-
A chave da verdadeira religiãoA Sentinela — 1986 | 1.° de junho
-
-
sabedoria e compreensão espiritual’. (Colossenses 1:9) Mas, nenhuma destas coisas é a chave do cristianismo.
Acontece que talvez tenhamos bom conhecimento bíblico e forte fé, e estejamos bastante atarefados com boas obras, e ainda assim sermos apenas cristãos de imitação. Como é isso possível? O apóstolo Paulo o explica: “Se eu falar em línguas de homens e de anjos, mas não tiver amor, tenho-me tornado um pedaço de latão que ressoa ou um címbalo que retine. E se eu tiver o dom de profetizar e estiver familiarizado com todos os segredos sagrados e com todo o conhecimento, e se eu tiver toda a fé, de modo a transplantar montanhas, mas não tiver amor, nada sou. E se eu der todos os meus bens para alimentar os outros, e se eu entregar o meu corpo, para jactar-me, mas não tiver amor, de nada me aproveita.” — 1 Coríntios 13:1-3.
Sim, a chave de se reconhecer a verdadeira religião é saber avaliar que ela se baseia no amor genuíno. Termos fé, boas obras e conhecimento exato são vitais, são indispensáveis. Mas, se não os usarmos em amor, então, tanto quanto se refere a nós, ser-nos-ão de pouco proveito. Por que se dá isso? O que faz com que a qualidade do amor seja de importância tão sobrepujante?
-
-
Encontrou você esta chave?A Sentinela — 1986 | 1.° de junho
-
-
Encontrou você esta chave?
POR QUE é o amor tão importante para os cristãos? É por causa do tipo de Deus que adoram. O apóstolo João o descreve nas seguintes palavras: “Deus é amor.” (1 João 4:8) Assim como muitos pais esperam que seus filhos os imitem, assim Jeová Deus quer que os cristãos procurem ser semelhantes a ele. De modo que o apóstolo Paulo exortou: “Tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados, e prossegui andando em amor.” — Efésios 5:1, 2.
O amor equilibra também as outras qualidades cristãs. Nos dias de Jesus, os judeus — especialmente seus líderes — eram estudantes diligentes da Bíblia. Mas, veja o que Jesus lhes disse: “Pesquisais as Escrituras, porque pensais que por meio delas tereis vida eterna; . . . mas eu bem sei que não tendes em vós o amor de Deus.” (João 5:39, 42; Lucas 11:42) Se tivessem tido amor, bem como conhecimento, teriam reconhecido que Jesus era o Messias. No entanto, a maioria deles perdeu a oportunidade de estar entre os primeiros membros da congregação cristã.
Lembre-se também dos conquistadores católicos romanos, que levaram a sua religião ao Novo Mundo. Devem ter tido uma fé forte e um zelo ardente para conseguir realizar o que fizeram. Mas, certamente não estavam temperados com amor. Senão, nunca teriam roubado, torturado, estuprado e matado os habitantes nativos dos continentes americanos.
De modo que o amor é a principal qualidade cristã. Quem seria o alvo deste amor? Jesus nos diz: “‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente.’ Este é o maior e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: ‘Tens de amar o teu próximo como a ti mesmo.’” — Mateus 22:37-39.
De fato, o amor do cristão vai ainda mais longe. Jesus disse também: “Continuai a amar os vossos inimigos e a orar pelos que vos perseguem; para que mostreis ser filhos de vosso Pai, que está nos céus, visto que ele faz o seu sol levantar-se sobre iníquos e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos.” (Mateus 5:44, 45) Em outras palavras, o amor do cristão abrange quase todos! Mas, o que significa isso na prática?
Se Realmente Amarmos a Deus
Em primeiro lugar, se realmente quisermos amar a Deus, teremos de chegar a conhecê-lo melhor. O próprio Deus tornou isso possível por prover a Bíblia, a qual, na realidade, é uma carta dele dirigida a nós. Quando recebemos uma carta de alguém a quem amamos, a maioria de nós a lemos imediatamente, não importa quão ocupados estejamos. Devíamos tratar a leitura da Bíblia de modo diferente? Naturalmente que não. É verdade que, para muitos, a vida atual está cheia de coisas que desviam a atenção, e a maioria parece preferir a televisão a uma leitura significativa. Mas, os verdadeiros cristãos não permitem que isso os impeça de ler a Palavra de Deus. Neste respeito, são semelhantes ao salmista que escreveu: “Minha alma tem guardado as tuas advertências [que hoje se encontram na Bíblia], e eu as amo extraordinariamente.” — Salmo 119:167.
Deus nos diz na Bíblia como quer que procedamos. Assim como os pais estabelecem normas de conduta para seus filhos, assim Jeová fixou normas que espera que acatemos — normas que não são negociáveis. Por exemplo, a Bíblia nos diz: “Nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, nem homens mantidos para propósitos desnaturais, nem homens que se deitam com homens, nem ladrões, nem gananciosos, nem beberrões, nem injuriadores, nem extorsores herdarão o reino de Deus.” (1 Coríntios 6:9, 10) Esta é uma lista e tanto! Mas aquele que realmente ama a Deus sentir-se-á feliz de tomá-la a sério. Por quê? Porque, conforme salientou o apóstolo João: “O amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos.” — 1 João 5:3.
Infelizmente, muitas das práticas condenadas na Bíblia tornaram-se hoje aceitáveis, mesmo entre “cristãos”. Um relatório publicado no Canadá, por uma denominação protestante, recomendava considerar a aceitação de homossexuais para a ordenação como ministros, afirmando que o sexo sem casamento pode ser aceitável em certas circunstâncias, e sugerindo que a fidelidade marital não necessariamente excluía o adultério. Sem dúvida, os autores deste relatório queriam parecer tolerantes e solícitos. Mas, estavam mostrando quer amor a Deus, quer àqueles a quem estimulavam a adotar tal proceder imoral? Dificilmente, porque Paulo disse que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Quanto mais amoroso é apegar-se destemidamente às normas de Deus, ajudando os fracos a fazer o mesmo, em vez de sentimentalmente incentivá-los a adotar um proceder mais fácil, que por fim levará ao desastre!
Induzidos a Compartilhar com Outros
Quando lemos a Bíblia, ficamos também sabendo das coisas maravilhosas que Deus intenciona para a humanidade. Aprendemos que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, a fim de que todo aquele que nele exercer fé não seja destruído, mas tenha vida eterna”. (João 3:16) Também nos inteiramos do propósito de Deus, de livrar a terra da iniqüidade, e de introduzir um sistema de coisas pacífico e paradísico por meio do seu Reino sob este mesmo Jesus.
-