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“Que horas são?”Despertai! — 1979 | 8 de janeiro
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em alguma instituição científica, deveria preocupar-se com um milionésimo dum segundo? Não raro, quando as pessoas estão em férias ou fazendo um trabalho de que gostam, esquecem-se do tempo. Também, quem gostaria de saber que horas são ao contemplar um espetacular pôr-do-sol? Por isso, dependendo das circunstâncias, a pergunta: “Que horas são?” pode ser apropriada ou não.
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O olho não tem visto nem o ouvido ouviu’ — o quê?Despertai! — 1979 | 8 de janeiro
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O Conceito da Bíblia
O olho não tem visto nem o ouvido ouviu’ — o quê?
“FECHE os olhos e imagine a cena mais linda que puder”, disse o ministro à sua assistência, “e as bênçãos da Nova Ordem serão ainda mais grandiosas, pois o apóstolo Paulo disse: ‘O olho não tem visto e o ouvido não tem ouvido, nem foram concebidas no coração do homem as coisas que Deus tem preparado para os que o amam.’” Por certo, tratava-se duma perspectiva emocionante. Mas será isso o que o apóstolo tinha presente em 1 Coríntios 2:9? Falava das bênçãos inimagináveis da nova ordem de Deus? Se não, então a que se referia?
Consideremos o contexto. O apóstolo dirige-se à congregação de Corinto. Segundo o comentarista Matthew Henry: “Alguns dos antigos nos dizem que a cidade abundava de retóricos [discursadores] e de filósofos.” Influenciados pelos chamados ‘sábios’ e ‘polemistas’, alguns da congregação podem ter-se esforçado até mesmo a imitar tais filósofos com a mesma “extravagância de linguagem”. — 1 Cor. 1:20; 2:1.
Mostra o apóstolo Paulo que tal sabedoria do mundo é tolice perante Deus, daí, reflete sobre seu próprio ensino. Não, não fora com “palavras persuasivas de sabedoria [humana]” que lhes ensinava. Pregava algo de real importância. “Falamos a sabedoria de Deus em segredo sagrado, a sabedoria escondida, que Deus predeterminou antes dos sistemas de coisas, para a nossa glória.” — 1 Cor. 2:4, 7.
Este “segredo sagrado” ou “sabedoria escondida” é muito superior a qualquer coisa ideada pelos homens. Efetivamente, contém conhecimento de coisas que Deus objetivara antes de existirem quaisquer nações, “antes dos sistemas de coisas”. Foi nessa época, após o pecado de Adão e Eva, que Deus “predeterminou” ou propôs um libertador da humanidade. Na primeira profecia bíblica registrada, Ele predeterminou que o “descendente” da “mulher” iria ‘machucar’ a cabeça duma criatura sobre-humana que, por meio da serpente, enganara Eva, resultando num mundo de pecado e morte. Tal ferimento significaria o esmagamento de Satanás e a remoção de todo ‘gemido, dor e futilidade’ humanos, e pavimentaria o caminho para um governo justo que regeria sobre toda a humanidade. Isto realmente solucionaria os problemas do homem e vindicaria o nome de Deus. — Gên. 3:15; Rom. 8:20-22.
Mas quem seria tal “descendente”? Por séculos, isto ficou sem resposta. Por fim, tornou-se evidente que não era outro senão Jesus Cristo. Quão fortalecedor para a fé era então saber que o grande Libertador surgira e que, mediante sua ressurreição, temos garantia da remoção do pecado e da imperfeição! — Atos 17:31.
Que filosofia de homens comparar-se-ia com tal verdade profunda? Era de tamanha importância que, caso os regentes daqueles dias tivessem conhecido, ou aceitado este “segredo sagrado” com fé, não teriam “pendurado o glorioso Senhor numa estaca”, argumenta o apóstolo Paulo. A morte e ressurreição de Jesus pavimentaram o caminho para que se realizassem todas as demais modalidades deste grande “segredo sagrado”, apontando a futura anulação total de Satanás e suas obras. — 1 Cor. 2:8; Heb. 2:14.
Quem conhecia esta preciosa verdade? Os “olhos” de quem se haviam aberto e os corações de quem eram receptivos, de modo a ter apreço pelo entendimento deste “segredo sagrado” vital? “É a nós que Deus [o] tem revelado por intermédio de seu espírito”, disse o apóstolo Paulo. (1 Cor. 2:10) Não foi aos grandes homens do mundo, aos intelectuais com sua “sabedoria” sofisticada, mas a gente humilde a quem Deus escolheu, e que foi ajudada por Seu espírito.
De forma a sublinhar a relação abençoada que mantinham, Paulo citou Isaías 64:4, afirmando: “Mas, como está escrito: ‘O olho não tem visto . . .’” Não é óbvio, pelo contexto de 1 Coríntios 2:9, que Paulo falava sobre ter-se discernimento da “sabedoria escondida”, discernimento este não possuído por nenhum dos governantes ou daqueles considerados grandes aos olhos do mundo?
O contexto de Isaías, capítulo 64, fornece mais evidência desta conclusão. Isaías descreve como Jeová realizou atos maravilhosos em prol de seus amigos. Não havia nenhum outro deus ‘que o ouvido ouvira ou que o olho vira’, que realmente agira a favor dos que ‘esperavam nele’ ou tinham fé nele. O comentarista Albert Barnes tece uma observação similar, dizendo:
“A idéia é, no hebraico, não o que Deus tem preparado ou lançado no sentido de preservá-lo para o futuro; mas o que já fez no passado. Nenhum deus fizera o que ele fizera; nenhum ser humano já havia testemunhado tais manifestações da parte de qualquer outro deus. . . . O sentido do inteiro versículo é que Deus, em seus tratos passados, fizera manifestações de sua existência, poder, e bondade, para com aqueles que eram seus amigos, que não haviam sido fornecidas em nenhuma outra parte.”
Sim, Seus amigos tinham um discernimento das atividades de Deus que os outros, em geral, não possuíam. Tinham oportunidades de ver intimamente o desenrolar dos propósitos de Jeová.
Paulo frisava então um ponto similar perante a congregação coríntia. Com a ajuda do espírito de Deus, tinham sido privilegiados a entender o significado do “segredo sagrado” de Deus. Dentre todas as pessoas, Ele decidira revelar-lhes tais pensamentos sublimes.
Pense só em algumas das verdades exaltadas que foram reveladas aos cristãos do primeiro século. Imagine só saber que um grupo seria tirado de entre a humanidade para se tornarem regentes junto com Jesus no céu, para ser parte do “descendente” libertador. Seriam incluídos nisto até mesmo não-judeus, pessoas de todas as nações e raças. Que emocionante! — Gál. 3:29; Efé. 1:8-14; 3:5, 6.
Algo excitante era revelado logo depois de outra coisa excitante àquela classe de discípulos humildes. Assim, que os chamados ‘sábios’ e filósofos daqueles dias palrassem sua “extravagância de linguagem” sobre nulidades. Tais cristãos eram os únicos possuidores do conhecimento mais importante da terra.
Todavia, depois do primeiro século, Deus não parou de revelar um entendimento de seu grandioso propósito. Considere algumas das “coisas profundas de Deus” que os cristãos verdadeiros vêem com clareza nestes “últimos dias”. O conhecimento de que o reino de Deus, tendo a Cristo no trono, foi estabelecido em 1914, e que Satanás e seus demônios foram expulsos do céu e agora trazem fortes ais à terra é claramente
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