“Provai-vos a vós mesmos”
“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.” — 2 Cor. 13:5, ALA.
1, 2. (a) Que pensamentos e perguntas passam muitas vezes pela nossa mente, quando refletimos sobre a nossa verdadeira personalidade? (b) Por que saber qual é a nossa verdadeira personalidade é importante para o cristão?
QUANDO foi a última vez que se mirou detidamente? Ficou satisfeito com o que viu? O que revela a sua personalidade a seu respeito? É o leitor um indivíduo complexo, cheio de tantos pensamentos e sentimentos diferentes, que se torna difícil dizer qual é a sua verdadeira personalidade? É fiel como Abraão num dia e cheio de dúvidas como Tomé em outro? É submissivo como Sara na segunda-feira e autoritário como Jezabel na terça? ou será que é enérgico como Paulo na quarta-feira e apegado ao mundo como Demas na quinta? O que é realmente o leitor?
2 No que concerne a outras pessoas, a sua personalidade, assim como o seu rosto, está sempre à mostra. Mas é como outros o vêem ou age como o hipócrita, permitindo que só se veja o que quer que outros vejam? É honra ao grande Deus Jeová o que eles vêem ou aquilo que realmente é?
3. Por que é importante que examinemos a nós mesmos, e por que podemos dizer que um exame de nós mesmos é uma expressão de nosso amor a Deus e ao nosso próximo?
3 É importante que olhemos a nós mesmos para ver que espécie de pessoa somos. Não desejamos que a nossa aparência ou a nossa personalidade ofenda outros. Apreciamos o prazer de uma boa companhia e desejamos que os outros apreciem a nossa associação com eles. Por isso procuramos não desagradar aos nossos amigos ou ao nosso Deus, que é o nosso Amigo mais íntimo. É correta esta preocupação, porque é uma expressão de nosso amor a Deus e ao próximo. — Mat. 22:37-39.
4. Cite exemplos onde as palavras ‘experimentar’, ‘examinar’ e ‘provar’ são usadas na Bíblia, e diga por que foram usadas estas expressões pelos escritores bíblicos.
4 É surpreendente o número de vezes que a Bíblia usa as palavras ‘experimentar’, ‘examinar’ e ‘provar’. De fato, é bem empregado o tempo que se gasta na investigação do emprego destas palavras numa concordância bíblica. Ficará admirado, não só quanto ao número de vezes em que são empregadas, mas também quanto ao lugar, quanto a quem e por que são usadas. Eis, por exemplo, algumas passagens citadas de seis epístolas diferentes de Paulo: “Transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rom. 12:2, ALA) “Examine-se, pois, o homem a si mesmo.” (1 Cor. 11:28, ALA) “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.” (2 Cor. 13:5, ALA) “Se alguém julga ser alguma cousa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor.” (Gál. 6:3, 4, ALA) “Provando sempre o que é agradável ao Senhor.” (Efé. 5:10, ALA) “Julgai todas as cousas, retende o que é bom.” (1 Tes. 5:21, ALA) Nestes apelos o apóstolo frisa a necessidade de constante auto-exame, para que “vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta” da humanidade. — Fil. 2:14-16, ALA.
5. Como precisamos ver-nos a nós mesmos, e por quê?
5 Para examinarmo-nos a nós mesmos como Paulo admoesta, precisamos ver-nos como Deus nos vê. “Jehovah olha para o coração.” (1 Sam. 16:7, VB; Pro. 21:2) Olha para os nossos motivos ocultos e para os nossos desejos. Portanto, para nos certificar de ter a aprovação de Deus precisamos examinar os nossos motivos e desejos ocultos, e discernir os pensamentos e intenções, do coração. Precisamos saber por que fazer mudanças em nossa personalidade, que mudanças fazer e como. Tudo isto requer conhecermo-nos acuradamente, bem como conhecermos os nossos motivos, o mundo que nos cerca e a infalível Palavra escrita de Deus, a Bíblia.
