Capítulo 11
“Aqui está o noivo!”
1. Durante este sono de duração indefinida das “dez virgens”, houve movimentação da parte de quem, e especialmente depois de que despertar religioso?
DURANTE aquele sono de duração indefinida, conforme predito na parábola de Jesus, deve ter havido alguma movimentação da parte das “virgens” simbólicas, especialmente da parte das virgens “discretas”, que haviam trazido um suprimento extra de óleo nos seus recipientes. Isto se deu especialmente depois de um despertar religioso no começo do século dezesseis E. C. e um esforço estrênuo, na Europa, de retornar às Escrituras Sagradas inspiradas como o único livro de verdade divina, o verdadeiro guia inspirado para os seguidores de Cristo, o Noivo. A promessa de Cristo, de voltar novamente, causou bastante impressão nos leitores e estudantes sinceros da Bíblia. Eles viram que esta segunda vinda podia ser antes do milênio, quer dizer, antes de começar o prometido Milênio, que seria assinalado por Satanás ser preso e encarcerado na “cova sem fundo” ou “abismo”.
2. Que papel desempenhou o teólogo luterano J. A. Bengel em tal movimentação religiosa?
2 Por exemplo, na primeira metade do século dezoito surgiu um teólogo luterano chamado Johann Albrecht Bengel, que nasceu em 1687 em Winnenden, em Wuertenberg, na Alemanha, e faleceu em 1752 E.C. Ele escreveu vários livros sobre as Escrituras Sagradas. Sobre estes diz a Encyclopædia Britannica (décima primeira edição):
Os mais importantes são: Ordo Temporum [Ordem dos Tempos], um tratado sobre a cronologia da Escritura, na qual ele entra em algumas especulações sobre o fim do mundo, e uma Exposição do Apocalipse, que por um tempo gozava de grande popularidade na Alemanha e foi traduzida em várias línguas. — Volume 3, página 737.
A Cyclopœdia de M’Clintock e Strong diz a respeito de Bengel:
Suas obras cronológicas, empenhando-se em determinar o “número da besta”, a data do “milênio” (ele era positivo em fixar o início do milênio no ano 1836), etc., detraíram um pouco de sua reputação de critério sólido. — Volume 1, páginas 749, 750.
3. (a) Por que não foram os escritos publicados de Bengel o grito à meia-noite sobre o Noivo? (b) Que outra movimentação houve com William Miller, de Pittsfield, Massachusetts?
3 No entanto, os escritos publicados de Bengel, na primeira metade do século dezoito, não mostraram ser o grito à meia-noite: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele.” “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” (Mateus 25:6, A Bíblia na Linguagem de Hoje; Tradução do Novo Mundo) Os que acompanharam as publicações de Bengel e agiram segundo elas não se encontraram com o Noivo celestial no ano 1836, pela volta visível Dele na carne. Com o decorrer do tempo, houve outros movimentos entre os cristãos que professavam ser da classe da “virgem casta”, especialmente em relação com um homem nascido em Pittsfield, Massachusetts, E. U. A., no ano 1781. Este homem era William Miller, que se tornou fundador dos chamados milleritas ou adventistas. Diz a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, Volume 6, página 271:
Por volta de 1833, quando era habitante de Low Hampton, N. I., iniciou a sua carreira como apóstolo da nova doutrina, que ensinava que o mundo chegaria ao fim em 1843. O principal argumento em que se baseava a sua crença era o relacionado com a terminação dos 2300 dias em Daniel 8:14, que ele considerava como anos. Daí, considerando as setenta semanas de Daniel 9:24 como chave para a data dos 2300 dias do capítulo precedente e datando os períodos de 457 A. C., quando Artaxerxes, rei da Pérsia, enviou Esdras de seu cativeiro para restabelecer a comunidade judaica em Jerusalém (Esdras 7), e terminando as setenta semanas, como fazem em geral os comentadores, em 33 A. D., com a crucificação de Cristo, ele achava que os remanescentes dos 2300 dias, que eram 1810, acabariam em 1843. Propôs este significado durante dez anos e conseguiu reunir um grande número de seguidores, dos quais se diz que chegaram a cinqüenta mil, que aguardaram com expectativa crédula o dia designado. No entanto, resultando o contrário do ensino do seu apóstolo, os adventistas, conforme às vezes são chamados, aos poucos abandonaram a Miller. Ele morreu em Low Hampton, Condado de Washington, N. I., em 20 de dezembro de 1849.
4. (a) Como se mostrou que o movimento de Miller não foi o grito à meia-noite? (b) Trinta anos depois, o que descobriu um grupo independente de estudantes da Bíblia a respeito da segunda vinda de Cristo?
4 É evidente, pois, que o lançamento do movimento millerita não resultou em ser o grito à meia-noite: “Aqui está o noivo!” O Noivo celestial não apareceu visivelmente na carne àqueles adventistas, nem os levou em arrebatamento ao seu desejado lar celestial, lá em 1843. Contudo, o estudo da Bíblia continuou. Trinta anos mais tarde, houve um pequeno grupo de homens, não associados com os adventistas, nem afiliados com qualquer das seitas religiosas da cristandade, que estudavam as Escrituras Sagradas, em Pittsburgh (Allegheny), na Pennsilvânia, E. U. A. Estudavam independentemente, a fim de evitar encarar a Bíblia através de óculos sectários. Entre estes homens encontrava-se Charles Taze Russell, que estava entrando nos seus vinte e poucos anos. Naturalmente, estavam vivamente interessados na segunda vinda do Noivo celestial, Jesus Cristo. No entanto, seus estudos bíblicos levaram à descoberta de que a volta de Cristo seria invisível, não visível na carne como homem materializado, mas invisível no espírito, visto que ele não era mais carne e sangue. Sua chegada, portanto, não seria vista pelos homens, e esta chegada iniciaria uma presença ou parusia invisível da sua parte. Mas ela se manifestaria por meio de evidências.
“SETE TEMPOS” — “OS TEMPOS DOS GENTIOS”
5. No decorrer dos seus estudos, que período de tempo mencionado por Jesus consideraram eles, e, em 1876, o que publicou Russell sobre o fim daquele período?
5 No decorrer de seus estudos bíblicos, estes estudantes pesquisadores passaram a examinar os “tempos dos gentios”, mencionados por Jesus em Lucas 21:24 (Al), e eles associaram esses Tempos dos Gentios com os “sete tempos” mencionados quatro vezes em Daniel, capítulo quatro, versículos 16, 23, 25, 32. O que verificaram estes estudantes da Bíblia quanto à data em que tais “sete tempos” de dominação gentia da terra acabariam legalmente perante Deus? Ora, naquele tempo publicava-se uma revista mensal em Brooklyn, Nova Iorque, por George Storrs, chamada “Examinador da Bíblia”. No ano 1876, Russell, aos vinte e quatro anos, fez uma contribuição sobre o assunto para esta revista. Ela foi publicada no Volume XXI, Número 1, que era o número de outubro de 1876. Nas páginas 27 e 28 daquele número, o artigo de Russell foi publicado sob o título “Tempos dos Gentios: Quando Terminam?” Naquele artigo (na página 27), Russell disse: “Os sete tempos terminarão em 1914 A. D.”
6. (a) Em 1877, na publicação de que livro participou Russell, e o que disse este sobre o fim dos Tempos dos Gentios? (b) Segundo a cronologia seguida então, quando terminaram seis mil anos da existência do homem, mas em que ano se calculou que começaria o sétimo milênio?
