Regência divina — única esperança de toda a humanidade
A mensagem inspirada contida neste artigo foi até agora apresentada como discurso principal perante um total geral de 1.300.000 ouvintes em muitas partes da terra.
“Voltai ao reduto, prisioneiros da esperança.” — Zac. 9:12.
1. O que se pode dizer a respeito do que a regência humana tem dado a toda a humanidade até agora e quanto a basear a esperança do futuro no resultado da teoria da evolução?
O QUE pode a “regência divina” dar a toda a humanidade que a regência humana já não tenha dado à raça humana! Aquilo que a regência humana deu a toda a humanidade até agora certamente não foi “divino”, assim como amiúde chamamos algo que é “excelente, magnífico”. Julgada à luz de como vão as coisas neste mundo, a regência humana não nos promete dar algo melhor do que já nos deu até agora. E isto está longe de ser satisfatório para a alma. Realmente, é muito desalentador. Durante todos os séculos e milênios que já se passaram, a humanidade provou que tudo o que ela nos pode dar em matéria de regência governamental é regência humana. Visto que a humanidade é imperfeita, esta regência é imperfeita. A amplamente aceita teoria da evolução do homem não nos oferece nenhuma base para esperarmos que os homens evolvam para se tornar deuses, durante nossa geração ou nas centenas de milhões de anos no futuro, por meio de “mutações” repentinas dum tipo surpreendente e benéfico. A esperança de haver alívio da atual angústia mundial não se pode basear na regência humana.
2. (a) Como se explica a esperança, e que tipo de esperança seria a de toda a humanidade? (b) Como se classificam as Nações Unidas quanto a serem uma esperança mundial, e o que aconteceria se fossem
2 Todo o mundo da humanidade ficou praticamente sem esperança. A esperança tem sido explicada como sendo “expectativa da adquisição de um bem que se deseja” ou “desejo acompanhado da expectativa de ser satisfeito”. A esperança pode também ser tomada como significando “aquilo que se espera, desejando”. Todos nós temos pequenas esperanças e temores individuais, mas, não seria maravilhoso se houvesse uma esperança compartilhada por toda a humanidade, sem consideração de raça, cor, nacionalidade ou posição social? Seria realmente maravilhoso, porque não seria nada egoísta, nacionalista e racial, mas satisfaria o desejo e as necessidades comuns de toda a humanidade. As Nações Unidas, . como organização de paz e ‘ segurança mundiais, depois de quase trinta anos de funcionamento, falharam em ser ou em dar tal esperança. Tornarem-se mais nações membros delas não transformará seu fracasso em bom êxito. Em estala mundial, as Nações Unidas foram a maior coisa que a humanidade pôde oferecer para satisfazer necessidades humanas urgentes. Muitos se perguntam: Se as Nações Unidas fossem eliminadas à força, assim como a anterior Liga das Nações, que mais poderia oferecer a humanidade?
3. Que anseio têm os muitos cuja esperança baseada em homens se desfez?
3 Sem dúvida, a humanidade está sem saber o que fazer! Aumenta o número das pessoas de reflexão que admitem honestamente que a regência humana falhou. Desfizeram-se suas esperanças baseadas no homem. O mais triste é que não têm mais esperança para se consolar e para consolar outros. Tudo o que agora têm é um anseio, um anelo de algo que não tem forma ou definição específica na sua mente, sem saberem como ou de onde tal coisa satisfatória venha ou possa vir.
4. Como influíram as condições mundiais nas expectativas de algumas pessoas esperançosas, e, por isso, elas são dessemelhantes de que marujos?
4 Entretanto, embora as condições mundiais já desesperadas e continuamente piores tenham eliminado as esperanças de inúmeras pessoas, estas mesmas condições dão novo vigor à crescente esperança de outras. Estas não são como os marujos que se fazem ao mar em navios e que são apanhados numa terrível tempestade, a respeito dos quais disse um antigo lírico: “Andam e cambaleiam como ébrios, e esvai-se-lhes toda a sua sabedoria.” — Sal. 107:23-27, Almeida, revista e corrigida.
5. (a) Que conselho sábio do salmista é seguido por estas pessoas excepcionais? (b) Contrário a que teoria para que se pode olhar além da regência humana?
