi, teu servo: Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram causas vês? Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido [Messias, P. I. B.]; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e povos de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; agora, Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra.” — Atos 4:23-29; também na versão de Lincoln Ramos.
18. O que pediram aqueles cristãos em oração a Deus, que lhes ajudasse fazer, e qual foi o resultado da resposta à sua oração?
18 Aqueles discípulos de Jesus, o Messias, fizeram sua decisão individual e tomaram posição do lado da soberania universal do Criador do céu e da terra. Por isso oraram a Ele para ajudá-los a não fazer caso das ordens e ameaças do Supremo Tribunal nacional e a prosseguir com a pregação proibida da mensagem de Deus sobre o Seu Servo ungido, Jesus, o Messias. Expuseram a conspiração política do Rei Herodes Ântipas, que representava o grupo nacional dos idumeus, do Governador Pôncio Pilatos, que representava o Império Romano e Tibério César, e dos judeus não cristianizados. Sua oração foi respondida, e a pregação das boas novas por estes defensores da soberania do Senhor Deus Jeová prosseguiu, tanto entre os judeus, como mais tarde entre as nações gentios. Em resultado, milhares de crentes tomaram sua posição do lado do Soberano Senhor Jeová, a fim de cooperarem com ele no seu propósito messiânico.
19. Em contraste com a situação há dezenove séculos atrás, que cumprimento das palavras de Davi no Salmo Dois atingimos nós, hoje, e por que precisamos ter cuidado quanto à decisão que fazemos?
19 Já chegamos hoje ao clímax, no desenrolar dos acontecimentos orientados por Deus, que levam a “um só mundo” sob “um só governo”, no qual Deus é o Soberano Universal. As palavras proféticas de Davi incluídas na oração feita pelos discípulos do Messias, há dezenove séculos atrás, em Jerusalém, tiveram apenas cumprimento inicial ou em miniatura. Envolvia o Rei Herodes, o Governador Pôncio Pilatos, o povo judaico e os soldados romanos usados para pregar Jesus, o Messias, numa estaca de tortura. No nosso século vinte, os acontecimentos mundiais desde o irrompimento da Primeira Guerra Mundial, no ano 1914, fornecem prova de que chegamos ao cumprimento final, em plena escala, dessas palavras de Davi encontradas no Salmo Dois. Agora, mais do que em qualquer tempo no passado, surge a questão da soberania divina para ser resolvida. Nossa decisão pessoal na questão terá as mais sérios conseqüências para cada um de nós.
20, 21. (a) A quem podemos dirigir-nos com bom êxito para obter orientação em fazer a decisão certa? (b) Segundo o Salmo 73:24, 25, 28, a quem recorreu o salmista em busca de conselho?
20 Precisamos de orientação para nos ajudar a tomar a decisão que nos leve ao usufruto de “um só mundo, um só governo” sob a soberania divina. Neste respeito, podemos buscar orientação das nações mundanas? Não, porque elas estão confusas, afundando cada vez mais no atoleiro da perplexidade, por não saberem a saída de suas crescentes dificuldades. Não podemos voltar-nos com bom êxito para as instituições religiosas das nações, porque o conselho religioso que deram aos governantes políticos levou as nações ao atual impasse internacional. Para termos conselho atualizado, realístico e prático, a fim de nos orientar no caminho certo, temos de ir à Palavra escrita, que nos foi provida pelo Mesmo que há muito predisse esta angústia mundial. Este foi o proceder sábio adotado pelo salmista inspirado dos tempos antigos. Dirigindo-se ao Autor divino dessa Palavra profética, o salmista disse:
21 “Tu me guiarás com o teu conselho e depois me levarás à própria glória. A quem tenho nos céus E além de ti não tenho outro agrado na terra. Quanto a mim, porém, chegar-me a Deus é bom para mim. Pus o meu refúgio no Soberano Senhor Jeová, para declarar todas as tuas obras.” — Sal. 73:24, 25, 28.
22. Portanto, que certeza podemos ter, segundo as palavras do salmista?
22 Por escolhermos agora o Soberano de todo o universo como nosso refúgio, nós também podemos ter a certeza de que ele nos guie com seu conselho e depois nos leve à glória imarcescível.