POR QUE PROVAR CONTINUAMENTE O QUE SOMOS?
6, 7. Por que é necessário que continuemos a provar-nos a nós mesmos?
6 Há muitas razões pelas quais devemos provar-nos continuamente o que somos. Uma delas é a seguinte: Nascemos em pecado e fomos gerados em iniqüidade. (Sal. 51:5) A tendência natural de nossa mente é em direção da corrupção. Por isso, para nos proteger contra o poder enganador do pecado, que é uma parte herdada de nossa natureza decaída, precisamos provar-nos a nós mesmos.
7 Outra razão para provarmo-nos a nós mesmos é que vivemos num tempo em que Satanás, o Diabo, está empregando todos os inconcebíveis recursos diabólicos à sua disposição para sorver toda a humanidade num turbilhão de destruição, junto com ele. Fez deuses do prestígio, do dinheiro, de patrimônios, de poder e do prazer. E, segundo o Deão Merrill C. Tenney, da Universidade de Wheaton, estas coisas têm-se tornado os ídolos do século vinte. Precisamos examinar-nos continuamente, senão seremos iludidos pela adoração destes ídolos que não podem dar vida.
8, 9. (a) Por que devemos provar as nossas inclinações morais? (b) Contra que outras más associações precisamos vigiar?
8 Mais outra razão para uma prova de nós mesmos é que se abaixaram os impedimentos morais deste mundo e há o perigo constante de se escorregar na imoralidade. Isto significa que precisamos verificar as nossas associações, porque “as más conversações corrompem os bons costumes”. (1 Cor. 15:33, ALA) Elas podem fazer-nos deslizar para os vícios mundanos de fumar, de beber, de fornicar e de vida desenfreada. Portanto, precisamos provar-nos a nós mesmos.
9 Pessoas não são as únicas associações más contra as quais precisamos vigiar. A mente e o coração também precisam ser protegidos, por causa da sua vulnerabilidade a expressões e impressões exteriores. Precisam ser protegidos contra os efeitos imorais da má leitura, dos espetáculos perniciosos e dos maus pensamentos. As fitas sobre sexo, as pavorosas histórias em quadrinhos e os escritos ateus dos altos críticos não edificarão fé e virtude em nós. Saiba que aquilo com que alimentamos a nossa mente, com o tempo nos influenciará. Assim, a menos que sejamos seletivos na escolha de nossos amigos, a menos que leiamos bons livros e escolhamos diversões salutares, acabaremos indubitavelmente sendo impelidos para o velho mundo e podemos terminar no fosso da destruição junto com ele. Por isso é sábio que continuemos a provar-nos o que somos. — Heb. 2:1; 1 João 2:15-17.
10, 11. (a) Por que precisamos precaver-nos contra o excesso de confiança? (b) Que perigos jazem atrás de atitudes tais como a indiferença e a negligência?
10 Devemos proteger-nos contra atitudes que sejam perigosas e destruidoras do modo que adoramos, o que constitui mais uma razão para provarmo-nos o que somos. Nas palavras que seguem, Paulo nos previne contra tornarmo-nos confiantes demais: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia.” (1 Cor. 10:12, ALA) O excesso de confiança pode conduzir-nos à tolice de confiar em nossa própria força ou no poder de armamentos. Isto pode fazer-nos depender do nosso próprio entendimento ou do entendimento de outros homens, em vez de confiarmos no poder da sabedoria de Deus. — Pro. 3:5-7.
11 Acautele-se também contra a indiferença e negligência. Qualquer uma delas nos pode ser fatal. A indiferença pode acalentar-nos para dormir quanto a urgência dos nossos tempos e a negligência nos pode induzir a escarnecer da mesa de Jeová. Portanto, convém que continuemos provando para nós mesmos o que somos, para que não caiamos vítimas dos laços sutis do Diabo. — 1 Cor. 16:13; 1 Tes. 5:1-11; 1 Ped. 5:8; Mal. 1:7.