5 Quem são estas pessoas excepcionais, cuja esperança fica cada vez maior, ao passo que continuam e pioram as angústias do mundo, O que é que elas têm que outras pessoas não possuem’ São pessoas que seguem o conselho sábio do antigo lírico que disse: “Não confieis nos nobres, nem no filho do homem terreno, a quem não pertence a salvação. Sai-lhe o espírito, ele volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensamentos.” (Sal. 146:3, 4) Este antigo escritor aconselha-nos a não fixarmos nossa esperança na regência humana, de modo que os que aceitam este conselho hoje em dia olham para além da regência humana. Mas, para que mais se pode olhar. Os que defendem e teoria da evolução humana e os que seguem a teoria filosófica do materialismo dizem que não se pode olhar para nada senão para algo material tal como os homens. É por isso que se vêem sem esperança e por fim ficarão desesperados. Suas teorias não só não satisfazem, mas tampouco convencem, porque são desarrazoadas e contrárias aos fatos da história. Mas, pode-se olhar realmente para algo além da regência humana. De que se trata? Da regência divina! É para ela que olham hoje tais pessoas esperançosas!
EM QUE SE DEVE FIXAR NOSSA ESPERANÇA
6. O que nos indica o escritor antigo no Salmo 146:5-10?
6 É ela que nos é indicada pelo antigo compositor lírico. Falando por experiência e observação própria, prossegue: “Feliz aquele que tem o Deus de Jacó por sua ajuda, cuja esperança é em Jeová, seu Deus, Aquele que fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, Aquele que mantém a veracidade por tempo indefinido, Aquele que executa o julgamento para os defraudados, Aquele que dá pão aos famintos. Jeová solta os que estão presos. Jeová abre os olhos dos cegos; Jeová ergue os encurvados; Jeová ama os justos. Jeová guarda os residentes forasteiros; alivia o menino órfão de pai e a viúva, mas entorta o caminho dos iníquos. Jeová será rei por tempo indefinido.” — Sal. 146:5-10.
7. Então, quem precisa hoje de tal governante divino, e quão notável é seu nome?
7 Encontra-se entre os “defraudados” ou entre os “famintos”, por causa da regência humana e de suas falhas e incapacidades? É um dos que “estão presos”, dos “cegos” ou dos “encurvados”? É ‘residente forasteiro’, “menino órfão de pai” ou “viúva”? Então deve olhar para este Rei mencionado e chamado por nome pelo antigo lírico. Sua regência é uma regência divina, pois este Regente é Deus. Não é um deus sem nome, cuja identidade pessoal se perde entre os centenas de milhões de deuses adorados na Índia e no resto da terra habitada. Ele é um Deus que não recebeu nome dos homens, mas é um Deus que deu nome a si mesmo, nome que nenhum outro deus no céu ou na terra tem. O lírico inspirado menciona o nome divino sete vezes, e este nome é Jeová.
8. (a) A pessoa será feliz se fixar sua esperança em quem, e como é Este chamado em Romanos 15:13? (b) Para que pessoas de toda espécie tenham esta esperança divinamente garantida, o que fez Ele escrever?
8 Pessoas mal informadas e de preconceito talvez o desanimem de ter algo que ver com este Deus, Jeová. Mas, se tiver esperança Nele, aguarda-o felicidade, mesmo nestes tempos horríveis. O antigo lírico disse: “Feliz aquele . . . cuja esperança é em Jeová, seu Deus.” (Sal. 146:5) Há dezenove séculos atrás, um homem que tinha esperança em Jeová chamou-o de “Deus de esperança” ou “Deus que dá esperança”. (Rom. 15:13) Ele é o Único que nos pode dar uma esperança compartilhada por toda a humanidade, porque Ele é o Criador da raça humana. Só Nele há esperança para toda a humanidade. A regência divina que Ele provê é a esperança de toda a humanidade. Se não a provesse, não haveria outra esperança para toda a humanidade. Para que as pessoas de todas as raças, tribos, nações e línguas tivessem esta esperança divinamente garantida, fez que se escrevesse um Livro sagrado, inspirado, a Bíblia Sagrada. Por meio deste Livro maravilhoso, escrito em nome de Deus, poderá aprender tudo sobre esta esperança segura.
9. (a) Por Deus ver a necessidade de a humildade ter uma esperança, que esperança lhe deu? (b) Que oração se expressou em Romanos 15:13 pelos que compartilham esta esperança?
9 Este Ser Divino, Jeová, há muito previu que a humanidade precisaria de uma esperança, e ele lhe apresentou uma. Esta esperança que Ele oferece tem o poder de sustentar-nos nos tempos mais difíceis e de salvar-nos deles, até o cumprimento alegre da esperança. Foi por isso que, há dezenove séculos atrás, escreveu-se aos que compartilhavam esta esperança: “Pois fomos salvos nesta esperança; mas a esperança que se vê não é esperança, porque quando um homem vê uma coisa, acaso esta esperando por ela? Mas, se esperamos por aquilo que não vemos, persistimos em esperar com perseverança.” (Rom. 8:24, 25) Esta esperança de origem divina deve encher-nos de alegria e manter-nos tranqüilos no meio da perturbação mundial, ao ponto de nossa esperança transbordar e se expressar a outros em condições desesperadas. Por isso se fez a oração a favor dos que compartilhavam esta esperança: “Que o Deus que dá esperança vos encha de toda a alegria e paz pela vossa crença, para que abundeis em esperança com poder de espírito santo.” — Rom. 15:13.
