‘Pregue livramento aos cativos’
“Enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Jeová.” — Luc. 4:18, 19.
1. Para as pessoas, atualmente, a questão é de livramento ou de quê? Que exemplo admoestador foi fornecido a nós há dezenove séculos?
ATUALMENTE, a questão é de pronto livramento ou de inescapável destruição! Ou haverá um livramento das pessoas ou então serão destruídas junto com o que as mantém cativas e as esmaga! A questão é tão premente assim! A situação que hoje confronta a todos nós não deixa de ter um exemplo admoestador anteriormente na História. Confrontou um grupo de treze homens, há dezenove séculos atrás. Enfrentaram corajosamente a situação e fizeram estrênuos esforços de trazer livramento a seu povo antes de vir a horrível destruição. Certo número de pessoas pensantes deu ouvidos de forma obediente à pregação dum livramento, e aceitou a ajuda oferecida e obteve oportuno livramento da organização que as retinha cativas e as esmagava. Não se encontravam entre as mais de um milhão de pessoas de seu próprio povo que morreram em questão de alguns meses de sítio e dentre as dezenas de milhares de outras pessoas que foram levadas para o exílio e a escravidão a amos pagãos. Tudo isto foi profético e sua lição deveria ficar inculcada em nós, hoje em dia. Em forma de eventos similares, a história está prestes a se repetir atualmente, só que em escala mundial. Para as pessoas, a questão agora é de livramento ou de destruição!
2. Com respeito à religião, que situação nacional confrontaram Jesus e seus apóstolos, e será que sua nação era um povo livre?
2 Olhe a situação nacional que Jesus Cristo e seus doze apóstolos enfrentaram, há dezenove séculos atrás. Teve de começar tudo sozinho, exceto, naturalmente, que Deus estava com ele. Veio ao seu próprio povo. Este era profundamente religioso. Era zelosamente apegado à sua religião, que era totalmente diferente do hinduísmo, do budismo, do zoroastrismo persa, das religiões gregas e romanas, e das religiões góticas e druidas que floresceram em amplas regiões da terra. Tais religiões gentias estavam marcadas pela idolatria. Por causa desta diferença de religião, o povo de Jesus teria de ser um povo livre, pelo menos religiosamente. Possuíam trinta e nove livros sagrados, e estes se achavam agrupados sob três divisões, a saber, a Lei ou Tora, os Profetas e os Salmos. Haviam recebido estas de Deus, o Criador. Por que não deveriam ser um povo livre? Mas, não eram!
3. O que foi que colocou o povo de Jesus num estado de escravidão?
3 Não foi a Lei, nem os Profetas e nem os Salmos que colocaram estas pessoas num estado escravo, falando-se religiosamente. Não foi o Império Romano que as escravizou religiosamente, embora tivesse ocupado seu país no ano 63 Antes de Nossa Era Comum. Foi o grande conjunto de tradições e regras de homens que foram mais tarde agrupadas em forma escrita no Talmude judaico.
4. Quem os colocou neste sistema de escravidão, e como, e com que ação resultante para com os profetas de Deus?
4 Muito embora estas tradições, regras e estes preceitos de homens não inspirados contradissessem e nulificassem a Lei, os Profetas e os Salmos, os líderes religiosos colocavam-nos no lugar da inspirada Palavra escrita de Deus; e o povo confiantemente se submetia a isto. Tal coisa colocou o povo comum num sistema de escravidão, escravidão aos líderes religiosos que consideravam mais o que ensinaram e praticaram os homens dos tempos antigos do que a expressamente escrita Lei e o arranjo de Deus. Esta escravidão os cegava. Fazia que seguissem cegamente a seus cegos líderes religiosos e se opusessem aos homens inspirados a quem o próprio Deus lhes enviava. Como mostram os fatos nus da História, isso fez com que se opusessem, até à morte, ao seu maior Profeta, que deu todas as evidências de ser o próprio Filho de Deus.
5. Como foi que as pessoas reagiram para com a proteção oferecida a elas por Jesus, e o que, por conseguinte, aconteceu à sua cidade?