AVISOS PREVENIENTES
12. Como é o exemplo de Caim um aviso para nós, e que conselho dá Paulo aos cristãos referente a isto?
12 Há motivos para preocupação. A Bíblia apresenta diversos exemplos de homens que caíram vítimas dos laços de Satanás, primàriamente pelo motivo de terem parado de provar para eles mesmos a espécie de homens que eram. Houve Caim, evidentemente um homem de temperamento iníquo. Deus o avisou para controlar a sua ira, mas Caim recusou dar ouvido. A sua ira desenfreada o conduziu ao assassinato, ao exílio e à morte no desfavor de Deus. O apóstolo Paulo, portanto, aconselha sabiamente os cristãos a abandonarem a ira, a cólera, as palavras injuriosas e as obscenas. Ele diz que estas práticas precisam ser despojadas, para merecermos a aprovação de Deus e ganharmos a vida. Agora é o tempo de examinarmos a nossa disposição e de fazermos as mudanças necessárias mediante a prova do que nós mesmos somos. — Gên. 4:6-16; Col. 3:8, 9.
13. Como foi Esaú um bom exemplo preveniente, e que lição apresenta o seu exemplo para os cristãos?
13 Esaú desprezou a sua primogenitura. Faltou-lhe apreciação pelas coisas sagradas. Por uma refeição, ele “vendeu o seu direito de primogenitura”. Quando quis reaver estes direitos, não pôde mais, mesmo que ele pensasse em mudar com lágrimas a mente do seu pai. Agora é o tempo de certificarmo-nos de nossa apreciação pelas coisas sagradas, senão, semelhantes a Esaú, sucumbiremos no pecado e venderemos o que mais desejamos, a saber, a vida eterna, pelo preço de uma refeição, um ato desonesto, pecaminoso, que continuou deste modo sem arrependimento. Continua a provar o que é. — Heb. 12:16, 17; 3:12-19, ALA.
14. De que modo são o Rei Saul, o Rei Salomão e Judas Iscariotes exemplos prevenientes para nós que vivemos hoje em dia?
14 O Rei Saul não quis acreditar que “o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros”. Saul teve a honra de ser o primeiro rei de Israel, mas ele nunca aprendeu a obedecer incondicionalmente. Por causa de atos impulsivos de desobediência, ele perdeu o reinado para si mesmo e para seus descendentes. O Rei Salomão, que teve maior glória do que todos os reis do Israel natural, caiu vítima de más associações. Mulheres pagãs o desviaram de Jeová para se tornar adorador de deuses demoníacos. Judas Iscariotes, um dos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, permitiu tornar-se amante do dinheiro, um materialista. A sua ganância o levou à descrença, ao pecado e ao suicídio. Todos estes tinham sido fiéis, mas abdicaram a fidelidade quando pararam de provar o que eles mesmos eram. São exemplos prevenidores para que nós continuemos a provar o que nós mesmos somos, senão nós, assim como eles, falharemos em ser fiéis e nos extraviaremos do caminho à vida. — 1 Sam. 15:22, 23; 1 Reis 11:1-10; Mat. 27:3-6.
