Escravos de homens ou escravos de seu resgatador — qual?
“Fostes comprados por um preço; parai de vos tornardes escravos de homens.” — 1 Cor. 7:29.
1. Quantos dentre a humanidade nasceram na escravidão?
SABIA que nasceu escravo? A realidade é que toda a espécie humana, nascida de pais terrestres e humanos, nasceu qual escravos, filhos de escravos. Se examinar honestamente os fatos do caso e verificar como isso é verdade, ser-lhe-á de ajuda para entender muitas coisas a respeito de si mesmo. Isto o levará a entender como livrar-se de tal escravidão.
2, 3. (a) Que notável trabalhador a favor da causa da liberdade se achava entre os que se livraram desta escravidão? (b) Como foi que este trabalhador a favor da liberdade se referiu a si mesmo por nome?
2 As portas da libertação desta casa mundial de escravidão foram abertas há dezenove séculos atrás. Lá naquele tempo, no primeiro século de nossa Era Comum, entre aqueles que se libertaram desta escravidão achava-se um homem que agora se tornou conhecido por todo o globo. Mas, sempre teve que se manter vigilante e se esforçar a fim de evitar ser escravizado de novo. Sentia muitíssimo prazer em sua própria liberdade, e tentou ajudar tantas outras pessoas quantas possível a obter tal liberdade. Não, não travou uma guerra contra o império romano, o escravizador de milhões; nem conduziu uma Marcha da Liberdade até Roma, a fim de protestar contra a escravidão. Por que não? Porque trabalhava pela causa de uma liberdade muito maior do que os homens podem conceder.
3 Por causa da obra de libertação deste homem, algumas organizações religiosas têm declarado que é um dos seus “santos” e assim o chamam de “São Paulo”. Mas, ele falou a respeito de si mesmo simplesmente como Paulo. Por exemplo, às pessoas que desejavam torná-lo seu líder especial disse: “Será que Paulo foi pendurado numa estaca para vós? Ou fostes batizados no nome de Paulo?” “Pois, quando um diz: ‘Eu pertenço a Paulo’, mas outro diz: ‘Eu a pelo’, não sois simples homens? O que, então, é Apolo? Sim, o que é Paulo? Ministros por intermédio de quem vos tornastes crentes, assim como o Senhor concedeu a cada um.” — 1 Cor. 1:13; 3:4, 5.
4. (a) Qual era a situação de Paulo quanto à condição política no Império Romano, e como isto se deu? (b) Na liberdade de que escravidão era que Paulo estava interessado?
4 Paulo tinha os direitos da cidadania romana. Por causa disto, o governo romano o considerava homem livre. Certa vez, um quiliarca romano, um comandante militar, lhe perguntou: “Dize-me: És tu romano?” Ele respondeu: “Sim.” O comandante militar também afirmou ser cidadão romano, dizendo: “Eu comprei estes direitos de cidadão por grande soma de dinheiro.” Então, disse Paulo: “Mas eu até nasci com eles.” (Atos 22:27, 28) Paulo era em realidade um judeu circunciso. Mas, visto que nascera na cidade asiática de Tarso, nascera com a cidadania romana, pois, mais de cem anos antes, o político romano, Antônio, conferira a cidadania romana a todos os habitantes de Tarso, e, mais tarde, o Imperador César Augusto confirmou tais privilégios. (Atos 21:39; 22:3) Assim, não foi da escravidão ao Império Romano que Paulo foi liberto, nem entrou na arena política a fim de ajudar outros a livrar-se de tal escravidão. Havia outra escravidão de muito maior alcance, escravidão esta que resultava na morte. Paulo, o cidadão romano, interessava-se na libertação desta escravidão.
5, 6. (a) Em que carta explicou Paulo esta escravidão maior? (b) O que obrava em Paulo que impedia que ele fizesse o que queria fazer?
5 Como chegara Paulo a estar incluído nesta escravidão maior? Como é que todos nós chegamos a estar? Como influi sobre nós? Paulo explicou isto mui compreensivelmente, ao escrever aos concrentes seus em Roma Itália. Quando falava a respeito da lei de Deus, e não da lei romana, disse Paulo:
6 “A lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois não sei o que estou produzindo. Porque aquilo que quero, isso não pratico; mas aquilo que odeio é o que faço. No entanto, se aquilo que não quero é o que faço, estou concordando que a Lei é excelente. Mas então, quem o produz não sou mais eu, mas o pecado que reside em mim. Pois eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não mora nada bom; porque a capacidade de querer está presente em muni mas a capacidade de produzir o que e excelente não está presente. Pois o bem que quero, não faço, mas o mal que não quero, este é o que pratico.
7. Que lei indesejável achava Paulo em seus membros, e, até que ponto ele se achava sujeito a ela?
7 “Se aquilo que não quero é o que faço, então, quem o produz não sou mais eu, mas o pecado que mora em mim. Acho assim a seguinte lei no meu caso: que, quando quero fazer o que é direito, está presente em mim aquilo que é mau. Eu realmente me deleito na lei de Deus segundo o homem que sou no íntimo, mas observo em meus membros outra lei guerreando contra a lei da minha mente e levando-me cativo à lei do pecado que está nos meus membros. Homem miserável que eu sou! Quem me resgatará do corpo que é submetido a esta morte? Graças a Deus por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, pois, com a mente, eu mesmo sou escravo da lei de Deus, mas com a minha carne, escravo da lei do pecado.” — Rom. 7:14-25.
8. Contra o que dentro de si mesmo tinha Paulo que lutar, e qual era a dificuldade responsável por isso?
8 O corpo de Paulo, assim como nossos próprios corpos, era “carnal”. Em seu corpo de carne, verificava uma lei em operação, lei esta que podemos achar em operação também em nossos próprios corpos. Era a lei do pecado. Por conseguinte, quando desejava fazer o que é certo e harmonioso com a boa lei de Deus, não encontrava a habilidade de fazer isso de forma perfeita e todo o tempo. O pecado que habitava em sua carne assumia o controle e o impedia de executar sua vontade. No coração e na mente, harmonizava-se com a lei de Deus, de modo que, com a mente, era escravo da lei de Deus. Sua carne, porém, nem sempre concordava com a mente dele, e tinha assim de lutar para não servir à lei do pecado dentro de sua carne. Qual era a dificuldade? Paulo fora “vendido sob o pecado”. Se isso era verdade no caso de Paulo, o apóstolo, é também no caso de todos nós.
9. Por que não é bom que nos disponhamos a ser escravos da lei do pecado?
9 Não é bom que nos disponhamos a ser escravos da lei do pecado, que sempre tenta operar sem controle por meio de nossa carne. Se permitirmos que a lei do pecado opere irrestritamente por meio de nossa carne, o resultado talvez seja algum prazer momentâneo, mas não obra a favor de ganharmos a vida eterna de felicidade. A lei de Deus mostrava aos judeus o que é o pecado. Sua lei condenava à morte os pecadores. Assim, Paulo disse que o pecado produzia para ele a morte, segundo a condenação imposta pela boa lei de Deus aos pecadores. — Rom. 7:13.