O UM SÓ GOVERNO PARA UM SÓ MUNDO SOB A SOBERANIA DE DEUS
23. A que conclusão sobre o governo da humanidade se vêem obrigados a chegar os conselheiros do mundo?
23 Conselheiros e consultores de assuntos mundiais ficam continuamente frustrados. Quer gostem da idéia, quer não, são obrigados a chegar à conclusão de que a família humana, embora já com seis mil anos de idade, não é capaz de governar a si mesma. Não produziu de si mesma o tipo de governo que tenha feito ou possa fazer de toda a humanidade um só mundo.
24. De acordo com o começo que Deus deu à humanidade, por que não lhe cabe nenhuma culpa de que a humanidade não seja hoje “um só mundo”?
24 A quem cabe a culpa? Não ao Criador da família humana, e, portanto, não ao Pai celestial dela. Toda a humanidade teve início com o único homem original que o Soberano Senhor Deus, Jeová, trouxe à existência na terra. Depois, duma parte do corpo perfeito deste homem, usado pelo Criador como base, este fez a primeira mulher original, para que toda a humanidade fosse uma só carne, descendente deste casal humano, original. Este fato foi explicitamente declarado aos filósofos do Supremo Tribunal grego do Areópago, em Atenas, na Grécia, há dezenove séculos atrás. O apóstolo cristão Paulo disse a esses augustos juízes: “Ele [Deus] fez de um só homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra, e decretou as épocas designadas e os limites fixos da morada dos homens, para buscarem a Deus.” — Atos 17:22-27; Gênesis 2:7-25; 1:26-31.
25, 26. (a) Qual foi o propósito de Deus para com a humanidade desde o começo? (b) Como se mostrou a Adão que a submissão à soberania de Deus era o caminho para a vida, visando a eternidade?
25 Deus quis que a família humana fosse “um só mundo” da humanidade, uma só sociedade humana, todos do mesmo osso, carne e sangue. Esta sociedade humana, unida, havia de morar na superfície inteira da terra, a qual seria convertida num parque ajardinado ou paraíso, como seu lar eterno. A humanidade devia ter em sujeição os peixes, as aves e os animais terrestres, mas a própria humanidade devia estar em sujeição à soberania do Governante Universal e Criador, o Altíssimo, “a quem só pertence o nome de JEOVÁ. (Salmo 83:18, Almeida, rev. e corr.) Como Soberano do homem, Jeová Deus declarou ao primeiro homem a lei divina, sendo que, pela obediência a ela, o homem perfeito podia viver na terra para sempre.
26 Esta lei demandava perfeita obediência ao Soberano Universal, porque Deus disse ao homem Adão: “De toda árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, quanto à árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau, não deves comer dela, porque no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.” (Gênesis 2:16, 17) O homem Adão e sua esposa Eva guardaram por um tempo esta ordem divina de obediência leal. A família humana teve assim um início perfeito. O modo de vida visando a eternidade era a submissão ao Soberano Universal, Jeová Deus. O princípio estabelecido ali aplica-se a nós hoje. Vamos segui-lo?
27. A atual falta de união no mundo da humanidade indica que ocorreu o que, e onde, e sob que induzimento?
27 Todos terão de concordar que a família humana não é hoje “um só mundo”, não é uma sociedade humana indivisa, apesar de ser de uma só carne e sangue. Há muitas soberanias humanas que se impõem hoje na terra, e elas dividem a lealdade dos homens. É inegável que no passado distante, antes de nascer um filho a Adão e Eva, deve ter havido um rompimento com a soberania do Deus Altíssimo, o Criador. O que induziu tal rompimentos? Só a Bíblia Sagrada, a Palavra escrita de Deus, fornece uma resposta válida. O forte induzimento originou-se no domínio do invisível, como o mundo espiritual. Ali, um dos súditos espirituais da soberania de Jeová viu a oportunidade de estabelecer uma soberania independente para si mesmo.
28. Os termos aplicados àquele rebelde espiritual harmonizam-se com que proceder que ele adotou para chefiar a revolta humana contra a soberania de Deus?
28 O nome Satanás tornou-se apropriado para este rebelde, porque o nome significa “Opositor”, quer dizer, a Jeová Deus. O termo Diabo tornou-se apropriado para ele, porque a palavra significa “Caluniador”, e Satanás usou a calúnia contra seu Soberano Senhor, a fim de enganar e desencaminhar. Assim, o Diabo apresentou à mulher Eva o Pai celestial dela como sendo mentiroso egoísta, a quem não se devia obediência estrito. Crendo nesta mentira, Eva comeu do fruto proibido e violou sua submissão à soberania de seu Pai celestial. Em harmonia com a trama do Diabo, ela foi ainda mais longe: induziu seu marido Adão a juntar-se a ela na revolta contra a sujeição à soberania legítima de seu Deus e Pai. Isso resultou exatamente naquilo que Satanás, o Diabo, calculou: Até hoje, o mundo da humanidade tem nascido em pecado contra Deus, não em sujeição à soberania do Deus Altíssimo, Jeová. — Gênesis 3:1 até 4:16; Romanos 5:12.