10. A quem esmagará Deus em breve sob os pés dos que compartilham esta esperança, e em que resultará isso para o céu e para a terra?
10 Temos de ter esta esperança no meio dum mundo que se entrega cada vez mais ao que é mau, sob a influencia invisível do “deus deste sistema de coisas”, que não é visto, Satanás, o Diabo. Aproxima-se, porém, rapidamente o livramento, agora já bem próximo, desta crescente maldade. Foi por isso que o escritor inspirado, dirigindo-se aos compartilhadores da esperança divina, durante o primeiro século de nossa Era Comum, escreveu: “Quero que sejais sábios quanto ao que é bom, porém inocentes quanto ao que é mau. O Deus que dá paz, por sua parte, esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés.” (Rom. 16:19, 20) A antiga palavra hebraica Satã ou Satanás significa “Opositor; Adversário”, e ele se referiu ali ao Principal Opositor de Deus, o Opositor que iniciou a resistência contra Deus e que chefia todas as outras criaturas, no céu e na terra, na resistência contra Deus e Seus bons propósitos. Deus é mais poderoso do que este Satanás. Por isso, Deus esmagará a este Satanás, mas este jazerá esmagado sob os pés dos que compartilham a esperança. Esta espécie de linguagem compara Satanás com algo que pode ser esmagado sob os pés — não um escorpião, mas uma cobra ou serpente. Quanta paz universal haverá em resultado deste esmagamento de Satanás!
11. Ao falar assim sobre o esmagamento de Satanás, a que, em Gênesis, referia-se o escritor inspirado, e a quem falava Deus ali realmente?
11 No entanto, que certeza podemos ter de que Satanás será assim esmagado como se fosse uma cobra ou serpente? Podemos tê-la porque aqui, o escritor desta carta aos esperançosos em Roma, na Itália, tirou a sua linguagem pitoresca do primeiro livro das Escrituras Sagradas, o de Gênesis. Em toda a sua carta, ele se refere várias vezes ao livro de Gênesis. (Rom. 4:3, 9, 11, 17, 18, 22; 9:7, 9, 12) E o escritor referiu-se aqui a Gênesis 3:14, 15, onde Deus parecia dirigir-se a uma serpente, no chão, mas realmente falava com o Grande Opositor que usou aquela serpente. Lemos ali: “E Jeová Deus passou a dizer à serpente: ‘Porque fizeste isso, maldita és dentre todos os animais domésticos e dentre todos os animais selváticos do campo. Sobre o teu ventre andarás e pó é o que comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.’” Mais de quatro mil anos depois, o escritor inspirado, o apóstolo cristão Paulo, falou sobre este primeiro raio de esperança.
12. (a) Há quanto tempo a três proferiu-se a sentença de destruição contra Satanás? (b) Por que morremos todos nós e se arruína a terra?
12 Estamos hoje dezenove séculos mais próximos do cumprimento desta promessa esperançosa de Jeová Deus, de esmagar a verdadeira Serpente, Satanás, o Diabo, sob os pés do Descendente, cujo calcanhar a Serpente Satanás machucou mortalmente, e também sob os pés dos seguidores fiéis daquele Machucado. Isto significa que já se passaram agora quase seis mil anos desde que Deus figuradamente proferiu a sentença de destruição sobre o primeiro Opositor, Satanás, por induzir o primeiro homem e a primeira mulher, dos quais todos nós descendemos, à resistência contra Jeová Deus. A participação nesta resistência satânica causou a morte de toda a família humana. Resultou também na expulsão de nossos primeiros pais humanos do Paraíso de Prazer, o Jardim do Éden, e a exclusão de todos nós daquele lar paradísico, no qual nossos primeiros pais humanos foram criados em perfeição. (Gên. 2:7-3:24) É de se admirar que hoje, apesar de todo o progresso na medicina, todos nós morramos, e que, apesar de todas as melhoras nos métodos da agricultura, a terra fique tão poluída e arruinada, ao ponto de se tornar imprópria para a vida como nosso lar?
AQUELE SOB CUJOS PÉS SE FAZ O ESMAGAMENTO
13. Quem foi o único nascido nesta terra que escapou da condenação à morte, procedente de Adão e Eva, e como aconteceu isso?