5 Por exemplo, considere-se a antiga cidade murada de Jerusalém lá no ano 33 de nossa Era Comum, que era o décimo nono ano do reinado de Tibério César de Roma. Três dias antes da Páscoa judaica daquele ano, Jesus Cristo denunciou a escravidão religiosa do povo comum e então disse à sua santa cidade: “Jerusalém, Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas! Mas vós não o quisestes. Eis que a vossa casa vos fica abandonada. Pois eu vos digo: De modo algum me vereis doravante, até que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome de Jeová!”‘ (Mat. 23:1-4, 15, 37-39) Mas, as pessoas que seguiam seus líderes religiosos tradicionalistas não desejavam a proteção que Jesus Cristo oferecia a elas, como a galinha protege seus pintainhos sob as asas dela. A Jerusalém daqueles dias jamais disse a Jesus: “Bendito aquele que vem em nome de Jeová!” Assim, em 70 E. C., tal cidade judaica foi horrivelmente destruída.
6. Com referência à família de Abraão, como foi que o apóstolo Paulo ilustrou a escravidão de seu povo, e por quanto tempo Jerusalém continuou nesta escravidão?
6 Os apóstolos de Jesus Cristo também viram o cativeiro religioso do povo. Cerca de vinte anos antes de Jerusalém ser destruída pelos exércitos romanos, o apóstolo Paulo escreveu a alguns discípulos na Galácia que estavam sendo desorientados para o cativeiro às tradições religiosas: “Abraão adquiriu dois filhos, um por meio da serva e outro por meio da [mulher] livre . . . Ora, esta [serva] Agar . . . corresponde à Jerusalém atual, pois está em escravidão com os seus filhos. Por conseguinte, irmãos, somos filhos, não duma serva [Agar], mas da [mulher] livre. Para tal liberdade Cristo nos libertou. Portanto, ficai firmes e não vos deixeis restringir novamente num jugo de escravidão.” (Gál. 4:21-25, 31; 5:1) Tais palavras significavam que durante dezessete anos depois de Jesus Cristo morrer, fora de suas portas, Jerusalém continuara em sua escravidão religiosa. Continuou nela até ser destruída no ano 70 E. C. e as dezenas de milhares de seus filhos escravizados religiosamente foram arrastados para a escravidão aos romanos pagãos.
PREGADO E OFERECIDO O LIVRAMENTO
7. Nos dias de Jesus, será que a questão era de haver livramento do povo ou sua destruição, e o que mostra a história judaica subseqüente a respeito disto?
7 Bem, então, quando Jesus Cristo se apresentou a seu povo, há mil e novecentos anos atrás, será que precisava dum livramento? Será que a questão era de haver livramento ou destruição? Por recusarem o livramento religioso, será que sofreram destruição física°? Sim, 1.100.000 deles, segundo o historiador judaico, Flávio Josefo. Terem um sacerdócio, terem um magnífico templo e altar e uma cidade santa, terem a Lei, os Profetas e os Salmos no hebraico e aramaico originais não os salvou. Haviam rejeitado o livramento que lhes fora oferecido da maneira de Deus. Nenhum livramento veio pela sua própria rebelião contra Roma em 66 E. C., e por seus esforços heróicos de livrarem-se do domínio romano. Deus deveras abandonara a “casa” deles, seu santo templo em Jerusalém. Ele não a protegeu da destruição em 70 E. C.
8. (a) No caso de Jerusalém, quanto tempo estava envolvido para que surgissem os péssimos resultados do proceder errado? (b) Em que posição retornou Jesus a Nazaré, e, apropriadamente, o que fez ele no dia de sábado ali?
8 Leva tempo até que um proceder errado produza seus péssimos resultados. Foi assim que aconteceu com Jerusalém e seu templo. Pelo menos quarenta anos estavam envolvidos. Na época da Páscoa da primavera (hemisfério norte) de 30 E. C., Jesus Cristo purificou o templo dos cambistas e negociantes que transformavam o templo em “casa de comércio”. (João 2:13-17) Alguns meses mais tarde, visitou a cidade em que se criou, Nazaré. No ano anterior, partira de Nazaré como carpinteiro. Agora retornava como pregador do reino de Deus. O sábado judaico veio, e, como era seu hábito, foi à sinagoga, não apenas para ouvir, mas para apresentar sua mensagem de livramento. Levantou-se para ler parte da Bíblia Sagrada para os adoradores judaicos ali. “Foi-lhe assim entregue o rolo do profeta Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde estava escrito: ‘O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Jeová.’” — Luc. 4:16-19.