29, 30. (a) Como ficou a humanidade dividida na questão da sujeição a uma soberania? (b) Como exerceu Deus soberania estrangeira nas suas relações com o soberano rebelde?
29 Desde aquela rebelião lá no Jardim do Éden, os descendentes de Adão e Eva têm estado divididos entre a sujeição à soberania universal de Jeová Deus e a sujeição à soberania de Satanás o Diabo, a quem Jesus, o Messias, chamou de “governante deste mundo”. (João 12:31; 14:30; 16:11) Jeová Deus não celebrou nenhum acordo com esta recém-estabelecida soberania inferior. Exercendo seu poder como Soberano Legítimo, em pleno controle da sua atuação para com os governos estrangeiros, Jeová Deus declarou guerra ao soberano inimigo. Mostrando supremo desprezo por este soberano satânico, Jeová Deus o comparou com uma serpente que rasteja no chão e disse-lhe, como que falando à serpente, que o Diabo usou para enganar Eva:
30 “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça [como que pisando a cabeça duma serpente para esmagar-lhe o cérebro] e tu [qual serpente de tocaia] lhe machucarás o calcanhar.” — Gênesis 3:1-15.
31. Guerra de que duração declarou Deus ao soberano estrangeiro, e como foi isto indicado por Paulo em Romanos 16:20?
31 Jeová Deus declarou ali guerra perpétua ao soberano rebelde e a todos os que aderissem à soberania deste rebelde astuto, que desde o início procurou ocultar sua identidade das criaturas humanas. Jeová Deus não se esqueceu de sua “política estrangeira” de guerra contra o inimigo tanto dele como da humanidade. Mais de quatro mil anos depois de o Grande Adversário ter estabelecido a soberania estrangeira no Éden, Jeová Deus inspirou o apóstolo cristão Paulo a escrever à congregação situada na sede do Império Romano: “O Deus que dá paz, por sua parte, esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés. A benignidade imerecida de nosso Senhor Jesus seja convosco.” — Romanos 16:20. Veja Êxodo 17:14; Isaías 45:7.
32. (a) Quem será usado para esmagar a Grande Serpente debaixo dos pés, e quão cedo será isso? (b) Como se realizou a machucadura do “calcanhar” do prometido Descendente de Deus, e que cura houve?
32 O tempo para o esmagamento da Grande Serpente, Satanás, o Diabo, e de seu “descendente” dentro “em breve” já deve estar bem perto, depois de passarem mais de dezenove séculos. O principal do “Descendente” prometido da “Mulher” de Deus, Jesus Cristo, já está revestido de poder adequado para esmagar este autor satânico de todas as soberanias terrestres, alheias a Jeová Deus, único Dador de paz. Lá no primeiro século de nossa Era Comum, machucou-se o calcanhar deste “Descendente” da “mulher” de Deus. Isto aconteceu em resultado daquela conspiração entre os “povos de Israel”, o Rei Herodes Ântipas e o Governador romano Pôncio Pilatos. A ferida no “calcanhar” infligida pela Grande Serpente causou a morte de Jesus Cristo, no dia da Páscoa de 33 E.C., mas apenas uma morte física. De qualquer modo, Jesus tinha de sofrer uma morte sacrificial, segundo o propósito de Deus. Mas, o proceder de sacrifício não ficou sem recompensa. No terceiro dia da morte de Jesus, o Deus Todo-poderoso o ressuscitou dentre os mortos para a vida espiritual, imortal, nos céus. Deus o assentou à sua própria mão direita, a fim de que aguardasse o tempo de se machucar a cabeça da Grande Serpente. — Hebreus 10:12, 13; 12:2; Lucas 12:4, 5.