13 Nenhum de nós pôde escapar de herdar a operação da morte em nosso corpo. Isto se dá porque todos descendemos de nossos pais que se opuseram a Deus, os quais rejeitaram a regência divina, num lar paradísico terrestre, e se submeteram à regência do Principal Opositor de Deus, Satanás, o Diabo. (Rom. 5:12) Nesta terra nasceu apenas um homem que escapou de herdar a condenação à morte do primeiro homem e da primeira mulher, os pecadores Adão e Eva, e este homem chamava-se Jesus Cristo. Como se deu esta coisa humanamente impossível? Deu-se porque Jesus não teve pai ou dador de vida humano. O óvulo no corpo de sua mãe humana Maria não foi fecundado por um marido humano. Foi o Deus Todo-poderoso, no céu, quem infundiu vida no óvulo de Maria e o fez desenvolver-se para se tornar perfeita criatura humana. Não foi uma vida nova que o Todo-poderoso deu àquele óvulo humano. Antes, transferiu a força de vida de seu Filho celestial, conhecido como A Palavra ou O Verbo, para o óvulo da virgem e o fez desenvolver-se.
14. (a) Quem informou Maria sobre o futuro nascimento milagroso? (b) Que testemunho atesta que Jesus nasceu sem pecado?
14 Primeiro ele informou a judia virgem, Maria, por meio de seu anjo Gabriel, a respeito desta operação milagrosa, e disse-lhe que ela devia dar ao seu filho, que seria varão, o nome de Jesus. (Luc. 1:26-38) De modo que o homem com quem Maria se casou mais tarde não era o verdadeiro pai de seu filho Jesus. (Mat. 1:18-25) Desta maneira, como nos informam as Escrituras Sagradas, Jesus nasceu “imaculado, separado dos pecadores”. (Heb. 7:26) Como homem adulto, ele pôde dizer aos seus críticos judaicos: “Quem de vós me declara culpado de pecado?” — João 8:46.
15. (a) Por que tomou Satanás a Jesus por alvo principal de seu ataque? (b) Ao temor de que não cedeu Jesus, e, por isso, que espécie de morte sofreu?
15 O Grande Opositor, Satanás, o Diabo, fez deste Jesus Cristo o alvo dos seus ataques. Por quê? Porque se dava conta de que este Filho de Deus era o Agente Principal de Deus para machucar a cabeça da serpente ou para ‘esmagar a Satanás debaixo dos pés’. Assim como se predisse em Gênesis 3:15, Satanás tinha inimizade a este Descendente Prometido, Jesus Cristo, e pôs-se a machucar-lhe o “calcanhar”. Mas, verificou que não podia amedrontar Jesus a se sujeitar em escravidão a Satanás, por meio de ameaças de morte, de morte violenta. Jesus não cedeu em “temor da morte” às mãos dos agentes terrestres de Satanás, mas manteve sua inimizade a Satanás, a Serpente, e seus agentes ou ‘descendência’. Jesus temia apenas a Jeová Deus. Por isso, não transigiu com Satanás, a Serpente, e não se esquivou em temor da morte violenta às mãos da ‘descendência’ da Grande Serpente. Satanás não conseguiu fazer Jesus recuar, mesmo diante duma morte semelhante à dum criminoso vil, numa estaca de execução. As acusações pelas quais Jesus foi morto eram falsas. Ele sofreu com consciência limpa uma morte sacrificial a favor de criaturas de carne e sangue, escravizadas por Satanás, o Diabo.
16. Por Satanás causar a morte de Jesus sob falsas acusações, como derrotou a si mesmo, segundo Hebreus 2:14, 15?
16 Por fazer com que Jesus fosse morto sob acusações falsas, Satanás, a Grande Serpente, só derrotava a si mesmo. Só fornecia o maior motivo para ele mesmo ser reduzido a nada e eliminado da existência. Este é o ponto salientado nas palavras inspiradas escritas a respeito de Jesus, como homem de carne e sangue: “Portanto, visto que as ‘criancinhas’ são partícipes de sangue e carne, ele participou também similarmente das mesmas coisas, para que, pela morte, reduzisse a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo, e para que emancipasse todos os que pelo temor da morte estavam toda a sua vida sujeitos à escravidão.” — Heb. 2:14, 15.
17. (a) De que modo não se deixou Deus privar, pela morte, de seu principal vindicador? (b) Como foi Jesus então tornado mais forte do que a Grande Serpente, Satanás?