10. Semelhantes a Paulo, ansiamos que livramento, e por meio de quem virá?
10 Por isso, se desejarmos a vida eterna em completa felicidade, como Paulo mesmo desejava, ansiaremos ser libertos do pecado dentro de nós, que faz que nossos corpos carnais sofram a morte. Indicando aquele por meio de quem este livramento nos ocorre, exclamou Paulo: “Graças a Deus, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rom. 7:25) Como, então, procede de Deus este livramento, por meio de Cristo?
11. O que precisava ser feito para Paulo tornar-se livre da escravidão à “lei do pecado”, e que pergunta surge a respeito da venda de Paulo?
11 Paulo afirmou que foi “vendido sob o pecado”. Por conseguinte, era escravo da “lei do pecado”. Para livrar-se desta escravidão, precisava ser resgatado ou comprado de novo. Como é que Paulo, o cidadão romano que nascera livre, viera a ser “vendido sob o pecado”? Encontrar a resposta a essa pergunta nos ajudará a entender como todos nós outros fomos ‘vendidos sob o pecado’, de modo que agora verificamos o ‘pecado produzindo a morte’ para todos nós. Como foi Paulo resgatado? Como podemos ser?
A ENTRADA DA LEI DO PECADO NA CARNE HUMANA
12. Segundo o relato bíblico da criação, por meio de quem obtivemos todos nossos corpos carnais?
12 Paulo disse que era “carnal”. Atualmente, somos da mesma carne que a de Paulo, que era “apóstolo, separado para as boas novas de Deus, que ele prometeu outrora por intermédio de seus profetas, nas sagradas Escrituras”. (Rom. 1:1, 2) Por meio da mulher, todos nós obtivemos nossos corpos carnais do primeiro homem, Adão. Sua esposa, Eva, a primeira mulher, era carne da carne do primeiro homem, e osso dos seus ossos. Assim o apóstolo Paulo concordou com o registro bíblico da criação humana e escreveu: “Assim como a mulher procede do homem, assim também o homem é por intermédio da mulher; mas todas as coisas procedem de Deus.” — 1 Cor. 11:12.
13, 14. (a) Por que não devemos ceder à insistência do nacionalismo ou ficarmos cheios do orgulho nacionalistico? (b) Por que não podia ser Deus quem nos vendeu sob o pecado?
13 Hoje em dia, cerca de seis mil anos depois de Deus ter criado o homem, a ciência moderna jamais pôde refutar o que o apóstolo Paulo disse aos juízes pagãos gregos em Atenas, Grécia: “Deus . . . fez de um só homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra, e decretou as épocas designadas e os limites fixos da morada dos homens, para buscarem a Deus.” (Atos 17:24-27) Assim, por que deveria qualquer homem orgulhosamente ceder aos impulsos do nacionalismo?
14 Apesar de nossa atual nacionalidade, todos fomos ‘vendidos sob o pecado’, pois todos somos escravos da “lei do pecado”. Sendo todos escravos, por que nos jactar ou ensoberbecer, uma nacionalidade contra a outra? Não podemos fazê-lo à vista de Deus e obter o Seu favor especial. Portanto, perguntamos agora: Quem vendeu a todos nós? Por certo, não foi Deus, o Criador. Por causa de sua própria justiça, bondade e santidade absolutas, não poderia criar o primeiro homem e a primeira mulher como criaturas ‘vendidas sob o pecado’. Bem, então, qual era a condição física ou carnal do primeiro homem e da primeira mulher quando Deus os criou? O que diz a respeito disso o Seu próprio livro inspirado, a Bíblia Sagrada?
15. (a) Para nos fazer, a nós, criaturas, o que tinha de ser Deus? (b) Como é que a avaliação que Deus fez da criação humana difere da das filosofias religiosas orientais?
15 Para nos fazer, nós que somos criaturas tão maravilhosamente constituídas, Deus tinha de ser o maior Cientista vivo, pelo menos seis mil anos antes de todos os cientistas terrestres da atualidade. O relato científico da criação feita por Deus, conforme escrito na Bíblia Sagrada, não concorda com a filosofia humana dos hindus, dos budistas e de outros religiosos fanáticos de que todas as coisas materiais são pecaminosas, brutas, grosseiras e más em si mesmas. A Bíblia diz que, depois de Deus ter criado o primeiro homem e a primeira mulher, e os ter abençoado e lhes ordenado que enchessem a terra com sua espécie carnal: “Deus viu tudo o que tinha feito, e, eis que era muito bom!” (Gên. 1:31) Deus não é Deus de chamar de bom o que é ruim, e de ruim o que é bom, e que toma a escuridão por luz e o amargo pelo doce. Invoca ais sobre as pessoas que torcem as coisas assim. (Isa. 5:20-23; Pro. 17:15) Quando declara que sua obra é boa, tem de ser boa. Em conformidade com isto a fim de serem declarados bons por Deus, o primeiro homem e a primeiro mulher tinham de ser bons.
16, 17. (a) Como é que o Doutor Lucas rebusca a genealogia do homem perfeito? (b) Porque, em relação a isto, Lucas chama a Adão de filho de Deus, o que deve ter sido Adão no seu começo?
16 Além de Adão, houve outro homem perfeito na terra. Certo médico do nosso primeiro século rebusca a genealogia deste outro homem perfeito. Primeiro, o Doutor Lucas diz: “Então, quando todo o povo fora batizado, Jesus também foi batizado, e, enquanto orava, abriu-se o céu e desceu sobre ele o espírito santo, em forma corpórea, semelhante a uma pomba, e uma voz saiu do céu: ‘Tu és meu Filho, o amado; eu te tenho aprovado.’ (Luc. 3:21, 22) Daí, o Doutor Lucas passa a esboçar a genealogia terrestre de Jesus, afirmando: “Outrossim, o próprio Jesus, ao principiar a sua obra, tinha cerca de trinta anos de idade, sendo, como era a opinião, filho de José, o filho de Eli.” Dali, o Doutor Lucas retrocede por mais de setenta gerações adicionais e termina dizendo: “o filho de Enos, o filho de Sete, o filho de Adão, o filho de Deus.” — Luc. 3:23-38.
17 Assim, depois de falar a respeito do perfeito e aprovado Filho de Deus, Jesus Cristo, o Doutor Lucas diz que o primeiro homem, Adão, era “o filho de Deus”. Visto que chama a Adão de “filho de Deus”, junto com Jesus, o perfeito e aprovado Filho de Deus, então também Adão, no seu começo, deve ter sido criatura humana perfeita, se havia de ser reputado qual “filho de Deus”. Adão era, de acordo com os padrões da Bíblia.
18, 19. (a) Segundo a regra expressa de João para julgar quem são os filhos de Deus, porque não poderiam Adão e Eva ter sido pecaminosos no seu começo? (b) Por que não jaziam então sob o poder do iníquo?