6 No ano seguinte (1877), Russell juntou-se a certo Nelson H. Barbour, de Rochester, Nova Iorque, na publicação dum livro intitulado “Três Mundos e a Colheita Deste Mundo”. Neste livro, apresentou-se que o fim dos Tempos dos Gentios, em 1914 E.C., seria precedido por um período de quarenta anos, assinalado pelo início duma colheita de três anos e meio, começando em 1874 E.C. Entendeu-se que esta colheita fosse sob a direção invisível do Senhor Jesus Cristo, cuja presença ou parusia teria começado no ano 1874. Entendeu-se que pouco depois se daria o início do grande Jubileu antitípico para a humanidade, prefigurado pelas celebrações antigas do “jubileu” dos judeus sob a lei de Moisés. (Levítico, capítulo vinte e cinco) Segundo a cronologia bíblica adotada depois, os seis mil anos da existência do homem na terra acabaram no ano 1872, mas o Senhor Jesus não veio no fim desses seis milênios da existência humana, ou antes, no início do Jubileu antitípico, em outubro de 1874. Calculou-se que o ano 1874 fosse o fim de seis milênios de pecado entre a humanidade. Entendeu-se que a humanidade, a partir desta última data, estivesse no sétimo milênio. — Revelação 20:4.
7. (a) Por que foi que a revista religiosa publicada em 1879 incluiu no seu título “E Arauto da Presença de Cristo”? (b) O que devia acontecer quando esta “presença” atingisse o fim dos Tempos dos Gentios em 1914?
7 Em vista de tal entendimento dos assuntos, a classe da “virgem casta” começou a sair ao encontro do Noivo celestial no ano 1874, visto que cria que ele tivesse chegado naquele ano e estivesse desde então invisivelmente presente. Achavam que já viviam na presença invisível do Noivo. Por causa disso, quando Charles T. Russell começou a publicar a sua própria revista religiosa, em julho de 1879, publicou-a sob o título “Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo”. Ele já se familiarizara com a Diaglott Enfática, de Wilson, que traduzia a palavra grega parousia como “presença”, não “vinda”, em Mateus 24:3 e em outra parte. A nova revista proclamava a presença invisível de Cristo como tendo começado em 1874. Esta presença continuaria até o fim dos Tempos dos Gentios em 1914, quando as nações gentias seriam destruídas e o restante da classe da “virgem casta” seria glorificado junto com o noivo no céu, pela morte e pela ressurreição à vida no espírito. Deste modo, a classe representada pelas cinco virgens sábias entraria pela porta para o casamento.
8. (a) O que aguardava ansiosamente o restante da classe da “virgem casta”, e por quê? (b) Na manhã daquele dia, o que anunciou Russell ao pessoal da sede, em Brooklyn, Nova Iorque?
8 Com o passar dos anos e ao se aproximar mais o tempo, os do restante da classe da “virgem casta” aguardavam com interesse cada vez maior a data crítica de 1.º de outubro de 1914. Tratava-se duma classe de cristãos separados deste mundo impuro e plenamente “consagrados” a Deus mediante Cristo, e eles haviam simbolizado a sua “consagração” a Deus pela imersão em água. Esforçavam-se a deixar sua luz brilhar, ao se aproximar o tempo em que esperavam encontrar-se com seu Noivo nos céus. Finalmente chegou o dia 1.º de outubro de 1914, e na manhã daquele dia, Charles T. Russell, como presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.) anunciou ao pessoal da sede em Brooklyn, Nova Iorque: “Os Tempos dos Gentios já terminaram e seus reis já tiveram seu dia.”
9. No entanto, quando faleceu o próprio Russell e que conclusão devemos tirar disso?
9 No entanto, com este fim dos Tempos dos Gentios tampouco veio a aguardada glorificação do restante da igreja nos céus. O próprio Russell faleceu só em 31 de outubro de 1916, deixando a presidência da Sociedade para outro. Alguma coisa tinha de ter sido calculada errada.
10. (a) O que viu o 1.º de outubro de 1914 surgir para o restante da classe da “virgem casta” na terra? (b) Quando atingiu a perseguição seu auge, e que carta mostra um anseio de coração da união com o Noivo celestial?
10 Em vez de presenciar a glorificação da igreja de Cristo no céu a data de 1.º de outubro de 1914 viu surgir grande dificuldade para os que estavam desejosos de se encontrar com o Noivo celestial. Ao se prolongarem horrivelmente os anos da Primeira Guerra Mundial, a perseguição que continuava a ser movida à classe da “virgem casta” veio ao clímax. Este se deu no verão de 1918, quando o novo presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos E. U. A.), Joseph F. Rutherford, e o secretário-tesoureiro dela, W. E. Van Amburgh, e mais seis outros homens cristãos relacionados com o pessoal da sede em Brooklyn, Nova Iorque, foram condenados injustamente por um tribunal federal e encarcerados na penitenciária federal de Atlanta, Geórgia. De sua cela ali, o Presidente Rutherford dirigiu uma carta aos seus concristãos, que sofriam perseguição fora das barras e paredes da prisão. Parte desta carta foi impressa na página quatro do programa do congresso de quatro dias da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, de 30 de agosto a 2 de setembro de 1918, em Milwaukee, Wisconsin, E. U. A.a Esta carta revelava o anseio de coração dos da classe da “virgem casta” de uma breve união com o Noivo nos céus, especialmente nas linhas que citamos aqui:
AO ISRAEL DE DEUS
“Mui Amados em Cristo:
“A vida na prisão parece estranha; contudo, cada experiência é acompanhada por alegria, visto que encaramos tudo isso dum ponto de vista celestial. Deveras, agora podemos cantar:
‘Desvaneça, desvaneça, cada alegria terrena,
Jesus é meu!’
“De fato, agora não há alegrias terrenas; mas aguardamos com alegre expectativa nosso recolhimento para casa. . . . Muitas vezes nos sentimos num apuro entre duas coisas — se preferimos partir ou ir e servi-los por um tempo antes de ir para casa. Faça-se a Sua vontade! Estou certo de que todas estas experiências amadurecem a igreja em preparação para o recolhimento final. As cartas dos queridos em outra parte mostram quão meigamente se entregam ao fogo que consome o sacrifício. . . .
“. . . Façam tudo o que puderem para animar as queridas ovelhas do rebanho. Consolem-nas com as promessas agradáveis duma breve e gloriosa ida para casa. Nunca os amei tanto quanto agora. Quão agradável será estar ajuntados em volta do trono de nosso Pai e regozijar-nos com alegria indizível para todo o sempre! . . .
“Agradeço ao nosso querido Pai por ele ter sido tão bom de enviar sete irmãos comigo, para que tivéssemos juntos estes privilégios. . . .
“Estejam certos de que os amamos muito. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos.
“Seu irmão e servo pela graça Dele,
“J. F. RUTHERFORD.”
11. (a) Durante aquela perseguição, o que não reconheceu o restante da classe da “virgem casta” a respeito de 1874? (b) Quanto tempo ficaram os representantes da Sociedade na penitenciária e o que se abriu ao serem libertos?
11 Durante todos estes padecimentos no meio das trevas da Primeira Guerra Mundial, o restante sofredor dos da classe da “virgem casta” não reconheceu que o ano de 1874, então já quarenta anos no passado, não havia sido o tempo da volta do Noivo e o tempo para se anunciar: “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” O tempo do grito à meia-noite ainda estava no futuro, mas perto. O tempo que o Presidente Rutherford passou na prisão não veio a ser vinte anos, segundo a sentença que lhe havia sido imposta pelo tribunal, em 21 de junho de 1918, mas veio a ser apenas nove meses. Em 25 de março de 1919, ele e seus sete companheiros foram libertos da Penitenciária de Atlanta e levados de volta a Brooklyn, Nova Iorque, onde em 26 de março lhes foi concedida fiança e um apelo. Estavam novamente livres para empreender sua obra do após-guerra junto com todos os outros membros do restante da classe da “virgem casta”. Este restante não havia passado por nenhum recolhimento ao trono de seu Pai celestial, longe das crescentes trevas deste mundo iníquo. Iniciava-se um novo período de serviço cristão na terra!