33. Que governo pregou Jesus publicamente como homem, e a partir de quando?
33 Quando Jesus, o Messias, ainda era homem perfeito na terra, ele pregava incessantemente o Governo que, sob a soberania de Deus, regerá toda a humanidade e fará dos obedientes “um só mundo”. Ele prosseguiu onde parou seu precursor, João Batista, porque o relato nos diz: “Ora, quando ele ouviu que João tinha sido preso, retirou-se para a Galiléia. . . . Daquele tempo em diante, Jesus principiou a pregar e a dizer: ‘Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.’” — Mateus 4:12-17.
34. Por causa de que escolha, quando estava em tentação por parte do Diabo, mostrou-se Jesus digno de pregar essa mensagem do Reino?
34 Jesus nunca teria sido digno de passar a pregar essa mensagem, se ele não tivesse feito a decisão certa alguns meses antes disso. Naquela ocasião decisiva, Jesus estava lá fora no ermo da Judéia, onde havia jejuado em solidão por quarenta dias. Chegou-se então a ele aquele invisível soberano rebelde para tentá-lo a abandonar seu proceder messiânico. O registro nos diz a respeito da terceira e última tentação: “Novamente, o Diabo levou-o a um monte extraordinariamente alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e disse-lhe: ‘Todas estas coisas te darei, se te prostrares e me fizeres um ato de adoração.’” O que o Diabo ofereceu ali a Jesus não foi o “um só governo” que faria toda a humanidade obediente “um só mundo”. Não foi o governo mundial sob a soberania de Deus, mas um debaixo da soberania do Diabo. A favor de que soberania Jesus se decidiu inequivocamente nos é contado a seguir na narrativa: “Jesus disse-lhe então: ‘Vai-te, Satanás [Opositor]. Pois está escrito: “É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.”’” — Mateus 4:1-10.
35, 36. Depois de milagrosamente alimentar a multidão, por que não permitiu Jesus que o povo o fizesse rei, mas, por que se ofereceu então formalmente, em cumprimento de Zacarias 9:9?
35 Ao decidir-se pela soberania de seu Deus, Jeová, Jesus foi exemplo perfeito para todos nós hoje. Mas, precisamos persistir na nossa decisão a favor da soberania de Deus, assim como Jesus. Numa ocasião posterior, depois de ele ter alimentado uma assistência de cinco mil homens e suas famílias, de maneira milagrosa, muitos queriam fazer deste provedor milagroso de alimento seu rei terrestre. Mas, Jesus frustrou seus esforços por se afastar deles. Ele sabia que ainda não havia chegado o tempo de se oferecer de maneira formal aos judeus como rei messiânico deles, em cumprimento da profecia; (João 6:1-15) No tempo devido de Deus, no domingo, 9 de nisã de 33 E.C., Jesus entrou montado em Jerusalém, conforme predito em Zacarias 9:9, e foi ao templo dela, onde oficiava o sumo sacerdote da nação. Jesus não impediu que a multidão acompanhante o recomendasse em voz alta como rei, clamando:
36 “Salva, rogamos! Bendito é aquele que vem em nome de Jeová! Bendito é o reino vindouro de nosso pai Davi! Salva, rogamos, nas maiores alturas!” — Marcos 11:1-11, MN; Diaglott.
37. Quando foi que os “povos de Israel” declararam explícita e publicamente sua decisão na questão da soberania, e como acompanhou Pilatos a decisão deles?
37 Chegara então o tempo para os “povos de Israel”, representados pelos seus líderes religiosos, decidirem e mostrarem à soberania de quem aderiam. Cinco dias depois, eles declararam explícita e publicamente a soberania de quem escolhiam. Quando os celebrantes da Páscoa, sob as instigações de seus sacerdotes, clamaram para que o governador romano Pôncio Pilatos mandasse o prisioneiro Jesus ser morto numa estaca, Pilatos pediu que reconsiderassem o assunto, dizendo: Hei de pendurar na estaca o vosso rei?” A questão da soberania foi assim apresentada frontalmente aos “povos de Israel”. A soberania de quem escolheriam? A narrativa bíblica indica isso, ao dizer: “Os principais sacerdotes responderam: ‘Não temos rei senão César.’” O representante de César, Pilatos, acompanhou-os na sua decisão, pois a narrativa diz: “Nesta ocasião, portanto, entregou-o a eles, para ser pendurado numa estaca.” — João 19:12-16.
38. Por meio de quem será em breve esmagada a Grande Serpente, e como retrata o Salmo 2:8, 9, o esmagamento do “descendente” da Serpente na terra?