18 Se, em seu começo, Adão fosse pecaminoso, imperfeito, não teria sido filho de Deus. Em prova disso, João, o apóstolo cristão, escreve sob inspiração divina: “Todo aquele que nasceu de Deus não está praticando pecado, porque a Sua semente reprodutiva permanece em tal, e ele não pode praticar pecado, porque nasceu de Deus. Os filhos de Deus evidenciam-se pelo seguinte fato: Todo aquele que não está praticando justiça não se origina de Deus, nem aquele que não ama seu irmão. Sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” — 1 João 3:9, 10; 5:19.
19 Segundo esta regra, o primeiro homem, Adão, e sua esposa, Eva, em seu começo não eram pecadores ou praticantes do pecado, porque originaram-se de Deus. Eram filhos diretos de Deus. Ele não cria pecadores, pois não é a fonte do pecado. Em sua criação, Adão e Eva não jaziam sob o poder dum iníquo, mas foram criados para ser servos do Deus justo.
20, 21. (a) Como é que a bênção de Deus e a comissão que ele deu a Adão e a Eva argumentam contrário a que tenham sido então pecaminosos? (b) O que eram a imagem e a semelhança de Deus, e como isto argumenta a favor da filiação de Adão?
20 É por isso que o relato da criação, em Gênesis 1:27, 28, nos diz: “Deus passou a criar o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. Ademais, Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sede frutíferos, e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e subjugai-a, e tende em sujeição os peixes do mar, e as criaturas voadoras dos céus, e toda criatura vivente que se move sobre a terra.’ Será que o Deus justo abençoaria pecadores e diria a pecadores que enchessem a terra com sua espécie pecaminosa e, ao mesmo tempo, sujeitassem todos os outros animais vivos na terra sob o domínio pecaminoso? Não! Deus fez o primeiro homem “à sua imagem” e à sua semelhança. Visto que esta imagem e semelhança não se referia à forma do corpo de Adão, nem a seus órgãos vitais, esta imagem e semelhança deve ter-se referido às habilidades mentais de Adão e às suas qualidades morais. Podia arrazoar e fazer decisões inteligentes e sentir as pulsações da consciência.
21 Além do poder físico, Adão tinha as qualidades de sabedoria, justiça e amor em grau perfeito. Isto significava que Adão em seu começo era filho de Deus, pois estaria em harmonia com a regra: “O amor é de Deus, e todo aquele que ama tem nascido de Deus e obtém o conhecimento de Deus. Quem não amar, não chegou a conhecer a Deus, porque Deus é amor.” —1 João 4:7, 8.
22. Por que Deus, ao criar 8 sua Imagem e semelhança, não criaria um homem pecador ou imperfeito?
22 Visto que o homem Adão, quando criado à imagem e à semelhança de Deus, refletia as perfeitas qualidades e os perfeitos atributos de Deus, deve ter sido perfeito ao ser criado. Quando Deus criou um filho terrestre à imagem e à semelhança divinas, certamente não criaria um pecador ou um homem imperfeito. Um homem pecaminoso e imperfeito seria um descrédito à obra criativa de Deus e um mau reflexo dos poderes mentais e das qualidades morais de Deus.
23, 24. (a) Visto que nenhum “filho de Deus” obtém a pecaminosidade de Deus, que espécie de criatura humana produziu a atividade de Deus? (b) Visto que Deus não pode negar a si mesmo, que espécie de criatura humana representativa faria ele?
23 Nenhum “filho de Deus” herda ou deriva de Deus a pecaminosidade e a imperfeição. Isto é diretamente declarado em Deuteronômio 32:3-6, onde o profeta Moisés diz à nação de Israel: “Declararei o nome de Jeová. Atribuí grandeza ao nosso Deus! A Rocha, perfeita é sua atividade, pois todos os seus caminhos são justiça. Um Deus de fidelidade, em quem não há injustiça; justo e reto é ele. Eles têm atuado ruinosamente da parte deles; não são seus filhos, o defeito é deles mesmos. Uma geração desonesta e pervertida! É a Jeová que continuais a agir desta forma, ó povo estulto e não-sábio? Não é ele o vosso Pai que vos produziu, aquele que vos fez e passou a vos dar estabilidade?”
24 A perfeita atividade de Deus jamais produziria uma criatura imperfeita. Produziria um homem perfeito, sem defeitos, não corrompido ou perverso. Visto que Deus não pode negar a si mesmo, não faria que suas obras o representassem como sendo pessoa da espécie que não é. Seu filho humano e terrestre teria harmoniosamente as qualidades de seu Pai celeste e seria imaculado, a fim de representar a perfeição mental e moral de seu Pai celeste.
QUAL A RAZÃO DE NOSSO ATUAL ESTADO MENTAL, MORAL E FÍSICO?
25. Como foi que Deus proveu um começo perfeito para a família humana?
25 A atividade perfeita de Deus colocou este homem perfeito, Adão, num local ajardinado na terra, “um paraíso de delícias”, conforme o chamam os tradutores da Bíblia Soares. (Gên. 2:7, 8, 15, 16, So) Posteriormente, a perfeita atividade de Deus criou uma esposa perfeita para o Adão perfeito, para que pudessem reproduzir filhos perfeitos neste paraíso de delícias. (Gên. 2:18-23) Deus, como seu Pai celeste, disse a Adão como poderia viver para sempre neste paraíso de delícias. — Gên. 2:17.
26. (a) Sendo assim todas essas coisas, que perguntas surgem, em vista do estado do homem e da terra na atualidade? (b) A quem não se pode atribuir este estado de coisas?
26 Todas as coisas sendo assim, como é que todos nós, hoje em dia, não vivemos num paraíso de delicias? Por que será que, depois de quase seis .mil anos de cultivo da terra pelo homem, a terra não foi subjugada pràticamente em toda a parte, ficando em estado paradísico? Por que será que, depois de quase seis milênios de procriação humana os bilhões de nossos ancestrais não vivem atualmente conosco, enchendo uma terra paradísica, mas jazem mortos no seio da terra ou no coração do mar? Por que será que nós, bilhões de pessoas que vivemos atualmente, não somos perfeitas no corpo, na mente e no coração, mas nossas imperfeições parecem estar aumentando? Por que será que cada um de nós tem de dizer honestamente: “Em mim, isto é, na minha carne, não mora nada bom”? (Rom. 7:18) Este estado de coisas não pode ser atribuído a Deus. Toda a sua Palavra escrita, a Bíblia Sagrada, testifica que deu à humanidade um começo perfeito. Será que a Bíblia também explica nossa presente situação? Sim! Como?
27. O que foi que Deus propôs que nós, descendência humana, herdássemos, mas, de que geração da humanidade herdamos este estado?