17 Jesus Cristo demonstrou “pela sua morte” inocente que tinha inimizade intransigente a Satanás, a Grande Serpente, até à própria morte. Vindicou também a regência divina de seu Pai celestial, Jeová Deus, como sendo Aquele a quem todas as criaturas no céu e na terra, da mais alta à mais baixa, deviam estar em sujeição absoluta. Deixaria o Deus Todo-poderoso Altíssimo seu principal vindicador nas garras da morte e privar-se-ia assim de qualquer uso adicional deste fiel! Não segundo o que Jeová Deus predissera ao falar à serpente no Jardim do Éden. Predissera que o ferimento do Descendente da “mulher” seria apenas a machucadura do calcanhar, não como se lhe fosse machucada ou esmagada a cabeça. Por isso, o Deus Todo-poderoso sarou o ferimento por ressuscitar a Jesus Cristo dentre os mortos, no terceiro dia, 16 de nisã do ano 33 E. C. Deus reconheceu que seu Filho Jesus Cristo sacrificara sua natureza humana perfeita como oferta pelo pecado a favor de toda a humanidade, e, por isso, Deus não o ressuscitou novamente para a vida como homem perfeito de sangue e carne. Antes, Deus o restituiu ao domínio celestial do qual se transferira sua vida pré-humana para o ventre da judia virgem. Deus fez isso por ressuscitar seu Filho Jesus Cristo como gloriosa criatura espiritual, revestida de imortalidade (isenção da morte) e da “natureza divina”. (1 Ped. 3:18; 1 Cor. 15:42-54; 2 Ped. 1:4) Esta espécie de ressurreição tornou o glorificado Jesus Cristo muito mais forte do que a Grande Serpente, Satanás, e o colocou numa posição forte, em que pode ‘reduzir a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo’. — Heb. 2:14.
EMANCIPAÇÃO
18. (a) Segundo Hebreus 2:15, que pode esperar toda a humanidade em vista da cura do ferimento do calcanhar do Descendente Prometido? (b) Embora governantes humanos livrassem suas populações escravas, eles foram incapazes de livrar a humanidade da escravidão a quem?
18 O que pode toda a humanidade esperar desta cura do sofrimento que a Grande Serpente, Satanás, o Diabo, infligiu ao “calcanhar” do Descendente Prometido de Deus? Algo que toda a humanidade tem desejado por milhares de anos! Sim: Emancipação! Sim, livramento da escravização para toda a humanidade! O objetivo declarado do Descendente Prometido, ao provar a morte como homem de sangue e carne, não era só eliminar o Diabo, que ameaçava a humanidade de morte, se não se tornasse escrava dele, mas também para que “emancipasse todos os que pelo temor da morte estavam toda a sua vida sujeitos à escravidão”. (Heb. 2:15) Sabe-se que alguns governantes políticos, terrestres, libertaram a população escrava de suas nações da servidão de escravizadores humanos, mas nenhum deles pôde emancipar seu próprio povo ou toda a humanidade da escravidão em massa em que o gênero humano se encontra, sujeito à Grande Serpente, Satanás, o Diabo. Isto não é nada de que se zombar, com a idéia de que não há tal coisa como um Diabo, mas que o Diabo é apenas um mito. Este Diabo de seis mil anos de idade é bastante esperto para enganar as atuais pessoas sábias nas coisas do mundo, para pensarem que ele não existe!
19. Por que não teve toda a humanidade a emancipação já antes, mas o que indica que ela esta agora próxima?
19 É provável que muitos hoje digam: ‘Se existe um Diabo e se Jesus Cristo morreu há dezenove séculos atrás para nos emancipar da escravidão a este Diabo, por que é que toda a humanidade ainda não sentiu esta emancipação? Por que é que toda a humanidade não se sente hoje emancipada, mas, em vez disso, nos achamos escravizados por um sistema de coisas, cuja situação piora de ano em ano? O motivo é que, conforme indica a Bíblia Sagrada, ainda não chegou o tempo para o Descendente Prometido de Deus ‘machucar a cabeça da Serpente’ ou ‘reduzir a nada’ a Satanás, o Diabo. No entanto, este tempo desejável já está agora muito próximo. Se lá no primeiro século o apóstolo cristão Paulo podia escrever a concristãos em Roma: “O Deus que dá paz, por sua parte, esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés”, então isto já deve estar muito próximo hoje, dezenove séculos depois. (Rom. 16:20) Não só argumenta a favor disso a passagem de um longo período de tempo, mas também a contínua “angústia de nações” da terra, desde o ano de 1914 E. C. (Luc. 21:25) Por isso é cada vez maior a expectativa dos que têm a esperança dada por Deus.
20. (a) Para que os homens se convencessem, concedeu-se um tempo para provar o quê.? (b) Por causa da proximidade do fim deste tempo concedido, que escolha precisam fazer todos?
