Chegou a hora da prova!
1. Por que é difícil encarar a situação mundial de modo objetivo, e o que prova isso?
O SOLDADO empenhado ativamente num combate feroz não pode ter uma perspectiva completa da batalha inteira. Não se espera que a tenha. Está ocupado demais com outras coisas, e sua perspectiva do conjunto é afetada em grande parte pela sua própria experiência. De modo similar, quando surgem dificuldades no fronte industrial, havendo greves e talvez violência, o operário comum provavelmente escutou apenas as arengas e a propaganda daqueles que supostamente devem estar do lado dele. Igual ao soldado, ele encara o assunto inteiro de modo subjetivo, quer dizer, conforme o afeta pessoalmente. O contrário disso é encarar uma coisa de modo objetivo, o que significa encará-la com desprendimento, não se deixando levar ou influenciar por sentimentos e envolvimentos pessoais. Do ponto de vista humano, talvez seja o historiador quem está em melhor situação de fazer isso, quando ele pode olhar para trás e ver o incidente na sua relação inteira. Se isto se dá quando há grande pressão, que dizer de toda a situação mundial que cada dia se torna mais ameaçadora? Quem é que ocupa uma posição tão alta, que possa avaliar corretamente a verdadeira situação, compreender devidamente os princípios envolvidos e oferecer orientação fidedigna, de que outros possam depender? Figuras de destaque no mundo político e religioso amiúde fazem tais afirmativas e declarações, mas têm justificativa para isso, Quantas vezes acontece que suas palavras logo são esquecidas ou usadas mais tarde como evidência contra eles.
2. Em que base podemos recorrer às Escrituras para obter orientação segura?
2 Onde podemos obter esclarecimento e orientação inteiramente fidedignos? Ora, por certo, devemos esperar encontrá-los nas Escrituras Sagradas, que contêm a “palavra de Deus”, pois ela é extremamente poderosa e penetrante, e expressa o que “diz o espírito santo” de Deus. (Heb. 3:7; 4:12) Esta era a palavra que orientava a Jesus durante o seu ministério e acerca da qual atestou: “A tua palavra é a verdade.” (João 17:17) Ela lhe fornecia o ponto de vista correto das coisas, o ponto de vista de Deus, quando se encontrava sob tremenda pressão; portanto, por que não permitir que ela nos guie? Ela nunca lhe falhou, e nós também podemos ter forte confiança de que, ao nos aproximarmos do fim completo deste sistema de coisas, teremos o apoio de autoridade tanto da “Palavra de Deus” viva, Cristo Jesus, como da Palavra escrita de Deus. — Mat. 28:20; Rev. 19:13.
3. Como prova a Bíblia, como livro de história, que ela é exclusiva, e por que se dá isso?
3 A Bíblia é o livro de história mais notável. Ela registra objetivamente a história passada, fornecendo o conceito correto dos acontecimentos, dos personagens e das nações envolvidas, no seu fundo histórico verdadeiro. De modo mais maravilhoso ainda, trata-se de história escrita de antemão. Sua luz penetrante focaliza os nossos dias, mostrando que “todas as coisas escritas outrora foram escritas para a nossa instrução”, sim, “foram escritas como aviso para nós, para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas”. (Rom. 15:4; 1 Cor. 10:11) Isto se chama profecia, grande parte da qual já se cumpriu, e nunca, nem uma única vez, se mostrou a Bíblia em falta, apesar dos seus muitos críticos. Se realmente crer que Jeová é seu Autor, então isto não o surpreenderá. Pois o próprio Jeová diz: “Eu sou o Divino e não há outro Deus, nem alguém semelhante a mim; Aquele que desde o início conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram.” — Isa. 46:9, 10.
4. Com respeito ao rolo na mão de Deus, por que chorou João, e com que resultado?
4 Contudo, talvez ache, assim como muitos outros, quando lê a Bíblia, que ela é na maior parte um livro fechado, exceto quando esclarece certas lições ou normas de moral. Não fique desanimado. Foi provavelmente assim que João se sentiu quando, em visão, ele viu Jeová entronizado no céu no ambiente glorioso e espantoso descrito em Revelação, capítulo quatro. Ele viu então na mão direita de Jeová um “rolo escrito por dentro e por fora, bem selado com sete selos”. Este rolo na mão de Jeová evidentemente continha informação vital que valia a pena conhecer, contudo, no início, “ninguém fora achado digno de abrir o rolo ou de olhar dentro dele”. João se sentiu tão triste, por causa disso, que ele passou “a chorar muito”, mas foi informado logo a seguir: “Pára de chorar. Eis que o Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu de modo a abrir o rolo e os seus sete selos.” — Rev. 5:1-5.