27 A resposta simples da Bíblia é que herdamos este estado de coisas. Mas, de qual geração de nossos ancestrais? A Bíblia responde: De nossos primeiros pais humanos. É por isso que todos nós, sem exceção, somos influenciados. Deus propôs que herdássemos apenas coisas boas de nossos primeiros pais humanos, a perfeição humana e a piedade num paraíso de delícias perfeito e em relação pacífica, semelhante a um filho, com Jeová Deus, nosso Pai celeste. Tornar-nos-íamos por fim uma só grande família humana, todos nós praticando o amor fraternal uns para com os outros e tendo todas as outras criaturas animais na terra em amorosa sujeição, sem medo de dano. Herdaríamos a vida sem condenação e livre da escravidão ao pecado. Infelizmente, herdamos de nosso primeiros pais humanos exatamente o contrário. Como foi que isto aconteceu?
28. No jardim, que conversa foi travada entre Eva e um animal?
28 A primeira mulher, Eva, não tinha medo duma cobra ou serpente. Esta lhe era sujeita, bem como ao seu marido, Adão. Certo dia, um animal lhe falou. Não se tratava dum papagaio. Era uma cobra ou serpente. Embora isto fosse algo fora do comum, Eva escutou sem temer. Perguntou se Deus dissera realmente aquilo que seu marido, Adão, lhe falara. Eva repetiu as palavras de Deus, ditas ao marido dela, Adão, afirmando à serpente: “Do fruto das árvores do jardim podemos comer. Mas, quanto a comer do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Não deveis comer dele, não, nem deveis tocar nele, para que não morrais.”‘ Então, a serpente falante disse: “Positivamente não morrereis. Pois Deus sabe que no mesmo dia em que comerdes dele, vossos olhos forçosamente serão abertos e forçosamente sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.” — Gên. 3:1-5; 2:16, 17.
29. (a) De que modo permitiu Eva tornar-se escravizada? (b) Em que sentido pecou, transgrediu e cometeu falta?
29 Algo novo começou a operar em Eva. Era o desejo do tipo egoísta de ter aquilo que não era da vontade de Deus. Eva não reprovou tal serpente, que estava sujeita a ela, por ter dito que Deus, seu Pai celeste, era inverídico e que tinha medo de ter a outros deuses por perto. Permitiu-se escravizar ao seu desejo egoísta e comeu do fruto proibido. Ao assim fazer, pecou, no sentido de que não atingiu o marco ou alvo da conduta perfeita para com Deus. Transgrediu, pois agiu contrário à lei de Deus que lhe fora divulgada pelo seu marido. Ela transgrediu,a no sentido que caiu em submissão, ao passo que se deveria ter erguido em resistência à desobediência a Deus e em vindicação de Deus como sendo verdadeiro e supremo, sem qualquer igual possível. Desta forma, a mãe da humanidade se tornou ruim.
30. (a) Por que o tentador não ficou satisfeito de conseguir apenas que a mulher comesse do fruto proibido? (b) Por que o tentador não usou a serpente para convencer Adão a comer?
30 No fundo desta situação havia um tentador. Quem s Não era aquela serpente visível na árvore do fruto proibido. O verdadeiro tentador não ficou satisfeito apenas de fazer que a mulher comesse do fruto proibido. Ela não era o cabeça da família humana. Assim, a coisa principal a cumprir era fazer que o homem comesse. O homem, qual cabeça da família, determinaria a qualidade da família. Se Eva, então transgressora, não pudesse ser usada por Adão para produzir uma raça humana perfeita, então Deus poderia, no Seu devido tempo, criar outra esposa perfeita para Adão, para ser a mãe de sua família em perfeição. A fim de fazer que o homem comesse, a serpente não teve que se aproximar de Adão e falar com ele, como fizera com a perfeita esposa dele, Eva. O tentador sagaz que se escondia invisivelmente por trás da serpente sabia que Adão não podia ser enganado como fora Eva. Adão recebera diretamente de Deus a lei de Deus. Assim, não sendo possível à serpente enganá-lo, o tentador persuadiria Adão a comer pelo convite feito por sua esposa egoísta. Ela teria mais influência junto a Adão do que uma serpente falante.
31. (a) O que foi que Adão permitiu que o escravizasse, com que ação resultante de sua parte? (b) Por que era Adão o principal responsável no assunto?
31 Eva suscitou em Adão o desejo egoísta de não a perder como esposa. Adão também permitiu que o desejo egoísta o dominasse e escravizasse, levando-o ao pecado e à transgressão contra seu Pai celeste, Jeová Deus. Gênesis 3:6, 7 delineia a ordem dos eventos e mostra o começo de uma consciência má no gênero humano, dizendo: “De modo que ela começou a tomar do seu fruto e a comê-lo. Depois, ela deu também um pouco a seu marido, ao estar junto dela, e ele começou a comê-lo. Então, os olhos de ambos se abriram e começaram a compreender que estavam nus. Portanto, coseram juntas folhas de figueira e fizeram para si coberturas para os lombos.” Assim o pai da humanidade se tornou ruim. Ele foi o principal responsável, pois afirma o apóstolo Paulo: “A serpente seduziu Eva pela sua astúcia.” “Porque Adão foi formado primeiro, depois Eva. Também, Adão não foi enganado, mas a mulher foi totalmente enganada e veio a estar em transgressão.” — 2 Cor. 11:3; 1 Tim. 2:13, 14.
32. Como é que Tiago 1:13-15 explica o se tornarem Adão e Eva escravizados ao desejo egoísta?
32 Adão e Eva permitiram-se escravizar ao desejo egoísta e tinham de sofrer as conseqüências de satisfazer o desejo egoísta. O discípulo cristão, Tiago (1:13-15) explica esta fonte de tentação, dizendo: “Quando posto à prova, ninguém diga: ‘Estou sendo provado por Deus: Não; pois, por coisas más, Deus não pode ser provado, nem prova ele a alguém. Mas cada um é provado por ser provocado e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, tendo-se tornado fértil, dá à luz o pecado; o pecado por sua vez, tendo sido consumado, produz a morte.” A morte então aguardava a Adão.
33. Que sentença proferiu Deus sobre Adão, e que ação tomou Deus então?
33 Atemorizados pela má consciência e sabendo que deviam esperar a condenação de morte dada por Deus, Adão e Eva tentaram esconder-se. Mas, Deus os convocou à prestação de contas e extraiu-lhes a confissão do erro. Demonstrando-se veraz à sua própria lei, Deus declarou a sentença de morte para o homem Adão, dizendo: “Comerás pão até que voltes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó retornarás.” Daí, Deus expulsou a ambos tanto de sua família de filhos como do paraíso e para longe de sua árvore da vida. O caminho do retorno foi obstruído, e, se tentassem entrar ali de novo, isso significaria morte imediata para eles. Foram para uma terra agora colocada sob maldição. — Gên. 3:8-24.