9. Onde se encontrava a profecia que Jesus leu, e, em sua primeira aplicação, indicava o livramento do cativeiro para quem?
9 Essa era a profecia de Isaías 61:1, 2, escrita pelo menos 732 anos Antes de Nossa Era Comum. Assim, foi escrita pelo menos 125 anos antes de os exércitos babilônios destruírem Jerusalém e arrastarem a maioria dos judeus sobreviventes para o cativeiro em Babilônia, a capital da religião falsa. Ali, foram esmagados sob a opressão, e seu Deus, Jeová, foi motivo de zombaria. Assim como predissera o profeta Isaías: “Seus opressores soltam brados de triunfo, diz o Senhor [Jeová], e meu nome é ultrajado todo o dia, sem cessar.” (Isa. 52:5, CBC) Babilônia não fazia idéia de libertar os judeus cativos. Tornou-se necessário derrubar a religiosa Babilônia a fim de libertar os judeus cativos. Foi por isso que o profeta Isaías, ao predizer a queda de Babilônia, disse que o povo faria a pergunta a respeito de sua derrubada dinastia real: “Porventura é aquele que fazia tremer a terra, e que abalava os impérios, que fazia do mundo um deserto, e destruía as cidades, e que impedia os prisioneiros de voltarem para suas casas?” (Isa. 14:16, 17, CBC) Não obstante, a profecia de Isaías a respeito de um pregador ungido indicava que viria um livramento para os prisioneiros judaicos. Sem falha, veio tal livramento — em 537 A. E. C.
10. Como foi resolvida na sinagoga de Nazaré a questão a respeito do pregador ungido predito por Isaías?
10 Quem era o pregador ungido a quem Isaías se referira? As palavras proféticas, conforme registradas na Bíblia hebraica, rezam: “O espírito do Senhor Jeová está sobre mim, pela razão de que Jeová me ungiu para contar boas novas aos mansos. Enviou-me para curar os quebrantados de coração, para proclamar liberdade aos que foram levados cativos e a ampla abertura dos olhos até dos presos; para proclamar o ano de boa vontade da parte de Jeová e o dia da vingança da parte de nosso Deus; para confortar a todos os que pranteiam.” (Isa. 61:1, 2) A questão a respeito deste pregador ungido foi resolvida por Jesus Cristo ali na sinagoga de Nazaré. Depois de acabar de ler a profecia de Isaías, entregou o rolo de volta ao assistente e se sentou, dizendo a todos na sinagoga: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir.” (Luc. 4:20, 21) Isso significava que Jesus era o pregador ungido.
11. (a) De que modo falara Jesus corretamente ali? (b) Por que teve ele de procurar fora de Nazaré os judeus que desejavam o livramento do cativeiro?
11 Jesus falara corretamente. No ano anterior, fora batizado por João Batista e, ao sair do Rio Jordão, Deus derramou sobre o batizado Jesus o espírito santo. O Senhor Jeová o ungiu com espírito santo. Assim, ele se tornou o ungido para pregar o livramento aos cativos, e a recuperação da vista aos cegados pelas densas trevas de sua prisão religiosa. (Mat. 3:13-17) Mas, Jesus disse àqueles nazarenos na sinagoga: “Deveras, eu vos digo que nenhum profeta é aceito no seu próprio território.” Jesus estava certo; pois, quando terminou seu sermão, tentaram matá-lo, muito embora fosse realmente o Ungido, o Messias, o Cristo. Mas, a maneira deles não era a maneira para Jesus Cristo morrer. Assim, com a ajuda de Deus, livrou-se das mãos deles, e foi pregar em outra parte. (Luc. 4:22-30) Procurou, fora de seu território central, judeus que desejavam o livramento do cativeiro.
12. Será que a profecia de Isaías a respeito do pregador ungido se concluiu em Jesus, e o que mostraram os acontecimentos no seguinte Pentecostes?