5. (a) Como podemos identificar o Leão da tribo de Judá? (b) De que modo precisam todos os verdadeiros cristãos mostrar-se vencedores?
5 Não temos dificuldade em identificar o “Leão” vencedor como sendo Cristo Jesus, pois ele foi também descrito como “cordeiro . . . como se tivesse sido morto” e se entoava um cântico em seu louvor: “Digno és de tomar o rolo e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste pessoas para Deus . . . e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra.” (Rev. 5:6-10) Conforme já consideramos, Jesus provou a sua obediência sob a pressão mais severa e assim se habilitou para a sua posição enaltecida à mão direita de Deus. Por meio de sua obra sacerdotal, ele é usado como Agente Principal para ‘trazer muitos filhos à glória’, para partilharem seu trono celestial. Estes muitos filhos que compõem a congregação cristã também precisam mostrar-se vencedores. Assim como Jesus podia dizer: “Venci o mundo”, apesar de todas as suas pressões, também se precisa dar com cada um dos que ‘receberam um novo nascimento’ na família dos filhos de Deus. Além de confirmar isto, João apresenta o motivo subjacente de como isto pode e deve ser feito. Ele diz: “O amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos; contudo, os seus mandamentos não são pesados, porque tudo o que nasceu de Deus vence o mundo. E a vitória que venceu o mundo é esta: a nossa fé.” Observou esta qualidade à prova de fogo, de uma fé obediente motivada pelo amor agápe? Esta responsabilidade pessoal é fortemente salientada quando nos lembramos de que no fim de cada mensagem às sete congregações que constituem a verdadeira igreja se promete individualmente uma recompensa “àquele que vencer”. — Heb. 2:10; João 16:33; 1 Ped. 1:23; 1 João 5:3, 4; Rev. 2:7-3:21.
HORA DA PROVA DE TODOS OS HABITANTES DA TERRA
6. Que características assinalam algumas das visões de João? Está envolvido o tempo?
6 Talvez diga que se compreende claramente que este requisito se aplique aos comparativamente poucos que partilham o trono de Cristo, mas será que pára ali? Ora, vejamos o que depois foi revelado a João, em resultado da abertura daquele rolo, por aquele que foi achado digno, e da sua revelação de segredos até então bem guardados. Isto abriu o caminho para visões adicionais “que Deus lhe deu [a Jesus] para mostrar aos seus escravos as coisas que têm de ocorrer em breve”. (Rev. 1:1) Referimo-nos especialmente a uma série de cenas vívidas, retratando uma situação de grande pressão, exercida fortemente sobre todas as pessoas vivas naquele tempo. Ninguém fica isento disso. Conforme veremos, este tempo é agora, e já chegou a hora da prova!
7. Como explica Revelação por que o Diabo tem grande ira?
7 Tocando apenas nos pontos relacionados com o nosso tema, lembramo-nos de que em Revelação, capítulo doze, somos informados por símbolos do nascimento do Reino e da entronização do seu Rei em 1914. Ali se nos diz que o Diabo, depois de ter sido expulso do céu, tem “grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo”. Ele mesmo acha que está sob grande pressão. Não há tempo a perder. Está furioso porque sabe que “eles [os irmãos de Cristo] o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do seu testemunho”. Por isso ele vai para “travar guerra com os . . . que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus”. — Rev. 12:11, 12, 17.
8. (a) Que visão foi dada a seguir a João? (b) O que foi simbolizado assim, envolvendo que questão e que pressão?
8 Contudo, estes não são os únicos envolvidos. João viu a seguir uma “fera, com dez chifres e sete cabeças”, simbolizando a organização política, terrena, visível, de Satanás, que tem continuado até os nossos dias. Agora observe o desenvolvimento da situação, mostrando como a questão que causa pressão pode ser resumida na pergunta: A quem adora? João registra que “o dragão [Satanás] deu à fera seu poder e seu trono, e grande autoridade . . . e toda a terra seguia a fera com admiração. E adoravam o dragão . . . e adoravam a fera”. João disse também que “foi-lhe dada [à fera] autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua, e nação. E todos os que moram na terra a adorarão; o nome de nem sequer um deles está inscrito no rolo da vida do Cordeiro”. (Rev. 13:1-4, 7, 8) É certo que ninguém está isento, mas esta última expressão indica que, embora as pessoas em geral sucumbam à pressão para se empenharem na adoração falsa, há exceções, conforme mencionaremos mais adiante. Quão bem isto descreve a situação atual. Não é que as pessoas em geral prestam seu serviço e dão a sua lealdade e seu apoio patriótico a uma ou outra parte da atual conjuntura política? Sujeitam-se à sua autoridade, talvez involuntariamente, se estiverem sob alguma forma de recrutamento. Para elas, o “César” é a única autoridade derradeira. Aos olhos de Deus, isto constitui adoração da fera e do dragão, o Diabo, o “deus deste sistema de coisas”. — 2 Cor. 4:4.