34. Qual prova de transmitirem a maldade, que violência ocorreu entre os primeiros descendentes de Adão e Eva?
34 Pela primeira vez, fora do paraíso de delícias e no solo amaldiçoado, começaram a ter filhos. Qual prova de que transmitiram o desejo egoísta, a pecaminosidade e a imperfeição a seus filhos, seu primeiro filho veio a ser assassino de seu irmão temente a Deus. Fez isso apesar de Deus lhe ter dito que o pecado estava à espreita, tentando entrar nele, mas, que ele deveria tentar “obter o domínio sobre ele”. Não tentou. Seu tetraneto também veio a ser homicida. (Gên. 4:1-24) Não houve em operação aqui a chamada “evolução” ou “ascensão do homem”, mas bem o oposto. A hereditariedade, segundo as leis da genética, estava em operação. O mundo da humanidade nada podia fazer senão herdar o pecado e colocar-se sob a condenação de morte.
ESCRAVIDÃO DA HUMANIDADE
35, 36. (a) Pelo pecado de um só homem, o que entrou. e a quem isso se espalhou? (b) Quem, então, dentre a humanidade não peca, e por que isso se dá?
35 A ciência moderna, com seu estudo da genética, não pôde afastar de lado a verdade das palavras do apóstolo Paulo em Romanos 5:12: “Por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado.”
36 Jó, o fiel homem, falou do “homem nascido de mulher”, e perguntou, geneticamente: “Quem pode produzir alguém puro de alguém impuro?” e respondeu: “Ninguém.” (Jó 14:1-4) O inspirado salmista Davi concordou e disse: “Eis que em erro me deram à luz, com dores de parto, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sal. 51:5) O sábio filho de Davi, o Rei Salomão, quando dedicava seu templo em Jerusalém para fazer expiação pelo pecado, disse em oração a Deus: “Não há homem que não peque.” (1 Reis 8:46, CBC) Mais tarde, quando escrevia seu livro de Eclesiastes, o Rei Salomão observou: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem sem jamais pecar. Somente encontrei isto: Deus criou o homem reto, mas é ele que procura os extravios.” (Ecl. 7:20, 29, CBC) Assim, a pecaminosidade da humanidade não procede de Deus.
37. (a) Por quem fomos vendidos sob o pecado, e como? (b) Como é que a resultante pecaminosidade de todo o mundo da humanidade se tornou mais clara nos dias de Moisés?
37 Aqui retornamos à pergunta: Como é que a humanidade veio a ser, como diz o apóstolo Paulo, ‘vendida sob o pecado’? Quem nos vendeu sob o pecado? A nossa venda foi feita por meio do pecado. Adão, o primeiro pai humano de nossa raça foi aquele que nos vendeu. No tempo de sua criação, Adão, o primeiro homem, era ‘a glória de Deus’. (1 Cor. 11:7) Por termos nascido dele depois de ele ter pecado contra seu Criador, tornou-se verdade que, conforme Paulo afirma em Romanos 3:23, “todos pecaram e não atingem a glória de Deus”. Isto se tornou ainda mais evidente depois de Deus suscitar seu profeta Moisés e dar maravilhoso conjunto de leis por meio de Moisés para a nação de Israel. Esta lei indicava o que era o pecado. Expunha os israelitas de forma bem explícita como sendo pecadores, não sendo melhores que o resto do mundo da humanidade. Por causa dessa lei, Paulo entendeu ainda mais claramente que fora vendido sob o pecado.
38. O que queria Adão comprar por meio da venda de si mesmo, e, por motivo do que nos vendeu também?
38 Assim, bastou um único homem para nos vender a todos sob o pecado. Esse homem, Adão, vendeu-se primeiro sob o pecado. O que desejava comprar por meio de vender a si mesmo? Desejava comprar o prazer egoísta de fazer contínua companhia à transgressora voluntária, Eva, sua esposa, e partilhar a mesma posição condenada junto com ela perante Deus. Para comprar isto às custas de vender a si mesmo, ele pecou, cedeu o controle perfeito de si próprio e entregou-se à escravidão do pecado. Deu-se como o profeta Elias comentou muito tempo depois para o rei de Israel: “Porque te vendeste para fazer o mal aos olhos do Senhor [Jeová].” (1 Reis 21:20? CBC) Dez tribos da nação de Israel fizeram o mesmo que este Rei Acabe. (2 Reis 17:17) Então, visto que todos nós, qual descendência de Adão, estávamos nos lombos de Adão quando ele se vendeu, vendeu a todos nós junto com ele sob o pecado. Naturalmente, viemos a nascer sob o pecado. Bastou apenas um homem para fazer isso, por um só ato.
39. (a) O que testifica e história humana desde Adão até nossos dias quanto ao nosso livramento desta condição ‘vendida’? (b) O que, portanto, testificou Paulo a respeito da Jerusalém daqueles dias e seus filhos?
39 Muitas pessoas de inclinações para a justiça talvez digam, como disse o apóstolo Paulo: “Homem miserável que eu sou! Quem me resgatará do corpo que é submetido a esta mortes” (Rom. 7:24) Pela prova de toda a história humana desde Adão até agora, o homem não pode pelos seus próprios esforços independentes livrar-se ou libertar-se desta condição ‘vendida’, esta escravidão “sob o pecado”. Durante 1.582 anos (de 1513 A. E. C. a 70 E. C.), desde o Monte Sinai na Arábia até à destruição de seu último templo em Jerusalém, a nação de Israel tentou libertar-se de tal escravidão sob o pecado, por meio da lei de Deus, fornecida por meio de Moisés. Mas, falharam. Assim, cerca de vinte anos antes da destruição do templo, o apóstolo Paulo disse com respeito aos israelitas circuncisos: “Ora, esta [escrava] Agar significa Sinai, um monte na Arábia, e ela corresponde à Jerusalém atual, pois está em escravidão com os seus filhos.” — Gál. 4:25.
40. Por que outros meios, então, tem de ser realizado o nosso livramento?
40 Os judeus deixaram de se tornar justos perante Deus ao tentarem guardar Sua Lei, dada por intermédio de Moisés. Bem, então, precisamos da ajuda de Deus de alguma outra forma, a fim de ser libertos de ser ‘vendidos sob o pecado’ e de sofrer a penalidade do pecado, a morte. Deus não tinha para conosco a dívida de fazer isto. Tudo tinha de emanar de Sua imerecida bondade e por meio duma dádiva que nos pudesse comprar de novo ou nos resgatar. O apóstolo Paulo indica a dádiva de Deus para realizar tal coisa. Depois de perguntar quem o livraria do corpo carnal que padecia a morte devido ao pecado, Paulo alegremente exclama: “Graças a Deus, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor!” — Rom. 7:25.
COMO É POR INTERMÉDIO DE UM SÓ HOMEM
41. Quantas pessoas foram necessárias para nos levar à nossa condição escravizada, e quantas pessoas precisa Deus usar para nos livrar dela, sem violar a justiça?