EXEMPLOS A SEREM IMITADOS
15. Por que são Noé, Moisés, Paulo e Jesus Cristo bons exemplos para imitarmos?
15 A Bíblia também menciona homens cujos exemplos podemos imitar, homens fiéis, que continuaram provando o que eles mesmos eram. Houve Noé, um homem de discernimento, que andou com Deus e se “tornou herdeiro da justiça que vem da fé”. (Heb. 11:7, ALA) Houve Moisés, um líder de Israel, porém, “mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”. (Núm. 12:3, ALA) Houve o apóstolo Paulo, que foi um proeminente ministro cristão, um homem cheio de zelo, de fé e de boas obras. (2 Cor. 11:23-27; Fil. 4:12, 13) E, naturalmente, na vida de Jesus Cristo nós temos um exemplo perfeito. Ele foi um homem “tentado em todas as cousas à nossa semelhança, mas sem pecado”. Estes provaram para eles mesmos e para outros o que eram pelo sistema de vida que levaram, vida de integridade e de devoção exclusiva a Deus. Mediante a fidelidade, ganharam menção honrosa na Palavra de Deus e um lugar no seu novo mundo de justiça. — Heb. 2:17, 18; 4:15, 16; 7:26, ALA.
MANEIRAS DE PROVARMOS O QUE SOMOS
16. Que instrumentos usam hoje os cristãos para provar-se a si mesmos?
16 O que dizer da atualidade? Como procedem os cristãos para provar o que são? Que provisão lhes deu Jeová para este fim? Primeiro de tudo Jeová tem provido a sua Santa Palavra, a Bíblia, que contém os seus mandamentos e princípios pertinentes à vida. Depois, ele tem derramado o seu espírito santo ou força ativa sobre o seu povo, esta força esclarece a Bíblia. Em adição, Deus tem abençoado os homens com uma organização que lhes supre as ajudas bíblicas e providencia reuniões congregacionais e assembléias, pelas quais podem examinar-se a si mesmos. Juntas, estas coisas são espelhos nos quais o cristão pode ver-se de todos os aspectos e por todos os ângulos.
17. (a) Em adição à Bíblia, o que mais é necessário para que esta Palavra ilumine o nosso caminho? (b) De quem vem a luz, e como mostra o profeta Isaías que ela seria provida?
17 Tome a Bíblia, por exemplo. Sem um estudo dela, a Bíblia deixa de ser uma força. Milhões de pessoas possuem exemplares da Bíblia, porém não melhoraram nada. Por quê? Antes que um espelho possa ser eficiente precisa haver luz. Os espelhos não refletem imagem no escuro, a Bíblia também não. Para vermos o nosso eu espiritual na Palavra de Deus, precisamos ter a luz do Autor dela, a saber, Jeová. Declarou ele, mediante o profeta Isaías, que haveria de favorecer o seu povo com a sua luz, dizendo: “Eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor [Jeová] virá surgindo, e sua glória se verá sobre ti. E as nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu.” — Isa. 60:2, 3; Tia. 1:17, ARA.
18. (a) Que canal foi usado para trazer a luz aos homens, e como foi ela transmitida? (b) O que prova isto? Cite exemplo.
18 A luz de Jeová refletiu-se entre os homens especialmente na pessoa do seu Filho unigênito, Jesus Cristo. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá luz da vida.” O apóstolo João nos apresenta Jesus como “a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem”. (João 8:12; 1:1-11; ALA) Jesus transmitiu esta luz aos seus seguidores, dizendo-lhes: “Vós sois a luz do mundo. . . . brilhe também a vossa luz diante dos homens.” (Mat. 5:14-16, ALA) Isto quer dizer que as coisas espirituais só podem ser entendidas na associação íntima com os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, que possuem a luz da vida, pois todos os demais permanecem nas trevas. Isto foi muito bem ilustrado no caso do eunuco etíope, que não podia entender as Escrituras enquanto Filipe não o esclarecesse. Daí, o eunuco etíope saiu da escuridão e se tornou cristão. — Atos 8:26-38.
19. (a) Que passos precisam ser dados hoje, a fim de se obter entendimento da Palavra de Deus? (b) Como mostra o discípulo Tiago a necessidade de aplicação do conhecimento?