20 Antes de se convencerem os bilhões de pessoas que ainda crêem na regência humana, precisa-se conceder-lhes plenamente o tempo para demonstrarem que a regência humana (segundo as suas afirmações) é a solução, que ela pode sozinha achar a saída e mostrar-se emancipadora de toda a humanidade. Esta concessão de tempo ainda não terminou plenamente. Em vista do fim iminente, chegou o tempo para as pessoas escolherem o que querem, a regência humana em primeiro e último lugar, e por todo o tempo, ou o Emancipador designado de Deus. No fim da concessão de tempo, cada um será recompensado segundo a sua escolha. Então, o Regente Divino emancipará apenas os que fixaram sua esperança no Emancipador celestial provido por Deus. O Descendente Prometido, Jesus Cristo, não trará antes disso a emancipação há muito esperada.
21, 22. (a) O que sabia Jesus, como homem na terra, sobre o tempo do Reino, e por que foi batizado à idade de trinta anos? (b) A que espécie de vida tentou Satanás induzir Jesus, e qual foi a última tentação que apresentou?
21 No primeiro século de nossa Era Comum, quando Jesus Cristo era de sangue e carne, na terra, como homem perfeito, ele sabia que então ainda não era o tempo para a emancipação de toda a humanidade mediante um governo seu. Ele tinha trinta anos de idade quando decidiu empreender o proceder de sacrifício de si mesmo, segundo a vontade de Deus, e simbolizou a apresentação de si mesmo, em sacrifício, por ser batizado no rio Jordão. (Heb. 10:1-5; Mat. 3:13-17) Depois daquele batismo, ele foi sozinho ao ermo da Judéia, para jejuar e estudar a questão por quarenta dias. No fim deste tempo, estava tão plenamente decidido como antes a cumprir o proceder divinamente delineado de sacrifício, mesmo até à morte. No quadragésimo e último dia de jejum no ermo, verificou que não estava sozinho. Veio ter com ele alguém para tentá-lo, para que se afastasse do proceder de sacrifício de si mesmo. Aquele Tentador era Satanás, o Diabo. Tentou induzir Jesus a uma vida de satisfação dos próprios desejos, de glória e poder, como homem de sangue e carne. A terceira e última tentação foi a culminante. Segue-se o relato sobre esta tentativa ambiciosa, registrado por um discípulo pessoal de Jesus Cristo, a saber, Mateus (4:1-9):
22 “Novamente, o Diabo levou-o a um monte extraordinariamente alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e disse-lhe: ‘Todas estas coisas te darei, se te prostrares e me fizeres um ato de adoração.’”
23. Em que diferiu Jesus dos atuais governantes humanos quanto ao seu conceito sobre o poder de Satanás, e que afirmação de Satanás não foi negada por Jesus?
23 Jesus não repeliu a questão, dizendo: ‘Não há Diabo. Por isso, como poderia dar-me “todos os reinos do mundo e a glória deles”, se eu realizasse um único ato simples de adoração perante ele? Como poderia eu adorar aquilo que não existe? Jesus não era assim como governantes nacionalistas humanos, da atualidade, que não gostam desta idéia e até mesmo perseguem o ensino de que “todos os reinos do mundo” estão nas mãos do Tentador, Satanás, o Diabo. Ele não negou a existência do Diabo e que o Diabo exercia o controle invisível sobre “todos os reinos do mundo”. Nem negou que o Diabo podia de direito dizer-lhe a respeito dos “reinos do mundo”: “Eu te darei toda esta autoridade e a glória deles, porque me foi entregue e a dou a quem eu quiser. Se tu, pois, fizeres um ato de adoração diante de mim, tudo será teu.” (Luc. 4:5-7) Apresentava-se ali uma verdadeira tentação a Jesus, por uma pessoa real, que declarava os fatos do caso. Quanto a escolha de Jesus significava para a humanidade escravizada!
24. (a) Que espécie de regência ofereceu o Diabo a Jesus? (b) Qual era a questão envolvida, e que escolha se poderia ter feito?
24 A Grande Serpente, Satanás, o Diabo, não estava ali procurando machucar o calcanhar do Descendente Prometido de Deus. Oferecia a Jesus algo que aparentemente se destinava a evitar uma morte violenta causada por “aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo”. Oferecia a Jesus a regência do mundo, como homem, uma regência sobre “todos os reinos do mundo”, regência humana sobre toda a terra. Sim, mas uma “regência humana” como adorador do Diabo e sob o controle do Diabo, uma pessoa espiritual sobre-humana. A grande escolha era entre duas regências. A questão em jogo era: Regência! Regência humana ou regência divina? A regência humana como dádiva do Diabo e sujeita ao Diabo ou a regência da parte do Ser Divino e em sujeição a Ele? Se Jesus escolhesse a regência humana para si, como político mundano, que esperança deixaria isso para a humanidade escravizada?