9. Como exemplificou Jesus a posição que devemos adotar para com a adoração verdadeira?
9 Qual é a sua posição nesta questão? Lembra-se do que Jesus respondeu a Satanás, quando foi pressionado na tentação para ‘se prostrar e fazer um ato de adoração’ em troca de receber de Satanás “todos os reinos do mundo e a glória deles” (que compõem a “fera”)? Jesus respondeu: “Vai-te, Satanás! Pois está escrito: ‘É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’” (Mat. 4:8-10) Observe a íntima relação entre a adoração e o serviço. Se afirmar que está adorando a Jeová, prove-o por prestar serviço sagrado a ele, e somente a ele. Este princípio foi salientado desde os tempos mais primitivos. Josué disse ao povo: “Ele [Jeová] é um Deus que exige devoção exclusiva.” Esta é a atitude que precisa adotar, aprendendo a encarar a atual situação e a questão que o afeta do ponto de vista de Deus. — Jos. 24:19.
10. Como retrata a próxima visão de João acontecimentos modernos adicionais?
10 Há mais coisas, porém, sem interrupção, neste tema da adoração. João viu a seguir “outra fera . . . [com] dois chifres semelhantes aos dum cordeiro . . . E ela faz a terra e os que moram nela adorar a primeira fera”. Além disso, “diz aos que moram na terra que façam uma imagem da fera”, que recebe fôlego (ou vida) “de modo que a imagem da fera calasse e fizesse matar a todos os que de modo algum adorassem a imagem da fera”. Como se isso não bastasse, o registro continua: “Ela põe a todas as pessoas sob compulsão, . . . para que ninguém possa comprar ou vender, exceto aquele que tiver a marca, o nome da fera ou o número do seu nome”. (Rev. 13:11-17) Aqui se representa o desenvolvimento da organização visível de Satanás vista na potência mundial dupla, anglo-americana, e também a criação de uma “imagem”, por esta grande potência mundial, vista primeiro na Liga das Nações e hoje revivificada na forma das Nações Unidas. Mas não importa quais os acontecimentos, a história sempre se repete. “Todas as pessoas”, pequenas e grandes, ricas e pobres, livres e escravos, sofrem pressão inexorável para adorar e para servir estes instrumentos animalescos, e, por meio deles, o próprio Satanás, o Diabo.
11. Que bons contrastes são registrados em Revelação 14:1-5?
11 Este é o lado negativo do quadro. Veja agora, porém, como é contrabalançado por aquilo que segue. João viu a seguir os que compõem a noiva de Cristo, 144.000 em número, em pé junto com o Cordeiro no Monte Sião. Em vez de terem a marca da fera na sua testa, têm o nome do Cordeiro e de seu Pai, identificando-os como vencedores. Salientando sua lealdade e devoção singela ao seu Noivo celestial, o registro diz que “não se poluíram com mulheres; de fato, são virgens. Estes são os que estão seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá. . . . não se achou falsidade na sua boca; não têm mácula”. Seus nomes estão inscritos no “rolo da vida do Cordeiro”, mas não devemos desperceber outro “rolo da vida”, de todos os que viverão na terra e que se mostraram fiéis sob prova, especialmente a prova final no fim do reinado milenar de Cristo. — Rev. 14:1-5; 21:27; 20:12.
12. Que verdade vital é enfatizada pela mensagem em Revelação 14:7, e como se cumpre isto?
12 João ouviu e registrou então uma mensagem declarada a todos os habitantes da terra: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque já chegou a hora do julgamento por ele, e assim, adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” (Rev. 14:6, 7) Quão claro e impressionante isto é! O grande Criador e Originador da vida tem o direito soberano de exigir a adoração e o serviço de todas as criaturas, sem exceção. Ele é digno disso. Cuida de que esta mensagem seja declarada em toda a terra, pois é o tema subjacente da mensagem de verdade proclamada pelas testemunhas de Jeová e ‘pregada em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações’. Faz parte do “sinal” de que Jesus disse que seria cumprido antes de passar a atual geração. Hoje se proclama esta mensagem com mais intensidade e penetração do que nunca antes. — Mat. 24:3, 14, 34.