12. Por que parte da parábola de Jesus sobre as “dez virgens” passaram então?
12 Foi neste momento crítico que passaram por aquilo que foi predito pelo Noivo celestial na sua parábola das “dez virgens”, nas seguintes palavras: “Logo no meio da noite levantou-se um grito: ‘Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.’ Todas aquelas virgens levantaram-se então e puseram as suas lâmpadas em ordem.” — Mateus 25:6, 7.
13, 14. (a) Na parábola, quem anunciou a presença do noivo e como se cumpriu isso? (b) Que evidência há desde 1914 de que o Noivo celestial está realmente presente?
13 Na parábola, o anúncio de que o noivo estava ali não foi feito pelas “dez virgens”. Evidentemente, foi feito pelos ajudantes do noivo. As virgens apenas ouviram o grito. Do mesmo modo, no ano 1919 E.C., todos os que afirmavam ser como as virgens que aguardavam a vinda do Noivo para levá-los à festa espiritual de casamento no lar de seu Pai foram confrontados com a presença invisível do Noivo.
14 Portanto, o ano de 1919 mostrou ser o ano de desparamento para todas as professas “virgens”, as tolas e as discretas. A primeira guerra global havia acabado e a Liga das Nações fora promovida como organização internacional em prol de paz e segurança mundiais. Desde o irrompimento daquela guerra mundial em 1914, cumpriu-se um número suficiente de particularidades da profecia de Jesus a respeito de sua parusia e da terminação do sistema de coisas para constituir um “sinal” composto, de que Jesus Cristo deveras havia entrado no seu reino celestial, no fim dos Tempos dos Gentios em 1914. De modo que se estabelecera nos céus o prometido reino messiânico de Deus. A história mundial e a história da igreja provaram então realmente que Cristo estava presente!
PONDO AS SUAS “LÂMPADAS” EM ORDEM
15. (a) Que subtítulo podia então levar corretamente a revista Torre de Vigia? (b) Os leitores da Torre de Vigia, em todo o mundo, ficaram emocionados com que anúncio no número inglês de 15 de abril de 1919?
15 Então, por fim, a revista Torre de Vigia (agora Sentinela) podia de direito levar o subtítulo “E Arauto da Presença de Cristo”. Os oito estudantes cristãos da Bíblia, soltos da penitenciária federal em março, foram privilegiados em assistir à celebração anual da Ceia do Senhor, na noite de domingo, 13 de abril de 1919, e, segundo um relatório incompleto da assistência total, publicado no número inglês da Torre de Vigia de 15 de maio, na página 151, houve mais de 17.961 celebrantes. Nas páginas 117 e 118 do número inglês da Torre de Vigia de 15 de abril de 1919 anunciou-se o livramento sob fiança de 10.000 dólares de cada um dos oito homens acusados falsamente e a grandiosa recepção que receberam no lar do Betel de Brooklyn, por centenas de concristãos. Este anúncio, publicado mundialmente, teve um efeito estimulante sobre os leitores da Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo.
16. (a) Segundo Isaías 60:2, para que era então tempo? (b) Como foi fortalecida a coragem dos estudantes “consagrados” da Bíblia e que reunião internacional se realizou?
16 Não era então tempo para sonolência e sono espirituais. Era tempo de ação, quando, segundo predisse Isaías 60:2, “a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Jeová e sobre ti se verá a sua glória”. A situação mundial exigiu ação corajosa da parte de todos os estudantes “consagrados” da Bíblia. Não se perdeu tempo, a fim de reforçar a coragem cristã daqueles que haviam aguardado o Noivo, pois, nos números de 1.º e 15 de agosto de 1919 da Torre de Vigia em inglês foram publicados dois artigos sobre o tema “Benditos os Destemidos”, junto com anúncios dos arranjos para um “Congresso Geral: Cedar Point, Lago Erie”, durante oito dias, de 1.º a 8 de setembro, em escala internacional. Sacudindo-se vigorosamente para se livrar da sonolência espiritual, milhares do povo “consagrado” de Deus afluíram ao local do congresso, por volta de 6.000, especialmente do Canadá e dos Estados Unidos, para assistir às sessões diárias. Este congresso emocionante foi uma ocasião para os “consagrados” renovarem sua resolução de estar bem despertos e ativos no serviço de Deus, que os aguardava.
17, 18. (a) Que publicação foi anunciada no “Dia dos Co-trabalhadores” naquele Congresso Geral, e com que perspectiva? (b) Como eram encorajadoras as instruções sobre como agir neste trabalho, e foram os acontecimentos daquele dia no congresso apenas de interesse passageiro?
17 Houve tremendo entusiasmo no “Dia dos Co-trabalhadores”, sexta-feira, 5 de setembro, quando o Presidente J. F. Rutherford anunciou a publicação duma nova revista, a partir de 1.º de outubro de 1919, com o título de “A Idade de Ouro”. Seria companheira da revista Torre de Vigia (Sentinela) para a publicação das boas novas do reino messiânico de Deus, e os do povo “consagrado” de Deus foram incentivados a participar na angariação de assinatura para ela, aguardando o tempo em que a tiragem fosse de 4.000.000 de exemplares por número. Mais tarde foram publicadas instruções adicionais sobre como proceder nesta obra mundial de publicidade, num artigo de duas páginas e meia, intitulado “Anunciando o Reino”, nas páginas 279-281 da Torre de Vigia de 15 de setembro de 1919, em inglês.
18 Quão revigorante como chamada a todos os leitores foi a declaração no antepenúltimo parágrafo deste artigo: “Entrai por ela depressa. Lembrai-vos, ao sairdes nesta obra, que não estais apenas atuando como agentes duma revista, mas que vós sois embaixadores do Rei dos reis e Senhor dos senhores, anunciando ao povo de modo dignificado a vinda da Idade de Ouro, o glorioso reino de nosso Senhor e Mestre, o qual os cristãos verdadeiros têm esperado e pelo qual têm orado por muitos séculos”! Houve uma resposta instantânea àquele convite para participar nesta nova fase da obra do Reino, e hoje, mais de cinqüenta e cinco anos depois, esta mesma revista, que agora tem o nome de “Despertai!” tem uma tiragem de 8.650.000 exemplares de cada número. Por certo, a presença daqueles 6.000 cristãos “consagrados”, ali em Cedar Point, Ohio, e sua aclamação do anúncio da revista A Idade de Ouro, na sexta-feira, 5 de setembro de 1919, de modo algum eram coisas de interesse passageiro, sem conseqüência na história da classe da “virgem casta” de Deus, neste verdadeiro tempo da parusia de Cristo. Esta classe virgem nunca mais adormeceu!
19. Por as lâmpadas em ordem exigiu que ação, e por que levou isso a uma separação entre as virgens?
19 Foi deveras o tempo em que “todas aquelas virgens levantaram-se . . . e puseram as suas lâmpadas em ordem”. (Mateus 25:7) Na parábola, isto exigiu que as virgens reenchessem suas lâmpadas com óleo, porque as suas lâmpadas estavam “prestes a apagar-se”. Mas, as virgens tolas descobriram então que não podiam logo preencher suas lâmpadas; não haviam trazido consigo recipientes cheios de óleo, o que as virgens discretas haviam feito. Isto levou a uma divisão entre as virgens. Por quê? Mateus 25:8, 9, explica isso, dizendo: “As tolas disseram às discretas: ‘Dai-nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas estão prestes a apagar-se.’ As discretas responderam com as palavras: ‘Talvez não haja suficiente para nós e para vós. Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós.”‘
20. Foi egoísta da parte das virgens discretas recusarem compartilhar seu óleo com as tolas, e o que resolveram as discretas?