38 Este foi o cumprimento em miniatura das palavras proféticas do Rei Davi no Salmo 2:1, 2. (Atos 4:24-28) Estabeleceu o modelo para o cumprimento maior, que se dá em nossos dias, quando a questão suprema do domínio do mundo e da soberania universal precisa ser resolvida de uma vez por todas. Satanás, o soberano rebelde, já teve o seu dia ao machucar o calcanhar do prometido “Descendente” da “mulher” de Deus. Agora é preciso que se esmague a cabeça desta Grande Serpente, o machucados do calcanhar, e isso afetará ao mesmo tempo todos os do “descendente” dessa Serpente. O mesmo Salmo Dois indica como se daria o esmagamento do “descendente” visível da Grande Serpente. Nos versículos oito e nove, Jeová dirige-se ao seu Filho Ungido, Jesus Cristo, dizendo: “Pede-me, para que eu te dê nações por tua herança e os confins da terra por tua propriedade. Tu as quebrantarás com um cetro de ferro, espatifá-las-ás como se fossem um vaso de oleiro.”
39. O que retrata o livro de Revelação quanto ao instrumento usado por Deus para despedaçar as nações soberanas na terra, e que papel desempenha nisso Jesus Cristo, conforme retratado?
39 O último livro da Bíblia Sagrada (Revelação ou Apocalipse 12:5) fala do reino de Deus por seu Messias como sendo o instrumento divino que “há de pastorear todas as nações com vara de ferro”. O capítulo dezenove, que descreve a vindoura guerra com as nações terrestres no Har-Magedon, fala do Filho de Deus, Jesus Cristo, como sendo aquele que “as pastoreará com vara de ferro”, e acrescenta que “ele pisa também o lagar de vinho da ira do furor de Deus, o Todo-poderoso”. (Revelação 19:15; 16:14, 16) Este esmagamento das nações, com sua reivindicação de soberania nacional, é vividamente retratado para nós na profecia de Daniel, capítulo dois.
40. Como representa a interpretação do sonho de Nabucodonosor por Daniel o fim violento do sistema de coisas que teve por destaque as potências mundiais, e como sabemos que o fim do sistema está próximo?
40 Naquele capítulo, Daniel interpreta o sonho profético que o Deus dos céus enviara a Nabucodonosor, imperador da Potência Mundial Babilônica, no segundo ano depois de ele ter destruído a cidade de Jerusalém e o templo construído pelo filho de Davi, o Rei Salomão. A sucessão de potências mundiais, começando com a babilônica e passando pela Medo-Persa, grega, romana e anglo-americana, foi retratada como enorme e extraordinariamente brilhante estátua de diversos materiais, com pés de ferro e de argila. Cortou-se então uma pedra dum monte distante, sem ajuda de mãos humanas, a qual atingiu os pés da estátua e finalmente pulverizou toda a estátua caída, sendo o pó levado pelo vento. No mínimo, a pulverização da estátua simbólica representa o fim dum sistema de coisas por um instrumento sobre-humano, não produzido por mãos humanas sob a direção de cérebros humanos. O cumprimento da profecia dada por Jesus Cristo a respeito da “terminação do sistema de coisas” mostra que é iminente o esmagamento desse sistema! — Mateus 24:3-22.
41. Segundo Daniel 2:44, o que acontecerá às nações que se puseram do lado das Nações Unidas, mas o que se dará com a soberania do reino messiânico de Deus?
41 Atualmente, por estarem do lado da organização não-cristã das Nações Unidas, os governantes mundanos mostram sua posição na questão da soberania. Portanto, é com respeito a tais governantes políticos, comunistas e não-comunistas, que se aplicam as palavras interpretativas do profeta Daniel: “No tempo desses reis, o Deus dos céus [não mãos humanas] suscitará um reino que jamais será destruído e cuja soberania jamais passará a outro povo: destruirá e aniquilará todos os outros, enquanto que ele subsistirá eternamente.” — Daniel 2:1-44, Centro Bíblico Católico.
42, 43. (a) Quem compartilhará aquele reino celestial com o Messias? (b) Em Daniel 7:26, 27, retrata-se que a soberania sobre a terra é entregue a que povo?