A CRISTANDADE, EXEMPLO DA ESCOLHA ERRADA
25. (a) Em que temos hoje um exemplo do que teria resultado se Jesus tivesse aceito a oferta do Diabo? (b) Foi a cristandade iniciada por Jesus e seus apóstolos, ou teve início com a nação judaica?
25 Não ficamos entregues a cogitações! Temos um exemplo histórico real do que teria significado. Onde? Aqui mesmo na cristandade. Como? Ora, a cristandade afirma ser na terra o domínio em que se pratica o cristianismo. Muitas nações e seus governos afirmam ser cristãos. A cristandade não teve início com Jesus Cristo e seus doze apóstolos. A própria nação terrestre de Jesus, a nação judaica, não se tornou o começo da cristandade. A nação judaica, como corpo político, extinguiu-se no ano 70 E. C., numa luta lá em Jerusalém, não a favor de Jesus, o Messias, como Rei, mas a favor do judaísmo e de sua própria independência política da Roma imperial. Três anos depois da destruição de Jerusalém, as legiões romanas capturaram o último baluarte judaico, a fortaleza de Massada, no ano 73 E. C. Até hoje, os judeus ortodoxos, naturais, em todo o mundo, não fazem parte da cristandade, embora cooperem com a cristandade.
26. Quando se iniciou a cristandade, como e com que espécie de professos cristãos?
26 Quase três séculos depois da tentação de Jesus Cristo no ermo da Judéia, veio à existência a cristandade. Isto ocorreu nos dias do imperador romano Constantino, o Grande, que foi batizado como professando o cristianismo pouco antes de sua morte no ano 337 E. C. Mas ele havia afirmado ter-se convertido ao cristianismo anos antes, no ano 312 E. C. Naquele tempo, o que se chamava cristianismo já se havia afastado tanto dos ensinos de Jesus Cristo e de seus apóstolos, que existiam supostos cristãos em armadura militar combatendo a favor deste general e político pagão, Constantino. Além disso, havia bispos nas igrejas daqueles dias, que ensinavam a doutrina pagã da Trindade, de um Deus trino, composto de “Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo”. Os bispos disputavam acesamente se Deus era o único Deus, Jeová, das Escrituras Hebraicas, ou um chamado “Deus em três pessoas”, todas estas “pessoas” sendo coiguais e coeternas. Constantino procurava acabar com as disputas.
27. (a) Que espécie de religião procurava criar Constantino, e o que ofereceu aos bispos da igreja? (b) Quem estava atrás desta oferta feita aos bispos, Cristo ou Satanás?
27 Constantino, como Sumo Pontífice (Pontifex Maximus) pagão, procurava convencer todos os bispos das igrejas. Procurava criar uma religião amalgamada, uma religião “ecumênica”, combinando o paganismo com o cristianismo. Atuando como Sumo Pontífice, e, por isso, como chefe religioso do Império Romano, ofereceu aos bispos posições de poder, destaque e riqueza junto ao governo romano, como funcionários da religião estatal romana. Fez-se ali a oferta de regência humana em conexão com o governo político a bispos chamados cristãos. Devemos pensar que Jesus Cristo, no céu, ofereceu ali a tais “bispos” uma regência humana relacionada com “todos os reinos do mundo”, que Ele mesmo havia recusado? Ou era o Tentador, Satanás, o Diabo, que ainda afirmava que estes reinos lhe haviam sido entregues? Não é difícil obter a resposta certa: era Satanás, o Diabo, quem, por meio de seu Sumo Pontífice na terra, oferecia aos bispos uma tentação similar à oferecida a Jesus Cristo. Mas, seguiram os bispos o exemplo de Jesus, inclusive o “bispo de Roma”?
28. (a) Seguiram aqueles bispos o exemplo de Cristo e, assim, o que resultou? (b) Que título assumiu o “bispo de Roma” e o que aconteceu à união da cristandade?
28 A história secular e eclesiástica responde que não! Muitos bispos caíram na tentação e entraram no serviço imperial como hierarquia da religião estatal romana, da Igreja Estatal Romana. Assim nasceu e se desenvolveu a cristandade. No ano 378 E. C., o bispo de Roma foi ao ponto de adotar o título e as responsabilidades de Sumo Pontífice, rejeitados pelo imperador romano Graciano. Nos séculos seguintes, a cristandade passou por muitos cismas, acompanhados por guerras religiosas, cruzadas e perseguição entre os chamados cristãos. Estabeleceram-se muitas diferentes Igrejas Estatais Nacionais. A cristandade tem-se tornado a organização religiosa mais poderosa e mais numerosa na terra. Tem-se tornado um espetáculo para todo o mundo pagão, não cristão, que agora constitui mais de dois terços da população da terra. Mas, exemplo de quê? Do verdadeiro cristianismo? Ou duma suposta regência divina, exercida por intermédio duma hierarquia religiosa, que coopera com reis humanos, os quais afirmam ter o “direito divino de reis”?