12 Será que a profecia de Isaías a respeito do pregador ungido se concluiu em Jesus Cristo? Não! A pregação dum livramento não terminou quando Jesus Cristo morreu no dia da Páscoa de 33 E. C. Sua morte ainda deixou a capital de Jerusalém “em escravidão com os seus filhos”. (Gál. 4:25) Mas, Jesus ajuntara ao redor de si doze homens, para acompanhá-lo a maior parte do tempo. Depois de sua ressurreição e antes de sua ascensão de volta ao céu, disse a seus fiéis apóstolos: “Ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais distante da terra.” Dez dias depois, o espírito santo realmente veio sobre eles, no dia da festa de Pentecostes, ali em Jerusalém. (Atos 1:1-9; 2:1-21) Assim, o Senhor Jeová começou a ungir com espírito os seguidores batizados de Jesus Cristo. (2 Cor. 1:21; 1 João 2:20, 27) Dessa forma, a profecia de Isaías tornou-se também aplicável a eles, e veio a estar sobre eles a obrigação de “pregar livramento aos cativos”.
13. No dia de Pentecostes, como foi que o apóstolo Pedro mostrou a necessidade urgente que as pessoas tinham de livramento?
13 Aqueles judeus e prosélitos que se reuniram aos milhares para ouvirem a Pedro e ao restante dos apóstolos pregarem sob o impulso do espírito santo, naquele dia de Pentecostes, talvez não tenham avaliado plenamente quão importante e oportuno era este livramento da escravidão religiosa. Mas, Pedro a avaliava, e disse ás pessoas inquiridoras: “Sede salvos desta geração pervertida.” Também, em seu discurso anterior a eles, citou a profecia de Joel a respeito do derramamento do espírito de Jeová nos últimos dias e continuou citando o restante da profecia de Joel, afirmando: “E [eu, Jeová] darei portentos em cima no céu e sinais em baixo na terra: sangue, e fogo, e fumaça brumosa; o sol será transformado em escuridão e a lua em sangue, antes de chegar o grande e ilustre dia de Jeová. E todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo.” (Atos 2:16-21, 40; Joel 2:28-32) Isso queria dizer que o derramamento do espírito santo e a pregação do livramento eram precursores duma época incomum de dificuldades, com destruição para a “geração pervertida” e para todos os que não invocaram o nome de Jeová.
O QUE DEVE ACOMPANHAR A UNÇÃO COM ESPÍRITO
14, 15. Depois da unção com espírito, o que sobreviria á nação, e como é que Gabriel predisse isto a Daniel?
14 As dificuldades fermentavam para a Jerusalém terrestre, que estava “em escravidão com os seus filhos”. Outra declaração profética a respeito da unção indicava isto. Naquela profecia, o anjo Gabriel disse ao profeta Daniel o ano exato da unção de Jesus com espírito santo, para torná-lo o “Messias, o Líder”, e também da unção de seus seguidores. Depois disso haveria dificuldades, pois o anjo Gabriel disse, em parte:
15 “Há setenta semanas que estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua cidade santa, a fim de terminar a transgressão, . . . e para ungir o Santo dos Santos. . . . O Messias será cortado, sem nada para si mesmo. E quanto à cidade e ao lugar santo, o povo dum líder que virá trará a ruína deles. E o fim dela será pela enchente. E até o fim haverá guerra; o que é decidido é desolações.”
16. O que era o “Santo dos Santos” que deveria ser ungido, e quando e como isto ocorreu?
16 Nestas palavras de Daniel 9:24-26, o Santo dos Santos que deveria ser ungido é o templo ou santuário espiritual de Deus. Compõe-se de Jesus Cristo e seus 144.000 seguidores fiéis que se tornam “pedras viventes” do templo espiritual. Pelo seu espírito, Deus habita neste templo de pedras vivas. (1 Ped. 2:5; Efé. 2:20-22; 1 Cor. 3:16, 17) Portanto, este templo ungido é diferente do “lugar santo” que deveria ser trazido à ruína pelo povo do vindouro líder. O condenado “lugar santo” era a casa de adoração, o templo de pedras literais e inanimadas, que Jesus disse que fora abandonada por Deus aos descrentes judeus. (Mat. 23:38) Não foi ungida com espírito santo de Deus; mas, no começo da setuagésima semana, no ano 29 E. C., Jesus foi batizado com espírito santo. Pouco depois da metade da setuagésima semana, seus fiéis apóstolos e outros discípulos foram ungidos com espírito em Jerusalém, no dia de Pentecostes; e, no fim da setuagésima semana, os primeiros crentes gentios ou não-judeus foram ungidos com espírito santo,a em Cesaréia, cerca de oitenta quilômetros ao noroeste de Jerusalém.