13. Que mensagem adicional esclarece as duas alternativas?
13 Pouco depois, João ouviu anunciado por outro anjo o que aconteceria com respeito ao julgamento adverso, final, no caso de “alguém adorar a fera e a sua imagem, e receber uma marca na sua testa ou na sua mão”. (Rev. 14:9-11) Assim são tornadas bem claras, na Palavra de Deus, as duas alternativas. Este aviso faz parte da mensagem bíblica proclamada pelas testemunhas de Jeová. Elas o consideram como sua comissão dada por Deus. Desejam poder dizer como Paulo: “Estou limpo do sangue de todos os homens, pois não me refreei de falar a todos vós todo o conselho de Deus.” — Atos 20:26, 27.
14. Caso se sinta inadequado, que proceder deve adotar?
14 Embora o requisito e a ordem de prestarmos adoração e serviço só a Jeová sejam tornados tão claros, talvez se sinta inadequado para resistir a toda a ferrenha pressão opositora, mencionada nos textos citados. Jeová, ‘lembrando-se de que somos pó’, não está desatento à nossa fraqueza e necessidade. Por isso, examinemos mais a bela provisão feita por ele, por meio da qual poderá escapar e ainda assim permanecer no lugar onde está, estranho como pareça. Como é possível isso? — Sal. 103:14.
EDIFICAÇÃO SOB DIREÇÃO PERITA
15. (a) Como podemos escapar do laço mencionado por Jesus? (b) Que bom exemplo deu Noé neste respeito?
15 Há especialmente quatro textos que falam de escape e livramento. Já mencionamos a referência de Jesus ao dia de julgamento, que viria “como um laço” sobre todos os habitantes da terra, similar ao dilúvio dos dias de Noé, que enlaçou e sepultou todos os da família humana, exceto oito, porque “não fizeram caso” da mensagem de aviso. Conforme Jesus disse, o modo de se escapar é fazer caso, ‘prestar atenção’ para evitar a indulgência egoísta, manter-se ‘desperto’, numa atitude de oração. Se fizer isso, então mesmo ficando onde está será ‘bem sucedido em escapar’ do julgamento adverso, derradeiro, que virá em breve. Será ‘bem sucedido em ficar em pé diante do Filho do homem’, no seu favor e na sua aprovação. Seja semelhante a Noé e sua família, que permaneceram onde estavam, embora evitassem a contaminação com aquela geração medonha e prosseguissem com o trabalho de construir a arca sob direção perita. — Mat. 24:37-39; Luc. 21:34-36; Gên. 6:14-16.
16. Como se cumpre a promessa em Revelação 3:10 exigindo que ação?
16 Jesus prometeu à “congregação em Filadélfia”: “Porque guardaste a palavra a respeito da minha perseverança, eu também te guardarei da hora da prova, que há de vir sobre toda a terra habitada, para pôr à prova os que moram na terra.” (Rev. 3:7, 10) Não é por fugir da prova, nem por se esconder num convento ou num mosteiro, mas por ficar onde está e por praticar diariamente a obediência e a perseverança, seguindo o exemplo de Jesus em permanecer onde Deus o pôs, no mundo, mas sem fazer parte dele, nem se contaminar com ele. Se fizer isso, será guardado para não enfraquecer sob a pressão do sistema de coisas animalesco de Satanás. Antes, se permanecer com os do povo de Deus, e com a ajuda deles, mostrará ser adequado em manter seu serviço e sua adoração a Jeová, em apoio do Seu reino. Jesus, durante o seu ministério, prosseguiu com a obra que seu Pai lhe deu e edificou sob direção perita. — João 9:4; 17:4.