29. Por que perguntamos sobre a qualidade cristã das duas guerras mundiais, das organizações de paz mundial e dos preparativos de outra guerra mundial?
29 Foi cristã a Primeira Guerra Mundial, por ter começado entre dois estados políticos, europeus, que afirmavam ser cristãos? Foi cristã a Liga das Nações, por ter sido apoiada pela Igreja Anglicana e porque os clérigos estadunidenses a chamavam de “expressão política do Reino de Deus na terra”? Foi cristã a Segunda Guerra Mundial, por ter começado com a invasão dos exércitos de um suposto estado cristão do território de outro estado “cristão”? É cristã a organização das Nações Unidas em prol de paz e segurança mundiais, porque cerca da metade das suas 132 nações-membros afirmam ser cristãs? São cristãos os constantes preparativos para uma Terceira Guerra Mundial, com bombas nucleares e foguetes, porque a cristandade se sente obrigada a proteger-se com tais armas, a fim de sobreviver?
30. (a) Que particularidades más assinalam hoje a cristandade, e são estas a expressão do cristianismo? (b) Que ilustram tais coisas quanto à escolha da regência mundana oferecida a Jesus pelo Tentador?
30 Olhe para as atuais condições da cristandade, depois de dezesseis séculos de existência. São a degeneração moral dentro dela, o aumento do crime, as injustiças sociais e raciais, as opressões, as dificuldades econômicas, a pobreza e a fome, a falta de respeito para com a autoridade legítima, o desgoverno, a loucura por prazeres egoístas, a falta de amor ao próximo, que significa falta de amor a Deus — são estas coisas uma expressão do cristianismo’ De modo algum! São o resultado do estabelecimento da cristandade no quarto século E. C. E visto que a cristandade resultou de terem os bispos das igrejas cedido às tentações que lhes foram apresentadas pelo Império Romano pagão, ilustra-se vívida e dolorosamente o que teria resultado se o próprio Jesus Cristo tivesse aceito o suborno oferecido, a regência humana sobre “todos os reinos do mundo”. Mas, aceitou Jesus Cristo a oferta tentadora de Satanás, o Diabo? É ele responsável pela atual angústia do mundo,
31. Como tratou Jesus a oferta feita pelo Tentador?
31 O registro bíblico diz: “Jesus disse-lhe então: ‘Vai-te, Satanás! Pois está escrito: “É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.”’ O Diabo deixou-o então, e eis que vieram anjos e começaram a ministrar-lhe.” — Mat. 4:10, 11; Mar. 1:12, 13.
32. (a) Que regência reconheceu Jesus conforme indicado pela mensagem que pregou? (b) Neste respeito, o que esperava Jesus que Jeová Deus fizesse?
32 Jesus Cristo recusou categoricamente a regência humana das mãos de Satanás, o Diabo. Reconheceu a regência divina, a de Jeová Deus. Por isso percorreu a terra da nação de Israel, proclamando: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” Depois de seu batismo no rio Jordão, fora ungido com o espírito de Deus para pregar esta mensagem. Enviou seus doze apóstolos para pregarem a mesma mensagem de esperança para toda a humanidade. (Mat. 4:13-17; Luc. 4:16-21; 9:1-6; Mat. 10:1-7) Jesus Cristo esperou até que Deus exercesse sua regência divina por estabelecer o reino celestial nas mãos do Descendente Prometido, que havia de esmagar a Grande Serpente, machucando-lhe a cabeça e assim a reduzindo a nada, para emancipar toda a humanidade. Jesus morreu fiel à regência divina, reconhecendo somente a Jeová Deus, como governante supremo, o Soberano Universal.
[Foto na página 234]
As Nações Unidas, como organização em prol de paz e segunda, deixaram de prover uma expensa que toda a humanidade pudesse compartilhar.
[Foto na página 235]
A única esperança de toda a humanidade — inclusive de órfãos, viúvas, famintos, cegos e defraudados — é o governo de Deus.
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Satanás, o Diabo, ofereceu a Jesus todos os reinos do mundo. A questão era: Regência humana ou regência divina?
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Jesus rejeitou a regência humana.
[Foto na página 241]
Quando Constantino, em Nicéia, ofereceu aos bispos cargos de poder e destaque como funcionários da religião estatal de Roma, na realidade, quem fez esta oferta — Jesus Cristo ou Satanás, o Diabo?