42 Este é o reino messiânico celestial que as testemunhas cristãs de Jeová têm proclamado mundialmente, desde o ano de seu nascimento nos céus, no fim dos Tempos dos Gentios, no ano 1914. (Luc. 21:24; Mateus 24:14) Os seguidores das pisadas do Messias, ungidos iguais a ele com o espírito de Deus, devem compartilhar com o Messias aquele reino celestial. Isso foi dito profeticamente num sonho dado ao próprio Daniel. Neste sonho profético, a série de potências mundiais gentios, desde a babilônica, foi representada por quatro feras. A respeito do julgamento divino executado pelo Supremo Tribunal do universo naquela quarta fera simbólica, Daniel 7:26, 27, explica:
43 “Então se assentará o tribunal, e ele será privado da sua soberania, para que no fim esta seja destruída e abolida. O poder régio, a soberania e a grandeza de todos os reinos debaixo do céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. Seu poder régio é um poder sempiterno, e todas as soberanias lhes servirão e obedecerão.” — New English Bible.
“UM SÓ MUNDO” DEBAIXO DELA
44. A quem se dará a soberania sobre o mundo da humanidade, a fim de que haja “um só governo” sobre ela?
44 O cumprimento desta profecia é agora iminente. Todas as atuais soberanias nacionais na terra em breve terão de curvar-se diante do reino messiânico nas mãos do Filho celestial de Deus. (Daniel 7:1-12) Isso fará lugar para apenas “um só governo” para toda a humanidade. Conforme disse Daniel 7:14: “[Ao Filho messiânico do homem] foram-lhe dadas soberanias, glória e realeza: Todos os povos, todas as nações e as gentes de todas as línguas O servem. O seu império [soberania] é um império [soberania] eterno que não passará jamais, e o Seu reino nunca será destruído.” — Missionários Capuchinhos; The Jerusalem Bible.
45. (a) O que significará o cumprimento desta profecia para a atual geração da humanidade? (b) Que oportunidade favorável se nos apresenta?
45 O que significará o cumprimento desta profecia para esta geração da humanidade? O seguinte: As atuais soberanias nacionais e os defensores patrióticos delas sofrerão o extermínio na maior tribulação do mundo, que se aproxima rapidamente, mas os defensores da soberania universal de Jeová serão milagrosamente preservados e emergirão vivos daquela “grandes tribulação”. (Mateus 24:21, 22; Marcos 13:19, 20; Revelação 7:14, 15) Estaremos entre tais sobreviventes favorecidos da “terminação do sistema de coisas”? A Palavra escrita de Deus nos oferece a oportunidade de estarmos entre eles. O que se exige agora de nós é tomarmos nossa posição inabalável do lado da soberania de Deus e de seu reino messiânico, e apegar-nos a eles, apesar de todos os futuros esforços políticos, religiosos e sociais de nos afastar.
46. Por quanto tempo durará ainda para nós o sofrimento por nos apegarmos à soberania de Jeová?
46 Isto poderá resultar em algum sofrimento para nós, enquanto se permitir que nossos perseguidores permaneçam. Sob tal aflição, podemos lembrar-nos do brado de testemunhas anteriores do Senhor Deus Jeová, que sofreram até à morte: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Assegurou-se-lhes que seria apenas “ainda por pouco tempo” antes de isso se dar. — Revelação (Apocalipse) 6:10, 11, Almeida, atualizada; também da I. B. B.; Taizé; Pontifício Instituto Bíblico; NM.
47. Quando e como será Satanás, a Grande Serpente, esmagado sob os pés dos discípulos de Cristo dentro “em breve”?
47 Só demorará mais um pouco antes de os defensores fiéis da soberania universal de Jeová serem vindicados na sua posição pela vitória decisiva Dele sobre todas as soberanias nacionais representadas dentro e fora das Nações Unidas. Logo a seguir, o rebelde original contra a soberania universal de Jeová, a saber, Satanás, o Diabo, e todos os seus anjos demoníacos, receberão o tratamento merecido. Seu quinhão será o isolamento em cadeias num abismo, fora da comunicação com esta terra. (Revelação 20:1-3) Assim como que se machucará a cabeça da Grande Serpente; e será o “Descendente” leal da “mulher” de Deus por meio de quem Deus esmagará assim a Grande Serpente e sua descendência demoníaca sob os pés dos co-herdeiros fiéis de Cristo. — Romanos 16:20.