41 No entanto, todos nós somos muitos em número, ao passo que Jesus Cristo é um só. Isso é verdade. Mas, bastou um único homem, Adão, para colocar a todos nós, muitas pessoas, nesta condição escravizada, venda, pecaminosa e moribunda. Assim, por meio da sabedoria e do poder maravilhosos de Deus de arranjar as coisas necessárias, basta uma única pessoa, Jesus Cristo, para nos livrar desta condição miserável por nos resgatar. Na mesma carta inspirada à congregação cristã em Roma, o apóstolo Paulo mostra de maneira bela como o Deus de justiça equilibra um homem com outro homem, para efetuar o resgate e a libertação sem qualquer violação da justiça. Paulo escreve (Rom. 5:13, 14):
42. A partir de quem reinou a morte qual rei, e por que era essa pessoa culpada de pecado?
42 “Até a Lei [de Moisés, dada em 1513 A. E. C.] havia pecado no mundo [pela herança de Adão], mas o pecado não é imputado a ninguém quando não há lei. Não obstante, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não tinham pecado na semelhança da transgressão de Adão, o qual tem similaridade com aquele que havia de vir.” Isto é, Adão recebera uma lei no jardim do Éden, a saber: “De toda a árvore do jardim podes comer à vontade. Mas, da árvore do conhecimento do bem e do mal, não deves comer, pois no dia em que dela comeres, positivamente morrerás.” (Gên. 2:16, 17) Portanto, quando Adão realmente comeu, não só pecou por não atingir o marco da obediência perfeita a Deus, mas também transgrediu por ultrapassar ou ir além dos limites da lei anunciada de Deus. Assim, Adão era culpável do pecado.
43. Por que, até o tempo de Moisés, os homens pecaminosos não pecavam “na semelhança da transgressão de Adão”?
43 Os descendentes de Adão se tornaram pecadores por herança. Mas, assim como Deus não deu nenhum código ou conjunto arranjado sistemàticamente de leis até que usou Moisés nesse sentido, os descendentes de Adão não poderiam cometer uma transgressão como Adão cometera. Não havia lei publicada para eles transgredirem. Não podiam ser transgressores como Adão.
44. Quem era “aquele que havia de vir”, a quem Adão se assemelhava, mas, por que produz efeitos opostos aos produzidos por Adão?
44 Jesus Cristo foi o homem perfeito que “havia de vir” e com quem o primeiro homem perfeito, Adão, se assemelhava. Mas, Adão e Jesus Cristo produziram efeitos opostos pelos seus diferentes procedimentos. Adão cometeu transgressão e descambou na direção errada quando deveria ter-se mantido ereto. Diferente disto, Jesus Cristo manteve perfeita obediência a Deus, sob prova, e desempenha papel vital em relação com a dúvida gratuita de Deus, de justiça não-granjeada, para nós pecadores. Por isso, Paulo passa a dizer:
45, 46. (a) Sobre o que o único homem Adão influiu realmente sobre muitos, e de que formar (b) Que expressão fez Deus, por meio de quem, e com que eleitos abundando sobre quem?
45 “Mas, não é com o dom como é com a falha. Porque, se pela falha de um só homem muitos morreram, abundou muito mais, para com muitos, a benignidade imerecida de Deus e a sua dádiva gratuita com a benignidade imerecida por um só homem, Jesus Cristo.” — Rom. 5:15.
46 Sim, o único homem Adão cometeu uma transgressão no Éden, e seus muitos descendentes têm merecidamente morrido até agora. Mas, há o outro “um só homem, Jesus Cristo”. Por ele, a bondade imerecida de Deus e a dádiva gratuita junto com a bondade imerecida entram em cena. Ao invés de muitos morrerem por causa disto, são influenciados em sentido oposto. Abundam muito mais com a bondade imerecida de Deus e com a sua dádiva gratuita de justiça que vem junto com Sua bondade imerecida. Em cada caso, o que um só faz afeta a muitos.
47, 48. (a) O julgamento de Deus sobre Adão seguiu o quê, e resultou no quê? (b) Da existência do que surgiu a necessidade duma dádiva gratuita, e a dádiva gratuita resultou em quê?
47 O apóstolo Paulo continua, dizendo: “Também, com a dádiva gratuita não é assim como se dava com as coisas por intermédio daquele um [homem] que pecou. Pois o julgamento [sobre Adão] resultou em condenação por uma só falha, mas o dom resultou numa declaração de justiça por muitas falhas.” (Rom. 5:16) Isto equivale a dizer: O julgamento adverso da parte de Deus acompanhou a “uma só falha” de Adão. Tal julgamento devido à “uma só falha” resultou na condenação de muitos descendentes de Adão. Quando, mais tarde, a lei de Deus mediante Moisés entrou em ação, “muitas falhas” foram cometidas pelos israelitas, e todo o restante da humanidade se provou pecador.
48 Esta situação, em que havia muitas transgressões em evidência, exigia que Deus fizesse uma dádiva gratuita de justiça. Se Deus pusesse todos os homens sob a lei de Moisés e os mantivesse ali, apenas cometeriam transgressões ali, ao invés de obrarem a favor de sua própria justiça. Mas, qual foi o efeito da dádiva de Deus que se seguiu da existência de muitas transgressões? Esta dádiva de justiça resultou em serem declaradas justas todas as pessoas que aceitam a dádiva.
49. Por causa da transgressão de um só homem, o que começou a reinar, por que, e sobre quem?
49 Observe agora como o apóstolo Paulo equilibra um homem com o outro, quando diz a seguir: “Porque, se pela falha de um só homem a morte reinou por intermédio daquele um, muito mais aqueles que receberam a abundância da benignidade imerecida e da dádiva gratuita da justiça reinarão em vida por intermédio de um só, Jesus Cristo.” (Rom. 5:17) Uma transgressão é uma forma de pecado; e a pena para ele é a morte. Pela transgressão de um só homem, Adão, no Éden, a morte começou a reinar, mas não somente sobre Adão. Mas, por meio daquele único homem, Adão, a morte começou a reinar também sobre toda a humanidade, porque veio à existência mediante Adão, como sua descendência.
50. Que coisas opostas à transgressão de um só homem são oferecidas, como é que os recebedores se beneficiam, e tudo isto é por meio de quem?
50 Oposta à transgressão de Adão, há a abundância da bondade imerecida de Deus e de sua dádiva gratuita de justiça. Estas coisas trabalham na direção contrária à morte. Assim, o que acontece aos que recebem a abundância da bondade imerecida de Deus e de sua dádiva gratuita de justiça? O que acontece é que, ao invés de continuar a morte a reinar sobre eles, “reinarão em vida”! Este arranjo de Deus acontece “por intermédio de um só, Jesus Cristo”. Assim, ao passo que a morte tem reinado sobre muitos por meio daquele único homem, Adão, os muitos recebedores da bondade imerecida e da dádiva gratuita de Deus reinarão em vida por meio daquela única pessoa, Jesus Cristo. Que equilíbrio maravilhoso das coisas foi efetuado pelo Deus Todo-poderoso!