20 Podemos imaginar quão difícil seria para aquelas virgens tolas ir naquela hora da noite e tentar achar uma venda de óleo aberta ou vendedores de óleo que pudessem suprir-lhes o óleo necessário. Mas, não foi egoísta da parte daquelas virgens discretas não compartilharem seu suprimento com as virgens injudiciosas? Não! Pois, se tivessem feito isso, então nenhuma das dez virgens teria chegado até a porta da casa do noivo e entrado na festa de casamento. O suprimento repartido de todas as dez teria acabado antes de chegarem lá. As virgens discretas mostraram que se sentiam obrigadas a chegar lá por trazerem consigo um suprimento de óleo para uma emergência. Isto mostrou também que todas tinham decidido chegar lá, e, assim, estas virgens discretas não se deixaram frustrar ou falhar no seu bom objetivo de honrar o noivo. Além disso, as virgens tolas ainda tinham óleo disponível de outras fontes, sem estorvarem ou porem em perigo o bom êxito das virgens discretas.
21. O que não significa isso quanto ao tratamento que os da classe das virgens “discretas” dão àquele que deseja estudar a Bíblia e aprender algo sobre o Noivo?
21 Como resultou isso no cumprimento da parábola neste tempo da parusia ou presença do Noivo celestial? Significa isso que, se uma pessoa sincera que ouve algo sobre a presença invisível do Senhor Jesus Cristo desejar que os da classe das virgens “discretas” estudem a Bíblia com ela e quiser participar em honrar o Noivo, os da classe das virgens “discretas” se recusam a fazer isso, mas dizem à pessoa que se arranje sozinha? Se esta quiser ficar cheia da Palavra e do espírito santo de Deus, seria fazer isso uma violação da lição da parábola? De modo algum.
22. Ao considerarmos a questão de compartilhar o “óleo”, de que nos devemos lembrar sobre o que significa erguer as lâmpadas acesas? E o que simboliza o “óleo”?
22 Então, no cumprimento, por que se negam os da classe das virgens “discretas” a repartir seu “óleo” com os da classe das virgens “tolas”? Devemos lembrar-nos de que ter óleo no seu recipiente é o mesmo que ter o “óleo” simbólico em si mesmo. Também, que erguer a lâmpada acesa é o mesmo que deixar a sua luz brilhar, é brilhar como luminar, para que as pessoas neste mundo escuro e tenebroso possam ver nossas boas obras e glorificar a Deus por causa delas. (Mateus 5:14-16; Filipenses 2:15) O que dá o poder iluminador é o “óleo” simbólico, “óleo” que representa tanto a Palavra de Deus, que é como uma lâmpada e uma luz para o adorador de Deus (Salmo 119:105), como o espírito santo de Deus, que ilumina a Palavra de Deus para nós e produz em todos os que o possuem as excelentes qualidades piedosas chamadas de “frutos do espírito”. (Gálatas 5:22, 23; Efésios 5:18-20) Então, deveriam as virgens “discretas” reduzir a quantidade deste óleo, deste poder iluminador em si mesmas? Deveriam finalmente deixar de brilhar?
23. (a) O que querem os da classe das virgens “tolas” que lhes façam os da classe das virgens “discretas”? (b) Que espécie de “cristãos” são os da classe das virgens “tolas”?
23 Isto é o que os da classe das virgens “tolas” gostariam que as “discretas” fizessem. As “tolas” desejam que as “discretas” transijam com elas. O anúncio da presença invisível do Noivo celestial, em 1919 E.C., constituiu um desafio para todos os que professavam ser “virgens”, com o desejo de se encontrar com o Noivo e compartilhar da alegria dele. Os que são como as virgens “tolas” apenas professam o cristianismo; são na maior parte cristãos nominais, mas não preenchem os requisitos do verdadeiro cristianismo. Podem ter algum conhecimento da Bíblia, especialmente com entendimento sectário de tal conhecimento bíblico. Talvez tenham sido influenciados pelo conhecimento que têm das Escrituras, mas não ao ponto de terem em si o poderoso espírito de Deus, para produzir os “frutos do espírito”. Sua conduta não se harmoniza com o verdadeiro modelo cristão. Brilham apenas como cristãos nominais ou professos nos formalismos religiosos de sua seita na cristandade. Esperam ir para o céu ao morrer!
24. (a) Habilita o desenvolvimento religioso dos da classe das virgens “tolas” a aceitarem as evidências comprováveis da presença do Noivo? (b) A que nível de profissão cristã querem os tolos que os discretos se rebaixem, para ficarem juntos?
24 Entretanto, seu desenvolvimento religioso não os habilita a enfrentar o desafio, ao se fazer o grito à meia-noite: “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” De fato, não discernem, nem aceitam o fato comprovável da presença do Noivo desde o ano de 1914. Professam crer no Noivo e que a igreja é sua noiva, mas insistem em encontrar-se com o Noivo e entrar na sua alegria do seu próprio modo, do seu modo sectário. Portanto, se houver associação entre eles e os da classe das virgens “discretas”, haverá transigência. Precisaria haver uma fusão ecumênica deles todos como professos cristãos e herdeiros do céu. Os da classe ‘discreta’ teriam de tirar de seu próprio suprimento de “óleo” espiritual e rebaixar seu nível de desenvolvimento cristão ao dos religiosos injudiciosos. Assim, os ‘discretos’ se fariam religiosamente tolos para continuar na companhia dos ‘tolos’, injudiciosos e imprudentes, que professam o cristianismo.
25. (a) Então, qual é a questão com respeito aos da classe das virgens “discretas”? (b) Para satisfazerem finalmente os requisitos, que palavras de Pedro e Paulo precisam cumprir?
25 A questão é clara: Devem os da classe das virgens “discretas” ser influenciados pelo mero sentimento religioso, tal como se encontra na cristandade? Deixar-se-ão privar de seu “óleo” espiritual e ficar incapacitados de brilhar como verdadeiros cristãos até o fim, sendo obrigados com o tempo a sair da procissão dos portadores da luz, que acompanham o Noivo à porta da sala da festa de casamento? Conforme diz 2 Pedro 1:10, precisam ‘fazer o seu máximo para se assegurar da sua chamada e escolha’. Precisam imitar o apóstolo Paulo, que escreveu perto do fim de sua vida terrestre: “Tenho travado a luta excelente, tenho corrido até o fim da carreira, tenho observado a fé. Doravante me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, o justo juiz, me dará como recompensa naquele dia.” Precisam preencher os plenos requisitos cristãos, ao chegarem àquela porta da festa de casamento do Noivo. — 2 Timóteo 4:7, 8.
26. Como passaram a sofrer restrição os da classe das virgens “discretas” durante a Primeira Guerra Mundial, e por que se separaram em 1919 dos da classe das virgens “tolas”?
26 Por este motivo, os da classe das virgens “discretas” separaram-se dos que apenas professavam o cristianismo, assim como o joio, na parábola do trigo e do joio. Durante a Primeira Guerra Mundial, foram levados à escravidão de Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa, e seus amantes militares, políticos e judiciais. Não só se achavam em grande parte sob restrição por causa do medo dos homens em posições fortes, mas estavam em cativeiro literal por meio de encarceramentos e detenções em acampamentos militares e em outros lugares. Em 1919, reagiram à chamada desde o céu com respeito à Babilônia, a Grande: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.” (Revelação 18:4) Não podiam transigir nesta questão com os da classe das virgens “tolas”. Tinham de obedecer a Deus antes que a Babilônia, a Grande, e seus amantes mundanos. Tampouco podiam acompanhar Babilônia, a Grande, na adoração da imagem da fera, a Liga das Nações, que Babilônia, a Grande, transformou na sua montaria, no ano 1919 E.C. — Revelação 13:14, 15; 14:11, 12; 17:1-18.
27. Quão inequívoca, desde o começo, foi a atitude adotada pelos da classe das virgens “discretas’, conforme se evidenciou na declaração pública feita no domingo, 7 de setembro de 1919?