19 A norma hoje, para provarmos a espécie de pessoa que somos, é muito semelhante. Em primeiro lugar, precisamos estudar a Palavra de Deus em conjunto com o povo de Jeová, as suas testemunhas cristãs. Daí, precisamos deixar que a força da Palavra de Jeová atue em nossa mente ao ponto de alterar a nossa vontade, os nossos desejos, os nossos interesses, a nossa disposição, a nossa atitude mental e a condição do nosso coração. Para continuarmos no caminho direito, devemos continuar a encher a nossa mente com as boas coisas da Palavra de Deus, pois a mente dirige o corpo. (Fil. 4:8, 9) Para que ela seja eficiente, precisamos aplicar as coisas que aprendemos, segundo esclarece o discípulo Tiago: “Se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” Advém felicidade ao melhorarmos e ao vermos os melhoramentos em nossa vida, e não simplesmente por sabermos que estas mudanças precisam ser feitas. — Tia. 1:23-25, ALA.
20. (a) Que mudanças na personalidade e na vida puderam fazer os primitivos cristãos, e como? (b) Que mudanças fazem atualmente as testemunhas de Jeová, e o que prova isto?
20 A aplicação diária dos princípios bíblicos não é tão difícil como possa parecer de início. Os verdadeiros cristãos fazem esforço especial para observar estes princípios; portanto, são capazes de ser bem sucedidos a um grau mais elevado. Mudanças maravilhosas foram conseguidas nos dias dos apóstolos, segundo indica Paulo em 1 Coríntios 6:9-11. Muitos cristãos coríntios foram purificados de coisas tais como fornicação, idolatria, ladroeira, avareza, bebedice, rivalidades e extorsão. Hoje, as verdadeiras testemunhas cristãs de Jeová estão fazendo estas mesmas mudanças, com a ajuda da Palavra de Deus, seu espírito e sua organização. E, se mil ou oitocentos mil podem despojar-se da velha personalidade e se revestir de uma nova, conformando-se à vontade de Deus em verdadeira justiça e lealdade, então, é certo que outros também podem fazer isto, se tentarem sinceramente. Mas, mundanos, sem amor pela justiça, nem ao menos tentarão. Preferem pender para a desculpa favorita deles de que a Bíblia é muito idealística para esta época. Entretanto, ao ponto que aplicamos os princípios bíblicos, provamos o que somos.
OUTRAS AJUDAS PARA PROVARMOS A NÓS MESMOS
21, 22. (a) Como são as ajudas bíblicas da Sociedade Tôrre de Vigia um auxílio para provar-nos a nós mesmos? Ilustre. (b) Como tem sido de ajuda para nós a revista A Sentinela?
21 Em adição à Bíblia, há outras ajudas que nos auxiliam a provar o que somos. As ajudas para o estudo bíblico da Sociedade Torre de Vigia, por exemplo, provêm modos maravilhosos pelos quais podemos provar a nossa fé. Como poderosos espelhos de aumento, elas trazem à luz os nossos erros que precisam ser corrigidos. Tome, por exemplo, o Anuário (em inglês) da Sociedade. Diariamente os seus textos e comentários (publicados em A Sentinela, em português) nos possibilitam vermo-nos como somos. Num dia diz-se-nos que ‘cumpramos cabalmente o nosso ministério’, noutro somos admoestados a ‘mostrar sentimento compassivo, exercendo amor fraternal’ e ainda noutro dia, a fazer ‘declaração pública para a salvação’. Há um ótimo pensamento para refletirmos cada dia durante o ano. Portanto, cada dia somos compelidos a perguntar a nós mesmos: Estamos cumprindo o nosso ministério? Estamos mostrando amor fraternal? assim por diante. Provamo-nos individualmente com estes pensamentos penetradores. — 2 Tim. 4:5; 1 Ped. 3:8; Rom. 10:10.
22 Há inúmeras outras ajudas para o estudo bíblico, tais como os livros “Seja Deus Verdadeiro”, “Santificado Seja o Teu Nome”, em inglês, ‘Seja Feita a Tua Vontade na Terra’. Não provam estas publicações a profundidade do seu conhecimento? Não é medida a sua madureza pelas suas substanciosas páginas? Também, a revista A Sentinela nestes últimos anos tem sido de grande ajuda, trazendo à nossa atenção assuntos oportunos sobre moral, casamento e santidade do sangue, ajudando-nos assim a provar a espécie de pessoas que realmente somos.