51. Quanta transgressão houve no Éden, quem foi influenciado por ela, e de que modo?
51 O apóstolo Paulo não pára neste ponto, mas acrescenta: “Assim, pois, como por intermédio de uma só falha resultou a condenação para homens de toda sorte, do mesmo modo também por um só ato de justificação resulta para homens de toda sorte serem declarados justos para a vida.” (Rom. 5:18) Isto equivale a dizer, houve uma só transgressão original cometida por um só homem, Adão, no Éden. Isto atingiu a “homens de toda sorte”. O resultado para eles foi a condenação, pois eram descendência dum pecador condenado e dele herdaram o pecado que traz condenação da parte de Deus sobre eles.
52. (a) Como foi realizado o “um só ato de justificação”? (b) Quem é beneficiado por tal ato, e de que forma?
52 Para contrabalançar isto, houve “um só ato de justificação” por um só homem que agiu em justiça na terra, a saber, Jesus Cristo. Pelo seu proceder na terra, provou-se justo, perfeito, santo. Que resultados advieram deste “um só ato de justificação”? Isto: a justiça de Jesus Cristo, que levou à sua justificação, pode ser usada para beneficiar a homens de todas as sortes sem consideração de raça, de cor, de nacionalidade, de tribo, de língua ou de nível social. Há o “serem declarados justos para a vida”. Deus não mais os considera pecadores, mas credita em seu favor a justiça de Jesus Cristo. Isto os livra da condenação da morte e os torna dignos da vida, da vida eterna.
53, 54. (a) Pela desobediência daquele um só homem, Adão, quem foi influenciado e como? (b) Por meio da obediência de uma só pessoa, Jesus Cristo, quem recebe benefícios, e como?
53 Acompanhando esta idéia, o apóstolo Paulo prossegue, dizendo: “Pois, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, do mesmo modo também pela obediência de um só [uma só pessoa] muitos serão constituídos justos.” (Rom. 5:19) Isto equivale a dizer: O único homem, Adão, desobedeceu a Deus e se tornou pecador. Como conseqüência, toda a sua descendência herdou o pecado dele. Desta forma, muitos “foram constituídos pecadores”. No entanto, pela obediência de uma só pessoa, Jesus Cristo, a Deus, foram providos os meios para que muitos fossem “constituídos justos”.
54 Os primeiros a chegarem a ser “constituídos justos” são os que compõem a congregação espiritual de Jesus Cristo. Pela fé no obediente Jesus Cristo, são “constituídos justos” a fim de que sejam adotados quais filhos espirituais de Deus e quais co-herdeiros de Jesus Cristo. Visto que estes filhos espirituais de Deus por fim totalizam 144.000 pessoas, “muitos”, deveras, são “constituídos justos”. (Rev. 7:4-8; 14:1, 3, 4) Ademais, durante o reinado milenar de Jesus Cristo, muitos dentre o mundo da humanidade, inclusive aqueles que forem ressuscitados, obterão a justiça mediante Cristo. Qualquer pessoa que não o fizer será destruída na “segunda morte”. — Rev. 20:14, 15.
55. Quando a lei de Moisés surgiu ao lado, o que começou a abundar, e como isso se deu?
55 O apóstolo Paulo já indicou que “o pecado não é imputado a ninguém quando não há lei”. (Rom. 5:13) Destarte, quando a lei de Moisés foi introduzida em 1513 A. E. C., os israelitas sob aquela lei poderiam cometer transgressões. Assim, se os israelitas jamais antes se tinham visto como sendo pecadores, agora podiam ver a si mesmos como sendo pecadores, transgressores, à luz da lei de Deus por meio de Moisés. Tendo isto presente, Paulo passa a dizer: “Ora, a Lei veio além disso, a fim de que abundasse a falha. Mas, onde abundou [o pecado], a benignidade imerecida abundou ainda mais.” (Rom. 5:20) Antes de Jesus Cristo surgir em cena, a lei de Moisés foi introduzida ao lado do já existente estado pecaminoso de coisas. Mas, ao invés de declarar justos os israelitas, tal Lei provava que eram pecadores em maior grau, no sentido de que agora eram transgressores da lei publicada de Deus.
56. Porque as transgressões e o pecado abundavam dessa forma, o que tinha de abundar ainda mais da parte de Deus, e será que isto poderia acontecer?
56 Assim, até mesmo depois de a lei de Moisés surgir ao lado, o pecado abundava até mesmo entre os israelitas. Isto exigia maior bondade imerecida da parte de Deus para com eles. Mas Deus estava à altura da necessidade, e, assim, sua “benignidade imerecida abundou ainda mais”.
57. (a) Depois de a lei de Moisés ser introduzida, o que ainda continuava a reinar, e com que penalidade? (b) Com a primeira vinda de Cristo, o que começou a reinar, e isto fez provisão para o quê?
57 “Para que fim?” pergunta então o apóstolo Paulo. Em resposta à sua própria pergunta, afirma: “Para que, assim como o pecado reinou com a morte, do mesmo modo também a benignidade imerecida reinasse por intermédio da justiça, visando a vida eterna por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor.” (Rom. 5:21) Isto quer dizer: Apesar de se introduzir a lei de Moisés, o pecado continuou a reinar sobre a humanidade e isto foi acompanhado da morte dos escravos do pecado. Mas, então, no ano 33 E. C., a vida eterna surgiu em cena, “por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor”. Isto se deu por causa da perfeita justiça dele. Este arranjo não era obrigatório por parte de Deus; todo ele surgiu da bondade imerecida de Deus para com a humanidade. Por mais de quatro mil anos, o pecado reinara e pagara a morte a seus escravos. Mas, agora, com a primeira vinda de Cristo, a bondade imerecida de Deus para com a humanidade começara a reinar. Provera a libertação da escravatura ao pecado. Provera a obtenção da justiça, para que a pessoa que obtivesse a justiça pudesse obter a vida eterna.
58. A bondade imerecida de Deus começou a reinar com que fim em vista para a humanidade, mas, o que tinham de fazer os homens para obtê-la?
58 Por meio do único homem, Adão, o pecado começara a reinar sobre a humanidade. Mas, agora, por meio de uma única pessoa “Jesus Cristo, nosso Senhor”, a bondade imerecida de Deus começara a reinar, tendo em vista o contrário da morte, a saber, a vida eterna para a humanidade. Aqueles que obteriam esta vida eterna teriam de desviar-se do pecado para a justiça. Teriam de aceitar a justiça mediante Jesus Cristo.
REDENÇÃO PELO RESGATE
59. (a) Quantas pessoas na terra estavam mortas por causa de Adão? (b) Como foi que Jesus Cristo contrabalançou os efeitos do que Adão fez?