27 A atitude adotada nesta questão pelos da classe das virgens “discretas” foi inequívoca, desde o começo. Em evidência disso, na tarde de domingo, 7 de setembro de 1919, no congresso de Cedar Point, o Presidente Rutherford proferiu seu discurso público sobre “A Esperança Para a Humanidade Angustiada”, no qual salientou a desaprovação da Liga das Nações por Deus. Citamos o relatório publicado no jornal Star-Journal de Sandusky (Ohio, E. U. A.), de segunda-feira, 8 de setembro de 1919:
O Presidente Rutherford falou a quase 7.000 pessoas, debaixo das árvores, na tarde de domingo. Declarou que uma Liga das Nações, formada pelas forças políticas e econômicas induzidas pelo desejo de melhorar a humanidade pelo estabelecimento de paz e abundância, realizaria um grande bem, e daí afirmou que é certo, porém, que o desagrado do Senhor recairá sobre a Liga, porque os clérigos — católicos e protestantes — que afirmam ser representantes de Deus, abandonaram o plano Dele e endossaram a Liga das Nações, aclamando-a como expressão política do reino de Cristo na terra. — The Watch Tower, de 1.º de outubro de 1919, página 298, coluna 1.
28, 29. Por que foi esta atitude adotada pelos da classe das virgens “discretas”, e que termo pejorativo usado por Tiago não podia ser aplicado a eles?
28 Os da classe das virgens “discretas” tinham fé em que o reino do querido Filho de Deus fora estabelecido nos céus no fim dos Tempos dos Gentios em 1914, e eles eram intransigentes a favor dele, negando-se a reconhecer e a adorar qualquer substituto. Não podiam dar-se ao luxo de ceder de seu “óleo” espiritual e reduzir a plena medida de sua devoção ao reino messiânico de Deus. Este apego firme ao Reino não os tornou populares neste mundo ou amigos dele. Intensificou o ódio deste mundo para com eles. Mas tal ódio e inimizade do mundo tornaram tanto mais evidente que se mantinham fiéis à sua relação com o Rei-Noivo celestial. Não se podia aplicar a eles o termo pejorativo de “adúlteras”, pelo motivo que o discípulo Tiago aplicou este termo a certos membros da congregação do primeiro século, dizendo:
29 “Adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” — Tiago 4:4.
30, 31. A quem mostraram assim os da classe das virgens “discretas” as qualidades duma virgem noiva, e como é essa beleza nupcial descrita na profecia de Isaías?
30 Assim, por manterem intransigentemente seu pleno suprimento do “óleo” espiritual e o usarem para se manter quais “lâmpadas” continuamente acesas com chama clara, os da classe das virgens “discretas” honravam seu Noivo celestial, com quem estavam comprometidos ou a quem foram prometidos em casamento. Deixavam brilhar em si mesmos as qualidades leais, castas, limpas e puras que se esperam nos que constituem a noiva celestial de seu “um só marido”, o Senhor Jesus Cristo. Regozijam-se com ele, de que veio o tempo de Deus para seu Filho amado levar a “noiva” dele para casa; participam na sua exultação, assim como está escrito: “Teu Deus exultará sobre ti com a exultação de um noivo sobre a noiva.” (Isaías 62:5) Para se harmonizarem com a glória da aparência dele, também querem parecer lindos assim como a noiva no dia do casamento, aceitando o adorno que o Pai celestial lhes dá. Este belo equilíbrio de beleza entre noivo e noiva é descrito em Isaías 61:10:
31 “Pois ele me trajou das vestes de salvação; envolveu-me na túnica sem mangas da justiça, igual ao noivo que, à maneira sacerdotal, põe uma cobertura para a cabeça, e igual à noiva que se atavia com os seus adornos.”
32. Como brilham os da classe das virgens “discretas” em honra de seu Noivo?
32 Nada da parte dos da classe das virgens “discretas”, na terra, deve refletir contra a glória do Noivo celestial, que é todo radiante como o sol: “É como um noivo quando sai da câmara nupcial.” (Salmo 19:4, 5) Portanto, cabe aos da classe das virgens “discretas” brilhar em honra de seu Noivo quais luminares, por demonstrarem as qualidades cristãs que os distinguem daquela meretriz religiosa, Babilônia, a Grande, e de todas as suas religiosas “filhas” imorais. Brilhando assim, não representam mal seu amado Noivo perante a humanidade.
COMPRAR ÓLEO DE LÂMPADA DOS VENDEDORES
33. Segundo a parábola de Jesus, apenas o que podiam as virgens “discretas” dizer às “tolas”, e o que demonstraram assim as “discretas”?
33 Por falta do “óleo” espiritual, os da classe das virgens “tolas” não podiam brilhar em honra do Noivo que havia chegado, estava presente e seguia para a festa de casamento. Não tinham direito a nenhuma parte do “óleo” que as “discretas” haviam trazido consigo e de que precisavam para seguir os passos do Noivo. Portanto, segundo a parábola, tudo o que as “discretas” podiam dizer às “tolas” era: “Talvez não haja suficiente para nós e para vós. Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós.” (Mateus 25:9) Ao adotarem tal atitude, as virgens “discretas” mostraram ainda mais sua discrição, e a tolice das virgens injudiciosas e imprudentes tornou-se desastrosa para elas. Viram-se obrigadas a procurar vendedores de óleo e fazer preencher suas lâmpadas.
34, 35. No cumprimento da parábola, como se fez esta compra de óleo mas o que mostrou a parábola que aconteceria no ínterim?
34 De modo similar, no cumprimento da parábola, as “tolas” viram-se obrigadas a obter seu próprio suprimento necessário de “óleo” espiritual. Foram para onde achavam religiosamente poder obter “óleo” que preparasse o caminho para sua entrada no céu, segundo as suas crenças religiosas. Por conseguinte, procuraram os sistemas sectários, denominacionais, religiosos, para obter o tipo de “óleo” que estes vendiam, e obtiveram de tais vendedores a espécie de “óleo” que estavam dispostas a pagar, sem a devoção correta ao Noivo celestial. Mas, será que o “óleo” religioso que compraram dos vendedores de óleo ao preço deles mostrou-se eficiente para obter admissão à festa de casamento? Lemos sobre isso:
35 “Enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo, e as virgens que estavam prontas entraram com ele para a festa de casamento; e a porta foi fechada.” — Mateus 25:10.
36. Quais foram as virgens que usufruíram a presença do noivo na procissão, e o que as habilitou a passarem pela inspeção à “porta”?
36 As virgens “discretas” e as virgens “tolas” foram em direções opostas — as “tolas” afastaram-se do Noivo e as “discretas” dirigiram-se ao Noivo que chegava. Havia certa distância entre o lugar onde as virgens “discretas” se encontraram com o noivo e a “porta” da casa onde se realizou a festa de casamento. Entre estes dois pontos, houve por um tempo uma procissão iluminada, e durante este período as virgens “discretas” estavam com o noivo e o noivo estava presente com elas. Quando a procissão alegre chegou ao seu destino e passou pela porta da residência do noivo, as lâmpadas das virgens “discretas” estavam bem acesas. Seu suprimento de óleo não se havia esgotado antes de chegarem à “porta”. As virgens “discretas” provaram então que faziam parte da procissão que seguia o noivo. Isto as habilitou a ser admitidas na festa de casamento. A importância de estarem preparadas para a inspeção é salientada quando a parábola diz: “E as virgens que estavam prontas entraram com ele para a festa de casamento.” Não se fechou a porta diante delas, mas atrás delas!
37. No ponto de inspeção, as “virgens” da atualidade mostram que brilham de que modo e o Noivo as admite à classe da “noiva” por estarem em que condição?