23, 24. (a) Como a congregação tem provido um meio pelo qual cada ministro pode provar-se individualmente? (b) Que provisão há para que a congregação se prove coletivamente? (c) De que modo provêm as assembléias meios para auto-exame, e com que resultados?
23 Cada congregação cristã é também um espelho pelo qual podemos examinar-nos individual ou coletivamente. Podemos provar-nos individualmente mediante ouvir os discursos com bastante atenção, por oferecer comentários, dando encorajamento, conforto e esperança. O cartão de Registro de Publicador, onde se anota a atividade congregacional do ministro, é outro meio pelo qual podemos examinar-nos individualmente. Neste registro de nossa atividade se revela até que ponto estamos interessados espiritualmente em outros que não têm conhecimento da verdade. Portanto, seria bom que verificássemos o nosso “espelho” de serviço de campo com regularidade. — Mat. 6:21.
24 A congregação pode verificar coletivamente a si, o seu progresso, os seus pontos fortes e os fracos por refletir no quadro da congregação, onde se coloca a atividade mensal da congregação. E, em escala muito maior, as assembléias cristãs fornecem meios pelos quais muitas congregações se podem ver numa singela unidade. Estas assembléias também são como espelhos, visto que mostram aos cristãos se estão manchados com preconceitos raciais ou nacionais, se podem trabalhar juntos em paz e união e se de fato amam um ao outro como povo. Sobre a notável assembléia das testemunhas de Jeová, realizada em 1958, na cidade de Nova Iorque, o Sun de Binghamton, Nova Iorque, disse: “A ordem da vasta multidão e o fato de que era composta de pessoa de praticamente todas as nacionalidades, com negros e asiáticos se misturando com brancos em termos iguais e com aparente satisfação, foi outra particularidade incomum e verdadeiramente notável.” As assembléias das testemunhas de Jeová provam conclusivamente que os cristãos podem viver juntos e que estão provando o que são.
EXAMINANDO MAIS MINUCIOSAMENTE 2 CORÍNTIOS 13:5
25. (a) Por que foi que Paulo disse aos coríntios para examinarem-se e provarem-se a eles mesmos, e que lição podemos aprender disto? (b) Que perigo está sempre ameaçando, e como se pode vencer esta ameaça?
25 Note outra vez as palavras de Paulo em 2 Coríntios 13:5, ALA, onde ele disse: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.” Os coríntios buscavam achar falta em Paulo; suspeitavam dos seus motivos e diminuíam o seu trabalho. Paulo disse-lhes que fariam melhor se examinassem e provassem eles mesmos, visto que a situação deles perante Deus estava em perigo. Talvez possamos aprender uma lição sobre isto. Que não andemos em busca de faltas e suspeitando de erro nos outros. “Tira primeiro a trave do teu olho”, disse Jesus, “e então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão”. (Mat. 7:3-5, ALA) É inútil manterem-se normas que não se aplicam. Devemos aplicar os princípios cristãos a nós mesmos primeiro antes que olhar para outro. Os cristãos precisam manter-se sob o julgamento de Cristo. É muito fácil fazermos da profissão do cristianismo um substituto do viver por ele. Jesus preveniu: “Porque me chamais, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Luc. 6:46, ALA) O cristão deve fazer o seu próprio auto-exame para provar a si mesmo se está seguindo a Cristo. Outros talvez digam que êle está ou que não está mas a menos que ele próprio reconheça que está, a menos que ele próprio veja os seus erros e aja para corrigi-los, tudo estará perdido. Somente se estivermos dispostos e pudermos conduzir os nossos pensamentos íntimos, nossos sentimentos e conduta diária sob o escrutínio dos princípios de Jeová para a vida é que poderemos conhecer a nós mesmos e provarmos o que somos. Se nos escondermos sob a auto-aprovação, sob a nossa própria virtude, a fim de escaparmos a autocrítica que a sinceridade e a verdade produzem, se nos imunizarmos contra o poder da verdade, se recusarmos perguntar a nós mesmos o que cremos, que espécie de pessoas estamos tornando-nos, estamos sujeitos a ser extraviados para o mundo da fantasia. Pois somente a revelação à luz da verdade é que nos despojará de toda a ilusão a nosso respeito e pavimentará o caminho para a cura e para a vida. — 1 João 1:5-7; 2:9-11.