17. (a) O que, conforme decidido por Deus, sobreveio á “cidade e ao lugar santo”, mas o que dizer do “Santo dos Santos”? (b) Assim, a respeito de que dia avisou Pedro aos judeus no dia de Pentecostes?
17 Este ungido “Santo dos Santos” sobreviveu quando a “cidade santa” e “o lugar santo” foram trazidos à ruína trinta e quatro anos depois do fim da setuagésima semana. Assim como o anjo Gabriel dissera a Daniel, até o fim de Jerusalém e de seu templo houve guerra, e o líder romano que veio com suas legiões, a saber, Tito, trouxe sobre a “cidade e o lugar santo” o que fora decidido por Jeová Deus, a saber, “desolações”. Esse foi deveras um “dia de Jeová” com referência a Jerusalém e a seus filhos. E, com relação a esse dia, havia abundância de “sangue, e fogo, e fumaça brumosa”, o sol não clareando a escuridão da cidade durante o dia, e a lua sugerindo sangue derramado, não havendo luar pacífico e prateado à noite. Estas coisas vieram depois de Jeová Deus ter derramado seu espírito santo sobre carne de todas as sortes em cumprimento da profecia de Joel, a profecia que o apóstolo Pedro citou aos milhares de judeus e prosélitos reunidos em Jerusalém no dia de Pentecostes de 33 E. C. Pedro estava especialmente dando aviso àqueles judeus circuncidados e prosélitos a respeito do “grande e ilustre dia de Jeová” que deveria chegar no ano 70 E. C.
18. Como é que a profecia de Jesus a respeito de Jerusalém, ao cavalgar para aquela cidade, indicava que havia urgência quanto a aceitarem o livramento?
18 Será que havia, então, qualquer urgência quanto a aceitarem o livramento que era pregado pelos discípulos de Jesus aos cativos religiosos, e será que havia qualquer urgência a respeito de invocarem o nome de Jeová mediante Jesus Cristo a fim de serem salvos? Certamente que havia! Apenas dois meses antes de Pentecostes, quando Jesus fazia sua cavalgada real para Jerusalém, ele parou e chorou por causa da cidade, dizendo: “Se tu, sim, tu, tivesses discernido neste dia as coisas que têm que ver com a paz — mas agora foram escondidas de teus olhos. Porque virão sobre ti os dias em que os teus inimigos construirão em volta de ti uma fortificação de estacas pontiagudas e te cercarão, e te afligirão de todos os lados, e despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não discerniste o tempo de seres inspecionada.” — Luc. 19:41-44.
19, 20. (a) Ao contemplar o templo de Jerusalém, que profecia proferiu Jesus a respeito dele? (b) Em resposta a seus apóstolos, que profecia proferiu Jesus a respeito de Jerusalém, e que dia estava Jesus assim pregando?
19 Dois dias mais tarde, depois de Jesus ter dito aos judeus que o templo deles, sua casa de adoração, ficaria abandonada a eles, ficou contemplando o templo e disse a seus apóstolos: “Não observais todas estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” (Mat. 23:38; 24:1, 2) Quando é que isto se daria? Seus apóstolos lhe perguntaram mais tarde.
20 Então, ele proferiu sua profecia a respeito do fim do sistema de coisas, em que disse: “Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela. Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia, e retirem-se os que estiverem no meio dela, e não entrem nela os que estiverem nos campos; porque estes são dias para se executar a justiça, para que se cumpram todas as coisas escritas. Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo; e cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” (Luc. 21:20-24) Jesus estava então pregando o dia da vingança de nosso Deus.