37 No cumprimento da parábola em nosso tempo, os da classe das virgens “discretas” continuam na procissão que honra e enaltece o glorioso Noivo, até o fim. Ao chegarem ao ponto de inspeção junto à “porta”, mostram ser dignos e ser admitidos nas festividades de casamento. Sua inspeção por parte do Celestial a quem são prometidos em casamento traz à luz que brilham com a personalidade cristã que o Noivo aprova para a sua “noiva” celestial. Apresentam-se qual “virgem casta ao Cristo”. Não se deixaram ‘corromper, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo’. (2 Coríntios 11:2, 3) O Noivo pode aceitar estas virgens “discretas” da atualidade como parte da congregação cristã, a respeito da qual está escrito: “A fim de que apresentasse a congregação a si mesmo em todo o seu esplendor, não tendo nem mancha nem ruga, nem qualquer dessas coisas, mas para que fosse santa e sem mácula.” — Efésios 5:27.
“E A PORTA FOI FECHADA”
38. Finalmente, quantos serão admitidos à festa de casamento e quando se fechará ocasionalmente a “porta”? Por quê?
38 Naturalmente, não se admitirão mais outros pela “porta” à festa de casamento além dos que completarão o número dos 144.000 membros da classe da “noiva” celestial. (Revelação 7:4-8; 14:1-5) Mas, quando é que a “porta” é oficialmente fechada? Isto seria quando irrompesse a “grande tribulação”, no tempo designado de Deus, e a destruição começasse a sobrevir à cristandade e a todo o restante daquela meretriz religiosa, Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa. Será então tarde demais para quaisquer cristãos professos saírem de Babilônia, a Grande, a fim de não serem participantes de seus pecados e para não receberem parte de suas pragas mortíferas. (Revelação 18:4) Visto que o número dos dias da “grande tribulação” será ‘abreviado’ por causa dos “escolhidos”, é evidente que o pleno número dos “escolhidos”, a saber, 144.000, estará completo por ocasião do irrompimento da “grande tribulação”. Isto produz o fechamento da porta.
39. O que aconteceu, por fim, na parábola das “dez virgens”?
39 O que acontecerá então? A parábola das “dez virgens” indica isso, ao concluir com as palavras: “Depois veio também o resto das virgens, dizendo: ‘Senhor, senhor, abre para nós!’ Ele disse, em resposta: ‘Eu vos digo a verdade: Não vos conheço.”’ — Mateus 25:11, 12.
40. Por que estava o noivo justificado em dizer às virgens “tolas”: “Não vos conheço”?
40 As cinco virgens “tolas” procuraram o óleo que podiam obter dos vendedores de óleo que podiam achar naquela hora da noite e vieram à porta com suas lâmpadas acesas. Mas as suas lâmpadas não haviam brilhado em honra do noivo. Não fizeram parte da procissão que foi ao encontro dele e o acompanhou com alegria por causa dele. Então, que base havia para o noivo reconhecê-las como parte de seus celebrantes? Nenhuma! Não haviam dado nenhum brilho à procissão de casamento dele. Por isso, podia dizer-lhes verazmente: “Não vos conheço.” Isto o justificou em manter a porta fechada para elas.
41. Quando a “grande tribulação” sobrevier à cristandade, o que descobrirão sobre si mesmos os da classe das virgens “tolas”?
41 Do mesmo modo, quando a “grande tribulação” começar na cristandade, como a parte mais destacada da meretriz religiosa Babilônia, a Grande, suas esperanças de irem para o céu ao morrer ficarão grandemente abaladas e postas em dúvida. Discernirão que não se associaram com a organização religiosa certa, que compõe a “virgem casta”, a “noiva, a esposa do Cordeiro”. Não se verão “arrebatados” nos seus corpos físicos para as nuvens, em arrebatamento físico, “para encontrar o Senhor no ar”, segundo a interpretação dada a 1 Tessalonicenses 4:17 pelos seus instrutores religiosos. É verdade que têm brilhado como membros desta ou daquela seita religiosa da cristandade, mas eram apenas cristãos nominais ou professos, não reais. O que conta então, ao entrarem na “grande tribulação” não é o que seu sacerdote ou pregador pensava ou dizia sobre eles, mas o que o Noivo celestial diz que eles são!
42. Tendo então desaparecido sua organização religiosa como mediadora, pedirão o reconhecimento do Noivo em que base?
42 Tarde demais, como “excluídos”, chegam à situação que indica para eles uma porta fechada, quando a base religiosa em que se firmavam for destruída pela “grande tribulação”. Com a destruição de sua organização religiosa, que agiu como mediadora para eles, terão de lidar diretamente com o Noivo, Cabeça da verdadeira congregação. Visto que a parusia ou presença dele é invisível e ele está escondido de seus olhos, como que atrás duma porta fechada, clamarão para ele, para ver se conseguem que sua mera profissão do cristianismo, sem as obras corretas, os salve e faça entrar no céu. Eles o reconheceram, pela palavra da boca, e não devia ele então retribuir isso e reconhecê-los? Clamarão: “Senhor, senhor”, na esperança de serem ouvidos por ele. Isto lhes devia abrir a porta. Mas faz isso?
43. (a) Que palavras do Sermão do Monte, de Jesus, quanto a chamá-lo de “Senhor”, não foram tomadas a sério pelos da classe das virgens “tolas”? (b) O que lhes acontecerá quando Jesus finalmente tomar a sério estas palavras?
43 Não tomaram a sério o que o Noivo celestial disse na terra no seu Sermão do Monte: “Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e não expulsamos demônios em teu nome, e não fizemos muitas obras poderosas em teu nome?’ Contudo, eu lhes confessarei então: Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei.” (Mateus 7:21-23) Mas então, na “grande tribulação”, os da classe das virgens “tolas” saberão que o Noivo disse estas palavras de modo muito sério, como princípio para sua orientação. Não lhes abrirá a porta da festa celestial de casamento. Ele os deixará fora, na escuridão da noite mais profunda do mundo, para perecerem junto com todos os outros “obreiros do que é contra a lei”. Destruídos, não terão nenhuma ressurreição para a vida celestial.
44. Com que palavras encerrou Jesus a parábola das “dez virgens” e o que não se permitem às “discretas” quanto ao seu suprimento de óleo espiritual?
44 Por conseguinte, as palavras de Jesus, com que ele enfatizou o ponto em questão na parábola das “dez virgens”, são especialmente oportunas para nós os que vivemos na “terminação do sistema de coisas”, a saber: “Mantende-vos vigilantes, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus 25:13) Agora é a ocasião para os que desejarem ser semelhantes às cinco virgens “discretas” brilharem continuamente com uma personalidade cristã ativa, que satisfaz os requisitos para os membros da classe celestial da “noiva”. Não se atrevem a transigir com os que procuram fazer com que compartilhem dos fardos da tolice dos outros e assim tirem parte ou muito de seu suprimento do “óleo” espiritual.
45. Na companhia de quem não se atrevem a colocar-se os ‘discretos’, e para a honra de quem devem brilhar continuamente? Por quê?
45 Não nos atrevemos a expor-nos ao perigo de se apagar nossa luz e de nos colocarmos na companhia religiosa deles. Precisamos de todo o “óleo” espiritual com que nos podemos suprir. Nossa fé na chegada e presença do Noivo precisa continuar luminosa, e precisamos continuar a fazer parte da procissão luminosa que segue os passos dele até que ele leve sua congregação-noiva inteiramente para casa. Acabou a longa demora da chegada do Noivo. Ele está aqui, na sua gloriosa parusia. O tempo de cochilo e sono já passou! É tempo de brilhar em honra dele e de regozijar-se com ele nesta alegria que o Pai celestial lhe apresentou, de tomar a si a sua “noiva” espiritual e celebrar isto com uma festa de casamento. É agora vitalmente necessário mantermo-nos vigilantes, pois não sabemos nem o dia nem a hora, quando a “porta” da oportunidade se fechar, para nunca mais se abrir de novo.