26. Qual deve ser a nossa atitude para com o auto-exame, e como deve ser feito um exame de si mesmo?
26 Portanto, é vital que nos examinemos individual e coletivamente, não para ficarmos chocando as nossas faltas, mas para que tomemos ação para colocarmos as coisas (nós mesmos) em ordem. Podemos fazer isto por nos dirigir perguntas escrutinadoras, tais como: Creio em Deus? Confio na sua Palavra? Vêm-me à mente os Seus pensamentos quando surgem problemas? Estou sempre julgando a outros e nunca a mim mesmo? Sou realmente humilde? submissivo? perdoador? amoroso? Sinto a necessidade de orar? Desejo orar? adorar? fazer a vontade de Deus? A qualidade de nossas necessidades conscientes é a prova de nosso progresso. Quanto mais amamos a Jeová, tanto mais somos compelidos a buscar a sua presença e a nos comunicar com ele. Examine a quantidade e qualidade do seu serviço a Deus. Pergunte-se: Estou produzindo os frutos do espírito? Preparo bons sermões, faço revisitas aos que mostram interesse e dirijo estudo bíblico domiciliar com eles? Digo a outros que estudem a Bíblia, não a estudando eu mesmo? Ensino a outros e não a mim mesmo? Examine-se a si mesmo, pois colheremos o que semeamos. Pois, pelos nossos pensamentos e pelas nossas ações, pela nossa fala e pelas nossas orações é que nós provamos o que somos. — 1 Ped. 3:1-4; João 15:8-10; Gál. 5:22-25; Romanos, capítulo 2; Gál. 6:7.
27. (a) O que descobrirá quando examinar a si mesmo, e o que deve fazer quando descobrir a necessidade de corrigir-se? (b) Qual será o resultado de exame constante e sincero e de correção quanto a se manter no caminho indicado por Jeová?
27 Na próxima vez que se mirar num espelho, pergunte a si mesmo: Que aparência tenho eu para Deus? Daí, vá aos Seus espelhos, à sua Palavra, a Bíblia, às ajudas bíblicas providas mediante a Sua organização, às reuniões de congregação e às assembléias, e, com a ajuda destas, examine-se a si mesmo e obtenha a resposta. Descobrirá que o bem que se encontra na sua pessoa é por causa da bondade imerecida de Deus e não do seu próprio feitio, que tem necessidade de muita misericórdia e de demonstrar misericórdia para com outros. Pelo exame de si mesmo descobrirá o que realmente crê e se expressa esta crença na sua atitude para com a vida. Descobrirá também que algumas coisas a seu respeito precisam ser corrigidas. Quando descobrir isto, aja imediatamente, usando a Palavra de Deus, seu espírito e a sua organização para ajudá-lo a corrigir os seus erros. Por examinar-se a si mesmo, não mòrbidamente, mas de bom ânimo, por fazer as correções necessárias, desenvolverá uma linda personalidade, semelhante à de Cristo. Esta mudança lhe assegurará felicidade agora e a bênção da vida eterna no novo mundo de Deus. Portanto, “provai-vos a vós mesmos”. — 2 Cor. 13:5, ALA; Gál. 6:3-5.