48. De que modo começará a “nova ordem” de Deus com “um só mundo” sob “um só governo”?
48 Os sobreviventes humanos destes acontecimentos momentosos serão todos os que aderirem ao único reino messiânico do Filho vitorioso de Jeová, Jesus Cristo. Por conseguinte, logo no começo da nova ordem justa de coisas de Deus, haverá “um só mundo” na terra, sob “um só governo”, sem consideração de tribos, povos, raças, nações e línguas às quais os sobreviventes da “tribulação” tenham pertencido. Todos serão uma só sociedade humana numa terra purificada, todos eles adorando o único Deus vivente e verdadeiro, Jeová, e todos eles sujeitando-se ao seu Filho, Jesus Cristo, em cujos ombros se porá a regência principesco. Que força unificadora isso será!
49. Essa situação será uma força em prol de que condição entre a humanidade, sob que única soberania?
49 Que força isso será também em prol duma paz mundial! Não haverá mais guerras entre religiões! Não haverá mais disputas sobre limites territoriais! Não haverá mais guerras entre raças, nem internacionais! Não haverá mais rivalidades e competições políticas! A profecia bíblica diz: “Jeová terá de tornar-se rei sobre toda a terra. Naquele dia Jeová mostrará ser um só e seu nome um só.” (Zacarias 14:9) Ao mesmo tempo, o “um só governo” sob ele, o reino messiânico de seu entronizado Filho Jesus Cristo, será expressão de Sua soberania universal. — Isaías 9:6, 7.
50. Em que boa obra cooperará então toda a humanidade, em cumprimento de que promessa de Jesus a um transgressor moribundo?
50 Toda a humanidade viva servirá “ombro a ombro” o Soberano Senhor Deus, Jeová. (Sofonias 3:8, 9) A nova sociedade humana, como “um só mundo”, cooperará numa boa obra. Cooperará na transformação da superfície estragada deste globo terrestre no estado em que devia estar originalmente segundo o propósito do Criador, o dum jardim do Éden, um paraíso de delícias. (Gênesis 1:27, 28; 2:7-15) Haverá então resposta ao pedido feito pelo transgressor compassivo, que morreu ao lado de Jesus Cristo numa estaca de tortura: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.” Sim, o Rei reinante lhe cumprirá então a promessa. “Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” — Luc. 23:42, 43, NM; Rotherhan.
51. (a) Como poderá a humanidade tornar-se filhos eternos de Cristo? (b) Como os guiará ele em exemplo de sujeição à soberania de Deus?
51 Não só aquele criminoso bondoso, mas também todos os demais dos humanos mortos estão envolvidos nisso, sendo que Jesus Cristo morreu por todos eles como perfeito sacrifício humano. Estes também sairão à sua chamada na ressurreição dos mortos. (Mateus 20:28; João 5:28, 29; 1 Timóteo 2:5, 6; Atos 24:15) Todos os submissos serão incorporados naquele “um só mundo”. Todos serão irmãos e irmãs, pois, tornar-se-ão os filhos resgatados e adotados do único Pai Eterno, Jesus Cristo, que sacrificou por eles sua vida humana. (Isaías 9:6, 7; Hebreus 2:9) Por serem obedientes a ele, poderão tornar-se seus filhos eternos. Ele mesmo os guiará no caminho da submissão à soberania universal de seu próprio Pai celestial, Jeová Deus. Depois da realização da sua obra de soerguer a humanidade obediente à perfeição humana, num paraíso terrestre, ele mesmo expressará a sua própria sujeição à soberania de seu Deus por entregar-lhe o reino. Por quê? “Para que Deus seja todas as coisas para com todos.” — 1 Coríntios 15:24-28.
52. Que exortação se faz aos que ficaram desiludidos com a divisão desastrosa causada pelas soberanias nacionais?
52 Havendo assim todas essas coisas maravilhosas, então, animem-se todos os que ficaram frustrados e desiludidos pela divisão desastrosa do mundo, pelas soberanias nacionais em conflito, independentes da soberania divina! Apeguem-se agora firmemente à gloriosa esperança de um só mundo, um só governo sob a soberania de Deus”! Vivam para isso desde já, até a sua bendita realização.
[Nota(s) de rodapé]
a A Declaração de Independência dos Estados Unidos, adotada pelo Congresso Continental em Filadélfia, Pensilvânia, em 4 de julho de 1776, declara no seu segundo parágrafo “. . . Que para assegurar esses direitos se constituíram entre os homens governos cujos justos poderes emanam do consentimento dos governados.”
b Veja a Encyclopedia Americana, Volume 25, página 317, edição de 1959.
c Desde o fim da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, estabeleceram-se novas repúblicas e governos democráticos até o número de mais de 60 na ocasião em que se escreveu isso.