PARTE DO “SINAL” DE SUA PARUSIA
46. (a) A parábola das “dez virgens” faz parte da resposta de Jesus a que pergunta dos seus apóstolos? (b) Como vêem os da classe ‘discreta’ o clímax do cumprimento da parábola, e de que fatos os convence isso?
46 A parábola das “dez virgens” foi dada como parte da resposta à pergunta dos apóstolos de Jesus: “Qual será o sinal da tua presença [parousia] e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) O clímax desta parábola tem tido cumprimento desde o ano de 1914 E.C. Todo o mundo pode ver que se realizam hoje as fases finais desta parábola. Os acontecimentos que acabamos de apresentar em pormenores não se realizaram às escondidas, fora da vista, num lagar escuro, mas ocorreram abertamente, onde pessoas observadoras os podiam notar, não importando se entendiam seu significado ou não. Pelo menos, os que são da classe das virgens “discretas” observaram estes acontecimentos significativos, e têm neles forte prova de que o Noivo celestial chegou em 1914 E.C. e que sua parusia ou presença se desenrola agora invisivelmente. Discernem a sua presença com os olhos da fé, por causa da evidência fornecida em cumprimento da parábola das “dez virgens”. Estão certos de que a “terminação do sistema de coisas” começou no ano de 1914 E.C.
47. Como é o significado correto da palavra grega parousia confirmado por aquilo que as virgens “discretas” fizeram depois que o grito à meia-noite anunciou o noivo?
47 Também, a palavra grega usada pelo apóstolo Mateus no seu Evangelho, Mt capítulo vinte e quatro, versículo três, significa “presença”, não “vinda”, conforme muitos tradutores verteram a palavra grega. Isto é apoiado pelo que foi descrito na parábola. As “dez virgens” levantaram-se do cochilo e sono ao ouvirem o grito à meia-noite: “Aqui está o noivo!” Quando seus olhares ansiosos, à espreita de sua procissão luminosa, discernem que ele chega ao lugar onde estão, então o acompanham no seu séquito. Deste ponto em diante, leva tempo até que todos atinjam a residência do Noivo, onde a festa de casamento aguarda a todos os dignos convidados. Por conseguinte, passou um período, na presença ou parusia do Noivo, depois da chegada dele, até que ele levasse sua noiva à casa preparada para ela.
CORREÇÃO DUM MAL-ENTENDIDO
48. (a) O redator e editor da Torre de Vigia de Sião calculou que a presença de Cristo começou em que ano? (b) Também qual era a data da criação do homem, conforme publicada na página da capa da Torre de Vigia durante alguns anos?
48 É verdade que o redator e editor da Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo calculou que a ‘presença” ou parusia do Noivo celestial tivesse começado no ano 1874 E.C. Também, que a data da criação do primeiro homem por Jeová Deus tivesse sido o ano 4128 A.E.C., o que significava que seis mil anos da existência do homem na terra terminaram no ano 1872 E.C., conforme calculado por Russell e seus associados. Este cálculo começou a ser anunciado na primeira página da Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo, a partir do número de 1.º de junho de 1906, e este costume continuou até o número de 15 de setembro de 1928. Por exemplo, no primeiro destes números mencionados apareceu a data da edição: “1.º de julho de 1906 A. D. — A. M. 6034”; ao passo que a data da última edição mencionada foi: “Anno Mundi 6056 — 15 de setembro de 1928.” O Anno Mundi ou “Ano do Mundo” foi calculado ser o ano 4128 antes de nossa Era Comum.
49. (a) Quando teria ocorrido a entrada do pecado, segundo se calculou? (b) Portanto, quando começaria o milênio para Satanás ser lançado na cova sem fundo e para o reinado de Cristo?
49 No entanto, calcularam-se dois anos para a inocência do homem e da mulher perfeitos no Jardim do Éden antes de entrar o pecado, e, por isso, o ano da entrada do pecado foi calculado como sendo 4126 A.E.C. Isto resultou em calcularem o fim de seis mil anos de pecado em 1874 E.C., ano em que também, no outono, teria começado o sétimo milênio, para o instigador do pecado, Satanás, o Diabo, ser acorrentado e lançado na cova sem fundo, e para Cristo começar a reinar durante os preditos mil anos. Isto significava que o ano do começo do reinado de Cristo seria também o ano da sua volta e do início de sua presença ou parusia invisível.
50. Esta cronologia seguiu que nota ao pé da página sobre Atos 13:20, segundo a Diaglott Enfática de Wilson?
50 A cronologia acima seguiu a sugestão feita na Diaglott Enfática de Wilson, na sua nota ao pé da página sobre Atos 13:20, versículo que reza em inglês: “E depois destas coisas, deu juízes por cerca de quatrocentos e cinqüenta anos, até Samuel, o profeta.” A nota ao pé da página sobre esta versão do versículo diz:
Aqui ocorre uma dificuldade que tem intrigado muito os cronologistas bíblicos. A data dada aqui diverge da declaração encontrada em 1 Reis 6:1. Ofereceram-se muitas soluções, mas apenas uma que parece inteiramente satisfatória, i. e., que o texto de 1 Reis 6:1 foi deturpado, pela substituição da letra hebraica dálete (4) por hê (5), que é bem similar na forma. Isto daria 580 anos (em vez de 480) desde o êxodo até a construção do templo, e concorda exatamente com a cronologia de Paulo.
51. (a) Concordemente, o que disse o autor C. T. Russell na página 53 de “Está Próximo o Tempo” a respeito de 1 Reis 6:1? (b) Segundo isso, quando foi criado o homem, quando terminaram os 6.000 anos do pecado e quando começou o Grande Jubileu?
51 Por conseguinte, na página 53 do livro intitulado “Está Próximo o Tempo”, o autor C. T. Russell escreveu com referência a 1 Reis 6:1:
Evidentemente, deve ser o qüingentésimo octogésimo ano, e foi possivelmente um erro de transcrição; pois, se acrescentarmos aos quatro anos de Salomão os quarenta de Davi, e o espaço de quarenta de Saul, e os quarenta e seis anos desde a partida do Egito até a divisão do país, temos cento e trinta anos, os quais, subtraídos dos quatrocentos e oitenta, deixariam apenas trezentos e cinqüenta anos para o período dos Juízes, em vez de os quatrocentos e cinqüenta anos mencionados no Livro de Juízes e por Paulo, conforme já se mostrou. A letra hebraica “dálete” (4) parece-se muito com a letra “hê (5) e supõe-se que foi assim que se deu o erro, possivelmente um engano do transcritor. Portanto, I Reis 6:1 deve rezar quinhentos e oitenta, e assim estar em perfeita harmonia com as outras declarações.
Assim, por se inserirem cem anos na cronologia bíblica durante o período dos Juízes, a criação do homem foi lançada para trás em cem anos, para 4128 A.E.C., e os seis mil anos da existência do homem na terra terminaram assim em 1872 E.C. (The Time is at Hand, página 42) Daí, a concessão de dois anos antes da entrada do pecado levou ao ano 1874 como ano em que terminariam seis mil anos do pecado humano e começariam os sétimos mil anos para a eliminação do pecado pelo reino de Cristo. Portanto, iniciar-se-ia o Grandioso Jubileu.
52. Segundo os manuscritos gregos mais antigos, aplicam-se os 450 anos de Atos 13:20 antes ou durante o período dos Juízes, conforme mostram traduções modernas da Bíblia?