21. Em sua penosa caminhada para o Calvário, como foi que Jesus predisse dificuldades para Jerusalém e para suas filhas?
21 Três dias depois, Jesus caminhava penosamente para o Calvário, seguido de Simão de Cirene, que levava para êle a estaca de tortura. “Mas, seguia-lhe uma grande multidão do povo e de mulheres que se batiam de pesar e que o lamentavam. Jesus voltou-se para as mulheres e disse: ‘Filhas de Jerusalém, parai de chorar por mim. Ao contrário, chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos; porque, eis que virão dias em que as pessoas dirão: “Felizes as mulheres estéreis e as madres que não deram à luz, e os peitos que não amamentaram!” Então principiarão a dizer aos montes: “Caí sobre nós”, e às colinas: “Cobri-nos!” Porque, se fazem estas coisas quando a árvore é seivosa, o que ocorrerá quando estiver ressequida?’” — Luc. 23:26-31.
22. Como é que a árvore simbólica ainda tinha umidade, e como é que ficaria ressequida?
22 Ainda havia alguma umidade de vida na árvore da nação judaica por causa da existência dum restante crente no meio dela. Mas, a retirada deste restante cristianizado deixaria uma árvore espiritualmente morta, uma organização nacional seca. Ó, como isso traria a ira de Deus sobre os judeus então!
23. Alguns anos depois, o que disse Paulo a respeito da conduta dos judeus e sobre o que lhes sobreviria, e será que isto aconteceu?
23 Cerca de dezessete anos depois que Jesus avisou a respeito da árvore ressequida, o apóstolo Paulo, um judeu convertido, escreveu à congregação cristã que sofria perseguição em Tessalônica, Macedônia, e disse: “Vós, irmãos, vos tornastes imitadores das congregações de Deus que estão na Judéia, em união com Cristo Jesus, porque também começastes a sofrer às mãos dos vossos próprios conterrâneos as mesmas coisas que eles também estão sofrendo às mãos dos judeus, que mataram até mesmo o Senhor Jesus e os profetas, e que nos perseguiram. Outrossim, eles não estão agradando a Deus, mas são contra os interesses de todos os homens, visto que tentam impedir-nos de falar a pessoas das nações para que essas se salvem, com o resultado de que sempre enchem a medida de seus pecados. Mas, por fim veio sobre eles o furor dele.” (1 Tes. 2:14-16) Quão verdadeiro era isso, pois vinte anos depois o “grande e ilustre dia de Jeová” veio sobre êles, e sua ira foi derramada sobre eles às mãos dos exércitos romanos!
24. Quando os judeus cristianizados fugiram, o que começou a ser retido daqueles que estavam na Judéia e em Jerusalém, e será que isso pressagiava algo?
24 Seguindo o conselho de Jesus, os cristãos judeus fugiram de Jerusalém e da Província da Judéia, abandonando os judeus descrentes a seu predito fim terrível. Então, cessou o derramamento do espírito santo de Jeová sobre os judeus em Jerusalém e na Judéia. Esta retenção do Seu espírito foi muitíssimo ominosa, pressagiando a dificuldade à frente!
25. Como é que a rejeição do livramento pregado pelos seguidores de Jesus veio a significar destruição para os judeus?
25 Os judeus descrentes rejeitaram a pregação dum livramento, proferida pelos seguidores de Cristo, ungidos com espírito santo. Preferiram permanecer cativos ao sistema de judaísmo, preso às tradições. Sua própria mesa religiosa se tornou uma armadilha de destruição para eles. (Sal. 69:22; Rom. 11:9) Rejeitando Jesus Cristo como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, continuaram a apegar-se à sua Páscoa anual em Jerusalém. Ao invés de fugirem de Jerusalém e da Judéia junto com os cristãos, afluíram a Jerusalém em centenas de milhares, na primavera (hemisfério norte) de 70 E. C. Então, as legiões romanas, sob o General Tito, voltaram e cercaram-nos em Jerusalém, construindo uma cerca fortificada de oito quilômetros em torno da cidade condenada. Depois dum sítio cruel, Jerusalém caiu diante do General Tito em 8 de setembro de 70 E. C. Segundo o historiador Flávio Josefo, houve a mortandade de 1.100.000 pessoas, e 97.000 sobreviventes miseráveis foram levados à escravidão. Pelo menos para 1.100.000 pessoas, a recusa de livramento da parte de Jesus Cristo tinha significado terrível destruição.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja-se A Sentinela, em inglês, de 1.° de dezembro de 1946, página 363, sob o título “Bons Resultados das Setenta Semanas”.
[Foto na página 397]
”De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.”