17. Que orientação e consolo podemos obter da promessa em 1 Coríntios 10:13?
17 Isto é confirmado pelas palavras de Paulo: “Deus é fiel, e ele não deixará que sejais tentados além daquilo que podeis agüentar, mas, junto com a tentação, ele proverá também a saída, a fim de que a possais agüentar.” (1 Cor. 10:13) Deus prova e permite que Satanás tente. Não há escapatória disso. Todavia, embora o objetivo de Satanás seja o de quebrantar a sua fé e sua devoção, o objetivo de Deus é o de sempre edificá-lo pelo curso de treinamento e de disciplina sob direção perita, assim como fez com Jesus. Assim como um pai sábio e bondoso, ele sabe muito melhor como desenvolver as suas faculdades de perseverança, e “feliz o homem que estiver perseverando em provação”. Nunca tenha medo; se deixar-se entregue às mãos dele, ele não permitirá que Satanás o sobrecarregue ao ponto de não ter mais saída. — Heb. 12:7-11; Tia. 1:12.
18. (a) Joel 2:32 fala de que boa provisão? (b) Quais são os diversos modos em que se usa a palavra “casa” na Bíblia?
18 Por fim, numa profecia que agora se cumpre, antes do “grande e atemorizante dia de Jeová”, lemos: “E terá de acontecer que todo aquele que invocar o nome de Jeová salvar-se-á; pois no monte Sião e em Jerusalém virão a estar os que escaparam, assim como Jeová disse, e entre os sobreviventes que Jeová está chamando.” (Joel 2:31, 32) Que provisão boa e reanimadora! Mas onde encontrará este Monte Sião e Jerusalém, para os quais possa escapar? Esta pergunta suscita a questão da construção duma casa. O salmista disse: “A menos que o próprio Jeová construa a casa, é fútil que seus construtores trabalhem arduamente nela.” (Sal. 127:1) O inverso disso também é verdade. Se Jeová construir a casa, reconhecendo-a como sua, então os que trabalham sob a direção do grande Mestre-Construtor podem estar certos de bom êxito. Onde fica e o que é a casa de Jeová? Além de se referir a um lugar literal de morada, a palavra “casa” é muitas vezes usada com respeito a uma família, ou mesmo uma nação, como a “casa de Arão” e a “casa de Israel”. (Sal. 115:10; Lev. 10:6) Israel, como nação, mostrou-se infiel, o que resultou em Jesus dizer-lhes a respeito de seu templo em Jerusalém: “Eis que a vossa casa vos fica abandonada.” (Mat. 23:38) Todavia, Jesus já havia começado a preparar uma espécie diferente de casa ou templo, uma casa espiritual. Durante o seu ministério, ele começou a ajuntar e a preparar os materiais de construção, quer dizer, seus discípulos, os quais em Pentecostes de 33 E. C. foram abertamente reconhecidos por Deus como sua casa espiritual, ou templo, “edificados sobre o alicerce dos apóstolos e profetas [cristãos], ao passo que o próprio Cristo Jesus é a pedra angular de alicerce”. — Efé. 2:20-22. (Veja também Hebreus 3:6; 1 Pedro 2:5.)
19. Onde podemos encontrar hoje a “casa” e a “cidade” de Deus?
19 No antigo Israel, Sião ou Jerusalém se tornou o centro da adoração, tendo o seu templo, que abrigava a arca do pacto, representando a presença de Jeová. Assim também é com a congregação cristã, o Israel espiritual, de que se fala como se chegando “a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”. (Heb. 12:22; Rev. 21:2) Atualmente, existe um restante desta classe do templo espiritual, sendo que este restante forma o núcleo das testemunhas cristãs de Jeová, e em torno deste núcleo se realiza uma obra de edificação benéfica e eficiente, em sentido espiritual. Ela é efetuada pelo poder do espírito de Deus, em plena harmonia com a Palavra de Deus, em todos os sentidos, sob a direção perita do Chefe da congregação cristã, Cristo Jesus. Convidamo-lo cordialmente a participar com as testemunhas de Jeová neste bom programa de edificação, freqüentando as suas reuniões e participando delas, bem como participando em todas as atividades de sua obra de pregação e de ensino. Receberá não somente orientação perita, mas será também ajudado a obter orientação perita e a se tornar cada vez mais apto para a obra de instrução bíblica, junto com os que ‘escaparam’.