59 Assim, o único homem, Adão, foi contrabalançado pelo Filho do homem, Jesus Cristo. Os efeitos do que Adão fez foram contrabalançados pelo que Jesus Cristo faz. Como poderia isto acontecer Acontece porque Jesus Cristo morreu qual sacrifício resgatador para todos os descendentes de Adão, a quem Adão ‘vendera’ à escravidão sob o pecado, com a morte qual castigo para tal escravidão. Adão trouxe a morte para todos. Todos estavam mortos. Conforme comenta o apóstolo Paulo, “o amor de Cristo nos compele, porque . . . um só homem morreu por todos; de modo que, então, todos tinham morrido”. (2 Cor. 5:14) Para aqueles que estavam mortos por meio de Adão, Jesus Cristo morreu como sacrifício resgatador, assim como está escrito: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos.” — 1 Tim. 2:5, 6.
60. (a) Qual era a lei de resgate de Deus, conforme declarada na lei mosaica? (b) Por isso o que exigia o resgate da descendência de Adão?
60 Na Palavra escrita de Deus, a lei de resgate é: “Tens de dar alma por alma, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe. Se for imposto a ele [ao invés da sua própria morte] um resgate, então, tem de dar o preço de redenção para a sua alma, segundo tudo que lhe for imposto.” (Êxo. 21:23-25, 30) O resgate ou redenção da descendência de Adão, ‘vendida sob o pecado’, exigia o sacrifício de uma vida humana que fosse justamente tão perfeita quanto a de Adão quando foi criado no jardim do Éden.
61. (a) O que perdeu Adão para a sua descendência por ter pecado? (b) Como foi que o Filho de Deus se tornou o pleno equivalente do Adão quando recém-criado?
61 Por pecar, Adão perdeu para sua descendência o privilégio de nascer perfeita, livre da condenação da morte, nascida sob a aprovação de Deus, tendo em vista a vida eterna. Por isso, a bondade imerecida de Deus enviou Seu Filho unigênito à terra para se tornar o homem perfeito, Jesus Cristo. Nasceu de uma virgem e, assim, sem pai humano. Dessa forma, permaneceu o Filho de Deus. Ao se tornar adulto, era o pleno igual de o Adão recém-criado. Assim, poderia oferecer-se para servir qual sacrifício resgatador.
62. (a) Quando foi que Jesus se apresentou para servir qual sacrifício de resgate, e como e quando o ofereceu a Deus? (b) Por ocasião de sua morte, o que realmente sacrificou?
62 Jesus fez isto aos trinta anos, quando João Batista o batizou em água. Três anos e meio depois, ou no ano 33 E. C., Jesus cumpriu este sacrifício por morrer em inocência, sem pecado, sendo erroneamente condenado à morte. Por causa de sua imaculada justiça e fidelidade, Deus o levantou dentre os mortos qual pessoa espiritual no terceiro dia. Assim, ao ser ressuscitado, Jesus Cristo não reassumiu a vida humana, mas ascendeu ao céu simplesmente com o valor de sua vida humana perfeita. Este valor, apresentou a Jeová Deus no céu, entregando-o a favor da humanidade. Assim cumpriu as exigências do “resgate correspondente”, dando igual por igual, uma alma humana perfeita por uma perdida alma humana perfeita. Não só sacrificou a sua própria vida humana, mas também sacrificou seu direito e seu privilégio humanos de se tornar pai de uma raça humana perfeita na terra, digna de vida eterna.
63. Pelo seu sacrifício humano, o que Jesus Cristo pôde fazer a respeito da descendência de Adão?
63 Desta forma, pelo seu sacrifício humano, pôde redimir os filhos de Adão e Eva, adotando-os e conferindo-lhes o que seu pai humano, Adão, deixara de lhes legar. Assim, tornar-se-á o “Eterno Pai” para eles. — Isa. 9:6.
RESPONDENDO À PERGUNTA
64. (a) Que pergunta vital nos confronta em face das demandas feitas a nós da parte de homens em posições de poder? (b) Em vista disso, o que temos de nos lembrar por causa de tirarmos proveito do sacrifício de resgate de Cristo?
64 Estes fatos maravilhosos lançam diante de nós uma pergunta vital. É a seguinte: De quem seremos escravos doravante, dos homens ou de nosso Resgatador, nosso Redentor? Nestes dias, pessoas desvalidas são exploradas egoistamente por homens gananciosos. Domínios totalitários e o nacionalismo fanático estão assumindo o controle. Homens e instituições ambiciosos e sedentos de poder exigem a obediência servil do gênero humano e pretendem ter direito às suas próprias almas, de modo que a vida do homem é tida como se não pertencesse a ele próprio. Será que nos submeteremos a tais homens que se acham, eles próprios, ‘vendidos sob o pecado’? Será que, segundo a exigência deles, entregaremos nossas vidas e nos tornaremos “escravos de homens”? Sem nenhuma base ou título justo, exigem nossa vida quais seus escravos. Mas, aqueles que dentre nós tirarem proveito do sacrifício resgatador de Jesus Cristo, já foram “comprados por um preço”. (1 Cor. 7:23) Devemos nossa vida, nossa esperança de vida eterna futura, a Jesus Cristo, como nosso Resgatador, nosso Redentor. É o nosso verdadeiro e legítimo Dono.
65. Como, em 2 Coríntios 5:14, 15, Paulo aponta a resposta correta à pergunta sobre a escravidão?
65 O apóstolo Paulo aponta a correta resposta à pergunta sobre a escravidão, dizendo: “O amor de Cristo nos compele, porque foi isso o que julgamos, que . . . ele morreu por todos, para que os que vivem não vivessem mais para si mesmos, mas para aquele que morreu por eles e foi levantado.” — 2 Cor. 5:14, 15.
66. (a) Por nos permitirmos tornar escravos de homens, a quem repudiaríamos, e com que conseqüência? (b) Por que nós, cristãos, não pertencemos a nós mesmos e, por conseguinte, não nos devemos tornar escravos de quem?
66 Se, em desobediência a Deus, permitirmos tornar-nos “escravos de homens”, então, ‘repudiaremos até mesmo o dono que nos comprou’ e traremos a destruição sobre nós mesmos. (2 Ped. 2:1-3) Estamos determinados a não fazer tal coisa. Antes, quando confrontados com a escolha, tanto nos lembraremos como agiremos em harmonia com as palavras inspiradas do apóstolo Paulo a seus concristãos: “Não pertenceis a vós mesmos, pois fostes comprados por um preço. Acima de tudo, glorificai a Deus no corpo de vós [em conjunto]. . . . aquele que foi chamado quando era liberto é escravo de Cristo. Vós fostes comprados por um preço; parai de vos tornardes escravos de homens.” — 1 Cor. 6:19, 20; 7:22, 23; Gál. 1:10.
[Nota(s) de rodapé]
a O verbo grego para “transgredir” é “parapíptein” e significa “cair ao lado; cair do caminho da pessoa”. Veja-se Hebreus 6:6; também Ezequiel 14:13 LXX. O substantivo grego relacionado (paráptoma) é encontrado em Mateus 6:14, 15.
[Foto na página 401]
BONDADE IMERECIDA