52 Segundo os manuscritos mais antigos das Escrituras Gregas Cristãs, porém, Atos 13:20 reza de modo diferente da versão dada na Diaglott Enfática e na Versão Autorizada do Rei Jaime da Bíblia, em inglês. (Al) Assim, segundo os manuscritos mais antigos, os quatrocentos e cinqüenta anos não se aplicam ao período dos Juízes. Em confirmação disso, a edição revista e atualizada no Brasil da Versão Almeida (1960) verte Atos 13:20 como segue: “vencidos cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois disto lhes deu juízes até o profeta Samuel”. A versão da Liga de Estudos Bíblicos (1967) reza: “após cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois, deu-lhes juízes, até o tempo de Samuel”. A versão do Pontifício Instituto Bíblico, de 1967, reza de modo similar, e o mesmo se dá com A Bíblia na Linguagem de Hoje, O Novo Testamento, de 1973 E.C.
53. Usavam os antigos manuscritos hebraicos da Bíblia caracteres alfabéticos para representar números?
53 Além disso, os mais antigos manuscritos hebraicos existentes, tais como os Rolos do Mar Morto, soletram os números da Bíblia e não usam caracteres alfabéticos em lugar de números, não admitindo assim nenhum erro visual do transcritor em 1 Reis 6:1.b
54. (a) A aceitação da cronologia bíblica conforme está escrita atesta o início de que período aqui em consideração? (b) Significava o abandono de “Presença” no título da Torre de Vigia que não se cria mais na presença de Cristo?
54 Vê-se assim que a inserção de cem anos na cronologia bíblica, durante o período dos Juízes, não tem base bíblica. Por isso, a inserção deve ser abandonada e a Bíblia deve ser aceita assim como reza, quanto à sua cronologia. Era inevitável, pois, que isso afetasse a data do começo da parusia do Noivo Jesus Cristo. A partir do número inglês de 1.º de janeiro de 1939 da revista Torre de Vigia (agora Sentinela), o título foi mudado para A Torre de Vigia e Arauto do Reino de Cristo, e com o número inglês de 1.º de março de 1939, para A Torre de Vigia Anunciando o Reino de Jeová. Isto não queria dizer que os editores da revista não mais criam na presença ou parusia de Cristo como em progresso. Antes, significava que se dava mais importância ao Reino, ao reino de Jeová Deus por Jesus Cristo, pois é o reino de Jeová por Cristo que vindicará a soberania universal de Jeová.
55. (a) Quando e como se eliminou a inserção de 100 anos no período dos Juízes, de modo que 6.000 anos da existência do homem terminam quando? (b) Como afetou isso a data de 1874 E.C., e que pergunta surgiu assim?
55 No ano de 1943 (em português em 1946), a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados publicou o livro “A Verdade Vos Tornará Livres”. No capítulo 11, intitulado “A Contagem do Tempo”, eliminou a inserção dos cem anos do período dos Juízes e seguiu o texto mais antigo e mais autêntico de Atos 13:20, aceitando os números soletrados das Escrituras Hebraicas. Isto avançou o fim dos seis mil anos da existência do homem para a década de 1970. Naturalmente, eliminou o ano 1874 E.C. como data da volta do Senhor Jesus Cristo e do começo de sua presença ou parusia invisível. O milênio, que havia de ser assinalado pelo acorrentamento de Satanás, o Diabo, no abismo e pelo reino dos 144.000 co-herdeiros de Cristo em glória celestial, portanto, ainda era futuro. Então, que dizer da parusia (presença) de Cristo? Na página 330, o livro mencionado diz positivamente: “A presença ou parousia do Rei começou em 1914.” Também, na Sentinela de janeiro de 1950 (página 7, parágrafo 22), faz-se a declaração: “. . . Messias, o Filho do homem, veio no poder do Reino em 1914 E.C., o que constitui a sua segunda vinda e o princípio da sua segunda parousia ou presença.”
56. (a) Que nova tradução da Bíblia foi publicada em 1950, e que versão de Atos 13:20? (b) Também, que declaração se fez a respeito da presença de Cristo segundo a cronologia bíblica direta?
56 No ano de 1950, foi publicada a edição inglesa da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs’, com a versão mais autêntica de Atos 13:20, traduzindo parousia cada vez por “presença”. Logo após foi publicado o livro “Isto Significa Vida Eterna”. Seu capítulo 21 intitulava-se “A Segunda Presença do Principal Agente da Vida”. Era todo um capítulo sobre o assunto, segundo a cronometria direta da Bíblia. Lemos nas páginas 220-222:
A evidência já considerada prova que em 1914 E. C. nasceu o reino de Deus e seu Filho foi entronizado com autoridade para reger com uma vara de ferro no meio dos seus inimigos. Finalmente, ele os reduzirá a pedaços e livrará o universo de todos os que lutam contra a justa soberania de Deus. — Salmo 2:8, 9.
Portanto, 1914 E.C. assinala o tempo da volta invisível de Cristo em espírito. . . . A sua vinda ao Reino em 1914 assinala o início de sua segunda presença ou parousia. Esta palavra grega significa presença.
. . . Embora invisível em espírito, sua segunda presença é de tal importância para as pessoas sobre toda a terra, que não deve ser mantida em segredo, e não o será. . . . “Pois assim como o relâmpago vem das partes orientais e brilha até às partes ocidentais, assim será a presença [parousia] do Filho do homem.” — Mateus 24:26, 27, NM.
Desde 1914, o Cristo presente tem tornado as evidências da sua segunda presença ou parousía manifestas e inteligíveis aos homens em toda a parte.
57. (a) Começou Cristo a reinar no meio dos seus inimigos antes do fim dos Tempos dos Gentios em 1914? (b) Quando fez o Noivo que se ouvisse o grito à meia-noite, e o que tem acontecido desde então é evidência de que fatos importantes?
57 Portanto, quão harmonioso é com as Escrituras inspiradas que Cristo não começou a reinar quarenta anos antes do fim dos Tempos dos Gentios em 1914! Antes, ele esperou até então à mão direita de seu Pai celestial, para começar a dominar no meio de seus inimigos terrestres, que Jeová coloca como escabelo para os seus pés! (Salmo 110:1, 2; Hebreus 10:12, 13) Corretamente, pois, sua presença ou parusia real começou naquele ano. No ano de 1919, conforme a história comprova, ele fez com que ressoasse o grito da meia-noite na terra e despertou as “virgens” adormecidas para com a urgência da situação. “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” Este grito assegurou-lhes a presença do Noivo celestial. Os da classe das “virgens discretas” desde então têm ido ao encontro dele. Brilham como luminares neste mundo tenebroso. Isto já em si mesmo é evidência de que estamos na prometida presença de Cristo. É também evidência de que o reino de Deus por Cristo, de mil anos, já se aproximou!
58. Por que não podemos parar aqui com a parábola das “dez virgens” ao considerarmos o “sinal” da aproximação do Reino?
58 O cumprimento da parábola das “dez virgens” não é tudo o que há no “sinal” da aproximação deste bendito reino milenar. Portanto, não podemos parar nesta parábola, mas temos de passar a considerar outras fases deste “sinal” assombroso.
(Notas de rodapé)
a Veja o livro “Cumprir-se-á, Então o Mistério de Deus”, página 274, último parágrafo. Veja também The Watch Tower de 15 de agosto de 1918, página 249, sobre o congresso de Milwaukee e a carta de Rutherford.
b Depois dos tempos bíblicos, quando os hebreus usaram letras do alfabeto para números, eles não tinham nenhum símbolo para zero, visto que seu sistema não usava o zero. Portanto, 400 não foi representado pela letra dálete seguida por dois zeros, nem 500 pela letra hê seguida por dois zeros. O número 400 foi representado por uma única letra hebraica (tau) e o número 500 foi representado por duas letras hebraicas (tau cofe). O número oitenta foi representado pela letra hebraica pê, ao passo que dez foi representado pela única letra iode. De modo que não havia probabilidade de se confundir tau pê (480) com tau cofe pê (580).
[Foto na página 188]
C. T. Russell