20. Como foi a importância da edificação espiritual enfatizada tanto por Jesus como por Paulo?
20 Além deste aspecto coletivo, as Escrituras o animam também a fazer edificação pessoal. Jesus, salientando a obediência, fez um nítido contraste entre aquele que “ouve estas minhas palavras e as pratica” e aquele que ouve, mas “não as pratica”. A casa dos candidatos à vida eterna, construída pelos primeiros mencionados sobre a rocha da obediência às instruções dadas por Deus, resiste à tempestade, mas a dos últimos mencionados, construída sobre a areia movediça da desobediência, desmorona prontamente sob pressão. (Mat. 7:24-27) Também Paulo, como perito e “diretor sábio de obras”, fez um nítido contraste entre aquele cuja personalidade foi edificada com as qualidades genuínas da perseverança, da integridade, da devoção firme, comparadas a “ouro, prata, pedras preciosas”, e aquele cuja personalidade religiosa, a que faltam estas qualidades, foi edificada com “materiais de madeira, feno, restolho”. A personalidade cristã do primeiro sobrevive à prova ardente, e aquele ou aqueles que o edificaram recebem uma recompensa, mas do último, do religioso edificado incorretamente, pode-se dizer assim como Tiago escreveu, que ele não deixa que “a perseverança tenha a sua obra completa . . . não suponha tal homem que há de receber algo de Jeová; ele é homem indeciso, instável em todos os seus caminhos”. — 1 Cor. 3:10-15; Tia. 1:4, 7, 8.
21. (a) Podemos edificar até à perfeição, em qualquer sentido, do ponto de vista de Deus? (b) O que disse Jesus neste respeito?
21 Aceite humilde e obedientemente “a disciplina que dá perspicácia, justiça e juízo, e retidão [qualidades que resistem ao fogo] . . . O sábio escutará e absorverá mais instrução, e homem de entendimento é aquele que adquire orientação perita”. (Pro. 1:3, 5) Dedicar-se a Jeová e participar com o seu povo é o modo de se fazer a espécie correta de edificação espiritual. É verdade que não pode ainda edificar a perfeição absoluta na carne, mas pode edificar um novo padrão de vida, baseado em uma “nova personalidade . . . segundo a vontade de Deus, em verdadeira justiça e lealdade”. (Efé. 4:24) Lembre-se do que Jesus disse sobre a perfeição. Depois de explicar aos seus discípulos que o amor semelhante ao de Deus é a essência do interesse genuíno em outros, ao ponto de se amar até mesmo os inimigos e orar pelos perseguidores, ele disse: “Concordemente, tendes de ser perfeitos, assim como o vosso Pai celestial é perfeito.” Até mesmo a alguém que não era discípulo, ao jovem governante rico, Jesus falou da perfeição no mesmo sentido, dizendo: “Se queres ser perfeito, vai vender teus bens e dar aos pobres . . . e vem, se meu seguidor.” — Mat. 5:43-48; 19:21.
22. (a) Como se pode desenvolver o amor semelhante ao de Deus? (b) De que modo é ele a chave para alguém se tornar vencedor?
22 Este amor divino é a maior qualidade, o principal requisito. Embora não seja uma parte automática e inerente da perfeição, dá-se todo o encorajamento a que seja desenvolvido como parte de sua nova personalidade. Isto é possível. Jesus viu, evidentemente, que era uma possibilidade real no caso daquele governante jovem, senão, o escritor evangélico Marcos não teria registrado que Jesus “sentiu amor por ele”. (Mar. 10:21) Seu coração não se abria para com alguém só por causa de atrativos externos. O amor, assim como a fé, pode ter a mesma qualidade provada. “O amor é longânime e . . . suporta todas as coisas.” (1 Cor. 13:4-7, 13) É a chave para se mostrar vencedor. Não poderá vencer a pressão do mal só por tentar evitar a pressão, deixando um vácuo que Satanás e seus demônios preencheriam prontamente. (Mat. 12:43-45) Antes, submeter-se voluntariamente à pressão é para seu bem. Conforme Paulo disse: “Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem.’’ (Rom. 12:21) Este é o convite que se lhe faz ao se dedicar a Jeová. Aprenda a encarar todas as coisas do ponto de vista dele, do ponto de vista bíblico. É bom raciocínio e pensamento correto. Permaneça submisso sob a pressão sadia de sua Palavra e de sua organização. Convide outros a se achegarem a organização dele, à “casa de Jeová”, à Sião e Jerusalém celestial, centro de adoração do qual saem a lei e a palavra de Jeová. Participe com o Seu povo em todas as expressões de serviço e de adoração de Jeová, reconhecendo a soberania legítima dele sobre sua pessoa e sobre todas as criaturas dele. — Isa. 2:2-4.
Na parte final dos dias . . . muitos povos irão e dirão: “Vinde, e subamos ao monte de Jeová . . . e ele nos instruirá” . . . E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra. — Isa. 2:2-4.
[Foto na página 183]
Todos são submetidos à pressão para adorarem a organização política, terrena, visível do Diabo, representada pela fera saída do mar. A quem adora?